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1 - Importância da água
2 - Águas Superficiais
Cuidados Básicos
a) Verificar se o manancial está protegido do ponto de vista ambiental.
b) Vistoriar a área de captação para avaliar se há riscos de degradação por
assoreamento, contaminantes, poluentes e agrotóxicos.
c) Fazer a captação um pouco afastada das margens e a alguns centímetros de
profundidade. Com esses cuidados evita-se o excesso de matéria orgânica presente nas
margens e na superfície.
d) Perfurar e revestir a extremidade do cano com uma tela fina.
e) Usar um recipiente perfurado (tambor), suspenso por uma bóia de isopor, para
impedir que o cano atinja o fundo do curso d'água (fig. 2).
b) Caixas de Areia
Têm a função de remover da água os sólidos
em suspensão (areia, argila, folhas) e parte
da matéria orgânica. São semelhantes à
caixa de gordura para esgotamento
sanitário. Dependendo da turbidez da água
(matérias em suspensão), aconselha-se
construir uma ou mais caixas de areia, que
podem ser feitas de alvenaria (técnica ferro-
cimento) ou com manilhas de concreto pré-
fabricadas.
Para reduzir a velocidade da água na caixa
de areia utilizam-se anteparos de alvenaria
(figuras 4 e 5).
c) Decantação (tanque de decantação)
Consiste em deixar a água de repouso durante 3 a 4 horas para reduzir matéria orgânica,
areia, argila que, pelo seu peso, acumulam-se no fundo do depósito (fig. 6). Esse
fenômeno acontece na natureza, quando, após uma chuva pesada, as águas de rios e
represas se tornam barrentas e somente depois de um certo tempo (horas ou dias)
retomam a sua condição anterior. É necessário que a profundidade do tanque de
decantação seja de 2,5 a 4,5m. As demais medidas dependem da demanda de água
necessária.
A desvantagem do processo refere-se ao
custo elevado da construção.
No entanto ele pode ser substituído pelos
pré-filtros,
de menor custo.
d) Pré-filtração
Tem por objetivo reduzir as suspensões presentes nas águas superficiais por meio de um
pré-filtro construído por uma camada de brita zero ou cascalho rolado, que ocupa cerca
de 70% de sua capacidade, enquanto a água preenche o espaço restante. Não pode ser
considerado um filtro verdadeiro por não incluir a camada de areia. Pode ser construído
em alvenaria, pela técnica de ferro-cimento ou utilizar uma manilha pré-fabricada.
No fundo do pré-filtro devem ser colocados vários canos de PVC, com pequenas
perfurações para drenagem da água. É conveniente deixar uma saída na parte inferior
para facilitar o processo de limpeza
e uma saída na parte superior (ladrão).
Um pré-filtro com altura de 1 m e diâmetro
de
90 cm tem uma vazão em torno de 11 mil
litros
de água por dia (fig. 7)
2.4.2 Tratamento final: filtração e cloração (2ª etapa)
a) Filtração lenta em camada de areia
A água deve estar bem límpida quando chegar o momento de ser filtrada. A sua turbidez
não pode ser maior que 30 mg/L.
O filtro pode ser contruído em alvenaria (técnica ferro-cimento) ou utilizando duas ou
mais manilhas justapostas. É composto por camadas sucessivas (de baixo para cima) de
pedra partida ou brita 1, cascalho rolado ou brita zero, areia e lâmina de água, nas
medidas indicadas na figura 8.
A qualidade e o tipo de areia são os fatores mais importantes desse filtro. Caso não seja
possível fazer um teste laboratorial de granulometria(medida do tamanho efetivo e da
uniformidade da areia), deve-se escolher aquela que não apresenta impurezas,
contaminantes e poluentes. Geralmente a areia considerada ideal situa-se na faixa
intermediária entre a fina e a grossa.
Na superfície da camada de areia forma-se
uma membrana gelatinosa que desempenha
papel fundamental no mecanismo de
filtração.
Por isso a entrada da água no sistema deve
ser feita de forma lenta para impedir
a ruptura dessa membrana. Quando a vazão
do filtro diminuir basta retirar 2 a 3 cm da
camada superficial de areia para que ela
volte ao normal. Por isso, a entrada da água
no sistema, deve ser feita de forma lenta
para impedir a ruptura dessa membrana.
Cloração
A cloração representa a última etapa do processo de tratamento de água.
Para volumes de água a tratar superiores a 5 mil litros/dia, recomenda-se usar um
clorador por gotejamento ou ainda o clorador de pastilhas.
Para volumes menores, podem ser usados os cloradores pr difusão ou flutuadores do tipo
piscina, com pastilhas de cloro. Consulte o técnico para ajudá-lo a escolher o melhor tipo
de clorador.
Podem ser usados produtos à base de cloro líquidos (hipoclorito de sódio: solução a 10%
e água sanitária) e sólidos (hipoclorito de cálcio, HTH em pastilhas ou granulado, cal
clorada)
O nível de cloro livre deve estar entre 0,2 e 0,4 mg/L. Para medir o cloro final, utilize um
cloroscópio portátil disponível no comércio.
Quantidade de Cloro para tratar 1000 litros de água (1 mg/L de cloro aplicado)
Produtos à base de Cloro Dose / 1 m³ (1 ppm)
Hipoclorito de sódio: 30 a 50 mL
20 a 30% de Cl (líquido)
Água sanitária a 2% (líquido) 50 mL
Hipoclorito de cálcio a 10% (pó) 10 gramas
Cloro granulado a 65% (pó) 1,54 gramas
Cloro estabilizado em tabletes Seguir instrução do fabricante
(65% a 90% de cloro)
3.2
As águas de chuva penetram no solo e formam os lençóis freáticos ou livres quando
encontram uma camada impermeável. Já os lençóis confinados ou artesianos são
formados pelas águas de chuva que ficam retidas entre duas camadas impermeáveis de
rocha ou argila (fig. 11).
Vantagens
Gealmente são puras, porque elas vão sendo naturalmente filtradas quando penetram no
solo, livrando-se da matéria orgânica e de outros resíduos. Quando são bem captadas
não necessitam de outro tratamento auxiliar, podendo receber uma cloração residual de
0,2 mg/L.
Desvantagens
A vazão é muito variável, limitando assim o seu uso para diversas demandas da fazenda
leiteira. Muitos poluentes têm a propriedade de se infiltrarem no solo e atingir o lençol de
água. Em algumas regiões podem conter sais responsáveis pelo fenômeno da "dureza",
que provoca entupimento das canalizações e outros problemas.
3.2 Captação das águas subterrâneas
3.2.1 Poços rasos ( cisternas, cacimbas)
A captação é feita por meio de escavação manual até encontrar o lençol d´água. O poço
raso deve ser revestido totalmente com manilhas ou tijolos e coberto com tampa de
concreto, sem deixar fendas ou aberturas. É também indicado um reforço de concreto de
10 cm de espessura em torno das manilhas ou dos tijolos nos três metros iniciais da
escavação ou um anel de concreto com 1 metro de diâmetro em volta da abertura do
poço (figuras 12 e 13).
Concluída a construção, deve-se fazer uma desinfecção inicial da água do poço. Para
isso, use o cloro com uma dosagem mais elevada (100 ml de hipoclorito de sódio a 10%
ou 3,0 gramas de hipoclorito de cálcio a 30%, para cada 1000 litros de água a tratar) por
um período de 12 horas.
A água deverá ser bombeada até a caixa central. Cerca de 10 dias após essa desinfecção
inicial, recomenda-se fazer o exame laboratorial para atestar a potabilidade da água.
3.2.2 Poços artesianos
São lençóis situados a grandes profundidades e que estão localizados entre duas
camadas impermeáveis de rocha.
Geralmente essas águas são mais seguras do ponto de vista de qualidade, porque os
lençóis estão situados a maiores profundidades, e pelo fato de serem captados por meio
de um tipo de canalização mais segura contra contaminações. Mesmo assim, em relação
aos poços artesianos, devem ser tomados cuidados quanto ao risco de contaminação do
lençol.
Lembre-se: Poços rasos e artesianos perfurados em terrenos com excesso de matéria
orgânica (currais, esterqueiras, lagoas de tratamento de dejetos animais) ou de adubo
(horta ou pomar) podem apresentar nitratos e nitritos.
3.2.3 Nascentes ou "minas"
O conhecimento popular considera que a água da mina é sinônimo de água pura.
Geralmente esse conceito é válido, desde que a nascente esteja protegida quanto aos
riscos de contaminação e que tenha uma profundidade adequada para permitir um bom
processo de filtração pelo solo. É relativamente comum a formação de "lodo vermelho"
nas caixas e canalizações pela presença de ferro e manganês, o que exige uma limpeza
mais freqüente, apesar de ele não ser prejudicial à saúde.
Consultoria Técnica:
Francisco Cecílio Viana
Projeto Gráfico
Phernandel
Arte-Final e Ilustrações
Phernandel
Hugo Leonardo Góes
Revisão
Francisco Ferreira Sobrinho
Alexnaldo Alves Dias
Elder José de Mello Bruno
Maria José Motta Viana
Alternativa Comunicação e Marketing
Realização