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Tratamento de efluentes e reúso da água no meio agrícola

Demanda de água na agricultura

 Crise de abastecimentos de água

ocupação urbana e adesamento populacional


A área irrigada no Brasil está em torno de 3 millhões de hectares que representa 1,9% dos
155,0 milhões de hectares cultivados.
falta de tramento de esgotos e afluentes,
desperdício de água na irrigação
A agricultura brasileira consome 69% da água dos
mananciais, seguindo-se do abastecimento doméstico(21%) e a atividade industrial (10%).

Considerações finais
Gestão das águas
- Em um cenário de escassez e cobrança do uso da
água, tornam-se urgentes medidas de tratamento da
água, esgotos, dejetos animais e efluentes
agroindustriais e seu reúso nas atividades agrícolas.

Tratamento de água e dejeitos no meio rural


Pecuária confinada
Desperdícios de água na irrigação
- O uso sustentável de efluentes e outros
resíduos orgânicos em solos devem ser incentivados,
desde que haja monitoramento constante das áreas
tratadas.

Referências
- Os resultados das análises devem ser confrontados com a legislação vigente, para definição
do seu destino: descarte em mananciais, irrigação agrícola, criação de peixes, lavagem de
baias.
métodos que favorecem perdas de até 60% da água por evaporação.
* inundação
* sulcos rasos
* pivô central
* aspersão
Com ápice em 1934, tinha o intuito de estabelecer tomada de decisões que envolvessem o
tratamento de
água, esgoto e resíduos, assim como o aproveitamento
dos efluentes tratados.
O excesso de água colocado no solo contribui
para o transporte de fertilizantes e pesticidas, poluindo águas superficiais e subterrâneas.
Dentro do conceito "poluidor pagador" a propriedade pode ser taxada pela disposição de
contaminantes oriundos da atividade agrícola via recarga da água subterrânea e/ou lançamento
em corpos de água.
A coleta e tratamento de esgotos, no Brasil, não
abrangem as zonas rurais, ficando assim,por conta do proprietário rural a destinação dos
dejetos, que
quase sempre se dá por meio de fossa negra.
ERTONCINI, E.I.; MARANGON, R.C.; AREVALO, R.A.;
AMBROSANO, E.J. Moringa oleifera Lam Tratamento de água e
efluentes. In: 2º Seminários do Programa Estratégico da APTA
Sustentabilidade Ambiental. Barra Bonita, SP, 13 e 14 de março de 2008.
é outra atividade que consome grande
volume de água, gerando resíduos,
especialmente nos casos em que a limpeza
de baias é efetuada por meio de lavagem.
* Granjas de suínos
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento
o Ambiental. Instrução Técnica N 31. Aplicação de água
de reúso proveniente de estação de tratamento de
esgoto doméstico na agricultura. São Paulo, 2006.
IVANI.Edna Bertoncini. Tratamento de efluentes e reúso da água no meio agrícola. SP, 152-
169, de maio de 2008

Tratamento de água de abastecimento


Iniciou com a formulação do código das
águas, que somente em 1997 foi promulgado, passando a se chamar Lei 9433/97.
A coleta e armazenamento de água de chuva pode proporcionar o abastecimento da
propriedade agrícola nos meses de escassez de água.
O uso direto desta água em solos agrícolas tem causado problemas de contaminação do solo
com metais pesados, como o cobre e zinco, além
do sódio, que estão presentes na
ração animal.
Contudo, a maior preocupação seria a contaminação do solo e água subterrânea com nitrato e
patógenos.
A coleta de água de telhados pode ser feita com calhas de bambu, conhecidas como bambu
gigante, que cortado longitudinalmente substitui os canos de PVC.
instituiu-se a cobrança pelo uso da água, que consiste no conceito de “usuário pagador” e de
“poluidor pagador”, de forma que quem
desperdiça e polui, paga mais.
Os principais contaminantes de água no meio rural :
* argilas suspensas
* matéria orgânica
* patógenos originados de fossas
sépticas
* pesticidas e fertilizantes utilizados
nas culturas agrícolas.
A água armazenada será inicialmente tratada pela decantação do material
suspenso e posteriormente desinfe-
tada para consumo.

Experiências controladas
de reúso
As experiências de irrigação agrícola com efluente sanitário utilizam na maior parte por :
* irrigação por inundação
* sulcos rasos
* gotejamento
Obs: evitando-se os métodos de pulverização
que produzem aerossóis e podem disseminar
patógenos e outros contaminantes
Rampa de escoamento
superficial
Reatores anaeróbios com
recheio de bambu

Desinfecção da água no meio rural


Reúso Agrícola
Coagulação e decantação com sementes
Tratamento de esgoto e dejetos
animais no meio rural
Figura 6 - Rampa vegetada
Figura 3- Grade Retentora de sólidos
Para a agricultura, o reúso de efluentes fornece, além de água, alguns nutrientes de plantas.
Entretanto, o uso de resíduos em solos deve ser
constantemente monitorado, para que não haja
contaminação do sistema solo-água-planta.
Fonte : Revista Fapesp Ed 231. 2015
Fonte: Revista Fapesp Ed 231. 2015
Inúmeras são as técnicas de tratamento de
esgotos e dejetos disponíveis no mercado.

Tratamento secundário de esgotos e dejeitos


Após a remoção de materiais sólidos, é necessária
a desinfecção da água de abastecimento, para
eliminação de bactérias indicadoras de contaminação
fecal, de modo que atenda aos parâmetros de
potabilidade de água prescritos na Portaria 518/2004
(Ministério da Saúde, 2004).
Figura 5 - Fossa biodigestora séptica
Figura 4 - Peneira rotativa
decantação de compostos orgânicos e argila suspensas
Pré tratamento
Remoção de nitrogênio, fósforo e patógenos.
No Brasil, a prática do reúso na irrigação agrícola é ainda nova, restringindo-se praticamente as
imensas áreas de cana-de-açúcar irrigadas com vinhaça. Alguns entraves legislativos e
técnicos têm limitado sua expansão não apenas no Brasil, mas também em outros países.
Fonte: Revista Fapesp Ed 231. 2015
O tratamento primário de esgotos e dejetos
Lagoa de estabilização
produtos químicos
sementes da planta Moringa
Pós-tratamento de efluentes
Figura 2 - Clorador de água modelo EMBRAPA
Fossa séptica biodigestora
Filtros de areia
cloro
Desinfecção de efluentes
Figura 1 - Ramo de Moringá
ozônio
Fonte : Pereira. A . 2008.
clorador
Fonte: Revista Fapesp Ed 231. 2015
1- Fechar o registro de entrada de água para o reservatório (Peça 6)
2- Abrir a torneira (Peça 2) para que toda água da tubulação escorra;
3- Dissolver uma colher rasa de café com cloro
granulado 60% em meio copo de água (quantidade
suficiente para tratar 500 litros de água) e adicionar a solução ao funil (Peça 4);
4- Abrir o registro do clorador
vagarosamente (Peça 3);
5- Lavar o funil com água, fechar o registro e tampar o funil com placa de PVC;
6-Abrir novamente o registro de entrada de água (Peça 6)

TIPOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES


QUÍMICA
Os principais tipos de tratamentos de efluentes são classificados em primários,
secundários e terciários. Os primários removem sólidos em suspensão.

   

A poluição das águas é uma das formas de poluição do meio ambiente mais
preocupantes, tendo em vista a grande dependência em relação à água para
sobrevivência e para o desenvolvimento da sociedade, que a água que dispomos
para usar em nossas atividades diárias é pouca (apenas 0,03% de toda a água do
planeta) e que as outras formas de poluição, como a do ar e a do solo, geralmente
acabam atingindo as águas.

Por essa razão, torna-se imprescindível a tomada de ações para diminuir a


poluição das águas. Entre as medidas de controle da poluição, temos os
tratamentos dos efluentes, isto é, do conjunto de resíduos líquidos lançados para
o meio ambiente, como o esgoto doméstico, o da agricultura e o que é resultado
de atividades industriais. Esses dois últimos, principalmente, constituem tipos de
efluentes que podem ser bastante nocivos, pois podem conter metais pesados,
óleos e outras substâncias que causam problemas ambientais graves.

Por isso, os efluentes precisam ser tratados antes de serem lançados nas águas. O
tratamento ideal para cada tipo de efluente é indicado de acordo com a carga
poluidora e a presença de contaminantes. Existem vários tipos de tecnologias
usadas para esse fim, mas os principais tipos de tratamentos de efluentes
resumem-se em três: tratamentos primários, secundários e terciários. Aqui
falaremos especificamente dos primários, os demais poderão ser vistos nos textos
listados no final deste artigo.

* Tratamento primário: É aquele que usa processos físico-químicos para


separar da água os sólidos em suspensão e materiais que ficam
flutuando. Exemplos:

 Gradeamento: Esse tratamento é usado, por exemplo, nas ETAs


(Estações de Tratamento de água) onde a água captada dos rios, lagos ou poços
passa por grades colocadas em lugares estratégicos para impedir a passagem de
detritos (e também de peixes e plantas).

Água passando por um dos tipos de gradeamento em estação de tratamento de


água

 Decantação: Essa é uma técnica física de separação de misturas formadas


principalmente por sólidos em líquidos. Ela consiste em deixar a mistura em
repouso para que, em razão da diferença de densidade e da ação da gravidade, os
sólidos sedimentem-se, ou seja, depositem-se no fundo do recipiente para serem
então separados da parte líquida, que fica em cima.
Tanques de decantação em estação de tratamento de água

 Flotação: É uma técnica de separação físico-química que consiste em


adicionar bolhas de ar em uma suspensão coloidal. As partículas em suspensão
aderem a essas bolhas e são arrastadas para a superfície do líquido, formando
uma espuma que pode, então, ser removida da solução.

Tanque de flotação em estação de tratamento de água

 Separação de óleo: Comumente são usados separadores de água-óleo


(SAO), que são equipamentos que empregam métodos físicos, como a densidade
e a tendência que o óleo tem de flutuar sobre a água. Isso é especialmente
importante para efluentes vindos de áreas de manutenção, lavagem de veículos e
máquinas em oficinas mecânicas que geralmente estão contaminados com óleos e
graxas.

Outra técnica é a eletrocoagulação (EC), que é realizada com a passagem de


corrente elétrica pela água, o que desestabiliza a solução e coagula os
contaminantes, porque os campos elétricos propiciam reações de oxirredução que
levam a estados químicos menos reativos, insolúveis e de maior estabilidade.
Esses flocos insolúveis formados podem então ser separados da água pelas outras
técnicas mencionadas, como a decantação e a flotação.

 Equalização: A função da bacia de equalização é dar robustez ao sistema


ao absorver variações bruscas na qualidade do efluente.
 Neutralização: Usam-se produtos químicos para neutralizar o pH do
efluente.

O pH neutro é igual a 7

Depois dessas etapas, o efluente ainda não está seguro para ser lançado no meio
ambiente. Ele precisa ainda passar pelos tratamentos mostrados nos textos a
seguir:

 Tratamentos secundários de efluentes;


 Tratamentos terciários de efluentes.

ÁGUA DE REÚSO NA AGRICULTURA


GEOGRAFIA
A água de reúso pode ser utilizada na agricultura para reduzir o gasto e garantir a
sustentabilidade com vistas a diminuir a pressão sobre os recursos hídricos em geral.

   

A água de reúso é a reutilização da água residuária, ou seja, trata-se do


reaproveitamento de águas anteriormente utilizadas no comércio, nas residências
e na indústria por meio de processos de tratamento. Embora essa água seja de
qualidade inferior, ela é muito utilizada em várias partes do mundo e também
pode ser empregada no meio agrícola para irrigação.

O emprego da água de reúso na agricultura pode ser uma estratégia bastante


eficaz para preservar os recursos hídricos e diminuir sua utilização
indiscriminada, haja vista que essa atividade econômica é a que mais emprega
água em seu processo produtivo, com cerca de 70% de todo o consumo realizado
no mundo.

Além de proporcionar uma maior economia dos recursos hídricos, a reutilização


de água na agricultura pode também servir para atender localidades em que a
existência desses recursos é escassa ou em que a estiagem prejudica as lavouras
em determinadas épocas do ano. Outra vantagem é o fato de que alguns dos
elementos residuais que permanecem nas águas após o tratamento podem ser
benéficos para as lavouras, a exemplo do nitrogênio, do potássio e do fósforo.

Por outro lado, não é em qualquer tipo de lavoura que a água de reúso pode ser
livremente empregada. A depender de sua qualidade, ela só pode ser empregada
em culturas cujos produtos serão processados posteriormente, ou seja, que não
serão consumidos diretamente. Um exemplo é a cana-de-açúcar. Tudo isso
depende da qualidade e da origem da água que está sendo reutilizada.

Na região sul do Brasil, existem casos em que são empregadas águas de reúso em
lavouras de arroz em uma média superior aos 30 mil litros diários, o que ajuda a
diminuir consideravelmente a pressão sobre os mananciais existentes em algumas
localidades dessa região em questão.

Mas o emprego da água de reúso na agricultura não ocorre somente com água de
esgoto tratada. Em muitos casos, são reaproveitadas também as águas das chuvas
por meio de algumas técnicas específicas, porém simples. São empregadas
técnicas de terraceamento ou de retenção da água pluvial por meio de
“barranguinhas”, que captam e armazenam para a posterior utilização. Isso sem
falar que elas também ajudam na absorção da água pelo solo e na diminuição do
escoamento, evitando, assim, um maior índice de erosões.

Como podemos perceber, o reúso da água na agricultura possui uma série de


vantagens. Em algumas localidades, a utilização de água de esgoto tratada
apresenta-se como uma grande necessidade. Em áreas próximas a grandes
centros urbanos, o tratamento da água com posterior aplicação nas lavouras, além
de garantir a produtividade durante todo o ano e reduzir a pressão sobre os
mananciais, é eficaz para evitar a poluição dos solos e de outros recursos hídricos
ocasionada pela deposição do esgoto gerado nas cidades.

Água de reúso na agricultura


A utilização da água de reúso na agricultura e na irrigação é uma das principais
saídas para economizar água e preservar as reservas disponíveis.

   

A disponibilidade de água é cada vez menor em vários lugares no


Brasil e no mundo, tanto pelo aumento da sua utilização quanto pela
diminuição de sua demanda pela degradação dos recursos hídricos e
mananciais. Do mesmo modo, a produção de alimentos e matérias-
primas na agricultura é bastante dependente desse recurso, uma vez
que 70% de toda água utilizada no mundo vai para esse setor da
economia, principalmente para a irrigação. Diante dessas questões, o
emprego da água de reúso na agricultura apresenta-se como uma
das principais propostas a serem aplicadas.

O que é água de reúso?

Por definição, a água de reúso é a água residuária que possui


características que permitem a sua posterior reutilização, geralmente
após passar por tratamento. Essa água residuária, em sua maioria,
abrange o esgoto e depósitos líquidos provenientes de várias
atividades, incluindo a indústria, a agricultura e outros.

A utilização da água de reúso na agricultura pode ocorrer de várias


formas, principalmente para favorecer a irrigação. Vale lembrar que a
prática da irrigação é muito importante, pois permite a existência de
colheitas em áreas áridas e, inclusive, permite a realização de mais de
uma safra por ano em razão da diminuição dos efeitos do clima sobre
o cultivo. Por esse motivo, mesmo que a irrigação esteja presente em
apenas 18% das áreas agrícolas, as áreas irrigadas correspondem a
40% da produção mundial de alimentos.

Existem várias ações referentes ao emprego da água de reúso na


agricultura do Brasil, embora existam problemas referentes à
ausência de uma legislação específica. No Nordeste – região
brasileira que mais sofre com as secas –, muitos efluentes tratados
são destinados à irrigação, com destaque para alguns projetos
realizados no Rio Grande do Norte. Na região Sul, lavouras de arroz
são irrigadas com água reaproveitada, em uma média superior aos 30
mil litros diários. Apesar da existência dessas e outras medidas, ainda
há a necessidade de se ampliar essa perspectivas para a prática
agrícola no país.

Existem limitações para a reutilização da água na agricultura?

Sim. A depender da qualidade das águas de reúso, existem limitações


envolvendo os produtos a serem cultivados, principalmente os
alimentos que são diretamente consumidos após a colheita – que não
passam por transformação industrial –, pois eles podem ser
contaminados conforme a qualidade da água empregada.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por meio de


resoluções, regula a qualidade das águas de reúso e o seu uso direto
ou indireto na irrigação de diferentes culturas, incluindo hortaliças (de
consumo direto ou não), plantas frutíferas, culturas arbóreas,
cerealíferas e forrageiras e também para harmonização paisagística.
Portanto, antes de reutilizarem as águas, é preciso que os agricultores
estejam cientes dessas resoluções e documentos oficiais, que podem
ser eventualmente alterados ou adaptados.
Com uma pressão cada vez maior sobre os recursos hídricos
disponíveis, existe uma crescente importância da água de reúso na
agricultura mundial. Suas vantagens são inúmeras, pois possibilita a
produção agrícola e a sustentabilidade das reservas, diminui o
consumo de água e possibilita o atendimento de regiões onde esse
recurso é bastante escasso. Se associado a outras técnicas, tais como
o aproveitamento e retenção da água das chuvas, o reúso da água na
agricultura poderá contribuir para o crescimento da produção mundial
sem afetar gravemente os recursos naturais.

O reúso da água na agricultura


contribui para a preservação desse recurso natural

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