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INTRODUÇÃO

O esgoto bruto ou despejo líquido é ocasionado pelos despejos domésticos


e industriais, que quando lançados num manancial contribuem para sua degradação,
afetando sua qualidade. Para preservação dos recursos hídricos e evitar a
contaminação da fração de água disponível, é de fundamental importância a
construção de estações de tratamento de esgoto (ETE).
Uma estação de tratamento de esgoto pode ser composta por várias
unidades com diferentes processos de tratamento. O tratamento pode ser dividido
em quatro níveis: preliminar, primário, secundário e terciário (Figura 1).

O esgoto bruto ou despejo líquido é ocasionado pelos despejos domésticos


e industriais, que quando lançados num manancial contribuem para sua degradação,
afetando sua qualidade. Para preservação dos recursos hídricos e evitar a
contaminação da fração de água disponível, é de fundamental importância a
construção de estações de tratamento de esgoto (ETE).
Uma estação de tratamento de esgoto pode ser composta por várias unidades com
diferentes processos de tratamento. O tratamento pode ser dividido em quatro
níveis: preliminar, primário, secundário e terciário (Figura 1).

Figura 1: Fluxograma genérico de tratamento de esgoto sanitário com níveis de


tratamento: preliminar, primário, secundário e terciário.

O tratamento preliminar é composto por unidades que fazem uma prévia


remoção de sólidos grosseiros, tais como areia, restos de plantas e pequenos
animais. O tratamento primário visa a remoção de sólidos em suspensão
sedimentáveis ou flotaveis. O tratamento secundário é o principal responsável pela
remoção da carga orgânica presente nas águas residuárias, atualmente, os sistemas
biológicos são os mais utilizados. O tratamento terciário é feito para remoção de
substancias especificas não removidas nos processos anteriores – metais,
nutrientes, como nitrogênio e fósforo, ou para desinfecção.

Atualmente, a resolução CONAMA nº 430 de 31 de maio de 2011 estabelece


os padrões de lançamento de efluentes, conforme mostra a tabela 1.
Tabela 1 – Padrões de lançamento segundo a resolução CONAMA nº 430 de 31 de meio de
2011.
PARÂMETROS Padrão para efluente (CONAMA
nº430)
DBO (%) Remoção de 60
pH 5a9
Materiais 1 (teste 1 hora em cone Inmhoff)
sedimentáveis (mL/L)
Óleos e Graxas (mg/L) Óleos minerais: até 20
Óleos vegetais e gorduras animais 50
Temperatura (ºC) < 40

Deste modo, a cidade de Campo Moruao possui duas ETE`s uma situada no
rio Km 119 e outra situada no Rio Mourao. Ambas visam realizar o tratamento dos
efluentes gerados na cidade, contribuindo para a mitigacao de possíveis impactos ao
meio ambiente. A ETE utiliza um precesso anaeróbio para realizar o tratamento dos
efluentes, este denominado RALF (Reator Anaerobio de Lodo Fluidizado).

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO – CAMPO MOURÃO

A Estação de Tratamento de Esgoto de Campo Mourão (Rio Km 119), tem


capacidade para receber 100L/s e opera atualmente com 70L/s de esgoto e projeto
de ampliar até 125L/s. Em casos de extravasamento da capacidade o montante é
liberado direto a uma lagoa e posteriormente se esta não suprir o excedente o
esgoto bruto vai ao Rio Km 119.
Antes de chegar à estação, o efluente chega a uma caixa para ser
acumulado para então ser direcionado as etapas do tratamento. A primeira etapa
inicia-se pelo gradeamento (figura 1), com o objetivo de reter materiais grosseiros.
Os sólidos retidos na grade são retirados por limpeza manual e são destinados ao
aterro sanitário do município.

Figura 1 – Figura da grade da ETE.

Após o efluente passar pela grade, é encaminhado para o desarenador


(figura 2), e por sedimentação a areia pode ser retirada do sistema, para assim
evitar o acúmulo de material inerte nos reatores e na lagoa facultativa. A areia
retirada é encaminhada para uma área de secagem, onde a água eliminada retorna
para o sistema de tratamento e a areia pode ser encaminhada para o aterro
sanitário.
Figura 2 – Desarenador.

O efluente então passa por um medidor de vazão (calha Parshall, figura 3),
este que possui um medidor eletrônico localizado na parte superior que faz uma
leitura momentânea da vazão.

Figura 3 – Calha Parshall.

O efluente é levado para um separador de fluxo para distribuir de maneira


igual o efluente para o reator anaeróbio. O reator anaeróbio existente na ETE do rio
Km 119 (figura 4) possui a capacidade para tratar até 600m³, com 6 (seis)
compartimentos. É muito eficiente na remoção de DQO (demanda química de
oxigênio) atingindo até 75% de remoção e de DBO (demanda bioquímica de
oxigênio) em torno de 80%.
Figura 4 – Reator Anaeróbio de lodo fluidizado (RALF).
O RALF, reator anaeróbio de lodo fluidizado, apresenta um fluxo ascendente
com câmaras de sedimentação e digestão anaeróbia, sobrepostas. Nele o esgoto a
ser tratado é distribuído de maneira igual no fundo do reator e passa através de uma
camada de lodo biológico que serve como filtro, sendo o efluente retirado
uniformemente da superfície do sedimentador. O RALF deve apresentar uma
separação efetiva do biogás, esgoto e lodo.

Os gases formados no processo se concentram na parte superior interna do


reator de onde, são direcionados para um tubo, que o descarta para a atmosfera. A
parte sólida arrastada pelos gases retorna ao manto de lodo após o desprendimento
das bolhas geradas. O líquido segue para o decantador periférico e é vertido para
uma canaleta que coleta todo o efluente tratado e o conduz para a próxima unidade
de tratamento. O lodo excedente gerado no reator é removido periodicamente para
leitos de secagem e através de caleação (figura 5) para desinfecção.
Figura 5 – Lodo com cal.

O efluente que sai do reator é então direcionado a uma lagoa facultativa


(figura 6), esta, neste caso possui uma função de realizar um polimento final do
efluente.

Figura 6 – Lagoa facultativa.

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