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Resíduos e Poluição do Solo

Os resíduos são rejeitos resultantes das mais variadas atividades (domésticas, industriais,
agrícolas, serviços de saúde entre outras) dos aglomerados urbanos e tem sido considerado um
problema originado pelo modo de vida adotado que privilegia a produção de bens de consumo
único. Qualquer material se torna “resíduo” quando o proprietário ou produtor não a considerada
mais com valor suficiente para conservá-lo. O lixo resultante do seu tratamento pode influir na
qualidade do ambiente e na saúde do homem, ou seja, na saúde pública bem como na
preservação dos recursos da natureza.

Os resíduos sólidos são classificados quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente
e saúde pública, para que nesses resíduos possam ter o manuseio e destinação adequada.

São classificados como resíduos nos estado sólido e semi-sólido, que resultam de
atividades da comunidade em geral: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle poluição, bem como
determinados líquidos cujas particulares tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em
face de melhor tecnologia disponível.

Periculosidade de um resíduo

Característica apresentada por um resíduo que em função de suas propriedades físicas,


químicas ou infecto-contagiosas pode apresentar:

Risco à saúde pública que provoca ou acentua de forma significativa, um aumento de


mortalidade ou incidência de doenças, e / ou;

Risco ao meio ambiente que resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada.

Classificação dos Resíduos

São várias as maneiras de se classificar os resíduos. As mais comuns são quanto


aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto a natureza ou origem.

Para os efeitos desta Norma (NBR 10.004 da ABNT), os resíduos são classificados
em:
a). Classe I – perigosos;

b). Classe II – não inertes;

c). Classe III – inertes.

Os resíduos da classe I são denominados de perigosos por apresentarem


periculosidade. Assim sendo:

1. Inflamabilidade;
2. Corrosividade;
3. Reatividade;
4. Toxicidade;
5. Patogenicidade;

Os resíduos da classe II são denominados de não inertes por terem propriedades, tais
como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.

Os resíduos da classe III são denominados de inertes porque quando submetido


contato estático ou dinâmico com água destilada, a temperatura ambiente, conforme teste
de solubilização, não tiveram nenhuma de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se padrões de aspecto, cor,
turbidez e sabor.

Resíduos Industriais

Com relação aos aspectos dos resíduos industriais, a preocupação deve-se estender à
poluição do ar, água ou solo. A poluição em um desses ambientes é resultante simplesmente do
acúmulo de material residual ou não utilizável. Os resíduos industriais alimentícios podem ser
gasosos, líquidos ou sólidos, e estão envolvidas em todos os estágios da cadeia, desde a
produção, processamento, distribuições até o consumo.

Cada tipo de indústria produz diferentes tipos de resíduos específicos. As indústrias de


alimentos e bebidas de modo geral, não são responsáveis pelos resíduos poluentes gasosos
tóxicos, mas muito frequente liberam substâncias odoríferas que podem afetar a saúde e o bem
estar da população local bem como ser absorvido pelos produtos aí processados.
Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos das indústrias alimentos e bebidas, dependendo do local onde for
acumulado, podem causar poluição dos rios e lagos ou resultar em focos de insetos e roedores.
Nestes casos, a seriedade do problema resulta da grande diversidade dos materiais incluídos nos
resíduos como, plásticos, metais, vidros, latas, papéis, papelão, madeira, resto de matéria prima,
etc. Em alguns casos, os resíduos sólidos da s industrias alimentícias podem ser transformadas
em produtos úteis como rações animais e / ou reciclados.

Resíduos líquidos

Os resíduos líquidos constituem os mais sérios problemas embora esses, geralmente não
englobam em si, substâncias tóxicas ou nocivas. Os resíduos líquidos das indústrias de alimentos
e bebidas necessitam de tratamento antes de serem lançados aos cursos naturais da água. Após
a utilização das águas pelas indústrias, os diversos resíduos são incorporados alterando-lhes as
suas características químicas, físicas e sensoriais, gerando assim os efluentes líquidos. O quadro
é mostrado a carga de resíduos em suspensão na água dos processos industriais de algumas
fábricas.

Esquema: Extraído do livro de José Carlos Derísio, 2000.

Os vários resíduos em suspensão na água (efluentes líquidos) pode ser tratado conforme
segue:

1. Gradeamento – refere-se à remoção dos sólidos grosseiros em suspensão na água;

2. Peneiramento – remoção dos sólidos pequenos (diâmetro entre 1 a 2 mm);


3. Sedimentação – é o processo de clarificação do efluente líquido;

4. Filtração – é a separação de todos os sólidos suspensos na água;

5. Flotação – processo de clarificação para retirada de sólidos como óleos e gorduras,


detergentes.

Tratamento dos resíduos industriais

Esses tratamentos devem visar principalmente:

1). Eliminação de danos à saúde pública e bem estar;

2). Eliminação de perigo aos animais e vegetais;

3). Eliminação de prejuízo a função natural de todas as partes do ambiente.

O tratamento de resíduos sólidos deve ser considerado em termos de degradação dos


restos do processamento que são objetos de reciclagem. Os resíduos gasosos, ou os sólidos em
suspensão no ar, são os resíduos mais difíceis de controlar. Deve-se prevenir o desprendimento
de poluentes e adotar mecanismos de filtro do ar.

Os tratamentos de resíduos líquidos devem ser considerados do ponto de vista da


remoção e degradação de substâncias dissolvidas e da demanda de água pela industria.

Processos específicos de tratamento

Cada empresa de alimentos e bebidas tem as suas particularidade sobre os processos de


tratamento de seus efluentes industriais, que são os seguintes para algumas indústrias:

Laticínios - Os efluentes de laticínios são constituídos tão só de águas de lavagem com restos
de leite, que entram rapidamente em fermentação ácida. O processo a ser utilizado é o de
tratamento aeróbio. As fases de tratamento são: separação, flotação e filtração.

Matadouros – Os materiais grosseiros devem ser desintegrados ou retirados em peneiras. O


sangue e a gordura devem ser separados por flotação e retidos em tanques retentores.

Conservas de legumes e frutas – O s resíduos sólidos são separados por peneiras. As águas
residuais têm tendência à fermentação ácida com desprendimento de maus odores.

Bebidas Refrigerantes – Os efluentes são ricos em açucares e alguns corantes, apresentam


também resíduos de óleos minerais provenientes de vazamentos das máquinas de processos e
manutenção. Os processos, mais usualmente empregado são: remoção de areia, peneiramento,
separação do óleo por flotação e filtração.

Usinas de açúcar – Água de lavagem da cana de açúcar é, decantada e reutilizada em ciclo


fechada. A água empregada na extração bem como proveniente da prensagem são também
reutilizadas em circuito fechado. Também podem ser utilizadas grandes lagoas que armazenam
os efluentes durante um espaço de tempo, sendo removido lentamente.

Pescado – Os efluentes industriais são compostos de matéria orgânica do processamento do


pescado, em produtos de limpeza e da salmoura descartada. Os tratamentos do efluente líquido
empregado são: peneiramento, sedimentação, remoção de

Esquema: Extraído do livro de José Carlos Derísio, 2000

óleos por flotação.

Lodos Residuais das Industriais Alimentícias

Os lodos orgânicos gerados pelas indústrias de alimentos tais como os de lacticínios,


destilarias, cervejarias, fábricas de amidos, os matadouros e usinas de açúcar devem ser tratados
biologicamente (em filtros biológicos) antes de serem descartados. Este processo de tratamento
também deve ser aplicado às indústrias de processamento de produtos de origem animal e
vegetal

Os lodos residuais provenientes da industria alimentícias têm tendência a entrar em


fermentação ácida o que acontece, por exemplo, com os de destilarias, amidonarias e laticínios.
Pode-se empregar esta mesma fermentação ácida em digestores como pré-tratamento e
neutralizar o efluente por meio de cal antes de enviá-lo ao tratamento biológico aeróbio.

Quando a água residual é muito concentrada, pode ser útil a diluição. No mesmo sentido
da diluição age na recirculação múltipla do efluente nas instalações de filtros biológicos e a
recirculação de quantidades muito grandes de lodos nas instalações de lodos ativados.

A figura abaixo mostra um fluxograma de tratamento de lodo

Tratamento do Lodo Orgânico

O processo é fundamentado no fornecimento de oxigênio (ar atmosférico ou oxigênio


puro), para que microrganismos biodegradem a matéria orgânica dissolvida e em suspensão,
transformando-a em gás carbônico, água e flocos biológicos formados por microrganismos
característicos do processo.

Esta característica é utilizada para a separação da biomassa (flocos biológicos) dos


efluentes tratados (fase líquida). Os flocos biológicos formados apresentam normalmente boa
sedimentabilidade.

Com contínua alimentação do sistema pela entrada de efluentes (matéria orgânica), ocorre
o crescimento do lodo biológico, sendo esse denominado de excesso de lodo. No caso de
concentrações de lodo acima das previstas operacionalmente, o mesmo deve ser descartado.
O processo de lodos ativados é largamente utilizado no mundo em diversas variantes,
sendo essas basicamente definidas pelas diferenças entre a:

- relação A / M (alimentos / microrganismos);

- a disponibilidade de oxigênio;

- a forma de alimentação dos reatores;

- as concentrações de biomassa nos reatores;

- a forma de retenção da biomassa nos reatores.

Importância Socioeconômica

A importância social e econômica dos resíduos sólidos está relacionada a diversos

fatores, tais como:

a). Reutilização;

b). Produção de composto;

c). Produção de ração animal;

d). Produção de vapor d’água ou de energia elétrica;

e). Execução de Aterros Sanitários;

f). Produção e aproveitamento de metano.


Composição do Lixo

A composição do lixo tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, é um dos dados
básicos para o devido equacionamento do problema do acondicionamento, coleta, transporte,
tratamento e / ou disposição final do lixo, inclusive no tocante ao aspecto econômico-financeiro
relacionado à extração de restos aproveitáveis e da produção de compostos. Assinalamos que a
composição do lixo varia, de local para local bem como dentro de uma mesma comunidade
conforme será exposto mais adiante.

Composição Qualitativa

É dividido em três parcelas distintas:


- Orgânicos em geral: Restos de comidas, vegetais e matéria orgânica em geral;

- Inorgânicos e orgânicos estáveis: papéis, metais, panos, vidros e plásticos;

- Cinzas: resíduos provenientes de queima de carvão.

Composição Quantitativa ou Variação

É muito variável, imprevisível e particularmente não há controle sistemático da

mesma, varia de lugar para lugar.

De uma forma geral os fatores que concorrem para essa diversidade são:

- Características da cidade;

- Clima e estações do ano;

- Hábitos ou padrão de vida;

- Períodos econômicos;

- Eficiência do serviço de coleta;

- Tratamentos domiciliares;

Peso específico do lixo

De maneira geral o peso específico do lixo varia de 200 a 500 Kg/m3. Esse valor é
calculado pelo acondicionamento, coleta e transporte que deve ser avaliado pela empresa
responsável pela limpeza pública.

Quantidade de lixo por pessoa

A quantidade produzida per capita varia de 0,5 a 2,5 kg / hab / dia dependendo de todos os
fatores já mencionados, mas de forma geral 1 Kg / hab / dia.

Coleta e transporte do lixo

A coleta e transporte são partes essenciais do serviço de limpeza pública talvez a mais
onerosa da manipulação do lixo e muito visível aos olhos da população que precisa dela.

Os aspectos mais importantes a considerar na coleta e transporte de lixo são:


- quantidade do lixo a coletar;

- local, frequência e horário da coleta;

- sistema de coleta;

- itinerário da coleta;

- entidade responsável pela coleta e transporte.

Tratamento e / ou disposição final do lixo

Geralmente, constitui o problema mais sério, que envolve questões técnicas e econômicas
e cuja solução é de grande interesse, principalmente para a Saúde Pública. É um problema ligado
à reutilização de materiais e, portanto, à conservação dos recursos naturais, aspecto este, de
interesse crescente em muitos países.

Veja, 2006.

Esse estágio é aspecto mais descuidado do sistema de limpeza pública em muitas cidades
a pensar do acondicionamento, da coleta e do transporte, bem como da varrição de vias e
logradouros públicos serem satisfatórios, os tratamentos e / ou disposição do lixo é muito precário
que pode criar problemas sanitários, ocasionando prejuízos econômicos.

Existem 2 formas de tratamentos e /ou disposição do lixo no final:


- Tratamento na fonte de produção;

- tratamento e / ou disposição final em instalações centrais.

Tratamento na fonte de produção

Esse tratamento não é completo e não elimina o problema da coleta.

As seguintes medidas tem sido colocada em prática:

- Trituração Predial;

- Incineração Predial;

- Compactação Predial.

Tratamento e / ou disposição final em instalações centrais

Lançamento no solo;

. espalhado ou semi-enterrado;

. enterramento;

. aterro simples ou descarga ao ar livre ou céu aberto;

. aterro sanitário.

lançamento em fontes de água;

alimentação de animais (principalmente porcos);

redução;

incineração;

tratamentos para uso agrícola;

. fermentações anaeróbicas e aeróbicas.

Conjugação com o sistema de esgotos sanitários.


Processos de reciclagem de materiais

A reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar o reaproveitamento de


materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser
reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores
vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não
renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como
aterramento, ou incineração.

O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado
original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características. O
conceito de reciclagem é diferente do de reutilização.

O reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um determinado material já


beneficiado em outro. Um exemplo claro da diferença entre os dois conceitos é o
reaproveitamento do papel.

O papel chamado de reciclado não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela
primeira vez. Este novo papel tem cor diferente, textura diferente e gramatura diferente. Isto
acontece devido a não possibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim
transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de
características diferentes.

Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja "derretido", nunca irá ser feito um outro com as
mesmas características tais como cor e dureza, pois na primeira vez em que foi feito, utilizou-se
de uma mistura formulada a partir da areia.

Já uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida de volta ao estado em que estava
antes de ser beneficiada e ser transformada em lata, podendo novamente voltar a ser uma lata
com as mesmas características.

A palavra reciclagem ganhou destaque na mídia a partir do final da década de 80, quando
foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não renováveis estavam se
esgotando rapidamente, e que havia falta de espaço para a disposição de resíduos e de outros
dejetos na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo).

Como disposto acima sobre a diferença entre os conceitos de reciclagem e


reaproveitamento, em alguns casos, não é possível reciclar indefinidamente o material. Isso
acontece, por exemplo, com o papel, que tem algumas de suas propriedades físicas minimizadas
a cada processo de reciclagem, devido ao inevitável encurtamento das fibras de celulose.
Em outros casos, felizmente, isso não acontece. A reciclagem do alumínio, por exemplo,
não acarreta em nenhuma perda de suas propriedades físicas, e esse pode, assim, ser reciclado
continuamente.

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