Você está na página 1de 57

Diagnose de fitobacterioses

CONTEÚDO
1. Diagnose - definição
2. Sintomas e sinais
– Tipos de mancha
• Angular
• Zonada
• Aureolada
• Cuneiforme ou forma de “V”
– Clorose
– Crestamento
– Encharcamento ou anasarca
– Escaldadura
– Estria
– Fasciação
– Galha, hipertrofia ou tumor
– Podridão mole ou maceração
– Talo oco e canela preta
– Sarna
– Cancro
– Morte ou seca das pontas, seca dos ponteiros ou “die back”
– Murcha
3. Diagnose em plantas ou partes infectadas
– Exame macroscópico dos sintomas e sinais
– Exame microscópico da exsudação bacteriana
– Isolamento da bactéria
– Teste de Gram
– Reação de hipersensibilidade – HR
– Teste de patogenicidade
– Identificação do isolado através testes
• Bioquímicos
• Sorológicos
– Técnicas moleculares
• Diagnose – processo de se conhecer uma
doença,

• Fitobactérias podem induzir diferentes sintomas


nas plantas infectadas e em alguns casos
produzir sinais,

• Sintomas e sinais – importantes para


identificação e diagnose
– Cautela
• R. solanacearum, Verticilium e Fusarium – murcha em
solanáceas
• Sintomas • Sinais
– Alterações visíveis no – Evidências de estruturas
do patógeno em órgão da
aspecto da planta planta
doente – ou presença de cheiro
característico

Pus
E. amylovora
X. vesicatoria
Exsudação em gota

Teste do copo
E. amylovora Exsudação bacteriana
R. solanacearum
Diferentes tipos de sintomas
Causado pela mesma bactéria

Queima dos
bordos foliares

Descoloração
vascular
Cancro no caule
Clavibacter michiganensis subsp.
Lesões nos frutos
michiganensis
Diferentes tipos de sintomas
Causado pela mesma bactéria

Canela
preta

Podridão mole

Pectobacterium carotovorum
Talo oco
Típico de bacteriose em plantas

Anasarca Exudação Pus


Congestionamento de água Nuvem de células bacterianas
Mancha
Sintomas

Murcha Cancro Pinta Clorose Des. Vasc.

Crestamento Sarna Ench., Anasarca Podr. mole


Diagnose no campo
• Observação dos sintomas

• Conhecimentos e experiência sobre a cultura

• Quais doenças incidem sobre aquela cultura

• Condições climáticas favoráveis


Tipos de manchas

P.s.tabaci

Angular – limitada pela nervura, necrose Zonada – círculos concêntricas


aspecto polígono irregular

P.s.garcea
Café

Aureolada áreas necróticas


circundadas halo clorótico Cuneiforme ou forma de “V”
Mancha Angular
Pseudomonas sryngae pv. lacrymans –
pepino
Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum
- algodão
Paredes celulares espessas
– Folhas – xilema e as fibras esclerenquimáticas, ricas
em lignina
– Pode restringir a colonização do patógeno
• Interrompe o avanço de bactérias nos tecidos
• Sintomas de manchas angulares
• Patógeno coloniza somente as áreas entre as nervuras
– Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum
Estruturas de defesa histológica
– Camadas de cortiça
• Originam de células formadas a partir do felogênio (tecido
meristemático),
• Impedindo a invasão do patógeno para os tecidos sadios,
• Interrompendo o fluxo de água e nutrientes em direção ao
patógeno e substâncias tóxicas ao hospedeiro
– Tecidos mortos permanecem na planta – lesões necróticas

P. syringae pv. tabaci - fumo


Mancha aureolada
• Áreas necróticas circundadas
por halo clorótico
– Produção de toxinas - bactéria
– Ativação de clorofilases,
– Destruição de clorofila
– Danos aos cloroplastos
– Inibição de fotossíntese,

Pseudomonas syringae pv. garcae – mancha


aureolada do cafeeiro
Mancha e Pinta

Xanthomonas Pseudomonas
vesicatoria syringae pv. tomato
Penetração - estômatos Multiplicação - espaços intercelulares Enzimas-toxinas lesões
Clorose

• Amarelecimento dos órgãos


clorofilados - folhas
– Pseudomonas corrugada –
tomate
• Necrose da medula
Crestamento
• Morte do tecido vegetal dando aparência de
queima

Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli Pseudomonas syringae pv. pisi


Crestamento bacteriano comum do feijoeiro Crestamento bacteriano em ervilha
Encharcamento ou anasarca
• Tecido translúcido devido à expulsão de água
das células da planta infectada p/ espaços
intercelulares

Pseudomonas syringae pv. pisi


Crestamento bacteriano em ervilha Xanthomonas fragariae -
morango
Escaldadura
• Descoramento da epiderme e de tecidos adjacentes
em órgãos aéreos. Seu aspecto visual lembra o órgão
escaldado por água quente

Escaldadura em folhas de cana-de-açúcar infectadas por Xanthomonas


albilineans.
Estria
• Também conhecida como listra, é uma lesão
alongada, estreita, paralela à nervura das
folhas de gramíneas

Estria vermelha em folha de cana-de-açúcar decorrente de infecção


por Acidovorax avenae subsp. avenae
Fasciação
Crescimento anormal de raízes no colo da planta,
- desequilíbrio nos níveis normais de citocininas da planta

Rhodococcus fasciens
Rhizobium rhizogenes
(Agrobacterium rhizogenes) Induz fasciação em gerânio
Galha (Hipertrofia, Tumores)
• Hiperplasia de células de planta em torno de
uma lesão
• Tumores no colo da
planta
Danos ao hospedeiro
• Deficiência mineral,
• Amarelecimento
• Nanismo
Rhizobium vitis Rhizobium
• Desequilíbrio hormonal (Agrobacterium radiobacter (A.
vitis) tumefaciens)
Bactéria de solo, penetração ferimentos
Tumor inducing

Conjugação

aa

A. vitians

Processo de formação de galhas induzidas por Rhizobium radiobacter,


sob a ação dos hormônios auxinas e citocininas
Podridão mole ou maceração
Órgão de reserva
• Frutos
• Bulbos
• Tubérculos
• Rizomas

Pectobacterium

Apodrecimento + odor
Maceração Pectobacterium pectolíticas
Pseudomonas fluorescente
• Pectinases degradam as substâncias pécticas,
α-1,4

Metilpoligalacturonase

Pectina

Trans-eliminase ac.
poligalacturônico

Ac. poligalacturônico

metanol Metilesterase da pectina

Mecanismo de ação de algumas enzimas pectolíticas


Podridão mole ou maceração

Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum - alface e cebola


Podridão mole ou maceração

Odor desagradável, invasão do tecido


por saprófitas

Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum – cenoura e batata


Talo Oco e Canela Preta
Atividade pectolítica – região Colonização da casca – acúmulo de
central, não lenhosa melanina e outros pigmentos escuros

Pectobacterium ssp.
Elevada umidade

Batata

Pectobacteroim atroseptica,
Tomate Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum,
Dickeya chrysanthemi
Sarna
• Áreas rugosas, corticosas e
escuras, tamanho variável,
proliferação anormal das
células da periderme

– Streptomyces spp. – sarna


comum
Cancro

• Lesões alongadas no caule,


profundas – rachaduras
• Bactéria invade a planta e
multiplica nos feixes vasculares
• Colonização estende p/ o
tecido parenquimatoso
• Alterações histológicas,
rachando o caule expondo o
cancro
Cancro da haste tomateiro
Clavibacter michiganensis subsp.
michiganensis
Cancro

Cancro cítrico - Xanthomonas


axonopodis pv.citri Lesões salientes nas duas faces da folha
Morte ou seca das pontas, seca dos
ponteiros ou ‘die back’

Erwinia amylovora
macieira

Galhos sofrem murcha, necrose e morte


Pode ocorrer progressão no sentido descendente – morte da planta
Morte ou seca das pontas, seca dos
ponteiros ou ‘die back’

Xanthomonas axonopodis pv. manihotis - mandioca


Morte ou seca das pontas, seca dos ponteiros
ou ‘die back’

Erwinia psidii - goiabeira


Murcha
• Bloqueio dos vasos do xilema, impedindo
o transporte de água e sais minerais

Murcha em planta de batata e bananeira - Ralstonia solanacearum


(tomate)
Murcha

Pus bacteriano exsudando


de vasos de tubérculos
Ralstonia solanacearum

Xilema infectado, invasão do tecido parenquimatoso que


circula os vasos, resultando em necrose vascular, levando
a murcha.
Murcha

Descoloração pardo-avermelhada
Descoloração vascular na parte do pseudocaule
interna do pseudocaule

Mal do panamá
Ralstonia solanacearum, moko da bananeira Fusarium oxysporium f.sp. cubense
Murcha

Xanthomonas axonopodis pv.manihotis - mandioca


Xylella fastidiosa
Candidatus liberobacter - huanglongbing
Greening

Diaphorina citri
Leifsonia xyli subsp. xyli (raquitismo da
soqueira)

- subdesenvolvimento da planta, que se agrava a cada ciclo -para as


socas subseqüentes.
Diagnose
Diagnose em plantas ou partes de planta
infectada
1. Exame macroscópico dos sintomas e sinais
2. Exame microscópico da exsudação bacteriana
3. Isolamento da bactéria
4. Teste de gram
5. Reação de hipersensibilidade - HR
6. Teste de patogenicidade
7. Identificação do isolado através testes
– Bioquímicos
– Sorológicos
8. Técnicas moleculares
1.Exame macroscópico dos sintomas e
sinais

Pus
Odor
2.Exame microscópico da exsudação bacteriana
Detecção de bactérias em caules

Teste do copo, pode ser


feito no campo
• Ralstonia solanacerum –
murcha bacteriana
• Corte do ramo - na
extremidade do tecido sadio
• Exsudação do pus bacteriano
2.Exame microscópico da exsudação bacteriana
Detecção de bactérias em folhas

Teste de exsudação em
gota
• corte margem da lesão –
fragmento retangular 0,4x0,5 cm
• Coloque 1 gota d´água – lâmina de
microscópio
• cubra lamínula
• visualize ao microscópio de menor
aumento
• Células bacterianas exsudam do
interior do tecido p/ o meio
2.Exame microscópico da exsudação bacteriana
Detecção de bactérias em folhas

• teste de exsudação em gota


• método rápido
• sensível
• Seguro
– Cuidados
• Exsudação de gomas e látex
3.Métodos de isolamento
Absoluta assepsia

Esquema para isolamento de fitobactérias a partir de órgãos vegetais infectados


Semeadura da suspensão de células em meio de cultura
sólido
Semeadura pelo método
de estrias ou riscas
• Alça de repicagem – gota
suspensão

Estrias compostas

Estrias simples
Semeadura da suspensão de células em meio de cultura
sólido

Semeadura pelo método de estrias ou riscas

• Após 24 a 48h
• Colônias individualizadas
• Repicar p/ tubos de
cultura com meio
inclinado
4. Teste de Gram
• Cristal violeta
• Lugol
• Álcool
• Safranina

+ permeável, lipídios dissolvidos

Hans Christian Joachin Gram


1853-1938, médico dinamarquês
5. Reação de hipersensibilidade - HR

Esquema da utilidade do teste de HR para detecção de


colônias fitopatogências em placas de isolamento
5. Reação de hipersensibilidade - HR
Reação rápida – 24h
Localizada
Perda da turgidez
Necrose
6. Teste de patogenicidade
Métodos de inoculação
Atomização
Penetração por estômatos
Métodos de inoculação
Tesouras
• Ferimento
Bibliografia
• Doenças bacterianas das hortaliças – Diagnose e Controle
– Carlos A. Lopes, Alice M. Quezado-Soares
– EMBRPA, Brasília –DF, 1997
• Bactérias fitopatogênicas
– Reginaldo S. Romeiro
– Viçosa, 1995
• Manual de Fitopatologia – Princípios e conceitos – Vol.1
– Bergamin Filho, A. , Kimati, H., Amorim, L.
– São Paulo, 1995
• Manejo de doenças bacterianas
– Ricardo Magela de Souza,
– Textos acadêmicos – UFLA/FAEPE, 1999
– Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” a distância: Manejo de doenças de plantas
• Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética
– Marcio Elias Ferreira, Dario Grattapaglia
– Embrapa, 1998

Você também pode gostar