COMUNICADO

TÉCNICO
FEVEREIRO 2021

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA
AGRICULTURA E PESCA

SECA-DA-MANGUEIRA
A seca-da-mangueira é uma das doenças mais
graves da cultura, que pode provocar a morte da
planta afetada em curto espaço de tempo, se
medidas de controle não forem devidamente
tomadas.

1. O que causa e como é disseminada a doença

Seca-da-mangueira?

É causada por um fungo (Ceratocystis fimbriata Ellis

& Halsted), que pode sobreviver no solo, ramos
secos e em várias espécies vegetais. A disseminação
do fungo é feita por um inseto chamado Broca da
Mangueira (Hypocryphalus mangiferae), comumente
encontrado em todo pomar de manga, sendo a
cultura seu hospedeiro natutral. A broca da mngueira
abre galerias nos galhos das árvores, facilitando a
entrada do fungo causador da doença. É
disseminado, também, através do solo, aderido em
implementos agrícolas, por água de irrigação e
através de mudas levando a doença para outros
pomares e regiões.

2. Quando é que ocorre a doença em maior

intensidade?

As condições climáticas ideais que o favorecem o

desenvolvimento da doença em maior intensidade
são, principalmente, períodos de maior precipitação
(Chuva) e calor.

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3. Como posso identificar uma planta afetada
pela Seca-da-mangueira?
Os sintomas da doença são facilmente
reconhecídos, em virtude do secamento total ou
parcial da copa das árvores. Na parte aérea, a
doença ataca em primeiro lugar os ramos finos,
progredindo em direção ao tronco. Inicialmente, a
coloração verde das folhas da extremidade dos
ramos torna-se mais claro; em seguida ocorre a
queima das margens e do ápice das folhas (ponta
da folha) e, posteriormente, o retorcimento do
limbo foliar (a folha propriamente dita). As folhas
permanecem aderidas ao ramo e só caem após
algum tempo. Com a evolução da doença, há o
secamento de galhos e a contaminação
sucessiva de toda a copa da árvore, através do
ponto de interseção dos galhos (ponto de ligação
dos galhos com o tronco), até que o tronco seja
atingido, acarretando na a morte lenta da planta.
4. Qual a importância dos besouros (broca da
mangueira) para a Seca-da-mangueira?
Como o fungo sozinho é incapaz de penetrar nos
ramos, torna-se necessária a presença de lesões
para que as infecções se desenvolvam, e a
participação de coleobrocas (brocas da
mangueira), sobretudo dos gêneros
Hypocryphalus, Xileborus e Platyphus, é
fundamental. Atraídos pelo odor do fungo, os
besouros são estimulados a perfurar galerias,
inoculando e disseminando o fungo na planta e
no pomar. Observam-se, dos inúmeros orifícios
de aproximadamente 15 mm abertos pelas
coleobrocas, a liberação de tufos cilíndricos de
tecido vegetal (pó de serra) e a exsudação de
uma resina de consistência gomosa, sinal do
ataque dos insetos. Mediante cortes de fora para
dentro, feitos nos pontos onde ocorre a
exsudação de goma, consegue-se em alguns
casos encontrar o local da infecção. Neste ponto,
os tecidos, tanto da casca como do cilindro
central do galho, apresentam-se necrosados
(apodrecidos).
2 desenvolvimento das mangueiras no pomar
5. Quais sintomas são observados quando a
doença começa pelas raízes?
Quando a infecção inicia através das raízes, o
fungo vai progredindo lentamente em direção ao
tronco. Na maioria das vezes, isto acontece sem
que nenhum sintoma seja externado, levando
anos para atingir as bifurcações (divisão de
troncos e galhos). Quando neste estádio,
observa-se a seca de ramos e morte rápida da
planta. Em cortes longitudinais (de uma ponta a
outra) no tronco, também são observadas
manchas escuras no interior do lenho, como
também exsudados gomososs (resina eliminada
pra fora).
6. Qual a importância (gravidade) desta
doença para um pomar?
Sua importância econômica vem aumentando
pela disseminação nos pomares e é ressaltada
pelos prejuízos com morte de milhares de plantas
em plena produção e pela não detecção da
doença desde a fase de mudas, quando
infectadas via sistema radicular.
7. Como se pode controlar a doença?
O controle preventivo mais coerente deve ser
feito com a aplicação de medida de exclusão, ou
seja, com auxílio de medidas legais de Defesa
Vegetal, para impedir que a doença entre em
áreas ou regiões isentas do problema. Como
exemplo de medida de exclusão, recomenda-se
impedir o transporte de mudas produzidas em
locais onde a doença ocorre para locais em que
não ocorre.
8. Existem outras medidas de controle?
Sim. A PRIMEIRA medida de controle da seca-
da-mangueira consiste na utilização de mudas
sadias para a instalação dos novos plantios. Para
tanto as mudas devem ser produzidas no próprio
local, em viveiros, ou serem adquiridas de
viveiristas instalados em regiões
comprovadamente livres da doença. Durante o
deve-se efetuar inspeções periódicas a fim de
eliminar as plantas doentes evitando, desta
maneira, a disseminação do fungo. Os galhos
afetados devem ser eliminados cortando-se os
mesmos a 40 cm (quarenta centímetros) abaixo
da região de contraste (região onde se
diferenciam) dos tecidos sadio/doente,
DEVENDO SER IMEDIATAMENTE
QUEIMADOS. As plantas afetadas, assim como
as vizinhas, devem ser marcadas de maneira a
facilitar sua identificação em inspeções futuras.
As árvores mortas em conseqüência de infecção
iniciada nas raízes, ou aquelas cujo tronco já foi
afetado, DEVEM SER ELIMINADAS e
imediatamente queimadas para não servirem de
fonte de contaminação do pomar.
9. Existe controle químico para a Seca-da-
mangueira?
Não se conhece nenhum fungicida eficiente para
o controle da doença. Em pomares com plantas
na faixa de 4 anos, o pincelamento do tronco até
as primeiras forquilhas com INSETICIDA DE
PENETRAÇÃO (que penetre onde está a praga)
e posterior pincelamento com PASTA CÚPRICA
(ver orientações neste comunicado) nas mesmas
áreas, diminui o aparecimento da doença em
função do controle do vetor (broca da mangueira).
Entretanto para que se obtenha sucesso é
preciso conhecer a época de postura (colocação
do ovos) do inseto.
10. Quais as variedades resistentes à doença
Seca-da-mangueira?
Como a doença pode afetar, inicialmente, as
raízes, deve-se pensar na utilização de
variedades de porta-enxertos resistentes. A
VARIEDADE JASMIM é resistente a um grande
número de raças do patógeno fungo). A
VARIEDADE ESPADA, que apresenta alguma
resistência, origina copas muito altas, sendo uma
desvantagem a sua utilização, além de ter-se
mostrado, juntamente com a Jasmim, suscetível
a uma estirpe do fungo, isolado em Ribeirão
Preto. Alguns autores indicam, para utilização
como porta-enxerto, as cultivares poliembriônicas
MANGA D’ÁGUA, CARABAO, PICO E IAC 102,
resistentes a diversas estirpes do fungo. As3
variedades COPA apresentam resistência
variável de região para região, provavelmente
devido a existência de diferentes raças do
patógeno. As variedades KENT e SENSATION
são resistentes em Campinas, porem em
Jaboticabal, foi registrada suscetibilidade nestas
mesmas cultivares.
11. Qual a importância econômica da broca-
da-mangueira?
Este besouro é o responsável pela transmissão
da seca-da-mangueira, doença causada pelo
fungo Ceratocystis fimbriata. Está doença
provoca a morte do pomar, redução produtiva e
perdas arrecadação para o produtor.
12. Como se efetua o controle da broca-da-
mangueira?
Faz-se a poda dos ramos que apresentam
secamento das folhas e orifício nos ramos e
troncos deixados pelo besouro, seguido de
pulverização ou pincelamento de inseticida à
base de carbaril, associado a um fungicida à base
de cobre.
13. Quais os cuidados devem ser tomados nas
podas das mangueira?
Os galhos devem ser podados 40 cm
(centímetros) abaixo da região onde estão
afetados. Os galhos podados devem ser
imediatamente queimados, de modo que os
besouros nele existentes também sejam
eliminados, evitando-se a disseminação da
doença no campo. As ferramentas usadas na
operação da poda devem ser desinfestadas em
uma solução de hipoclorito de sódio a 2%, e as
partes cortadas protegidas com o pincelamento
de uma pasta cúprica na qual pode-se adicionar
o inseticida carbaril a 0,2% suspensão que que
pode também ser pincelada no tronco da planta a
partir das inserções dos ramos até o solo.
14. Quais os engredientes, como é feita e para
que serve a Calda Cúpria.
Estes produtos devem ser feitos e utilizados
conforme as orientações e indicações a seguir: