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MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS DA

SERINGUEIRA

ALDEMAR DIAS DE ALMEIDA FILHO


MARIA JULIA F. OLIVEIRA
MARIA VITORIA S.S CORREIA
2023
INTRODUÇÃO

A seringueira (Hevea brasiliensis) é originária da região


Amazônica do Brasil e seu subproduto mais importante é
o látex.
Contudo, os níveis elevados de umidade facilitaram a
incidência de enfermidades foliares causadas por fungos,
merecendo destaque especial o mal-das- folhas,
considerada a mais séria enfermidade que vitima a
seringueira no hemisfério ocidental, podendo, por
sucessivos desfolhamentos, causar a morte da planta.
Pesquisas de seringueiras no Brasil tem dado ênfase
as áreas de melhoramento genético e fitopatologia com
objetivo de através de praticas como o manejo integrado
de pragas e doenças controlar esses agentes a níveis
economicamente aceitáveis.
PRINCIPAIS PRAGAS E MEDIDAS DE CONTROLE

• Eliminar colônias de formigas e cupim em seu entorno antes


• Percevejo de Renda da instalação.
• Mandarová da Folha • Viveiros suspensos tem menor probabilidade de ocorrência de
• Mosca Branca pragas considerando que a maioria delas está presente no
• Cochonilha solo.
• Formiga Cortadeira • Controle mecânico que consiste em realizar a catação de
• Cupim ou Térmita lagartas e besouros nas mudas.
• Utilização de armadilhas luminosas.
• Controle químico como inseticidas, que causem menor impacto
a natureza.
• Manter livre de vegetação uma faixa ao redor do viveiro para
evitar que sirva de abrigo para lagartas, moscas, grilos e
outros insetos.
Percevejo de Renda Lagarta do mandarová Mosca Branca

Cochonilha Formiga Cortadeira Cupim ou Térmita


DANOS CAUSADOS NA SERINGUEIRA
Percevejo de Renda: O prejuízo é provocado pelos adultos e ninfas, na face inferior de folhas jovens e madura.
Sugam a seiva, diminuindo o parênquima foliar, provocando o amarelecimento e a senescência precoce das folhas e
lesões que predispõem ao ataque de microrganismos.
Mandarová da Folha: Na seringueira, o mandarová é também considerado uma praga importante, embora de
ocorrência cíclica, em ataques severos. Em função da sua voracidade, a praga pode dizimar por completo um plantio
em poucos dias. No início, as lagartas se alimentam das folhas e ramos novos e, em alta população, destroem as
folhas velhas e as ramificações mais finas.
Mosca Branca: Sucção da seiva que provoca diminuição do vigor, desfolhamento prematuro, murchamento e
manchas cloróticas, pela excreção de substancia açucarada que propicia o crescimento do fungo reduzindo o
potencial fotossintético da planta.
Cochonilha: Seus danos limitam-se a sucção de seiva, em condições favoráveis a infestação pode causar
enfraquecimento da planta e ainda causar o desfolhamento.
Formiga cortadeira: As saúvas e as quenquéns atacam plantios florestais, elas atacam quase todas as espécies de
plantas cultivadas, podendo causar a desfolha total e até a morte, tanto de mudas quanto de árvores adultas. Em
plantios florestais, os maiores prejuízos ocorrem nos dois primeiros anos de implantação, podendo causar a
mortalidade das plantas.
Cupim ou Térmita: Não só atacam madeira em decomposição, como penetram em tecidos íntegros e vivos da
planta.
MAL DAS FOLHAS
Microcyclus ulei é o agente causador do mal das folhas, sendo considerada a principal doença da seringueira. A
severidade da doença provocou o abandono de 75.000 ha de seringais implantados na década de 70 e 80 na Amazônia.
• Danos: O sucessivo ciclo do patógeno na cultura da seringueira pode acarretar o secamento dos terminais de hastes
e galhos, provocando o que chamamos de morte descendente das plantas. Lesões levemente escurecidas são
observadas na face inferior dos folíolos, onde inicia a infecção do fungo. Posteriormente, é possível observar a
esporulação do fungo, apresentando aspecto aveludado e coloração verde-oliva ou cinza-esverdeada. As lesões são
responsáveis por deformações e enrugamento do tecido foliar e podem coalescer, levando à queima ou
encarquilhamento dos folíolos e, consequentemente, a sua queda.
• Controle: É muito difícil conseguir clones aliando resistência horizontal com produtividade, e devido a este problema
tem-se utilizado a enxertia de copa resistente sobre clone de alta produção.
PRINCIPAIS DOENÇAS E SEU MANEJO

• Doenças foliares como: a Antracnose, • Evitar a instalação de seringais em locais de


Requeima, Oídio, Complexo Crosta – topografia acidentada.
Negra; • Instalar aparatos para desviar a chuva do
• Doenças de Tronco como: Cancro do painel.
enxerto e da Casca e Rubelose. • Selecionar clones resistentes
• Doenças do Painel de Sangria como: a • Realizar cirurgias para retirada de porções
Antracnose do Painel, Mofo Cinzento, afetadas da planta.
Cancro estriado do Painel e Seca Painel. • Pulverizações com fungicidas.
• Limpeza e queima de ramos e galhos
As doenças são o resultado da interação de infectados da porção mais baixa da copa
fatores influenciados por um agente causador, • Escape pelo local, ou plantações em áreas
por um patógeno que por sua vez encontra um escapes.
hospedeiro suscetível, para isso boas praticas
• Controle Biológico.
devem ser adotadas como por exemplo.
Antracnose Oídio Crosta Negra

Mofo Cinzento Cancro Estriado Rubelose


DANOS CAUSADOS NA SERINGUEIRA
Antracnose: Nos pecíolos podem-se observar lesões escuras, necróticas e deprimidas. Em condições de ataque
severo, ocorre desfolhamento, morte da gema apical e seca descendente dos ramos.
Requeima: A doença pode afetar a planta na fase de pré e pós-emergência, causando tombamento. Na sementeira,
os sintomas se apresentam em reboleira. Na pré-emergência, o fungo pode penetrar na radícula e no caulículo no
início da germinação.
Oídio: Doença foliar causada pelo fungo Oidium heveae. Os sintomas se caracterizam pelo aparecimento de um
micélio branco que se desenvolve nas duas faces do folíolo e chega a provocar o desfolhamento das plantas quando
o ataque é severo.
Crosta-negra: causa desfolha lenta e progressiva das plantas e, finalmente, reduz a área foliar em até 90%, cerca de
quatro a seis meses após o enfolhamento normal, período em que também se verifica a ação danosa de outras
pragas.
Rubelose: provoca danos severos e morte dos ramos das plantas. As lesões, que possuem um revestimento
esbranquiçado e um aspecto apodrecido, aparecem inicialmente nas forquilhas dos ramos principais. Devido ao
prejuízo provocado nos galhos, as folhas da copa acabam ficando amareladas.
Mofo Cinzento: Aparecem lesões grandes, escuras, com presença de tecido apodrecido. Pode determinar o
apodrecimento de grandes porções da casca e do lenho e o inutilizam para a exploração do látex.
MANEJO DE RESISTÊNCIA
• O uso de estratégias integradas também é
• A resistência é transmitida geneticamente e resulta essencial para o manejo da resistência e, por
de uma ou mais mutações no fungo alvo. Quando consequência, importante na sustentabilidade das
a resistência se torna um problema prático, as tecnologias e no controle das doenças no campo.
mutações geralmente provocam uma alteração no
• Cultivares tolerantes, rotação de culturas, época de
sítio que é alvo bioquímico, fazendo com que a
plantio adequada, manejo nutricional equilibrado,
ligação do fungicida seja menos efetiva, ou até que
etc.
não ocorra. Vários fatores podem favorecer o
aumento da população de fungos resistentes no • Utilizar sempre misturas comerciais formadas por
campo, dentre eles: dois ou mais fungicidas com modos de ação
• distintos.
Uso repetido de um mesmo modo de ação, Uso de
doses em proporções fora da recomendação • Não utilizar mais do que duas aplicações de
técnica, Falha na tecnologia de aplicação, que produtos de mesmo modo de ação em sequências.
reflete na deposição inadequada da dose do • Eliminação de outras plantas hospedeiras ou
produto no alvo. plantas voluntárias é uma medida importante na
• Aplicar o fungicida em doses, volume de calda e redução de inóculo, assim como evitar o plantio de
intervalos de aplicação recomendados em bula soja sobre soja. O objetivo é reduzir a ponte verde
pelo fabricante. para sobrevivência do patógeno.

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