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tireoide

CARACTERÍSTICAS HISTOLOGIA

 Peso: 15g  Endócrina folicular


 Consome 2% DC
 Sintotopia: n. vago
 Produção dos hormônios CALCITONINA e
TIREOIDIANOS (T3 e T4)

 Folículo tiroidiano é a unidade funcional


da glândula

EIXO HIPOTÁLAMO-ADENOHIPÓFISE-TIREOIDE

 Tirócitos (E) + Lúmen (#) + Capilares (*) =


FOLICULO (F)
 Tirócitos se organizam em 1 única camada
com o ápice voltado para o lúmen (#)
 Composição do colóide presente no lúmen
(#): acúmulo de tirosina modificada
(hormônios da tireoide são derivados de aa –
MIT, DIT, T3 e 50% T4) e iodo (alimentação –
estoque dura 2-3m)
 O lúmen (#) é extracelular
 Em geral, os folículos (F) têm o mesmo
tamanho
 Tirócitos são polarizados:
o Ápice: lúmen (extracelular)
o Base: circulação sanguínea
(interstício)

 Hipotálamo libera TRH que estimula


adenohipófise a secretar TSH que estimula
tireoide a secretar T3 e T4 que inibem
liberação de TRH e TSH
BIOSSÍNTESE DOS HTs
 A proteína tireoglobulina é composta por
tirosinas (aa) e é produzida exclusivamente na
tireoide

 Seletividade na iodação das tirosinas da Tg


(sítios específicos): algumas tirosinas
 A priori, HTs são produzidos no lúmen
conseguem “pendurar” iodo formando os
pendurados nas Tgs para depois serem
precursores MIT (monoiodotirosina) e DIT
secretados na circulação (colóide do folículo =
(diiodotirosina)
Tg com penduricalhos)
 MIT + DIT formam T3 (triiodotironina)
 Transportadores de iodo:
 DIT + DIT formam T4 (tetraiodotironina)
NIS (MBL) Transporta iodo contra o
gradiente de concentração do
interstício (sangue) para o
meio intracelular
*Cotransporte 1 I-: 2 Na+

PENDRINA Transporta iodo do meio


 Iodo é componente essencial na biossíntese (APICAL) intracelular para o lúmen
dos HTs e adquirido via alimentação
o Pool: circulação sanguínea  Iodação e acoplamento:
o Colóide: ½ T4
IODAÇÃO ou Iodo sendo pendurado
ORGANIFICAÇÃO nas tirosinas da Tg
(iodo, H2O2 + enzimas
necessárias: TPO,
DUOX2, DUOXA2 –
oxidam iodo para torná-
lo reativo e passível de
acoplar)
ACOPLAMENTO DIT e MIT virando T3
(DIT+MIT) ou T4
(DIT+DIT) nas tirosinas
da Tg
 Aplicação clínica: cintilografia da tireóide por *TPO (tireoide peroxidase) age em ambos os
administração via oral de radioiodo processos
 Bócio: aumento do tamanho da gl.
tireoide
o Endêmico: por carência crônica de
iodo (falta de matéria-prima ->
tentativa de compensar
aumentando TSH -> excesso de
TSH aumenta a proliferação dos
tireócitos -> bócio)
o ⊣ HTs  ⇧ TSH  consumo do
colóide e ⇧ tireócitos

 Secreção dos HTs:


o TSHR é estimulado pela chegada de
TSH indicando baixos níveis de T3/T4
o Estoque de Tg com T3/T4 no colóide é
reabsorvido pelo tireócito
o Intracelularmente, ocorre a proteólise
 Mudanças histológicas no bócio difuso (por
(via fusão com lisossomos) da Tg que
estímulo do TSH):
libera MIT, DIT, T3 e T4
o ⇧ volume global tireóide e folículo
intracelularmente
o T3 (10%) e T4 (90%) passam via MCT8 o ⇧ vascularização e vasodilatação
para a circulação o ⇩ tamanho tireócito
o DEHAL reaproveita iodo dos DIT o ⇩ lúmen do folículo (consumo colóide)
intracelularmente
EMBRIOLOGIA

 Foramen cecum (língua): tecido epitelial


de revestimento que deu origem à
tireoide (tecido epitelial glandular)
 Corpo ultimobranquial: origem das células
C – mistura-se com o parênquima
tireoidiano em formação
 Ducto tiroglosso: liga foramen cecum à
tireóide e é perdido na organogênese

 Macropinocitose (formação de
pseudópodes) do colóide pelo tireócito é
TSH-dependente
 Micropinocitose ocorre mediada por
receptor MEGALIN (que se liga a Tg) e
ocorre em nível basal de TSH
 TSH em níveis elevados estimula a
proliferação da célula folicular
 Diagnóstico: teste do pezinho (dosagem
 FTs: HHEX, TTF1, TTF2, PAX8 (ativa TG e de TSH no papel filtro)
TPO)  Tratamento: deve ser precoce (primeiro
 TSHR: formado na fase pré-folicular mês de vida), pois TSH influencia na
 TG, TPO e NIS sendo produzidos a partir maturação do cérebro e evolução da
da 10ª semana: se a mãe tiver iodo, feto doença pode levar a déficit cognitivo
pode produzir HTs intra-útero
DEFEITOS NA ORGANOGÊNESE

Gene Consequências do defeito genético


TTF1 Agenesia de tireóide e pulmão
TTF2 Tireóide ectópica e disgenesia (falha na
formação)
Fenda palatina
PAX8 Tireóide ectópica e disgenesia (falha na
formação)
 Ectopia lingual da tireóide: tireóide ficou INTERAÇÃO TIREÓIDE-PARATIREÓIDE
no fundo do “v lingual” ao invés de descer
 A interação serve para manter o
metabolismo de cálcio

TIREÓIDE CÉLULA C ou ⊣
PARAFOLICULAR reabsorção
sintetiza óssea e
CALCITONINA ⇩[Ca]sérico
 Persistência do ducto tireogrosso:
manutenção do elo de continuidade entre PARATIREÓIDE sintetiza PTH ⇧[Ca]sérico
os epitélios

DISHORMIOGÊNESES: DEFEITOS NA SÍNTESE DE


HTS

 Mutação em qualquer gene que origine


TPO, Tg, PDS-pendrina, DUOX, DUOXA,
DEHAL, MCT8, NIS, RTSH
 Clinicamente: hipotireoidismo congênito
não-dependente de ingestão de iodo

Hipotireoidismo congênito não-dependente da


ingestão de iodo
 Dishormiogênese neonatal
 90% sem sinais clínicos
o Macroglossia, rosto embotado,
umbigo protruído, retenção de
líquido
 Em alguns espaços interfoliculares: células C
(núcleos grandes e citoplasma abundante)

 Na formação embriológica, as paratireóides


derivam das bolsas branquiais 3 (inferiores) e
4 (superiores) da faringe primitiva e pegam
“carona” na tireóide migrando e não
adentram no parênquima tireoidiano ppd

 Ca2+ deve ter uma [ ]sérica específica: ajuste


fino pela tireóide-paratireóide

⇧[Ca]SÉRICO CT Sg  Matriz óssea


⇩[Ca]SÉRICO PTH Matriz óssea  Sg
PARATIREÓIDE ⇧ Reabsorção Ca rins

 Células principais
o Síntese de PTH
o Possuem CaSR (receptor sensor de
cálcio): ⇩[Ca]sérico  estimula
CaSR  ⇧PTH  ⇧[Ca]sérico
 Células oxífilas
o ⇧ em número com o
envelhecimento
o Abundante de mitocôndrias
hormônios tireoidianos

MECANISMO DE AÇÃO HORMONAL NUCLEAR

 Nuclear/genômico  mRNA  Proteína


 Lenta (de 2 a 24h)
 A tireoide secreta 80% de T4 (pré-pró-  T3 entra no núcleo por poros
hormônio) e 20% de T3 (forma ativa)  TRs ligados ao DNA e específicos p/ T3
o 100% do T4 na circulação é  Resposta sempre de SÍNTESE PROTEÍCA
proveniente da tireoide (ativação ou repressão)
o 80% do T3 na circulação é
proveniente de T4 (ação das
desiodases) e 20% diretamente da
tireoide

 Receptor MCT8:
o Único receptor de HTs na tireoide
(não possui OATP)
o Promove entrada dos HTs nas
células
o Afinidade por T3 e T4
o 10x maior afinidade por T3 do que
por T4  Implicações:
o T3 tem maior efeito biológico o Em neurônios, só age T3 
o T4 é desiodado rapidamente mutação no MCT8 é deletéria
o T4 passa em menor quantidade
 Transporte plasmático: pelo MCT8 (prefere OATP)
o HTs não são lipossolúveis nos o No tireotrofo, T3 age no núcleo
lipídeos de membrana e nem estimulando correpressores e ⇩ SP
hidrossolúvel no plasma de TSH
o HTs são transportados por o Desiodases são ubíquas
proteínas plasmáticas (funções de
transporte e de reserva hormonal)  TRs específicos:
com maior afinidade por T4 o 2 genes
deixando T3 mais livre o Múltiplas isoformas (splicing
 99,975% ligados alternativo)
 0,0025% livres o Formação de dímeros
(homodímeros ou heterodímeros -
Proteínas transportadoras + efetivos)
o Coativadores ou correpressores
TBG Globulina
o Ubíquos
transportadora de HT (⇧
afinidade ao T4)
ALBUMINA ⇩ seletividade (liga HT, TRb1 Adenohipófise,
sexuais, cortisol) hipotálamo
TBPA/TTR Pré-albumina TRb2 Fígado, encéfalo,
transportadora de miocárdio
HT/Transtirretina (T4) TRa1 Miocárdio, fígado, m.
esquelético, osso
TRa2 * Encéfalo, miocárdio
(⇧ fetal)
 Todos TRs possuem uma porção ligada ao  Excesso de HTs pende para vias
DNA e outra que liga T3, com exceção de catabólicas
*TRA2, o qual serve para proteger tecidos  HTs no feto:
contra excesso de T3 no período fetal por o 3 meses de gestação: dependência
⊣ competitiva da ligação de outros do HT materno (neurogênese)
TRs/ação de T3 o >3 meses: HT ( < mãe e > feto) c/
iodo materno
 Mecanismo simplificado: T3 entra no
núcleo por poros  se liga ao seu TR 
formação de monômero (T3-TR-DNA) 
formação de homo ou heterodímeros 
interação com co-ativadores ou co-
repressores  ⇧ ou ⇩ SP

MECANISMO DE AÇÃO HORMONAL NÃO


GENÔMICA

 Receptores membrana/citosol  vias de


sinalização intracelular
 Rápida (de s a min)
 T3 e T4 possuem ações não genômicas
o T4: via ligação com laminina (na MP)
o T3: via ligação com TRs em produção
no citoplasma e ainda não
transportados pro núcleo
 O foco da ação dos HTs é GENÔMICO  as
ações não genômicas culminam no mesmo
efeito final do T3 no tecido quando agindo
genomicamente
o Ex.: T3: ⇧GLUT4  genômica: ⇧síntese
proteica de GLUT4 & não genômica:
desloca GLUT4 para a MP

AÇÕES DOS HTs

EM TODOS OS TECIDOS (TRs ubíquos):


 ⇧METABOLISMO
 ⇧DESENVOLVIMENTO
 ⇧CRESCIMENTO
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA DESIODASES

 Eixo HHT: feedback negativo D1 T4  rT3 (50%) e T3 Tecidos


 Metabolização dos HTs: inativação ⇧Km (50%)
Somente está ativa em
EIXO HHT hipertiroideos (⇧HTs)
D2 T4  T3 (100%) SNC, Placenta,
⇩Km Principal fonte de T3 para TAM, Hipófise
o plasma em eutiroideos (nobres)

D3 T4  rT3 e T3  T2 (sem Tecidos


atividade biológica)
Inativação

 D2 é regulada negativamente pelos HTs:


o ⇧T3: ⇩expressão D2 e
⇧ubiquitinação D2
 HTs podem:
o ⊣ diretamente TSH  A sinalização dos HTs nos tecidos pode
o ⇧ SS  ⊣ TSH e GH estar alterada mesmo em condições
 Cortisol ⊣ TSH séricas normais de HTs via ativação ou
inativação local dos HTs por desiodação
o Ex. se D2 hipofuncionante ⇩T3 pro
METABOLIZAÇÃO DOS HTs tecido = hipotireoidismo no tecido
Conjugação (⇧hidrossolubilidade) 
desaminação/descarboxilação oxidativa CORRELAÇÃO CLÍNICA
(formação de metabólitos de menor afinidade  Hipotireoidismo ou tireoidectomia:
pelos TRs: TETRAC e TRIAC)  clivagem da ligação o Na maioria dos pacientes, a
éter  desiodação (formação de rT3 e T2) monoterapia com reposição de T4
é funcional
o Alguns pacientes não apresentam
melhoras dos sintomas com
reposição de T4  Hipótese: ⇩D2
 Paciente com resposta inadequada ao T4:
o Polimorfismo no gene da DIO2 
retardo mental, baixo QI,
bipolaridade
o T4 chega ao SNC, mas D2 não
converte a T3
o Terapia combinada: T4 + T3
o T3 em ⇩⇩doses p/ ⊣ efeitos
adversos
 Síndrome de Allan-Herndon-Dudley:
o Defeito no MCT8 (entrada de T3)
o Neurônio só expressa MCT8  só
entra T3  distúrbio neurológico
grave se MCT8 mutado
o Tratamento: uso de triac, que
passa pelo MCT8 mutado e tem
efeitos análogos ao T3

FUNÇÃO TIREOIDIANA EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

 Gestação
 Feto
 RN
 Alimentado e jejum
DOENÇAS AGUDAS
 Doenças agudas
 Preservação de energia para recuperação
 ⇩HTs séricos e ⇧rT3 sérico
FETO
 Hipotálamo/hipófise: ⇧D2 e ⇩D3
 Até 16ª semana: T3 e T4 da mãe via
 Fígado e m. esquelético: ⇩D1,MCT8 e ⇧D3
placenta
 Macrófago: ⇧MCT8, D2
 Após 16ª semana: maturação do eixo HHT,
com produção fetal própria de HTs e
dependência de iodo materno

GESTAÇÃO
 No 1º trimestre, ⇧bHCG agindo
promiscuamente sobre rTSH leva a ⇩TSH e
⇧T4 livre (normal)
 Após o desenvolvimento da placenta
(⇩bHCG): ⇧estrógenos  ⇧t1/2 TBG 
⇧T3/T4 total  ⇩T4 livre  ⇧TSH
 Grávidas devem ingerir 250mg de iodo/dia
(100mg a mais que o normal)

ALIMENTAÇÃO E JEJUM
 T3 e T4  ⇧ gasto energético
 Jejum: ⇧D1 no fígado (⇩T3) e ⇧D2 no SNC
(⊣ TSH)
o TSH: 0,1 mIU/L (0,4-4,5)

o A função tireoidiana está


provavelmente normal
(eutireoidismo)

casos clínicos e exercícios

 AÇÃO DOS HTs


o Resulta em ativação do tecido
adiposo marrom (BAT) com
aumento da termogênese 1. Hipertireoidismo
o Seus receptores apresentam a. Graves
classicamente os seguintes 2. Hipotireoidismo
domínios: de ligação ao DNA, de a. Tireoidite de Hashimoto
dimerização, de ligação ao 3. Hipertireoidismo c/ TSH ⇧
hormônio e transativação
 BÓCIO
o Aumento do número de células
foliculares
o Diminuição do volume de coloide
o Aumento do número de capilares
sanguíneos
 EMBRIOLOGIA
o O local de origem da glândula
tiroide é reconhecido como
foramen cecum
o A tiroide do feto responde ao
estímulo de TSH e sintetiza
tiroxina
o Mutação no gene NKX2 (TTF-1) e
no gene PAX8 são causas de
defeito na organogênese da
tiroide
 HTS e regulação
o Para avaliar a função tireoidiana
(hiper ou hipotireoidismo
primário) o mais importante é
mensurar o TSH na circulação
o Na tireoide, uma mutação que
ocasione um ganho de função da
proteína Gs ocasiona proliferação
celular e aumento na captação de
iodo
 Gestante de 30 anos, com 11 semanas de
gestação
o T4 total: 13,1 mcg/dL (4,5-12)

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