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INTRODUÇÃO
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As células foliculares compõem os chamados folículos tireoideanos. Estes
folículos são as unidades funcionais da tireoide responsáveis por produzir,
armazenar e liberar os hormônios tireoideanos. Eles são constituídos por um
conjunto de células epiteliais (células foliculares) que ficam dispostas na periferia
ao redor de uma grande cavidade central composta de glicoproteínas, chamada
de coloide. Uma das principais proteínas presentes no coloide é Tireoglobulina
(Tg), que possui papel fundamental na síntese e no armazenamento dos
hormônios tireoideanos, como veremos adiante.
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REGULAÇÃO DA SÍNTESE, ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO DOS
HORMÔNIOS TIREOIDEANOS
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ETAPAS DA PRODUÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS
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No passado, foi descoberta a importância da ingestão de iodo para a
síntese endógena dos hormônios tireoideanos. Em regiões em que as pessoas
tinham uma baixa ingestão deste mineral, ocorria uma condição clínica chamada
de Bócio, caracterizada por um crescimento anormal da glândula tireoide que
trazia diversos prejuízos para a saúde. Além disso, as crianças que tinham esta
condição também apresentavam um retardo no seu desenvolvimento. A
existência deste cenário contribuiu para que fossem instituídas políticas públicas
visando a adição de iodo no sal de cozinha na forma de iodeto de sódio. Esta
prática visava a erradicação do bócio e as demais complicações geradas pela
deficiência de produção dos hormônios tireoideanos.
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Depois de ser captado para o interior das células foliculares, o íon iodeto
precisa ser direcionado para a região do coloide, pois é neste local onde será
utilizado de fato para a produção de T3 e T4. Para isso, as células foliculares
contam com a presença de um transportador de ânions que se encontra na
membrana apical, chamado de Pendrina. A Pendrina é responsável por fazer o
transporte de íons iodeto para a região do coloide.
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maneira endógena. É nos resíduos de tirosina que os átomos de iodo são
incorporados durante a formação dos hormônios tireoideanos.
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Até este momento, foram descritas todas as etapas que estão envolvidas
na síntese e armazenamento dos hormônios tireoideanos. Agora, é necessário
compreender como ocorre a liberação destes hormônios da tireoide para a
corrente sanguínea.
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O primeiro evento relacionado a liberação dos hormônios T3 e T4 para a
circulação envolve a ocorrência de um processo de endocitose das vesículas
que estão presentes no coloide que contém Tireoglobulina no seu interior. Estas
vesículas são recaptadas para o interior das células foliculares a partir de
projeções da membrana apical das células foliculares. Este processo é
estimulado por meio da ligação do TSH com o seu receptor.
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TRANSPORTE DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS NA
CIRCULAÇÃO
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MECANISMO DE AÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS
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regulando a transcrição de genes. A ligação dos hormônios T3 e T4 leva ao
recrutamento de coativadores específicos, resultando na ativação dos genes e,
posteriormente, na síntese de proteínas.
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desenvolvimento do sistema nervoso central e desenvolvimento ósseo em
crianças.
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Os hormônios T3 e T4 também aumentam a utilização dos processos
dependentes do consumo de ATP, um exemplo disso é a influência na transcrição
da bomba de sódio e potássio (Na+ /K+ ATPase) que está presente nas
membranas celulares. Esta ação também explica parcialmente o aumento do
consumo de oxigênio e da taxa metabólica de repouso que é gerado por
influência destes hormônios.
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USO NO ESPORTE VISANDO QUEIMA DE GORDURA
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Com relação às características farmacológicas, a levotiroxina possui um
tempo de meia-vida longo, em torno de 7 dias. Por esse motivo, este fármaco
necessita ser administrado apenas uma vez ao dia e a omissão de um
comprimido diário não afeta o tratamento de forma significativa. É recomendado
que sua administração seja feita pela manhã em jejum. As dosagens visando
tratamento do hipotireoidismo costumam ficar na proporção de 1,6 a 1,8 mcg/kg,
que geralmente correspondem a faixas de 75 a 200 mcg/dia.
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onde costuma-se iniciar com doses de 12,5 a 25 mcg/dia e aumenta-se a cada
1 ou 2 semanas até dosagens de 75 a 100 mcg/dia.
O primeiro dos prejuízos que pode ser mencionado é que o uso destes
hormônios em dosagens elevadas pode levar a um quadro de tireotoxicose,
caracterizado por colaterais como fadiga, apetite aumentado, intolerância ao
calor, sudorese, diarreia, hiperatividade, nervosismo, insônia, tremores,
palpitações, arritmias, aumento da pressão arterial e insuficiência cardíaca. Se
os tireoideanos estiverem sendo utilizados em conjunto com outros
termogênicos ou estimulantes, estes colaterais podem ser ainda mais
agravados.
CONCLUSÃO
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em níveis adequados é fundamental para garantir um bom funcionamento do
organismo, pois quadros que geram sua deficiência ou hipersecreção costumam
trazer incontáveis prejuízos para a saúde. A utilização destes hormônios dentro
do esporte, principalmente no Bodybuilding, é uma prática antiga que visa
potencializar o processo de queima de gordura. Apesar de serem potentes
agentes termogênicos, sua utilização para fins estéticos traz diversos colaterais
e um processo de rebote quando o seu uso é interrompido.
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REFERÊNCIAS
DAVIS, P., Goglia, F. & Leonard, J. Nongenomic actions of thyroid hormone. Nat
Rev Endocrinol 12, 111–121 (2016).
GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª
ed., 2017. -MENAKER, L.
Sinha, R., Singh, B. & Yen, P. Direct effects of thyroid hormones on hepatic lipid
metabolism. Nat Rev Endocrinol 14, 259–269 (2018).
https://www.steroidal.com/fat-loss-agents/cytomel-t3/
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