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All content following this page was uploaded by Rafael Salomão da Silva on 26 September 2022.
O monossacarídeo é uma molécula orgânica formada por um aldeído (A) ou cetona (B),
ligado a uma cadeia de hidrocarbonetos (CH) e várias moléculas de hidroxilas (OH). Abaixo ire
representa essa estrutura. Imagine um lego, onde cada peça encaixa-se umas as outras. A
estrutura do monossacarídeo é similar. Por exemplo, para construir meu monossacarídeo ire
precisar da primeira peça do lego, que pode ser um o aldeído ou cetona. Usarei o aldeído como
exemplo:
Esse é um aldeído, observe que ele é formado por uma carbonila C=O ligado ao H. O
aldeído também pode ser representado por sua fórmula empírica (CHO). Agora vamos encaixar
a peça aldeído a segunda peça, formada por uma cadeia linear e não ramificada de
hidrocarboneto. Essa representação é baseada na fórmula da projeção de Fischer.
22
O
C
H
H C
H H
H C
H
H C H
H H
H
H
Assim teremos as duas peças unidas, o aldeído ligado a cadeia de hidrocarboneto.
O Aldeído
C
H
H C
H H Cadeia não
H C ramificada de
H hidrocarbonetos
H C
H
H
H
Por fim, irei encaixar a última peça do lego, na estrutura acima. Estas serão moléculas de
hidroxila, representado por OH. Desta forma, teremos uma molécula de monossacarídeo.
O
C
H
H C OH
H H HH
H C H
OH
H
H C OH
H
H
H
Este monossacarídeo é formado por um esqueleto de 4 átomos de carbono, unidos entre
si por ligações covalentes simples. Como esse monossacarídeo possuí um aldeído em sua
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extremidade, o monossacarídeo é uma aldose. Da mesma maneira, se o monossacarídeo for
formado por uma cetona (estrutura abaixo), o monossacarídeo é uma cetose.
H
H C OH
C O
H
H C OH
H
H C OH
H
H
H
Triose = 3 carbonos
Tetrose = 4 carbonos
Pentose = 5 carbonos
Hexoses = 6 Carbonos
Heptoses = 7 Carbonos
Por exemplo, a estrutura abaixo pode ser classificada como uma tetrose (4 carbonos).
Esta classificação tanto pode acontecer em estruturas de monossacarídeo que apresentam um
aldeído (aldoses) ou cetona (cetose). Neste caso, temos uma aldosetetrose. Vale lembrar que as
hexoses, que incluem as aldohexoses D-glicose e cetoexose D-frutose, são os monossacarídeos
mais comuns na natureza.
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O
C
H
H C OH
H H HH
H C H
OH
H
H C OH
H
H
H
Além desta classificação, é importante destacar que os monossacarídeos, com exceção
do diidroxiacetona, contêm pelo menos um ou mais carbonos assimétricos (quiral), e assim,
ocorrem em formas isoméricas opticamente ativas. Tá, mas, como posso entender essa
informação? E qual a relevância desta informação? A resposta é “toda”!. E eu vou explicar um
dos motivos, do porque essa informação é tão relevante. Mas, primeiros temos que relembrar
sobre isomeria espacial.
A isomeria espacial diz respeito a estereoisomeria, que conduz ao aluno, a entender que
por exemplo, essa aldotetrose apresentam átomos ligados na mesma ordem, mas cuja orientação
espacial é diferente. Essa propriedade, permite, por exemplo, que essa molécula tenha
comportamentos biológicos diferentes. Assim, supomos que a Forma A liga-se a uma
determinada enzima, que ativa sua função catalítica, em contrapartida, a forma B, não liga-se a
mesma enzima em questão. Irei explicar, de forma visual. Imagine que a aldotetrose tenham duas
formas de arranjos espaciais, a forma A e B.
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As duas formas são possíveis, graças a presença de carbonos quirais. Estes carbonos
quirais apresentam, três ou quatro grupos substituintes diferentes. Na Forma A ou B, há dois
carbonos quirais. O carbono quiral C2. Obs. Os carbonos da estrutura são numerados a partir da
extremidade mais próxima ao grupo carbonil
Grupo substituinte 1
1
3
Grupo substituinte 3
4
Observe que o carbono C2 apresenta 4 grupos substituintes, que diferem entre si. Logo,
podemos concluir que o C2 é quiral, e permite desviar a luz polarizada, tanto para a direita, como
esquerda. Na isomeria espacial do tipo óptica. Carbonos quirais (assimétricos), permitem com
que a luz polarizada (esteja em um plano) sofra um desvio angular para a direita (ângulo positivo),
ou esquerda (ângulo negativo). Logo o carbono quiral C2 contêm um carbono assimétrico, e
portanto, ocorre em forma isoméricas ativas, sendo um dos centros quirais presente nessa
molécula (podem ter vários centro quirais, isso depende da quantidade de carbonos assimétricos
que a molécula possua, por exemplo nesta molécula, além do C2 o C3 também é quiral), e assim
tem dois isômeros opticamente diferentes para C2, ou seja, enantiômeros e dois para C3.
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Para calcular a quantidade de estereoisômeros existente nesta molécula, ou em qualquer
outra molécula orgânica, pode ser usada a fórmula 2n, onde n é o número de carbonos quirais
presentes na molécula. Neste caso, existem carbonos quirais (, ou centros quirais, tanto faz mano,
o bagulho é o mesmo, e é louco, tá ligado) quirais C2 e C3. Logo, n = 2, logo 22 = 4
estereoisômeros. Ou seja, existe 4 moléculas ativas, com posições espaciais diferentes, e eu vou
mostrar para vocês a 4 possibilidades.
1 1 1
1
2 2 2
2
3 3 3
3
4 4 4
4
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L-Gliceraldeído D-Gliceraldeído
Comparando o padrão com a molécula, podemos afirmar que essa molécula é L.
L-Gliceraldeído L-Molécula
Agora comparando o padrão com essa molécula, podemos afirmar que essa molécula é
D.
D-Gliceraldeído D-Molécula
Esse mesmo raciocínio é utilizado para as cetoses, tendo como padrão o Di-hidroxicetona.
Um fato importante é que, nos organismos vivos, a maioria das hexoses são isômeros D. Por fim,
a imagem abaixo (Fig 1 e 2) mostrará todos os monossacarídeos D aldoses e cetoses que possuam
de 3 a 6 carbonos, em sua estrutura.
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D-Glicose D-Galactose
Esse mesmo raciocínio é utilizado para as cetoses, tendo como padrão o Di-hidroxicetona.
Um fato importante é que, nos organismos vivos, a maioria das hexoses são isômeros D. Por fim,
a imagem abaixo mostrará todos os monossacarídeos D aldoses e cetoses que possuam de 3 a
6 carbonos, em sua estrutura.
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Figura 2. Monossacarídeos do tipo Cetoses
Trata-se da representação
Da D-ribulose
Você observou até aqui, a representação dos monossacarídeos através de uma cadeia
aberta. Essa é a forma mais didática para representa-los. Porém, em meio aquoso, os
monossacarídeos tendem a formarem cadeias fechadas, também conhecidas como cíclicas. Esse
evento acontece principalmente em monossacarídeos com 4 carbonos (aldotetrodes) e todos os
monossacarídeos com 5 ou mais carbonos. A formação dessa estrutura cíclica, ou seja, em forma
de anel (conhecido como hemicetais - cetose, ou hemiacetais -aldose) é resultado da reação
química (Ver figura 5), que ocorre, naturalmente entre o grupo carbonila do carbono C1 (aldose)
ou C2 (cetose) com o oxigênio da hidroxila presente no carbono C5, ou C6 (cetose-hexose) da
cadeia. O resultado dessa reação produz um composto cíclico com 4 carbonos (furanose) ou 5
carbonos (denominado piranose) (Figura 3). Essa representação em traços, denominadas de
fórmulas em perspectiva de Haworth é mais comum para estruturas fechadas
O C5 O
C4 C1
C1
C4
C3 C2 C2
C3
Furanose Piranose
30
Figura 3. Monossacarídeo cíclico
Tanto a furanose como piranose apresentam um carbono anomêrico (C1), como também
configurações estereoisoméricas α e β. Na α o grupo OH do carbono anomêrico está voltado
para baixo (Figura 4 a), na β, para cima (Figura 4b).
OH
OH
HH
HH
H
H
α -Furanose α -Piranose
OH OH
HH HH
H H
H H
H H
β -Furanose β -Piranose
Figura 5. Reação para a formação cíclica do tipo α e β para uma aldose (ex. glicose)
Figura 6. Reação para a formação cíclica do tipo α e β para uma cetose (ex. frutose)
1
6 1
6
2
1
5 5 2
3
4
4 2 4 3
3
5
31
6
Lembrando que, as posições da OH, na forma cíclica, para cima ou para baixo, depende
da forma como está posicionada a OH na projeção de Fisher. A regra é o seguinte. Se a OH
estiver na direita da projeção de Fisher, na fórmula cíclica por perspectiva, a OH está para baixo,
se na esquerda, para cima. Veja como funciona na prática. Observe as estruturas, a aberta
representa a projeção de Fisher, a fechada a perspectiva de Haworth
C6
C5 O
C1
C4
C3 C2
Fisher Haworth
Vamos escolher o carbono C3, na estrutura de Fisher, quando projetamos esse carbono na
estrutura de perspectiva da cadeia fechada, a Hidroxila ficara para baixo, pois ela está na direita.
C6
C5 O
C1
C4 H
H
C3 C2
OH
HH
H
Mas, se a hidroxila estiver para a esquerda, como no caso do carbono C4, da projeção de
fisher, a hidroxila, será representada para cima, na fórmula de perspectiva, em uma cadeia cíclica.
32
C6
C5 O
OH
C1
HH
C4
H
H
H C3 C2
Desta forma, podemos construir a estrutura cíclica, com as Hidroxilas (OH), seguindo essa
regra, ficando desta maneira; lembrando que para o C1, anomêrico, a representação dependerá
da sua estereoisoméricas, nas configurações α e β. Na alfa o ataque da OH, do carbono 5 ocorre
por trás da carbonila, C1 na Beta pela frente do carbono da carbonil
H
H
OH
HH
H
Configuração α
33
Figura 7. Reação para a formação cíclica do tipo α e β para uma aldose (ex. glicose)
Derivados de açúcares
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Diante disto, podemos notar que os monossacarídeos podem ser oxidados por agentes
oxidantes (Cu2+). Monossacarídeos que reduzem o íon cobre são denominados açúcares
redutores.
Por definição são açúcares formados por dois monossacarídeos unidos covalentemente
por ligação O-glicosídica. Quimicamente, a ligação glicosídica é uma reação de condensação
(perda de água) entre uma hidroxila (OH) de um monossacarídeo com um OH de um carbono
anomêrico de outro monossacarídeo. A ligação glicosídica pode ser O ou N-glicosídica. Caso das
ligações O-glicosídicas, o carbono anomérico está ligado a um átomo de oxigénio, enquanto que
nas N-glicosídicas, está ligado a um átomo de azoto
Ligação O-
glicosídica
Extremindade
redutora
Os polissacarídeos são polímeros com alto peso molecular, sem massa molecular definida,
formados por várias unidades de monossacarídeos repetidas. Podem ser lineares ou ramificados,
homopolissacarídeos (contém apenas um tipo de monômero, exemplo; amido, glicogênio,
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celulose, quitina) ou heteropolissacarídeos (contém mais
de um tipo de monômero, exemplo; peptideoglicano).
37
glicogênio é um polímero de subunidades de glicose ligadas por ligações (α1→4), com ligações (
α1→6) nas ramificações; o glicogênio, porém, é mais ramificado (em média a cada 8 a 12 resíduos)
e mais compacto do que o amido. São abundantes no fígado, em forma de grânulos,
armazenados nas células hepatócitos, como também no músculo esquelético. Esses grânulos são
insolúveis em água, tornando sua molaridade menor que a glicose monomérica. Apresentam
enzimas que degradam seu polímero, liberando glicose para o corpo. Essas enzimas atuam na
extremidade não redutor.
38
glicosaminoglicano. Formado por dissacarídeos, sendo um deles, obrigatoriamente, o N-
acetilglicosamina ou N-acetilgalactosamina; o outro, na maioria dos casos é um ácido urônico (
ou D-glicurônico ou L-idurônico). Exemplos podem ser citados desta variação
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Apresar de presos ao cerne proteico, os sindecanos e glipicanos podem ser clivados, por
mecanismos regulatórios, através de proteases e fosfolipase liberando essas moléculas no espaço
extracelular. Esse processo permite que a célula altere sua superfície e são importantes em células
em proliferação, reconhecimento e adesão intracelular e diferenciação celular. Proteínas podem
ligar a domínios de glicosaminoglicanos, presentes nos proteoglicanos, servindo como receptor
de proteínas. Essa ligação permite modular a interação; alterando a conformação nas proteínas,
intensificação da interação proteína-proteína, interação com correceptores e servem como
atração de moléculas positivamente carregadas (lipase protéica)
Além disto, alguns proteoglicanos podem formar agregados proteoglicanos com muitas
proteínas centrais, todas ligadas a uma única molécula de ácido hialurônico. Do ácido hialurônico
partem várias proteínas centrais agregana, a partir de pontos conhecidos como proteínas de
ligação. Ligadas as proteínas centrais estão os sulfatos de condroitina e queratana-sulfato. Essa
estrutura quando ligada a colágenos contribui para o desenvolvimento, resistência, tensão e
elasticidade do tecido conectivo. Outros agregados podem existir, como por exemplo, o que
ocorre entre as células e a matriz extracelular. Essa associação entre células e MEC é mediada por
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proteínas de membrana (integrina) e por proteínas extracelulares (fibronectina, que tem sitio de
ligação tanto para a integrina quanto para proteoglicano. Essa associação está intimamente ligada
a fibras de colágeno e fibronectina.
Por fim temos os glicolipídeos e gangliosídeos são lipídeos anfipáticos, contendo uma
porção hidrofílica, geralmente referida como grupo cabeça polar (PHG - "polar head group") que
é composta por unidades de carboidratos, de onde origina seu nome. Como exemplo dessa
classe de carboidratos podemos citar a gliceroglicolipídeos que são glicolipídeos formados por
monossacarídeos ou oligossacarídeos ligados à uma hidroxila presente na unidade de glicerol.
Duas outras hidroxilas da molécula de glicerol são geralmente esterificadas por duas cadeias de
ácidos graxo de tamanho variável, embora possam ser encontrados com apenas uma ácido graxo
(liso-glicolipídeos). Exemplos de gliceroglicolipídeos são galactolipídeos e sulfonolipídeos
presentes nos vegetais. Temos também os glicoesfingolipídeos podem ser formados por
monossacarídeos ou oligossacarídeos ligados à uma base de cadeia longa (LCB - "long chain
base"), conhecida como esfingosina, (daí o nome do grupo) geralmente formada por 18 átomos
de carbono, embora existam variações estruturais. Os carbonos 1 e 3 da esfingosina apresentam
grupos hidroxila, enquanto o carbono 2 apresenta um grupo amina. À hidroxila do carbono 1 são
ligados os mono- ou oligossacarídeos, enquanto um ácido graxo é ligado ao grupo amina
(formando uma ligação amida). Glicoesfingolipídeos estão relacionados com o sistema sanguíneo
ABO. E não tão menos importantes os lipopolissacarídeos são as moléculas dominantes da
superfície da membrana externa de bactérias gram-negativas, como Escherichia coli e Salmonella
typhimurium. Essas moléculas são o alvo primordial dos anticorpos produzidos pelo sistema
imune dos vertebrados em resposta a uma infecção bacteriana
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