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Carboidratos
Figura 7.2
Exemplos de glicídeo do tipo aldose
(A) e do tipo cetose (B).
84 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrier
A. lsômeros e epímeros
Carbono 4 da
Os compostos que contêm a mesma fórmula química, mas estruturas dife-
rentes, são denominados isômeros. Por exemplo, frutose, glicose, manose
e galactose são todos isômeros um do outro, ou seja, apresentam a mesma
CH2 0 H fórmula quím ica, C6 H120 6 . Se dois monossacarídeos diferem na sua con-
figuração ao redor de apenas um determinado átomo de carbono (com
exceção do carbono da carbonila, veja "anômeros", a seguir), eles são defi-
nidos como epímeros um do outro. (Eles também são isômeros, é claro!)
Por exemplo, a glicose e a galactose são epímeros em C-4 - suas estru-
OH Ligação OH
glicosidlca tu ras diferem somente na posição do grupo -OH no átomo de carbono 4.
(Nota: Nos açúcares, a numeração dos carbonos inicia na extremidade que
Lactose: galactosil-(3(1 .-,4)-glicose contém o carbono da carbon ila, isto é, o grupo aldeído ou cetona [Figura
7.4].) A glicose e a manose são epímeros em C-2. A galactose e a manose,
entretanto, NÃO são epímeros - eles diferem na posição do grupo -OH em
Figura 7.3 dois átomos de carbono (2 e 4) e são, portanto, definidos somente como
Uma ligação glicosídica entre duas isômeros (veja a Figura 7.4).
hexoses produzindo um dissacarídeo.
B. Enantiômeros
Um tipo especial de isomeria é observado em pares de estruturas que são
imagens uma da outra no espelho. Essas imagens especulares são deno-
CHO minadas enantiômeros, e os dois membros do par são designados como
=-l
I
HCOH o- e L-açúcares (Figura 7.5). Em seres humanos, a grande maioria dos açú-
I
HOCH cares é do tipo o-açúcares.
Galactose
HO-ÇH
HCOH C. Ciclização de monossacarídeos
I
CH 2 0 H
Menos de 1% de cada monossacarídeo com cinco ou mais átomos de car-
Epímeros em C-4 bonos ocorre na forma de cadeia aberta (acíclica) . Ao contrário, eles são
encontrados predominantemente na forma de anel, na qual o grupo aldeído
'CHO } (ou cetona) reagiu com um grupo álcool da mesma molécula.
H-•c- OH +- h
I
HO -"C - H 1. Carbono anômero. A formação de um anel resulta na criação de
Glicose
H- 'C- OH um carbono anômero no carbono 1 de uma aldose, ou no carbono
1
H - •C-OH 2 de uma cetose. Essas estruturas são designadas configurações
I
' CH 2 0H
a ou dos açúcares, por exemplo, a -o-glicose e (Figura
7 .6). Esses dois glicídeos são ambos moléculas de glicose, mas e les
Epímeros em C-2 são anômeros um do outro. As enzimas são capazes de distinguir
l
entre essas duas estruturas e utilizam uma de las preferencialmente.
CHO
Por exemplo, o glicogênio é sintetizado a partir da a -o-glicopiranose,
HO-CH lsômeros
I enquanto a celulose é sintetizada a partir da Os
Manose anômeros cíclicos a e de um glicídeo em solução estão em equilíbrio
HCOH um com o outro e podem ser espontaneamente interconvertidos (um
I
HCOH processo denominado mutarrotação, veja a Figura 7.6).
I
CH2 0H
2. Glicídeos redutores. Se o átomo de oxigênio do ca rbono anômero
(o grupo carbonila) de um glicídeo não está ligado a qualquer outra
estrutura, esse glicídeo é um glicídeo redutor. Ele pode reagir com rea-
yH 2 0H} gentes químicos (por exemplo, a solução de Benedict) e reduzir o com-
C =O ponente reativo, enquanto seu carbono anômero torna-se oxidado.
I
CH2 0 H
D. Carboidratos complexos
Figura 7.4 Os carboidratos podem unir-se por ligações glicosídicas a estruturas que
Epímeros em C-2 e em C-4 e um não são carboidratos, como purinas e pirimidinas (como as ligações encon-
isômero da glicose.
Bioquímica Ilustrada 85
N - C - CH 2
A. A digestão dos carboidratos inicia na boca
-l
Os principais polissacarídeos da dieta são de origem animal (gl icogênio)
a
e vegetal (amido, composto de amilose e amilopectina). Durante a mas-
tigação, a a-amilase salivar atua brevemente sobre o amido da dieta, de
maneira aleatória, hidrolisando algumas ligações a(1--74). (Nota: Existem OH + HO -CH2
H
na natureza ambas as endoglicosidases, a[1 e f3[1 mas os huma- Açúcar Seri na
nos não produzem nem secretam esta última nos sucos digestivos. Dessa
forma, eles são incapazes de digerir a celulose - um carboidrato de origem H20
, l
:1 Cadela
polirptídica
vegetal que contém ligações glicosídicas entre seus resíduos de
glicose.) Uma vez que tanto o glicogênio quanto a amilopectina são rami-
ficados - eles também contêm ligações a( 1 - os produtos da digestão
resultantes da ação da a.-amilase contêm uma mistura de moléculas de oli-
gossacarídeos ramificados menores (Figura 7.9). A digestão dos carboidra-
tos cessa temporariamente enquanto o alimento está no estômago, porque
a elevada acidez inativa a a -amilase salivar. Figura 7.7
Glicosídeos: exemplos de ligações N-
glicosídicas e 0-glicosídicas.
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0-JC)
pancreáticas ocorre no intestino delgado
Quando o conteúdo ácido do estômago atinge o intestino delgado, ele é
rH,O
Glioo_,,
neutralizado pelo bicarbonato secretado pelo pâncreas, e a (J..-amilase pan-
creática continua o processo de digestão do amido.
O Ho H
OH HO
C. Digestão final dos carboidratos pelas enzimas sintetizadas pelas
células mucosas intestinais
O processo final da digestão ocorre no epitélio mucoso do jejuno superior,
diminuindo à medida que os produtos seguem ao longo do intestino del-
gado, e inclui a ação de várias dissacaridases e oligossacaridases (Figura
Figura 7.8 7. 10). Por exemplo, a isomaltase rompe a ligação da isomaltose, e
Hidrólise de uma ligação glicosídica. a maltase hidrolisa a maltose, ambas produzindo glicose; a sacarase hidra-
lisa a sacarose, produzindo glicose e frutose, e a Jactase ([3 -ga/actosidase)
hidrolisa a lactose, produzindo galactose e glicose. Essas enzimas são
secretadas pelo lado luminal da membrana em forma de escova das células
da mucosa intestinal e permanecem associadas a essa membrana.
t
Lactose
norte-ame ricanos são heterozigotos para essa deficiência. O t rata- Sacarose
Os monossacarídeos (glicídeos simples) que contêm um grupo aldeído são Fig ura 7.10
denominados aldoses, e aqueles com um grupo cetona são chamados cetoses . Digestão dos carboidratos.
Os dissacarídeos, os oligossacarídeos e os polissacarídeos consistem em
monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Compostos com a mesma
fórmula química são chamados isô meros. Se dois monossacarídeos isômeros
diferem na configuração em torno de um determinado átomo de carbono (com
exceção do carbono da carbonila), eles são definidos como epímeros um do
outro. Se um par de glicídeos são imagens especulares um do outro (enantiôme-
ros), os dois membros do par são designados como o- e L-açúcares. Quando um
glicídeo cicliza, é criado um carbono anômero a partir do grupo aldeído de uma Lactose
aldose ou do grupo cetona de uma cetose. Esse carbono pode ter duas configu-
rações, a. ou Se o oxigênio do carbono anômero não estiver ligado a qualquer
t
Galactose
outra estrutura, esse glicídeo é um glicídeo redutor. Um glicídeo com seu car- +
Glicose
bono anômero ligado a outra estrutura é chamado um resíduo glicosil. Glicídeos
podem ligar-se a grupos -NH 2 ou -OH, produzindo N- ou 0-glicosídeos. A cx-
amilase salivar atua sobre o amido da dieta (glicogênio, amilose, amilopectina),
produzindo o ligossacarídeos. A cx-amilase pancreát ica continua o processo Lactose
de digestão do amido. O processo final ocorre no epitélio mucoso do intestino !
BACTÉRIAS
delgado. Várias dissacaridases (por exemplo, lactase [Jl-galactosidase], saca-
rase, maltase e isomaltase) produzem monossacarídeos (glicose, galactose
e frutose). Essas enzimas são secretadas pelas células da mucosa intestinal
Metabólilos
de 2 carbonos
/1/ 2
C0 2 Metabólltos
e permanecem associadas com o lado lu minal da membrana em forma de
escova . A absorção dos monossacarídeos requer transportadores específicos.
Se a degradação do carboidrato é deficiente (como resu ltado de hereditariedade,
doença intestinal, má-nutrição ou drogas que danificam a mucosa do intestino DISTENÇÃO ABDOMINAL
delgado), os carboidratos não-digeridos irão passar para o intestino grosso, onde DIARRÉIA
DESIDRATAÇÃO
podem causar diarréia osmótica. A fermentação bacteriana desses compostos
produz grande volume de C02 e gás H2 , causando cólicas abdominais, diarréia
e flatulência. A intolerância à lactose, causada pela deficiência ou ausência da Figura 7.11
lactase, é, sem dúvida, a mais comum dessas deficiências. Metabolismo anormal da lactose.
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Monossacarídeos
Podem ser classificados como
I
Carbono anômero
que contém
+
Dissacarídeos
quando classificado como Por exemplo:
Sacarose=
glicose + fru tose
Lactose=
galactose + glicose
Maltose =
o glícídeo é c/assíflcado como glicose + glicose
I Oligossacarídeos )
Polissacarídeos
I
podem ser
I
f
Lineares Ramificados
Por exemplo: amido Por exemplo: glicogênio
Figura 7.12
Mapa de conceitos-chave para a estrutura dos monossacarídeos.