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Introdução aos

Carboidratos

I. VISÃO GERAL Nomes genéricos Exemplos


3 carbonos: trioses Gliceraldeído
Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes na natureza. Eles 4 carbonos: tetroses Eritrose
possuem uma grande variedade de funções, as quais incluem o fornecimento 5 carbonos: pentoses Ribose
de uma fração significativa da energia na dieta da maioria dos organismos e 6 carbonos: hexoses Glicose
7 carbonos: heptoses Sedoeptulose
a atuação como uma forma de armazenamento de energia no corpo e como
9 carbonos: nonoses Ácido neuramínico
componentes da membrana celular, mediando algumas formas de comunicação
intracelular. Os carboidratos também servem como componentes estruturais de
muitos organismos, incluindo a parede celular de bactérias, o exoesqueleto de
Figura 7.1
muitos insetos e as fibras de celu lose das plantas. A fórmu la empírica para mui-
Exemplos de monossacarídeos
tos dos carboidratos mais simples é (CHP)n, daí o nome "hidratos de carbono".
encontrados em humanos,
classificados de acordo com o
11. CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA número de carbonos que contêm.
DOS CARBOIDRATOS

Os monossacarídeos (açúcares simples) podem ser classificados de acordo


com o número de átomos de carbono que contêm . Exemplos de alguns monos-
sacarídeos comumente encontrados em humanos estão listados na Figura 7 .1.
Os carboidratos com um aldeído como seu grupo funcional mais oxidado são
denominados aldoses, enquanto aqueles com um grupo cetona como seu
grupo funcional mais oxidado são chamados cetoses (Figura 7.2). Por exem-
plo, o gliceraldeído é uma aldose, enquanto a diidroxiacetona é uma cetose.
Os carboidratos que apresentam um grupo carbonila livre recebem o sufixo • Grupo
"-ose". (Nota: As cetoses [com algumas exceções, como, por exemplo, a frutose] • cetona
recebem duas letras adicionais no seu sufixo; "-ulose", como, por exemplo, xilu-
lose.) Os monossacarídeos podem ligar-se por ligações glicosídicas, criando
estruturas maiores (Figura 7.3). Os dissacarídeos contêm duas unidades de ÇH20H
monossacarídeos, os oligossacarídeos contêm cerca de 3 a 12 unidades C =O
I
de monossacarídeos e os polissacarídeos contêm mais de 12 unidades de CH20H CH20H
monossacarídeos, podendo chegar a centenas de unidades de açúcares em Gliceraldeído Diidroxiacetona
sua estrutura.

Figura 7.2
Exemplos de glicídeo do tipo aldose
(A) e do tipo cetose (B).
84 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrier

A. lsômeros e epímeros
Carbono 4 da
Os compostos que contêm a mesma fórmula química, mas estruturas dife-
rentes, são denominados isômeros. Por exemplo, frutose, glicose, manose
e galactose são todos isômeros um do outro, ou seja, apresentam a mesma
CH2 0 H fórmula quím ica, C6 H120 6 . Se dois monossacarídeos diferem na sua con-
figuração ao redor de apenas um determinado átomo de carbono (com
exceção do carbono da carbonila, veja "anômeros", a seguir), eles são defi-
nidos como epímeros um do outro. (Eles também são isômeros, é claro!)
Por exemplo, a glicose e a galactose são epímeros em C-4 - suas estru-
OH Ligação OH
glicosidlca tu ras diferem somente na posição do grupo -OH no átomo de carbono 4.
(Nota: Nos açúcares, a numeração dos carbonos inicia na extremidade que
Lactose: galactosil-(3(1 .-,4)-glicose contém o carbono da carbon ila, isto é, o grupo aldeído ou cetona [Figura
7.4].) A glicose e a manose são epímeros em C-2. A galactose e a manose,
entretanto, NÃO são epímeros - eles diferem na posição do grupo -OH em
Figura 7.3 dois átomos de carbono (2 e 4) e são, portanto, definidos somente como
Uma ligação glicosídica entre duas isômeros (veja a Figura 7.4).
hexoses produzindo um dissacarídeo.

B. Enantiômeros
Um tipo especial de isomeria é observado em pares de estruturas que são
imagens uma da outra no espelho. Essas imagens especulares são deno-
CHO minadas enantiômeros, e os dois membros do par são designados como

=-l
I
HCOH o- e L-açúcares (Figura 7.5). Em seres humanos, a grande maioria dos açú-
I
HOCH cares é do tipo o-açúcares.
Galactose
HO-ÇH
HCOH C. Ciclização de monossacarídeos
I

CH 2 0 H
Menos de 1% de cada monossacarídeo com cinco ou mais átomos de car-
Epímeros em C-4 bonos ocorre na forma de cadeia aberta (acíclica) . Ao contrário, eles são
encontrados predominantemente na forma de anel, na qual o grupo aldeído
'CHO } (ou cetona) reagiu com um grupo álcool da mesma molécula.
H-•c- OH +- h
I
HO -"C - H 1. Carbono anômero. A formação de um anel resulta na criação de
Glicose
H- 'C- OH um carbono anômero no carbono 1 de uma aldose, ou no carbono
1
H - •C-OH 2 de uma cetose. Essas estruturas são designadas configurações
I
' CH 2 0H
a ou dos açúcares, por exemplo, a -o-glicose e (Figura
7 .6). Esses dois glicídeos são ambos moléculas de glicose, mas e les
Epímeros em C-2 são anômeros um do outro. As enzimas são capazes de distinguir

l
entre essas duas estruturas e utilizam uma de las preferencialmente.
CHO
Por exemplo, o glicogênio é sintetizado a partir da a -o-glicopiranose,
HO-CH lsômeros
I enquanto a celulose é sintetizada a partir da Os
Manose anômeros cíclicos a e de um glicídeo em solução estão em equilíbrio
HCOH um com o outro e podem ser espontaneamente interconvertidos (um
I
HCOH processo denominado mutarrotação, veja a Figura 7.6).
I

CH2 0H
2. Glicídeos redutores. Se o átomo de oxigênio do ca rbono anômero
(o grupo carbonila) de um glicídeo não está ligado a qualquer outra
estrutura, esse glicídeo é um glicídeo redutor. Ele pode reagir com rea-
yH 2 0H} gentes químicos (por exemplo, a solução de Benedict) e reduzir o com-
C =O ponente reativo, enquanto seu carbono anômero torna-se oxidado.
I

Frutose HO- C- H (Nota: Somente o estado do oxigênio no carbono anômero determina


I
H -C - OH se o glicídeo é redutor ou não-redutor - os demais grupos hidroxila da
I
H C-OH molécu la não estão envolvidos.)
I

CH2 0 H
D. Carboidratos complexos

Figura 7.4 Os carboidratos podem unir-se por ligações glicosídicas a estruturas que
Epímeros em C-2 e em C-4 e um não são carboidratos, como purinas e pirimidinas (como as ligações encon-
isômero da glicose.
Bioquímica Ilustrada 85

tradas em ácidos nucleicos), anéis aromáticos (tais como em esteróides e


na bilirrubina), proteínas (encontradas em glicoproteínas e glicosaminogli-
canos) e lipídeos (em glicolipídeos). A aldose, cujo carbono 1 (ou cetose,
cujo carbono 2) participa da ligação glicosídica, é chamada de resíduo
glicosil. Por exemplo, se o carbono anômero da glicose participa de tal
ligação, esse glicídeo é denominado um resíduo glicosil; assim, o dissaca-
rídeo lactose (veja a Figura 7.3) é uma galactosil-glicose.

1. 0-Giicosídeos e N-Giicosídeos. Se o grupo na molécula que não é


carboidrato, à qual o glicídeo está ligado, é um grupo -OH, a estrutura
é um 0 -glicosídeo. Se o grupo é um grupo - NH2 , a estrutura é um N-
glicosídeo (Figura 7.7). (Nota: Todas as ligações glicosídicas glicídeo-
glicídeo são do tipo 0-.)
Figura 7 .5
2. Denominação das ligações glicosídicas. As ligações glicosídicas Enantiômeros (imagens especulares)
entre glicídeos são designadas de acordo com o número dos carbonos da glicose.
que estabelecem a conexão e também em função da posição do grupo
hidroxila no carbono anômero do glicídeo envolvido na ligação. Se esse
grupo hidroxila do carbono anômero está na configuração a , a ligação HO , ,H H, , QH
é uma ligação oo. Se o grupo estiver na configuração a ligação é uma
ligação lactose, por exemplo, é sintetizada pela formação de uma H-6-oH J H-6-oH J
I I I

ligação glicosídica entre o carbono 1 de uma B-galactose e o carbono O +t HO-C( - H +!" O


H-C-OH H-C-OH H-C-OH
4 da glicose. A ligação é, dessa forma, uma ligação glicosídica I > >
H-C H-C -OH H-C
(veja a Figura 7.3). (Nota: Como a extremidade anômera do resíduo de I I >

H-C - OH H-C-OH H-C - OH


glicose não está envolvida na ligação glicosídica, ela (e, dessa forma, a H
I I
H
I
H
lactose) permanece sendo um glicídeo redutor.) Jl-O·Giico- o-Glicose a -D·Giico·
piranose piranose

III. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS


Figura 7.6
Os principais sítios de digestão dos carboidratos da dieta são a boca e o lúmen A interconversão das formas
intestinal. Essa digestão é rápida e geralmente está completa no momento em anômeras a e B da glicose
que o conteúdo estomacal atinge a junção entre duodeno e jejuno. Há poucos (mutarrotação).
monossacarídeos presentes em dietas de origem mista, animal e vegetal. Por-
tanto, as enzimas necessárias para a degradação da maioria dos carboidratos
da dieta são principalmente dissacaridases e endoglicosidases (que quebram
aH + â - cH2-J
oligossacarídeos e polissacarídeos). A hidrólise de ligações glicos ídicas é NH2
catalisada por uma família de glicosidases que degrada carboidratos em seus Açúcar Aspar agina
glicídeos redutores componentes (Figura 7.8). Essas enzimas em geral são
específicas para a estrutura e a configuração do resíduo glicosil a ser removido,
t
Cadeia

bem como para o tipo de ligação a ser hidrolisada. OH eptfdlca

N - C - CH 2
A. A digestão dos carboidratos inicia na boca

-l
Os principais polissacarídeos da dieta são de origem animal (gl icogênio)

a
e vegetal (amido, composto de amilose e amilopectina). Durante a mas-
tigação, a a-amilase salivar atua brevemente sobre o amido da dieta, de
maneira aleatória, hidrolisando algumas ligações a(1--74). (Nota: Existem OH + HO -CH2
H
na natureza ambas as endoglicosidases, a[1 e f3[1 mas os huma- Açúcar Seri na

nos não produzem nem secretam esta última nos sucos digestivos. Dessa
forma, eles são incapazes de digerir a celulose - um carboidrato de origem H20
, l
:1 Cadela
polirptídica
vegetal que contém ligações glicosídicas entre seus resíduos de
glicose.) Uma vez que tanto o glicogênio quanto a amilopectina são rami-
ficados - eles também contêm ligações a( 1 - os produtos da digestão
resultantes da ação da a.-amilase contêm uma mistura de moléculas de oli-
gossacarídeos ramificados menores (Figura 7.9). A digestão dos carboidra-
tos cessa temporariamente enquanto o alimento está no estômago, porque
a elevada acidez inativa a a -amilase salivar. Figura 7.7
Glicosídeos: exemplos de ligações N-
glicosídicas e 0-glicosídicas.
86 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrier

B. A digestão subseqüente dos carboidratos pelas enzimas

0-JC)
pancreáticas ocorre no intestino delgado
Quando o conteúdo ácido do estômago atinge o intestino delgado, ele é

rH,O
Glioo_,,
neutralizado pelo bicarbonato secretado pelo pâncreas, e a (J..-amilase pan-
creática continua o processo de digestão do amido.

O Ho H
OH HO
C. Digestão final dos carboidratos pelas enzimas sintetizadas pelas
células mucosas intestinais
O processo final da digestão ocorre no epitélio mucoso do jejuno superior,
diminuindo à medida que os produtos seguem ao longo do intestino del-
gado, e inclui a ação de várias dissacaridases e oligossacaridases (Figura
Figura 7.8 7. 10). Por exemplo, a isomaltase rompe a ligação da isomaltose, e
Hidrólise de uma ligação glicosídica. a maltase hidrolisa a maltose, ambas produzindo glicose; a sacarase hidra-
lisa a sacarose, produzindo glicose e frutose, e a Jactase ([3 -ga/actosidase)
hidrolisa a lactose, produzindo galactose e glicose. Essas enzimas são
secretadas pelo lado luminal da membrana em forma de escova das células
da mucosa intestinal e permanecem associadas a essa membrana.

D. Absorção dos monossacarídeos pelas células da mucosa do


intestino
O duodeno e o jejuno superior absorvem a maior parte dos glicídeos da
dieta. A captação de glicose pelas células intestinais não requer insulina.
Entretanto, diferentes glicídeos são absorvidos por meio de diferentes
mecanismos. Por exemplo, a galactose e a glicose são transportadas para
o interior das células mucosas por um processo ativo, que requer energia,
envolvendo uma proteína transportadora específica e necessitando de uma
captação concomitante de íons sódio. A absorção de frutose requer um
transportador de monossacarídeo independente de sódio (GLUT-5). Todos
os três monossacarídeos são transportados das células mucosas intesti-
Parte de uma nais para a circulação porta por outro transportador, o GLUT-2. (Veja a pág.
molécula de glicogênio
95 para uma discussão desses transportadores.)
a-Amilase
E. Degradação anormal de dissacarídeos
Todo o processo de digestão e absorção dos carboidratos é tão eficiente
em indivíduos saudáveis que, normalmente, todo o carboidrato digerível da
dieta é absorvido no momento em que o material ingerido atinge o baixo
jejuno. Entretanto, devido à predominante absorção de monossacarídeos,
qualquer defeito na atividade de determinada dissacaridase da mucosa
intestinal causa a passagem do carboidrato não-digerido para o intestino
grosso. Como conseqüência da presença desse material asmaticamente
Malto-oligossacarideo
(principalmente maltotri ose) ativo, a água flui da mucosa para o intestino grosso, causando diarréia
osmótica. Isso é reforçado pela fermentação bacteriana dos carboidratos
remanescentes, produzindo compostos de dois ou três carbonos (os quais
Oligossacarídeo também são asmaticamente ativos), além de grande volume de C02 e gás
H2 , causando cólicas abdominais, diarréia e flatulência.

1. Deficiência de enzimas digestivas. Deficiências hereditárias de


determinadas dissacaridases têm sido relatadas em bebês e crianças
com intolerância a dissacarídeos. As alterações na degradação das
dissacaridases também podem ser causadas por uma variedade de
doenças intestinais, má-nutrição ou drogas que danificam a mucosa do
intestino delgado. Por exemplo, as enzimas da membrana em forma de
Figura 7.9 escova são rapidamente perdidas em indivíduos normais com diarréia
Degradação do glicogênio da grave, causando uma deficiência enzimática adqu irida e temporária.
dieta pela (J..-amilase salivar ou Assim, pacientes que sofrem ou estão se recuperando de tais doenças
pancreática.
Bioquimica Ilustrada 87

não podem beber ou comer quantidades significativas de produtos deri-


vados do leite ou sacarose sem exacerbar a diarréia. Dextri nas do amido
lsomaltose
2. Intolerância à lact ose. Mais da metade dos adultos do mundo são into- Maltose
Lactose
lerantes à lactose (Figura 7.11 ). Isso se manifesta particularmente em Sacarose
certas raças. Por exemplo, até 90% dos adultos com ascendência africana Celulose
ou asiática são deficientes em lactase e, dessa forma, são menos capazes
de metabolizar lactose que os indivíduos originários do norte da Europa. O
O baixo pH
mecanismo pelo qual a enzima é perdida não é claro, mas é determinado faz c essar
geneticamente e representa uma redução na quantidade da proteína enzi- a ação da
a-ami lase salivar
mática, mais do que uma enzima modificada e inativa. O tratamento para
esse distúrbio é simplesmente a remoção da lactose da dieta, ou ingerir a
/actase em forma de pílulas antes de comer. a-Amilase
pancreática

3. Deficiência d e iso maltase-sacarase. Essa deficiência enzimática


Para o lsomaltose
resulta na intolerância à sacarose ingerida. Esse distúrbio é encontrado FÍGADO Maltose
em cerca de 10% dos esquimós da Groenlândia, enquanto 2% dos

t
Lactose
norte-ame ricanos são heterozigotos para essa deficiência. O t rata- Sacarose

mento é a remoção da sacarose da dieta.


Circulação
porta
4. Diagnóstico. A identificação de determinada deficiência enzimática pode Enzim as ligadas à
membrana das c élula
ser real izada pelo desempenho em testes de tolerância oral ao dissa- !f-L-- - - , da mucosa:
carídeo. A medida de gás hidrogênio no hálito é um teste confiável para (isomaltase
determinar a quantidade de carboidrato ingerido e não-absorvido pelo maltase
lactase
organismo, mas metabolizado pela flora intestinal (veja a Figura 7.1 1). sacarase)

IV. RESUMO DO CAPÍTULO Cel ulose

Os monossacarídeos (glicídeos simples) que contêm um grupo aldeído são Fig ura 7.10
denominados aldoses, e aqueles com um grupo cetona são chamados cetoses . Digestão dos carboidratos.
Os dissacarídeos, os oligossacarídeos e os polissacarídeos consistem em
monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Compostos com a mesma
fórmula química são chamados isô meros. Se dois monossacarídeos isômeros
diferem na configuração em torno de um determinado átomo de carbono (com
exceção do carbono da carbonila), eles são definidos como epímeros um do
outro. Se um par de glicídeos são imagens especulares um do outro (enantiôme-
ros), os dois membros do par são designados como o- e L-açúcares. Quando um
glicídeo cicliza, é criado um carbono anômero a partir do grupo aldeído de uma Lactose

aldose ou do grupo cetona de uma cetose. Esse carbono pode ter duas configu-
rações, a. ou Se o oxigênio do carbono anômero não estiver ligado a qualquer
t
Galactose
outra estrutura, esse glicídeo é um glicídeo redutor. Um glicídeo com seu car- +
Glicose
bono anômero ligado a outra estrutura é chamado um resíduo glicosil. Glicídeos
podem ligar-se a grupos -NH 2 ou -OH, produzindo N- ou 0-glicosídeos. A cx-
amilase salivar atua sobre o amido da dieta (glicogênio, amilose, amilopectina),
produzindo o ligossacarídeos. A cx-amilase pancreát ica continua o processo Lactose
de digestão do amido. O processo final ocorre no epitélio mucoso do intestino !
BACTÉRIAS
delgado. Várias dissacaridases (por exemplo, lactase [Jl-galactosidase], saca-
rase, maltase e isomaltase) produzem monossacarídeos (glicose, galactose
e frutose). Essas enzimas são secretadas pelas células da mucosa intestinal
Metabólilos
de 2 carbonos
/1/ 2
C0 2 Metabólltos
e permanecem associadas com o lado lu minal da membrana em forma de
escova . A absorção dos monossacarídeos requer transportadores específicos.
Se a degradação do carboidrato é deficiente (como resu ltado de hereditariedade,
doença intestinal, má-nutrição ou drogas que danificam a mucosa do intestino DISTENÇÃO ABDOMINAL
delgado), os carboidratos não-digeridos irão passar para o intestino grosso, onde DIARRÉIA
DESIDRATAÇÃO
podem causar diarréia osmótica. A fermentação bacteriana desses compostos
produz grande volume de C02 e gás H2 , causando cólicas abdominais, diarréia
e flatulência. A intolerância à lactose, causada pela deficiência ou ausência da Figura 7.11
lactase, é, sem dúvida, a mais comum dessas deficiências. Metabolismo anormal da lactose.
88 Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrier

Monossacarídeos
Podem ser classificados como
I

____ L[____ _JJ [L ____


__ __ __ [L ___
quando contêm quando contêm quando apresentam quando quando são
t t t t
Diferem na Imagens especulares
configuração ao um do outro
redor de um
determinado
Podem cic/izar, produzindo um átomo de carbono
t podem ligar·se para formar

Carbono anômero

que contém

+
Dissacarídeos
quando classificado como Por exemplo:
Sacarose=
glicose + fru tose
Lactose=
galactose + glicose
Maltose =
o glícídeo é c/assíflcado como glicose + glicose

I Oligossacarídeos )

Polissacarídeos
I
podem ser
I
f
Lineares Ramificados
Por exemplo: amido Por exemplo: glicogênio

Figura 7.12
Mapa de conceitos-chave para a estrutura dos monossacarídeos.

Questão para Estudo

Escolha a ÚNICA resposta correta.

7.1 Um homem negro jovem foi ao consultório do seu médico


qu e ixando-se de distensão abdominal e d iarréia . O Resposta correta = E. Os sintomas físicos sugerem a deficiên-
cia em uma enzima responsável pela degradação de carboidra-
paciente apresentava olheiras fundas e o médico notou
tos. Os sintomas observados após a ingestão de derivados do
sina is de desidratação. A temperatura do paciente estava
leite sugerem que o paciente é deficiente em lactase.
normal. Ele explicou que o episódio ocorreu após uma
festa de aniversário, na qual ele participou de um concurso
de ingestão de sorvet e. O paciente relatou episódios ante-
riores de natureza similar após a ingestão de q uantidades
significativas de derivados do leite. Este quadro clínico é
mais provavelmente devido a uma deficiência de:
A. o:-amilase salivar;
8. isomaltase ;
C. o:-amilase pancreática;
D. sacarase;
E. lactase.

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