Você está na página 1de 20

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA LICENCIATURA

Ana Beatriz Lanaro e Helena Köche Nunes Cruz

Relatório de Estágio Supervisionado III

Trabalho final da disciplina MEN7047 - Estágio


Supervisionado III

Orientadora de Estágio: Profª Ma. Érica Dias

Florianópolis - SC

2023
Sumário

1. Introdução.............................................................................................................................3
1.1 Fundamentação teórica:..................................................................................................3
1.2 Contexto escolar:............................................................................................................3
2. Descrição e discussão........................................................................................................... 4
3. Considerações finais............................................................................................................. 6
4. Referências............................................................................................................................ 8
5. Apêndices e anexos............................................................................................................... 9
1. Introdução

1.1 Fundamentação teórica:

O momento de estágio é de extrema importância na formação docente, uma vez que


este possibilita a experiência na realidade da escola, saindo de cenários hipotéticos e entrando
em um real. De acordo com Alves, Sanchez e Magalhães (2013), o objetivo de um estágio é,
de fato, beneficiar a relação entre a teoria estudada e a prática docente, já que somente
experienciando a teoria é que esta gera sentido para o futuro professor.
Além disso, o período de estágio é o momento em que o licenciando é levado a uma
reflexão sobre a formação que está recebendo (Almeida, 1994). Para isso, França (2005)
afirma que:
O aluno estagiário precisa viver a escola em toda a sua amplitude, agora não mais
como aluno, mas sim, direcionando seu olhar como futuro professor para que possa
compreender e situar-se nesse contexto educativo de forma a demonstrar
competência profissional e compromisso ético para com a sua futura profissão
(FRANÇA, 2005, p. 03).
Sendo assim, a presença do aluno estagiário na escola é essencial. Ao passo que este
ambiente é a realidade do que se aprende na formação docente, onde é possível aprender a
lidar com os imprevistos e outras situações do espaço educativo, a escola é o maior local de
aprendizagem referente à docência (Botelho, 2018).
Ademais, durante um estágio supervisionado há a presença de um professor
supervisor e um coordenador pedagógico. Esses têm o papel de contribuir com os
planejamentos e reflexões dos estagiários, além de supervisionar sua prática docente.
Segundo Libâneo (2001), a função da coordenadoria pedagógica durante o estágio é de
extrema importância, visto que busca dar assistência pedagógico-didática aos estagiários para
administrar as situações de aprendizagem mais adequadas às necessidades dos educandos.

1.2 Contexto escolar:

O presente estágio foi realizado no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC),


localizado no centro de Florianópolis. A instituição possui uma organização estruturada com
os seguintes órgãos: Direção Geral; Assessorias da Direção Geral; Diretoria de Ensino,
Pesquisa e Extensão; Departamento Acadêmico de Linguagem, Tecnologia, Educação e
Ciência - DALTEC; Diretoria de Administração; Órgãos Colegiados. Além disso, a Diretoria
de Ensino, Pesquisa e Extensão é subdividida em: Coordenadorias de vinculação direta à
Diretoria; Estrutura dos Departamentos Acadêmicos; Conselhos de Ensino.
Este campus do IFSC oferta cinco cursos técnicos integrados, ou seja, a serem
realizados concomitantemente com o ensino médio na mesma instituição, os quais são:
edificações, eletrotécnica, eletrônica, química e saneamento. Dessa maneira, possui
laboratórios equipados para o estudo da ciência de cada curso.
Ademais, a instituição utiliza o ambiente virtual Sistema Integrado de Gestão de
Atividades Acadêmicas, SIGAA. A plataforma tem recursos para inserção de arquivos,
vídeos, links, entre outros, e funcionalidade para realização de matrículas e rematrículas,
trancamento e cancelamento de componentes curriculares, além de gerar o boletim e histórico
escolar dos estudantes.

2. Descrição e discussão

Nosso estágio se estendeu por 10 horas/aula (h/a) de 55 minutos, durante 5 semanas.


As aulas ocorreram nas quintas-feiras, das 7h30 às 9h20, ou seja, aconteciam como aulas
faixa, e foram separadas em duas partes: regência compartilhada (4h/a) e docência (6h/a).
Durante a primeira parte, nós não ministramos as aulas, mas auxiliamos o professor a tirar
dúvidas dos alunos e realizar exercícios durante as atividades. Já na segunda parte,
ministramos inteiramente as aulas sobre o conteúdo de isomeria de compostos orgânicos.
Em mais detalhes, as duas primeiras aulas foram realizadas no laboratório. Com uma
prática demonstrativa, o professor primeiramente explicou sobre a miscibilidade do etanol em
água e em gasolina e depois sobre o funcionamento do bafômetro. Nós realizamos um
exercício junto aos alunos no final da aula que consistiu em descobrir o número de oxidação
de cada elemento na reação de oxirredução que acontece no bafômetro. As outras duas aulas
de regência compartilhada aconteceram dentro da sala de aula, com uma explicação
expositiva do professor a respeito das funções nitrogenadas; nossa parte se desenvolveu
durante a atividade final, enquanto os alunos montavam os modelos moleculares, nós os
auxiliamos com suas dúvidas.
Agora, a respeito do período de docência, separamos o conteúdo de isomeria em três
partes: isomeria plana, isomeria geométrica e isomeria óptica. Cada parte ocupou 2 h/a e
foram desenvolvidas como aulas expositivas.
A primeira parte teve um primeiro momento de problematização sobre o fato da
existência de isômeros enquanto foram projetadas fórmulas moleculares de compostos
orgânicos e pedido para os estudantes desenharem suas possíveis fórmulas estruturais. Na
sequência, as professoras ensinaram os conceitos de isomeria plana, a qual é dividida em três
categorias: de cadeia, de posição e de função. Esta parte foi intercalada com exercícios
resolvidos no quadro pelos próprios estudantes, com a ajuda das discentes. Por fim, com o
intuito de aprofundar o conhecimento, foi aplicado um quiz pela plataforma Kahoot, com oito
questões, as quais englobaram os conteúdos da aula de maneira aleatória. Os erros e acertos
foram comentados ao passo que as professoras explicavam as respostas e tiravam as dúvidas
dos estudantes.
A segunda parte teve início com a problematização a respeito da rotação das ligações
e de como a ligação dupla não rotaciona. Este momento foi consolidado com a montagem de
modelos moleculares ao passo que as professoras explicaram os conceitos a serem
problematizados. Com isso, foi apresentada a isomeria em alcenos e depois em cicloalcanos.
Da mesma maneira que na primeira aula, as explicações de cada conceito foram intercaladas
com exercícios. Ao final da aula, os modelos moleculares foram trazidos mais uma vez; os
alunos, em duplas, escolheram uma fórmula molecular dentre as separadas pelas professoras
e então montaram seus isômeros cis e trans. Após isso, os alunos trocaram os modelos entre
si e o objetivo da dupla era de representá-los por desenho.
Por último, a terceira parte trouxe a problematização a respeito do carbono
assimétrico no começo. Este momento foi exemplificado com o uso de modelos moleculares
ao passo que as professoras explicavam os conceitos. Então foi apresentado o conceito de
isomeria óptica e dos enantiômeros; depois foi explicado a relação com a luz polarizada e,
por fim, a relação dos substituintes e a nomenclatura. Ao final das explicações dos conceitos,
foram resolvidos alguns exercícios em conjunto com os alunos. No final da aula, foi passada
uma atividade que consistiu na elaboração de um mapa conceitual sobre o conteúdo de
isomeria. Com isso, nossas atividades foram finalizadas.
Em retrospecto, ao analisar nossa experiência, percebemos que tivemos poucas
dificuldades. Uma delas foi a pouca experiência com o conteúdo de isomeria, já que nunca
havíamos lecionado sobre o mesmo, por isso teve momentos em que tivemos um pouco de
insegurança durante a explicação. Além disso, durante nossa primeira aula da docência, o
tempo foi um problema e o quiz Kahoot acabou uns dois minutos após o final da aula, por
sorte, os alunos estavam bastante engajados e continuaram a participar. Por fim, na última
aula, a Helena estava doente, o que dificultou sua oratória; foi algo inusitado que não
esperávamos, por isso tivemos que nos adaptar, deixando as maiores falas para a Ana Beatriz.
Felizmente, os alunos eram bem compreensíveis e nos ajudavam com o
desenvolvimento da aula. Acreditamos que a participação deles foi muito boa, conforme o
esperado para o estereótipo de aluno do instituto federal; eles colaboraram e se envolveram
durante as atividades do quiz e dos modelos moleculares. Também se manifestaram quando
nós pedimos para alguém resolver o exercício no quadro e, dessa forma, ficaram mais
entrosados com a aula.
Entretanto, há algumas considerações que levaremos em conta nas próximas vezes
que estivermos diante de uma sala de aula como professoras. A primeira delas é estar mais
atenta com os slides, já que deixamos alguns erros passar despercebidos e isso pode
influenciar na aprendizagem do aluno. Também, para a aula ser mais fluída, colocaríamos os
exercícios nos slides, para não perdermos tempo copiando eles no quadro. Por fim, o que
mais nos chamou atenção foi a insegurança e como é muito necessário se preparar cada vez
mais para dominar o conteúdo.
Porém, ainda com essas dificuldades, ficamos muito satisfeitas com a nossa
experiência. Sentimos que os alunos aprenderam e que fizemos o melhor que podíamos
naquele cenário. Com isso, o estágio foi de extrema importância para nos desenvolvermos
cada vez mais como profissionais.

3. Considerações finais

Ana Beatriz:
Com esse período de estágio, sinto que tive grande desenvolvimento profissional. É
completamente diferente planejar uma aula e aplicá-la, por isso, ter experiências nas escolas é
extremamente fundamental.
Acredito que a dinâmica de ter um período de regência compartilhada antes da
docência foi algo muito benéfico para nossa performance dentro da sala de aula, uma vez que
não “caímos de paraquedas” na turma e tivemos tempo para, ao menos, nos familiarizarmos
com eles. Isso me mostrou que realmente cada turma se comporta de um jeito e aceita
metodologias diferentes.
Eu fiquei muito feliz que os alunos foram bem participativos e compreensivos. Uma
coisa que me marcou muito foi o final da última aula, alguns estudantes vieram falar com a
gente, agradecendo pelas aulas e pelo período que passamos com eles, um deles havia
desenhado a Helena e eu, outra nos entregou brownies que ela mesma fez para nos
presentear; isso me mostrou o quão impactante o papel do professor verdadeiramente é, por
isso, refleti na responsabilidade que terei dentro da sala de aula quando for a professora e isso
me anima, pois sinto que posso ensinar muito mais do que os conteúdos de química para os
alunos.
Helena:
A experiência que o estágio me proporcionou foi única, sinto que me desenvolvi
como profissional e pessoal. Ter o acompanhamento do professor da escola ajudou muito,
trazendo conforto e confiança na hora de aplicar as aulas. Também vale ressaltar a
importância da regência compartilhada que realizamos antes de ministrar as aulas, onde
conseguimos conhecer a turma e nos enturmar com eles.
O conteúdo que ministramos as aulas foi de isomeria, em particular, eu senti uma
dificuldade maior do que os outros conteúdos que já ministrei ao longo da minha graduação,
pois foi um conteúdo que eu não tinha muito conhecimento e foi mais desafiador, o que
acabou gerando um nervosismo durante uma das aulas. Como apresentamos na discussão,
houveram alguns empecilhos que passamos durante as aulas, como a questão de tempo que
acabou ficando corrido na realização de algumas atividades. Porém um ponto super positivo
que sentimos nas aulas que ministramos foi a participação dos alunos que nos surpreendeu,
pois eles foram bem participativos. Por fim, o estágio supervisionado 3 me proporcionou
experiências únicas na visão da docência, me fazendo crescer tanto profissionalmente como
no âmbito pessoal.
4. Referências

ALMEIDA, J. D. Estágio Supervisionado em prática de Ensino – relevância para a


formação ou mera atividade curricular? Revista ANDE, São Paulo: Cortez, ano 13, nº 20,
p. 39-42, 1994.

ALVES, V. P.; SANCHEZ, A. B.; MAGALHÃES, C. O estágio supervisionado no curso de


pedagogia: “E quem já é professor”? Vivências e experiências da prática de estágio.
Revista eletrônica Pro-Docência/UEL. Edição nº 4, vol. 1, jul./dez. 2013.

BOTELHO, T. A. S. Formação docente: importância do estágio na relação teoria e


prática e na construção da identidade. Campo Grande: Anais eletrônicos da III Jornada
Brasileira de Educação e Linguagem/ III Encontro dos Programas de Mestrado Profissionais
em Educação e Letras e XII Jornada de Educação de Mato Grosso do Sul, 2018.

FRANÇA, D. S. Formação de professores: A parceria Escola-Universidade e os Estágios


de Ensino. UniRevista, vol. 1, nº 2, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Organização da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001


5. Apêndices e anexos

Apêndice 1 - Plano de Aula I


Apêndice 2 - Plano de Aula 2
Apêndice 3 - Plano de Aula 3
Anexo 1 - Prática e questionário realizado na aula de docência compartilhada

Você também pode gostar