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O milho é um dos cereais de maior expressão na agricultura brasileira, cultivado em duas safras, normal (safra de verão, safra das águas) e safrinha. Pertencente à
família das Poáceas, o milho é uma cultura de alto potencial produtivo devido as suas características fisiológicas, tendo sido obtidas produtividades acima de 16
toneladas/ha. Entretanto, a média da produtividade nacional é bem baixa, em torno de 4 toneladas/ha, o que evidencia a existência de diferentes tipos de manejo
dessa cultura no Brasil.
Pequenas produtividades na cultura do milho, estão na maioria das vezes ligadas à baixa fertilidade do solo e/ou ao manejo incorreto da adubação da lavoura. A
exigência nutricional da cultura pode ser determinada de acordo com a taxa de extração dos nutrientes do solo pela plantas (tabela 1).
Tabela 1 Tabela de extração de nutrientes para cultura do milho. Fonte: Coelho e Franca (1995).
No caso do nutriente nitrogênio, a recomendação para adubação varia de acordo com o sistema de produção adotado, época de plantio, modo de aplicação, fonte
do nutriente, entre outros. Na adubação nitrogenada, dois pontos muito importantes são: a época da aplicação e a necessidade de parcelamento. A absorção do
nitrogênio é alta no período que vai dos 40 dias após ter sido plantado (estádio V6) até o florescimento, período em que a planta absorve 70% da sua necessidade.
A aplicação do nitrogênio pode ser realizada antes do plantio, durante o plantio e após o plantio. A escolha da melhor época deverá ser feita a partir de
observações como: textura do solo, fonte do nitrogênio, quantidade a ser aplicada, época do plantio, etc.
A aplicação antes do plantio proporciona vantagens, como, por exemplo, maior rendimento e flexibilidade na operação de distribuição do nutriente, entretanto, a
aplicação de uma pequena dose durante o plantio e o restante em cobertura, ainda apresenta uma melhor eficiência agronômica. É preciso realizar uma avaliação
das condições do solo, clima e manejo, para recomendar a melhor forma de aplicação.
Adubação de cobertura
A aplicação em cobertura pode ocorrer em diferentes estádios fenológicos da cultura (figura 1). Essa é a forma de adubação que tem apresentado maior eficiência
agronômica, podendo ser recomendada para várias situações, independente de solo, clima, etc. A adubação em cobertura pode ser parcelada, o que proporciona
uma melhor distribuição do adubo nas fases em que a cultura mais necessita desse nutriente para o seu bom desenvolvimento. É importante estar atento as
exigências da planta com relação ao nitrogênio. A planta apresenta uma necessidade relativa desse nutriente no período entre a emissão da 4ª e da 8ª folha e
necessidade absoluta do nitrogênio entre a emissão da 8ª e da 12ª folha.
Figura 1 Adubação de cobertura no milho. Fonte: Rehagro.
O nitrogênio na fase inicial do milho (estádio de 5 a 6 folhas) proporciona um maior índice de área foliar e maior número de grãos por espiga. A utilização de 30
a 40 kg/ha na semeadura, permite que a adubação de cobertura seja realizada até o estádio de 7 a 8 folhas, sem prejudicar o desenvolvimento da planta, e até a 10ª
folha se a lavoura for irrigada. Se não ocorrer adubação durante o plantio, a adubação de cobertura deve ser antecipada, sendo realizada até o estádio de 4 a 5
folhas, para que a produtividade não seja muito afetada. Em lavouras cultivadas sob sistema de irrigação, os melhores resultados são com o parcelamento da
adubação nitrogenada em três ou quatro vezes, através da fertirrigação.
O nitrogênio é um nutriente muito dinâmico no solo, assim, ele deve ser manejado de acordo com inúmeros fatores já mencionados, como: clima, solo, época de
semeadura, se utiliza de irrigação ou não, sistema de manejo, etc. Por isso, é muito importante avaliar o sistema como um todo, para que seja feita a melhor
recomendação possível, sem seguir uma “receita” pronta.