Você está na página 1de 5

Anais da XVIII FETEC

Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico


30 e 31 de agosto de 2017

EFEITO DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MILHO

Carlos Gabriel Grein Furtado1, Vinicius Marcelino Pires2, Oscar Emilio Ludtke
Harthmann3

Resumo
O milho é uma espécie cultivada em todas as regiões brasileiras, em propriedades
de diferentes tamanhos. É uma cultura muito importante para agricultura familiar. O
objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho germinativo de sementes de milho sob
diferentes temperaturas. O projeto foi realizado no laboratório de sementes do
Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul, no período de agosto a setembro
de 2016. Os testes foram conduzidos com quatro repetições de 50 sementes, em
papel germitest umedecido na proporção de 2,5 vezes a massa do substrato seco.
Os rolos de papel foram acondicionados em sacos plásticos e mantidos em uma
câmara de germinação a temperaturas de 15°C, 25°C e 35°C. Foram avaliadas a
porcentagem de plântulas normais germinadas, plântulas anormais e sementes não
germinadas. Posteriormente, avaliou-se o comprimento de plântulas normais, que
foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa a temperatura de
65°C, para avaliação de massa seca. Os dados obtidos foram submetidos à análise
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey aos 5% de probabilidade.
A temperatura constante de 25⁰ C foi a mais adequada para germinação e
crescimento de plântulas de milho. Temperaturas baixas retardaram a germinação
das sementes.

Palavras Chaves: Plântulas. Crescimento. Comprimento.

Introdução

O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais estudadas no mundo, devido
ao seu grande valor socioeconômico, sendo utilizado na alimentação humana,
animal e como alternativa para produção de biocombustível, de forma que o cultivo
desse cereal está amplamente difundido, sendo cultivado em regiões que diferem
bastante entre si (SILVA, 2010).
A Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB estimou que a produção
de milho 2015/16 deverá atingir a marca histórica de 87,4 milhões de toneladas
(CONAB, 2016). No sul do Brasil, o milho geralmente é plantado de agosto a
setembro, onde a temperatura do solo está entre 20-30ºC (CRUZ, J. C. et al., 2017).
De acordo Bergamaschi et al. (2006) o período de crescimento e
desenvolvimento do milho é limitado pela radiação solar, pela temperatura e pela
quantidade de água, sendo a temperatura do ar e do solo as variáveis mais
importantes no estudo da germinação de sementes, influenciando diretamente no
ciclo da cultura. As temperaturas ideais do solo para a cultura de milho estariam
entre 25ºC e 30ºC, sendo que temperaturas do solo inferiores a 10ºC ou superiores
a 40ºC são deletérias.

1 Estudantes do curso técnico em agropecuária, Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
cggreinfurtado35@outlook.com
2 Doutor em Produção Vegetal; professor do Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
oscar.harthmann@ifc.edu.br
Anais da XVIII FETEC
Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico
30 e 31 de agosto de 2017

O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho germinativo de sementes de


milho sob diferentes temperaturas e a formação de plântulas normais de milho (Zea
mays L.).

Procedimentos Metodológicos

O experimento foi realizado no laboratório de sementes do Instituto Federal


de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense, Campus Rio do Sul (27º 11' 03" S;
49º 39' 39" W; e 690 m de altitude), no período de agosto e setembro de 2016.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, constituindo-
se como tratamentos a avaliação três níveis de temperatura (15ºC, 25ºC e 35ºC) e
seus efeitos na germinação de sementes de milho. A cultivar de milho utilizada foi a
Coodetec 384, um híbrido triplo, de ciclo precoce, com grãos semi-duros e
alaranjados.
O teste foi conduzido com quatro repetições de 50 sementes, em papel toalha
umedecido na proporção de 2,5 vezes a massa (g) do substrato (BRASIL, 2009). Os
rolos de papel, acondicionados em sacos plásticos, foram mantidos em germinador
tipo câmara, na posição vertical, a 15°C, 25 °C e 35°C. As avaliações foram
realizadas, após sete dias da instalação do teste, computando-se o número de
plântulas normais e seu comprimento (cm), germinação (%) e a massa verde de
plântulas normais (g).
Foi avaliado o comprimento de cada plântula (cm), com o auxílio de uma
régua e também a pesagem em balança eletrônica de cada plântula para avaliação
da massa verde (g).
Os dados de classificação das plântulas foram expressos em percentagem,
altura de plantas em centímetros e a massa verde em gramas. Os resultados obtidos
foram submetidos à análise de variância, e à comparação entre as médias foi
realizada pelo teste de Tukey, a 5% probabilidade.

Resultados e discussão

Na Tabela 1 estão apresentados os resultados de germinação (%),


comprimento de plântulas normais (cm) e massa verde de plântulas normais (g) de
sementes de milho. A percentagem de germinação foi maior nas temperaturas de
15⁰C e 25⁰C, com diferenças significativas para temperatura de 35⁰C, que
apresentou menor valor. Todos os valores atendem o percentual mínimo para
comercialização de sementes de milho que é de 85%. Em relação ao comprimento e
massa verde de plântulas normais a temperatura de 25⁰C apresentou os maiores
valores, com 8,27cm e 1,367g, com diferenças significativas em relação aos demais
tratamentos. Fica bem claro que as temperaturas de 15⁰C e 35⁰C afetam o
desenvolvimento das plantas com reduções no comprimento e massa verde de
plântulas normais.
Os resultados obtidos confirmam as conclusões de Sbrussi & Zucareli (2014),
que ressaltam a necessidade de gerenciamento das condições de temperatura no
momento da instalação da cultura. Os autores observaram que temperaturas baixas

1 Estudantes do curso técnico em agropecuária, Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
cggreinfurtado35@outlook.com
2 Doutor em Produção Vegetal; professor do Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
oscar.harthmann@ifc.edu.br
Anais da XVIII FETEC
Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico
30 e 31 de agosto de 2017

retardam a germinação das sementes, principalmente às de baixo vigor, não sendo


observada germinação a 16⁰C.

Tabela 1. Germinação (%), comprimento (cm) e massa verde (g) de plântulas


normais de milho avaliadas em diferentes temperaturas (15⁰C, 25⁰C, 35⁰C). IFC
Campus Rio do Sul.
Tratamentos Germinação (%) Comprimento (cm) Massa verde (g)
Temp. 15⁰C 100,0 a 2,01 c 0,213 c
Temp. 25⁰C 99,0 a 8,27 a 1,367 a
Temp. 35⁰C 95,4 b 4,37 b 0,628 b
C.V. (%) 10,6 3,96 6,25
*Médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey
(p<0,05).

Na Figura 1 estão apresentados os resultados de comprimento de plântulas


normais de sementes de milho em resposta as diferentes temperaturas estudadas.
O tamanho de plântulas foi maior na temperatura de 25 ⁰C, nas quatro repetições,
com todos os valores acima de sete.

Figura 1. Comprimento de plântulas normais de sementes de milho (cm) germinadas


em diferentes temperaturas nas quatro repetições realizadas no experimento (15⁰C,
25⁰C, 35⁰C). IFC Campus Rio do Sul.

Na Figura 2 estão apresentados os resultados de germinação de plântulas


normais (%) de sementes de milho em resposta as diferentes temperaturas
estudadas. A temperatura de 35⁰C afetou a germinação, reduzindo o percentual,
comparando com as temperaturas de 15⁰C e 25⁰C.

1 Estudantes do curso técnico em agropecuária, Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
cggreinfurtado35@outlook.com
2 Doutor em Produção Vegetal; professor do Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
oscar.harthmann@ifc.edu.br
Anais da XVIII FETEC
Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico
30 e 31 de agosto de 2017

Figura 2. Porcentagem de germinação de plântulas normais de sementes de milho


em diferentes temperaturas nas quatro repetições realizadas no experimento (15⁰C,
25⁰C, 35⁰C). IFC Campus Rio do Sul.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A temperatura constante de 25⁰ C foi a mais adequada para germinação e


crescimento de plântulas de milho. Temperaturas baixas retardaram a germinação
das sementes.

REFERÊNCIAS

BERGAMASCHI, H.; DALMAGO, G. A.; COMIRAN, F. et al. Déficit hídrico e


produtividade na cultura do milho. Brasília, Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41,
n.2, p.243-249. 2006.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de


sementes. Brasília: SNDA/ DNDV/CLAV, 2009. 364 p.

CONAB. Safra 2015/2016 atingirá 210,5 milhões de toneladas de grãos. 2016.


Disponível em http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/01/safra-2015-
2016-atingira-210-5-milhoes-de-toneladas-de-graos. Acessado em 01 de set. 2016.

CRUZ, J. C. et al. Cultivo do milho. Disponível em:


https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistema
sdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view
&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_-

1 Estudantes do curso técnico em agropecuária, Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
cggreinfurtado35@outlook.com
2 Doutor em Produção Vegetal; professor do Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
oscar.harthmann@ifc.edu.br
Anais da XVIII FETEC
Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico
30 e 31 de agosto de 2017

76293187_sistemaProducaoId=3821&p_r_p_-996514994_topicoId=3718. Acesso
em: 14 ago. 2017.

SILVA, A.L. Qualidade das sementes de feijão e milho tratadas com extratos de
origem vegetal durante o armazenamento. 2010. 109f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de
Tecnologia e Recursos Naturais, Campina Grande, PB.

SBRUSSI, C. A. G.; ZUCARELI, C. Germinação de sementes de milho com


diferentes níveis de vigor em resposta à diferentes temperaturas. Semina: Ciências
Agrárias, Londrina, v. 35, n. 1, p. 215-226, jan./fev. 2014
2014

1 Estudantes do curso técnico em agropecuária, Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
cggreinfurtado35@outlook.com
2 Doutor em Produção Vegetal; professor do Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul. E-mail:
oscar.harthmann@ifc.edu.br

Você também pode gostar