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QUEBRA DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE PALMEIRA REAL ​Roystonea

regia​ (Kunth) O.F. Cook

ROYAL PALM SEED DORMANT BREAK Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook
 
Apresentação: Pôster

  Izabelle Cristina Silva Teixeira1; Amanda dos Santos Cunha2; Cristiane Carvalho
Soares3; Valmir de Lima4; José Milton da Silva5

DOI: ​https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00650
 

Introdução
A palmeira real destacase pela imponência e seu visual notável. Atualmente, diante da
sua distribuição por todo o território nacional, sendo muito utilizada em paisagismo de
jardins, praças, fazendas, avenidas entre outros. Confunde-se como sendo uma espécie da
flora brasileira.
A espécie ​Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook, popularmente conhecida como
palmeira-real ou palmeira-imperial-de-cuba, é uma palmeira de grande porte, muito utilizada
no paisagismo brasileiro, de norte a sul. As mudas, obtidas por meio de sementes, são muito
procuradas.
A propagação da maioria das palmeiras é de forma sexuada, no entanto, de maneira
geral, a germinação é lenta e desuniforme e influenciada por vários fatores, como estádio de
maturação, presença ou não de pericarpo, tempo entre colheita e semeadura, dormência física,
temperatura do ambiente e substrato, entre outros.

1
Engenharia Florestal, UEMASUL, izibel2015@outlook.com
2
Engenharia Florestal, UEMASUL, amandasaantos6@hotmail.com
3
Engenharia Florestal, UEMASUL, cristiane.carvalhosoares97@gmail.com
4
Eng. Agronômica, UEMASUL, valmirlima1@gmail.com
5
Doutor, UEMASUL, milton2411@gmail.com
Embora ​R. regia seja muito apreciada e difundida no Brasil, existem poucas
informações na literatura sobre a morfologia e germinação de sementes desta palmeira,
dificultando o processo de produção de mudas.
Desta forma, o objetivo do trabalho foi estudar a quebra de dormência de Palmeira real
em diferentes soluções em função do tempo de germinação.

Fundamentação Teórica
A espécie ​Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook, popularmente conhecida como
palmeira-real, ou palmeira-imperial-de-Cuba, originária de Cuba, Belize, Estados Unidos,
México, Bahamas e Honduras, é muito utilizada no Brasil. É uma palmeira tropical rústica e
tolerante a geadas, apresenta moderado crescimento e resistência ao pleno sol. Prefere solos
bem drenados, contudo é capaz de tolerar solos úmidos, desde que não encharcados
(LORENZI et al., 2004).
Segundo DEMATTÊ (1994), as palmeiras tocam a sensibilidade das pessoas pelo seu
porte nos jardins, pelas formas bem demarcadas e esculturais das plantas individuais, pela
graça das folhas ao vento e pelos raios solares filtrados por sua coroa.
A propagação das palmeiras se dá principalmente por sementes, que apresentam
germinação lenta, irregular e frequentemente em baixas porcentagens, para a maioria das
espécies, perdendo a viabilidade rapidamente quando desidratadas (BROSCHAT, 1994;
MEEROW, 1991).
OLIVEIRA (1993) comenta que muitos autores ressaltaram a importância do
conhecimento da germinação, do crescimento e do estabelecimento da plântula para
compreender o ciclo biológico e a regeneração natural da espécie.
O estádio de maturação do fruto é um fator que interfere no sucesso da germinação das
sementes. Para as palmeiras, LORENZI et al. (2004) comentam que os melhores resultados
são obtidos com sementes provenientes de frutos maduros, sendo a germinação de sementes
de frutos imaturos muita falha, podendo até não ocorrer, porque o endosperma encontra-se
ainda aquoso, não solidificado.
BROSCHAT (1994), citando outros trabalhos, comentou que, para a
germinação de sementes de palmeiras, o mesocarpo, com poucas exceções, como para Cocos
nucifera L., deve ser removido para o plantio ou armazenamento. A remoção do mesocarpo
suculento de frutos maduros resulta no aumento da porcentagem de germinação e diminuição
do tempo para que ocorra a germinação. Entretanto, se forem utilizados frutos imaturos, a
porcentagem de germinação será muitas vezes maior se o mesocarpo não for removido,
porque o embrião não está completamente desenvolvido, porém, a porcentagem e a
velocidade de germinação de sementes imaturas com mesocarpo intacto raramente é tão alta
quanto as de sementes maduras beneficiadas.

Metodologia
Os frutos de Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook foram coletados de 04 matrizes em
duas localidades diferentes, 02 na cidade de Araripina – PE e 02 na cidade de Imperatriz –
MA no dia 04 de maio de 2017, quando se observou que os frutos começaram a se
desprender.
O trabalho foi conduzido no Loteamento Colinas Park na cidade de imperatriz – MA
no período de julho a dezembro de 2017.
Após a colheita, os frutos foram colocados para secar à sombra por 24 horas e
posteriormente iniciado o procedimento de retirada da mucilagem e limpeza das sementes.
Os tratamentos utilizados no trabalho foram: Inoculação das sementes em Ácido
Indobultírico (AIB) nas concentrações (T1)0,5mg/L, (T2) 1,0mg/L, (T3)1,5mg/L e (T4)2,0
mg/L Giberelina (AG3) (T1)0,5mg/L, (T2)1,0mg/L, (T3)1,5mg/L e (T4)2,0 mg/L e Extrato de
Bulbo de Tiririca(EBT) (T1)0,5ml/L, (T2)1,0ml/L, (T3)1,5ml/L e (T4)2,0 ml/L.
O delineamento foi inteiramente casualizado em fatorial 2x3x4, dois locais de coleta,
três tratamentos e quatro repetições, as variáveis analisadas foram Percentual de Germinação
(PG), Índice de velocidade de Germinação (IVG) e a Melhor Solução (MS).
As sementes foram inoculadas nas soluções da seguinte forma: (AIB) por 5 minutos,
(AG3) por 10 minutos e (EBT) por 15 minutos.
O plantio foi realizado em sacos plástico de 8x15cm com uma semente cada,
utilizando-se 25 sementes por tratamento, totalizando 100 sementes entre as repetições, sendo
o total de sementes semeadas de 450, a testemunha foi composta de apenas 50 sementes, uma
vez que as condições favoreciam para a coleta de dados.
Resultados e Discussões
A contagem da germinação foi observada diariamente, a partir da data de instalação do
experimento até estabilização da germinação, utilizando como critério de germinação o
aparecimento do botão germinativo.
As informações coletadas permitiram determinar a porcentagem de germinação
utilizando a fórmula proposta nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL,1992):
G = (NG/NT) x 100 sendo:
G = porcentagem de germinação;
NG = número de sementes germinadas;
NT = número de sementes colocadas para germinar.
A partir do 109º dia após a semeadura das sementes encontrou-se no (AIB)T2, (AG3)
T3 o aparecimento da plântula, enquanto que em (EBT)T4 o aparecimento se deu no 115º, no
entanto a testemunha só despontou a plântula no 117º dia após a semeadura, prosseguindo a
contagem para determinar o percentual de germinação, onde:
G (AIB) T2= (23/25) x100 = G (AIB) T2=92%,
G (AG3) T3= (22/25) x100 = G (AG3) T3= 88%
G (EBT) T4= (18/25) x100 = G (EBT) T4=80%
G(T)=(18/25) x100 = G(T) = 80%
A última contagem de germinação ocorreu aos 178 dias após a semeadura, sendo
observado que houve um percentual de germinação muito bom para o tratamento (AIB)T2,
sendo seguido pelo (AG3) T3 com 93% e 88% respectivamente.
PENARIOL (2005) obteve porcentagem na ordem de 100% com sementes de
Roystonea regia​, coletadas na mesma data, das mesmas matrizes, igualmente sem polpa e
provenientes de frutos pretos, porém, este resultado foi obtido na temperatura controlada de
35°C e no presente estudo, em condições não controladas de ambiente aberto, ou seja, com
temperatura alternando entre 27,5°C-37,5°C.
Para o cálculo do IVG o procedimento foi o seguinte:
IVG = Σ(n/t),
Onde:
Σ= número de sementes no tratamento.
t = número de dias da semeadura até a última contagem.
n = número de plântulas normais computadas até a última contagem.
O IVG de (AIB)T2 demonstrou-se muito bom, uma vez que o seu percentual de
germinação também foi ótimo para as condições do trabalho, sendo de 3,23, para o tratamento
(AG3) T3 o IVG o IVG obtido foi de 3,08, enquanto que para os tratamentos, (EBT)T4 e (T)
os índices se mantiveram igualmente, sendo 2,52 respectivamente.
Em muitas espécies, principalmente da Família Poaceae, as sementes não apresentam
todo o seu poder germinativo logo após a colheita; neste caso, por causa da dormência que se
estabelece durante a maturação. Para que as sementes germinem com todo o seu potencial, é
necessário que transcorra um período de armazenamento; este período é variável com a
espécie e com a variedade (POPINIGIS, 1977).
Neste estudo as porcentagens de germinação foram elevadas, atingindo,
respectivamente, o máximo de 92%, 88% 80% e 80%, semelhante ao observado por
PENARIOL (2005). Em ambos os casos as sementes foram germinadas em condições de
temperatura controlada de 35°C, reforçando que a temperatura é um dos fatores mais
importantes para o sucesso da germinação de sementes de R. regia.

Conclusões
O AIB é um componente adjuvante na quebra de dormência de sementes de Palmeira
Imperial, uma vez que diminui o período de germinação aumentando o IVG.
O AG3 como mecanismo de quebra de dormência pode ser utilizado, contribuído com
uma parcela significativa na germinação e co IVG abaixo do AIB.
O EBT como teste na germinação de sementes pode ser uma alternativa em se tratando
de sementes com baixo percentual e baixo IVG, uma vez que alguns testes de enraizamento já
foram feitos com bons resultados.

Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes.
Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, Brasília. 1992.
BROSCHAT, T. K. Palm seed propagation. Acta Horticulturae, Wageningen, n. 360, p.
141-147, 1994.
DEMATTÊ, M. E. S. P. Preface. Acta Horticulture, Wageningen, n. 360, p.15, 1994.
LORENZI, H.; SOUZA, H. M. de; COSTA, J. T. de M.; CERQUEIRA, L. S. C. de;
FERREIRA, E. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Plantarum, 2004.
272p.
OLIVEIRA, E.C. Morfologia de plântulas. In: AGUIAR, I.B., PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.,
FIGLIOLIA, M.B. Sementes florestais tropicais. Abrates: Brasília. pp. 175-213. 1993.
PENARIOL, A. P. Efeito da temperatura e do estádio de maturação na germinação de
sementes de Roystonea regia (Kunth) O.F. Cook (Arecaceae). 2005. 32f. Monografia
(Trabalho de Graduação em Agronomia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2005.
POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: Agiplan, 1977. 209p.

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