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Claudio Sergio Marinato1, Marco Antonio Galeas Aguilar2, Carlos Alberto Spagiari
Souza3, Francisco José Valim Olmo4
1
Docente do Instituto Federal do Espírito Santo (csmarinato@gmail.com)
2
Engenheiro Agrônomo da ESFIP/CEPEC/CEPLAC
3
Engenheiro Agrônomo da ESFIP/CEPEC/CEPLAC
4
Docente do Institudo Federal do Espírito Santo
RESUMO
Atualmente, a queda na produção de cacau (Theobroma cacao L.), provocada pela
doença fúngica conhecida como vassoura-de-bruxa, cria novos desafios para os
cacauicultores. Uma das estratégias utilizadas é a substituição das plantas
suscetíveis por genótipos resistentes ao patógeno. Uma forma de implementar esse
processo é a utilização de técnicas de enxertia para acelerar a substituição da copa
ou para a produção acelerada de mudas. No entanto, o sucesso da enxertia pode
ser influenciado por inúmeros fatores, dentre eles a interação entre o enxerto e o
porta-enxerto, que por sua vez pode ser influenciada pelo genótipo de ambos.
Objetivou-se avaliar a sobrevivência de enxertos de T. cacao, utilizando-se dois
métodos de enxertia precoce. Foram utilizadas como material vegetal os genótipos
ESFIP 02, TSH 1188, CCN 51 e ‘Cacau Comum’. Foram testados os métodos de
enxertia hipocotiledonar por garfagem de topo à inglesa e de topo em fenda cheia. A
porcentagem de sobrevivência não foi influenciada pelos métodos de enxertia. Na
enxertia precoce o genótipo do porta-enxerto influenciou, de forma significativa, a
sobrevivência de enxertos do genótipo TSH 1188. O genótipo ESFIP 02, o método
de enxertia de topo por fenda cheia propiciou maior crescimento que o método de
garfagem de topo à inglesa.
PALAVRAS-CHAVE: Theobroma cacao, enxertia, cacau, propagação
ABSTRACT
Nowadays, a production breakdown of cocoa (Theobroma cacao L.) caused by the
fungal disease known as witches-broom, creates new challenges for cacao. An
option of strategy used to face it is the substitution of susceptible plants for more
resistant genotypes. One way to implement this process is the use of grafting
techniques to accelerate the substitution of the canopy or the accelerated production
of seedlings. However, the success of grafting can be influenced by many factors,
including the interaction between the graft and the rootstock, which can be influenced
by both genotypes. The main goal was evaluating the level of resistance of the T.
cacao grafts, applying two methods of precocious grafting. There have been used
vegetable material the genotypes ESFIP 02, TSH 1188, CCN 51 and ‘Common
Cocoa’. There have been tests of hipocotiledonar grafting by wrip grafting and soft
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wood. The percentage of survival was not influenced by the grafting methods. In the
precociuos grafting the rootstock genotype influenced, meaningfully, the survival of
genotypes TSH 1188 grafts. The ESFIP 02 genotupes, the grafting method of soft
wood provided greater growth than the wrip grafting method.
KEYWORDS: Theobroma cacao, grafting, cacao, propagation
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Material Vegetal
As sementes e hastes utilizadas na enxertia foram coletadas de plantas
adultas na Estação Experimental “Filogônio Peixoto” (ESFIP), pertencente à
Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), localizada no
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município de Linhares, norte do Espírito Santo.
Para os porta-enxertos foram utilizadas mudas seminais de quatro genótipos
de T. cacao (ESFIP 02, TSH 1188, CCN 51 e ‘Cacau Comum’). Esses genótipos
foram selecionados como porta-enxertos por serem comuns na região e, por esse
motivo, serem normalmente utilizados para a produção de mudas, sendo que os
genótipos ESFIP 02, TSH 1188 e CCN 51 são citados na literatura por apresentarem
resistência à vassoura-de-bruxa e elevadas produtividades (PEREIRA, 2001). Já o
genótipo ‘Cacau Comum’ caracteriza-se por ser oriundo de polinização livre entre os
genótipos Pará, Parazinho e Maranhão, que são suscetíveis à vassoura-de-bruxa e
pouco tolerantes à seca.
Os frutos de cacau desses genótipos foram coletados na ESFIP/CEPLAC nos
dias sete e oito de novembro e as sementes plantadas no dia nove de novembro de
2004.
Para a produção dos enxertos foram coletados na ESFIP/CEPLAC ramos
jovens do genótipo TSH 1188, no período da manhã, e, em seguida, transportados
para o local de enxertia. Esse genótipo foi escolhido como enxerto por estar à
disposição dos produtores na região e por apresentar resistência à vassoura-de-
bruxa, aliado à alta produtividade (PEREIRA, 2001).
Condições de cultivo
Enxertia
A enxertia foi realizada 50 dias após o plantio das sementes, sendo testados
dois métodos de enxertia:
Enxertia hipocotiledonar por garfagem de topo à inglesa: neste método faz-se um
corte em bisel no topo do porta-enxerto e um corte em bisel no enxerto e, em
seguida, os dois são unidos;
Enxertia hipocotiledonar de topo em fenda cheia: neste método o porta-enxerto é
fendido dividindo-se o topo ao meio e o enxerto é cortado em cunha e, em seguida,
o enxerto é inserido na fenda do porta-enxerto.
Após 120 dias de realizada a enxertia, quatro plantas de cada parcela foram
coletadas e, em seguida, avaliadas em relação aos valores de crescimento (e massa
seca).
A altura do caule foi avaliada com o auxílio de uma régua milimetrada e o seu
diâmetro, abaixo e acima do ponto de enxertia, com um paquímetro. A área foliar foi
medida tomando-se por base os maiores valores de comprimento e largura de cada
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folha.
Para a avaliação das massas secas de folhas, caule, raiz e total, as plantas
foram lavadas em água destilada, depois em solução de HCl 0,1 N e, em seguida
em água desmineralizada. As diversas partes foram separadas e secas, até peso
constante, em estufa com circulação forçada de ar à 70oC durante 72 h. Após a
secagem as diferentes partes de cada planta foram pesadas em balança analítica
para a obtenção dos valores de massa seca.
Calculou-se a razão massa seca da parte aérea sistema radicular
(MSPA/MSSR) e a porcentagem de sobrevivência do enxerto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1: Número de folhas (NF), área foliar (AF), diâmetro do caule abaixo da
enxertia (DCAB), diâmetro acima da enxertia (DCAC) e altura (A) do
TSH 1188 para o porta-enxerto ESFIP 02.
METODO NF AF DCAB DCAC A
FENDA CHEIA 10,375 A 331,360 A 0,487 A 0,419 A 24,312 A
TABELA 2: Massas secas de folhas (MSF), caule (MSC), raízes (MSR), total (MST)
e razão parte aérea/raiz (PA/R), do TSH 1188 para o porta-enxerto
ESFIP 02.
METODO MSF MSC MSR MST MSPA/MSSR
FENDA CHEIA 0,912 A 0,809 A 0,461 A 2,183 A 3,771 A
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Esse resultado ressalta a importância do tipo de método de enxertia a ser
utilizado para alguns genótipos já que capacidade do genótipo ESFIP 02 de, como
porta-enxerto, influenciar de forma significativa o crescimento do enxerto TSH 1188.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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PINTO, L. R. M.; CONCEIÇÃO, M. J.; ROSA, E. V.; MAGNO, A. E. S. Manejo de
cacaueiros clonados. CEPLAC/CENEX. Ilhéus, BA, 1999.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 1292 2013