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LAUDO TÉCNICO PARA

SUPRESSÃO VEGETAL

Av. Victor Barreto, 2288 - Bairro Centro,

Canoas, RS. CEP: 92010-000

Responsáveis técnicos
Biólogas Ingrid Nilson e Leila Boscato Garcia
- CRBio n0 000000-00 D e 000000-00 D

Canoas, 14 de abril de 2022


1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 CONTRATANTE

Nome: Universidade La Salle

CNPJ: 92.741.990/0040-43

Endereço: Av. Victor Barreto, 2288 - Bairro Centro, Canoas, RS.

CEP: 92010-000

1.2 EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

Ingrid Nilson – Bióloga – CRBio nº 000000-00 D

Leila Boscato Garcia - Bióloga – CRBio nº 000000-00 D


2 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA

O levantamento florístico é referente a indivíduos arbóreos esparsos


localizados em terreno situado no logradouro Av. Victor Barreto, 2288 -
Bairro Centro, Canoas-RS (29º55'04"S 51º10'50"W) (Imagem 01).

Imagem 01 – Vista de satélite da localidade do terreno. Fonte: Google Earth

Imagem 02 – Vista de satélite da localidade do terreno com identificação da


posição dos indivíduos arbóreos. Fonte: Geotracker (VERSÃO 5.1.4.2894 de
março de 2022)
Imagem 03 – Fotos do indivíduo arbóreo Jacaranda mimosifolia D. Don
(Jacarandá)

Imagem 04 – Fotos do indivíduo arbóreo Grevillea robusta A. Cun. - (Grevílea)

Imagem 05 – Fotos do indivíduo arbóreo Handroanthus chrysotrichus (Mart.


ex DC.) Mattos (Ipê-amarelo)
Imagem 06 – Fotos do indivíduo arbóreo Cordia americana (L.) Gosttschilig
& J.E. Mill. (Guajuvira).

Imagem 07 – Fotos dos indivíduos arbóreos Cordia americana (L.)


Gosttschilig & J.E. Mill.- (Guajuvira) e Cupania vernalis Cambess.
(Camboatá-vermelho)
Imagem 08 – Fotos do indivíduo arbóreo Cupania vernalis Cambess.
(Camboatá-vermelho)

Imagem 09 – Fotos do indivíduo arbóreo Cordia americana (L.) Gosttschilig


& J.E. Mill. (Guajuvira)

3 FLORÍSTICA

Das espécies nativas presentes, foram identificados 02 indivíduos de


Guajuvira (Cordia americana (L.) Gosttschilig & J.E. Mill) pertencente à
família Boraginaceae, 01 indivíduo de Camboatá-vermelho (Cupania
vernalis Cambess) pertencente à família Sapindaceae. Das espécies
exóticas presentes foi identificado 01 indivíduo de Jacarandá (Jacaranda
mimosifolia D. Don) pertencente à família Bignoniaceae, 01 indivíduo de
Grevílea (Grevillea robusta A. Cun.) pertencente à família Proteaceae e 01
indivíduo de Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos)
pertencente à família Bignoniaceae. O censo realizado contabilizou 03
indivíduos nativos e 03 indivíduos exóticos (Tabela 01).

Tabela 01 – Relação da quantidade de indivíduos identificados e suas respectivas origens.


Nome Popular Nome científico Família Origem Total de
indivíduos

Jacarandá Jacaranda mimosifolia D. Don Bignoniaceae Exótica 1

Grevílea Grevillea robusta A. Cun. Proteaceae Exótica 1

Ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus Bignoniaceae Exótica 1


(Mart. ex DC.)

Guajuvira Cordia americana (L.) Boraginaceae Nativa 2


Gosttschilig & J.E. Mill.

Camboatá-verme Cupania vernalis Cambess Sapindaceae Nativa 1


lho

3.1 DADOS DENDROMÉTRICOS

Foi realizada a classificação dos indivíduos arbóreos, referente à


altura, circunferência do tronco a altura do peito (CAP), estado fitossanitário
e origem (Tabela 2 e 3).

Tabela 2 – Classificação dos indivíduos arbóreos avaliados para poda.


Nome Popular Nome científico Altura(m) CAP (cm) Fito Origem
Jacarandá Jacaranda mimosifolia D. 8 140 BOM Exótica
Don

Grevílea Grevillea robusta A. Cun. 10 100 BOM Exótica


Ipê-amarelo Handroanthus chrysotrichus 5 52 REGULAR Exótica
(Mart. ex DC.)

Tabela 3 – Classificação dos indivíduos arbóreos avaliados para supressão.


Nome Popular Nome científico Altura (m) CAP (cm) Fito Origem
Guajuvira Cordia americana (L.) 12 111+126= BOM Nativa
Gosttschilig & J.E. Mill. 237
Camboatá-vermelho Cupania vernalis 12 126 RUIM Nativa
Cambess
Guajuvira Cordia americana (L.) 16 87 BOM Nativa
Gosttschilig & J.E. Mill.

3.2 ESTADO FITOSSANITÁRIO

O estado fitossanitário (Tabela 02 e Tabela 03) dos indivíduos


arbóreos avaliados foi classificado a partir da análise das seguintes
categorias: bom, regular e ruim (adaptado de FARIA et al., 2007):
Bom - Árvore vigorosa e sadia, sem sinais aparentes de ataque de insetos,
doenças (tecidos necrosados, secreções caulinares, galhos mortos); não
apresenta infestação acentuada de hemiparasitas (erva-de-passarinho) ou
injúrias mecânicas; pequena ou nenhuma necessidade de manutenção;
forma ou arquitetura característica da espécie.

Regular - Médias condições de vigor e saúde, necessitando de pequenos


reparos ou poda, apresentando descaracterização da forma, sinais de
ataque de insetos, doença e sensível ataque por hemiparasitas.

Ruim - Avançado e irreversível declínio, apresentando ataque muito severo


por insetos ou injúria mecânica, descaracterizando sua arquitetura ou
desequilibrando o vegetal; lenho corroído ou sinais de doença que
aparentemente comprometem sua existência ou que se apresenta infestada
por hemiparasitas. Para ser recuperada necessita de tratamento
fitossanitário rigoroso.

4 NIDIFICAÇÕES

Nenhum dos vegetais avaliados para poda e para supressão


apresentava nidificações em seus ramos.

5 ESPÉCIES EPÍFITAS

Foram identificadas espécies epifíticas em todos os indivíduos, tanto


naqueles a serem podados quanto naqueles a serem suprimidos (tabelas 04
e 05). Nos indivíduos a serem podados: Jacarandá tem a presença de
Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch) Copel (Cipó-cabeludo) e
Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston (Polipódio), Pleopeltis hirsutissima
(Raddi) de la Sota sendo as três da família Polypodiaceae, Tillandsia stricta
(Sol. ex Sims) chamada de Cravo-do-mato ou Barba-de-velho e Tillandsia
aeranthos (Loisel.) L.B.Sm. (Cravo-do-mato) ambas da família Bromeliaceae
e ainda Rhipsalis teres (Vell.) Steud. (Ripsális) da família Cactaceae;
Grevílea tem a presença da epífita Tillandsia aeranthos (Loisel.) L.B.Sm.
(Cravo-do-mato) da família Bromeliaceae; Ipê-amarelo tem a presença das
epífitas Tillandsia aeranthos (Loisel.) L.B.Sm. (Cravo-do-mato) da família
Bromeliaceae e Rhipsalis teres (Vell.) Steud. (Ripsális) da família
Cactaceae; Já nos indivíduos a serem suprimidos: uma Guajuvira apresenta
as epífitas Microgramma squamulosa (Kaulf) de la Sota (Cipó-cabeludo) da
família Polypodiaceae, Thilandsia sp da família Bromeliaceae e Rhipsalis
teres (Vell.) Steud. (Ripsális) da família Cactaceae; o indivíduo de
Camboatá-vermelho apresenta as epífitas Tillandsia aeranthos (Loisel.)
L.B.Sm. (Cravo-do-mato) da família Bromeliaceae e Microgramma
vacciniifolia (Langsd. & Fisch) Copel (Cipó-cabeludo) da família
Polypodiaceae; o outro indivíduo de Guajuvira apresenta as epífitas
Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch) Copel. (Cipó-cabeludo) da
família Polypodiaceae, Tillandsia aeranthos (Loisel.) L.B.Sm.
(Cravo-do-mato) da família Bromeliaceae e Rhipsalis teres (Vell.) Steud.
(Ripsális) da família Cactaceae.

Tabela 4 – Distribuição das epífitas nos indivíduos arbóreos identificados para poda.
ID Nome Espécies Epifíticas
popular
1 Jacarandá Microgramma vacciniifolia,
Pleopeltis Pleopeltifolia, Pleopeltis
hirsutissima,Tillandsia stricta,
Tillandsia aeranthos, Rhipsalis teres
2 Grevílea Tillandsia aeranthos
3 Ipê-amarelo Tillandsia aeranthos, Rhipsalis teres

Tabela 5 – Distribuição das epífitas nos indivíduos arbóreos identificados para supressão.
ID Nome popular Espécies Epifíticas
1 Guajuvira Microgramma squamulosa,
Thilandsia sp., Rhipsalis teres
2 Camboatá-vermelho Tillandsia aeranthos,
Microgramma Vacciniifolia
3 Guajuvira Tillandsia aeranthos,
Microgramma Vacciniifolia,
Rhipsalis teres
6 JUSTIFICATIVA DE SUPRESSÃO

Foi solicitado pelo requerente Universidade La Salle, proprietário do


terreno, portador do CNPJ 92.741.990/0040-43 a poda e supressão dos
espécimes arbóreos relacionados acima, no município de Canoas. A poda
se faz necessária para fins de uniformização dos indivíduos, assim como
retirada de galhos muito próximos às áreas construídas ou mortos e retirada
de hemiparasitas. Já a necessidade de supressão, se dá em um caso
(Guajuvira) pela descaracterização do indivíduo em questão que apresenta o
tronco de grandes dimensões sustentado por escora artificial, em outro pelo
estado fitossanitário irreversível (Camboatá-vermelho) com grande parte do
lenho corroído e contendo fungos, e em outro pela inclinação acentuada do
tronco sobre via de pedestres (Guajuvira). Todos os três indivíduos
apresentam risco de queda e têm seus galhos estendendo-se sobre áreas
de intenso fluxo de pessoas (vias de pedestres) acarretando em riscos à
segurança no local, estando em desacordo com o uso desse ambiente.

7 COMPENSAÇÃO VEGETAL

A compensação foi calculada a partir da quantificação dos vegetais


isolados que serão suprimidos (Com base no exposto no “Anexo I” do
Decreto 207/2020) (Imagem 10), foram contabilizados os indivíduos nativos
e estes foram avaliados quanto ao CAP para determinação da quantidade a
ser compensada (Tabela 06).
Imagem 10: “Anexo I” do Decreto 207/2020
Tabela 04 – Cálculo de compensação com base no Decreto 207/2020.
Espécime Dimensão (DAP*) Quantidade de mudas Indivíduos suprimidos Total de
Suprimido compen
sação
3. Nativas Acima de 60 cm 60 mudas 3 180
regionais

* DAP = Diâmetro à
altura do peito. total
180
mudas

Após a contagem dos indivíduos arbóreos a serem suprimidos e feito


o cálculo, determina-se a doação de 180 (cento e oitenta) mudas de
espécies arbóreas nativas como medida de compensação vegetal para a
supressão de 03 (três) espécimes identificados no presente laudo.
REFERÊNCIAS

APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders
and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean
Society161: 105–121. 2009.

BACKES, P. R.; IRGANG, B. Árvores do Sul: guia de identificação e interesse


ecológico. Porto Alegre, RS. Clube da Árvore e Instituto Souza Cruz. 1a Edição.
326pp. 2002.

LORENZI, Harry. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de


plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 1/ 6° edição. Instituto Plantarum de
Estudos da Flora. São Paulo, 2014.

RIO GRANDE DO SUL. Decreto n° 52.109, de 31 de 02 de dezembro de 2014.


Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado do Rio
Grande do Sul e dá outras providências.
RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual n.º 9.519, de 21 de janeiro de 1992. Institui
o Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

SOARES, Júlia Fialho. FAGUNDES, Natividad Ferreira. Epífitos vasculares


no Jardim Botânico de Porto Alegre: Flora epifítica vascular nativa
espontânea no Jardim Botânico de Porto Alegre. Produzido por: J. F.
Soares & N. F. Fagundes. Alicia Diaz & Juliana Philipp (Field Museum).
versão 2 05/2020. Disponível em:
https://fieldguides.fieldmuseum.org/sites/default/files/rapid-color-guides-pdfs/1
214_brazil_vascular_epiphytes_of_porto_alegre-v2_1.pdf

SOBRAL, M. & JARENKOW, J.A., Flora arbórea e arborescente do Rio Grande


do Sul. São Carlos: RIMA Novo Ambiente. 2006.

TRACKER, Geo - GPS tracker, aplicativo de localização por GPS. Versão


5.1.4.2894 de 9 de mar de 2022.

EARTH, Google - Versão 9.159.0.0 - WebAssembly with threads. Disponível em:


https://earth.google.com/web/@-29.91756846,-51.180659,37.72709048a,612.70368
656d,35y,4.91058728h,18.00058857t,-0r
Este laudo é composto por 12 páginas, mais capa e anexos.

Ingrid Nilson Bióloga – CRBio nº 000000 - 00 D

Leila Boscato Garcia Bióloga – CRBio nº 000000 - 00 D

ART Nº
ANEXOS

Anexo 1 – Anotação de responsabilidade Técnica (ART)


Anexo 2 – Identificação do proprietário do terreno e solicitante da supressão.
Anexo 3 – Matrícula do imóvel do proprietário

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