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ISSN 1678-3131

Foto: Alexandre M. Brighenti

COMUNICADO
Plantas Tóxicas em Pastagens:
TÉCNICO Samambaia-do-campo (Pteridium
84 esculentum subsp. arachnoideum
(Kaulf.) Thomson, Família
Dennstaedtiaceae)
Juiz de Fora, MG
Janeiro, 2018
Vânia Maria de Oliveira
Pedro Bond Schwartsburd
Alexandre Magno Brighenti
Pérsio Sandir D’Oliveira
João Eustáquio Cabral de Miranda
2

Plantas Tóxicas em Pastagens:


Samambaia-do-campo (Pteridium
esculentum subsp. arachnoideum
(Kaulf.) Thomson, Família
Dennstaedtiaceae)1, 2, 3, 4, 5
1
Vânia Maria de Oliveira, Médica-veterinária, D.Sc., em Ciência, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite,
Juiz de Fora, MG
2
Pedro Bond Schwartsburd, Biólogo, D.S., em Ciências Biológicas, professor do Departamento de Biologia
Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG
3
Alexandre Magno Brighenti, Engenheiro-agrônomo, D.Sc., em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Gado
de Leite, Juiz de Fora, MG
4
Pérsio Sandir D’Oliveira, Engenheiro-agrônomo, D.Sc., em Agronomia, pesquisador da Embrapa Gado de
Leite, Juiz de Fora, MG
5
João Eustáquio Cabral de Miranda, Engenheiro-agrônomo, D.Sc., em Genética e Melhoramento de
Plantas, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG

esculentum subsp. arachnoideum


Introdução (Kaulf.) Thomson. Porém, na literatura
são comumente encontradas as
A samambaia-do-campo, também
espécies Pteridium arachnoideum
chamada samambaia-das-taperas,
(Kaulf.) Maxon e Pteridium aquilinum
samambaia-das-queimadas, avencão,
ou simplesmente “samambaia” (Figura var. arachnoideum (Kaulf.) Brade
1), é uma espécie perene, com rizoma (THOMSON, 2012; SCHWARTSBURD
profundo e muito ramificado, portando et al., 2017). Além de Pteridium
muitas folhas com cerca de 1,5 a 3 m esculentum subsp. arachnoideum,
de comprimento, e até quatro vezes no Brasil também ocorrem Pteridium
composta (SCHWARTSBURD et al., esculentum subsp. campestre (Schrad.)
2014). Devido ao hábito de crescimento Schwartsb. & J. Prado, restrita às regiões
do rizoma, os indivíduos podem cobrir de restinga, e, na região amazônica,
grandes áreas, formando touceiras, que Pteridium esculentum subsp. gryphus
dificultam o desenvolvimento de outras Schwartsb. e Pteridium caudatum (L.)
plantas (WATT, 1940). Maxon (SCHWARTSBURD et al., 2017).
O nome científico da principal espécie Embora, tenham sido encontrados
de samambaia-do-campo ocorrente esporos fossilizados nas ilhas britânicas
no sul e sudeste do Brasil é Pteridium e datados da era mesolítica, sua origem
3

é considerada de difícil determinação está distribuída em praticamente todos


(KISSMANN e GROTH, 1999). O gênero os estados, mas nas regiões Sudeste
Pteridium é tido como o grupo de plantas e Sul sua presença é mais notável
vascularizadas de mais ampla dispersão
(Figura 2). Infesta, principalmente, solos
no mundo, sendo encontrada em todos
ácidos e de baixa fertilidade, pastagens,
os continentes, exceto na Antártica
(TAYLOR, 1989). Nas Américas, o Chile beiradas de estradas, clareiras de
é o único país onde não há a samambaia- matas e campos nativos. Pode ser
do-campo (HOJO-SOUZA et al., 2010). encontrada ainda em áreas agrícolas,
Possivelmente, a barreira formada pela principalmente em lavouras novas ou
vasta cadeia dos Andes, os desertos do
pouco trabalhadas. O desmatamento e
norte e a prevalência de ventos vindos do
a transformação de extensas áreas para
Oceano Pacífico bloqueiam a dispersão
de esporos originários de países vizinhos uso pecuário e agrícola têm contribuído
como a Argentina e a Bolívia (ALONSO- para disseminação da samambaia-do-
AMELOT et al., 2001). No Brasil, ela campo (HOJO-SOUZA et al., 2010).

Fotos: Marcos Lopes La Falce e


Alexandre M. Brighenti
A B
Figura 1. Plantas jovens (A) e adultas (B) de samambaia-do-campo.

Em algumas partes do mundo utilizando principalmente os rizomas


incluído o Brasil, os brotos são utilizados e os brotos, sendo estes preparados
na alimentação humana, em saladas na forma de conservas (ULIAN et al.,
e cozidos. No município de Ouro 2010). Entretanto, essa utilização não é
Preto-MG, por razões historicamente recomendável, pois a planta apresenta
desconhecidas, a população rural tem compostos tóxicos (KISSMANN e
o hábito de comer broto de samambaia GROTH, 1999). Estudos demostraram
(SANTOS et al., 1986). O produto a existência de uma elevada correlação
in natura é colhido na zona rural da entre o consumo humano de partes da
região e vendido em feiras livres. No planta, a exemplo os brotos, e o risco
Japão, pratos culinários são preparados elevado de aparecimento de câncer
4

do trato digestivo (ALONSO-AMELOT mês, consumia brotos de samambaia


e AVERDAÑO, 2002; HOJO-SOUZA revelou forte associação com neoplasia
et al., 2010; TOKARNIA et al., 2012). do aparelho digestivo e aberrações
Um estudo com a população de Ouro cromossômicas (MARLIÈRE et al.,
Preto-MG que, pelo menos uma vez por 2000; RECOUSO et al., 2003).

Figura 2. Distribuição de Pteridium no Brasil: Pteridium esculentum subsp. arachnoideum (● ); Pteridium esculentum subsp.
campestre (●); Pteridium esculentum subsp. Gryphus (●); Pteridium caudatum (●).
Fonte: (SCHWARTSBURD et al., 2017).

Também há possibilidades de capazes de contaminar o solo, podendo


transmissão dos princípios tóxicos lixiviar no perfil e poluir fontes de
das samambaias aos seres humanos água potável (RASSMUSSEN, 2003;
através do consumo de leite de animais VERTTER, 2009).
que pastejam áreas com a presença da Embora sejam muitos os problemas
samambaia-do-campo (ULIAN et al., associados à samambaia-do-campo, os
2010). Bezerros que mamam o leite de prejuízos causados à criação de bovinos
vacas que ingerem as plantas também é considerado um dos principais, devido
apresentam sinais de intoxicação. à ingestão das plantas pelos animais e
Mesmo após a pasteurização, há suas consequências tóxicas (MARÇAL,
ainda concentrações consideráveis de 2003). Esta espécie é a principal causa
compostos tóxicos no leite suficiente para de intoxicação por plantas tóxicas em
causar malefícios. Relatos de pesquisa bovinos no Estado de Santa Catarina
indicam também que os compostos (BORELLI et al., 2008) e a segunda no
tóxicos da samambaia-do-campo são Rio Grande do Sul (RISSI et al., 2007).
5

Algumas condições favorecem a sua A carência em minerais como o


ingestão pelos bovinos. Uma delas está fósforo e o cobalto pode induzir a um
relacionada à superlotação de animais comportamento alimentar desviante ou
nas pastagens, levando a insuficiência de apetite depravado nos bovinos, levando
forragem e, consequentemente, indução ao consumo da samambaia-do-campo.
à ingestão de plantas de samambaia-do-
Além disso, animais em confinamento
campo (MARÇAL et al., 2002). Embora
podem também se intoxicar pela
a planta não seja palatável, os animais
ingestão de feno contaminado ou
se alimentam dela devido à fome.
cama confeccionada com essa planta
Outra situação que leva à intoxicação (MARÇAL, 2003).
dos animais está relacionada à
Os objetivos deste comunicado
escassez de forragem que coincide com
técnico são descrever o potencial de
a estação seca do ano. Dessa forma, a
intoxicação por samambaia-do-campo,
falta de alimentos nessa época leva a
caracterizar a planta nos diferentes
fome, a qual constitui a principal causa
estádios fenológicos no sentido de
de ingestão de plantas de samambaia
facilitar a sua identificação e auxiliar no
pelos bovinos (MARÇAL, 2003).
emprego de práticas de prevenção e
Após queimadas, geadas e roçagem controle nos pastos.
dos pastos, novos surtos de brotos
da planta emergem. Nessa condição,
a brotação nova é consumida pelos
Princípio Tóxico
bovinos devido à falta de forragem
As plantas de samambaia-do-campo
disponível (MARÇAL et al., 2001; GAVA
possuem diferentes substâncias tóxicas
et al., 2002). Além de se alimentarem de
de ação carcinogênica e mutagênica
brotos novos, bovinos também ingerem
como o tanino, a quercetina, o ácido
a planta adulta (TOKARNIA et al., 2012).
chiquímico, o ptaquilosídeo, o aquilideo
Outra condição que favorece a A e o canferol (HOPKINS, 1986; CRUZ
ingestão da samambaia-do-campo é o e BRACARENSE, 2004). Existem ainda
“vício” que os bovinos adquirem com a prumasina, com atividade cianogênica
ingestões repetidas e compulsivas. e a tiaminase, que provoca alterações
Mesmo tendo cessado a causa que neurológicas em equinos (TOKARNIA
os levou a ingestão da samambaia- et al., 2012). Embora, existam vários
do-campo, os animais habituam-se compostos tóxicos, o mais importante é
às plantas, continuando a ingeri-las. o ptaquilosídeo (YAMADA et al., 2007;
Também a carência de alimentos ULIAN et al., 2010). Os ptaquilosídeos,
fibrosos, em dietas com alta quantidade em condições ácidas, degradam-se
de concentrados, leva o gado a se rapidamente em pterosina B e, em
alimentar de caules e folhas da planta condições alcalinas, podem dar origem
(MARÇAL, 2003). a um conjugado denominado dienona
6

que é considerada o verdadeiro quantidades de princípios tóxicos


componente tóxico (POTTER e BAIRD, (MARÇAL et al., 2001). O rizoma também
2000; CRUZ e BRACARENSE, 2004; possui grande potencial carcinogênico,
VETTER, 2009).
embora haja princípios tóxicos em
Considerando a parte aérea da todas as partes da planta (HIRONO
samambaia, o broto é a porção mais et al., 1973). Até mesmo dessecada a
tóxica (Figura 3). Brotos novos,
samambaia mantem sua capacidade de
principalmente após as queimadas
intoxicação (TOKARNIA et al., 2012).
e geadas, concentram grandes

Fotos: Alexandre M. Brighenti


Figura 3. Brotos de samambaia em estádio juvenil.

Sinais Clínicos semanas da ingestão e a morte pode


acontecer de uma a duas semanas após
de Intoxicação o surgimento dos sintomas. Os bovinos
apresentam pelo arrepiado, perda de
Os princípios tóxicos da planta têm apetite e perda de peso. Observa-
efeito cumulativo, portanto, os sintomas se também diarreia e corrimento
dependem da dose diária ingerida e por sanguinolento pelas narinas, pela
quanto tempo o animal ingeriu a planta. gengiva e trato gastrointestinal, além
Os princípios tóxicos são de aparecimento de mucosas pálidas
responsáveis por quadros clínico- e febre (40 oC a 42 oC) (ANJOS et al.,
patológicos diferentes, havendo três 2008). Sangramentos espontâneos são
formas distintas de intoxicação. observados na pele e em qualquer ferida,
até mesmo em picadas de insetos.
A forma aguda é conhecida como
diátese hemorrágica (“suor de sangue”) Há também dois tipos de intoxicação
(MARÇAL et al., 2002). Nesse caso, crônica. A primeira delas é caracterizada
as alterações iniciam após algumas por aparecimento de tumores na bexiga,
7

conhecida como hematúria enzoótica samambaias. Ou seja, a transferência


(DI LORIA et al., 2012). Mucosas ficam de animais para regiões livres dessa
pálidas e há perda de peso. Em vacas planta não resolve o problema (GALVÃO
em lactação há diminuição na produção et al., 2012).
de leite e os sintomas podem persistir
Em todos os casos a letalidade é
por mais de um ano, podendo o animal
de aproximadamente 100% (GAVA et
vir a óbito. O animal urina sangue, de
al., 2002).
maneira intermitente, ocorre perda de
peso e morte no final do processo. Isto é O segundo tipo de intoxicação crônica
observado em animais a partir de 2 anos se dá pela formação de carcinomas
de idade. Na bexiga dos animais com (tumores) no trato digestivo superior
hematúria enzoótica, além de coágulos (TOKARNIA et al., 2012). O animal tosse e
sanguíneos (Figura 4), encontram-se tem dificuldades para engolir os alimentos.
tumores, ou nódulos, com o aspecto Na cavidade oral podem aparecer úlceras
de couve-flor, de vários tamanhos, como, por exemplo, na faringe. Os
amarelados ou avermelhados. animais afetados regurgitam os alimentos,
saindo até mesmo pelas narinas. Essas
A grande maioria dos animais
alterações podem evoluir por um período
afetados pela hematúria enzoótica morre
de quatro meses e, em seguida, ocorre
em menos de dois anos, mesmo após
morte. Essa é a forma em que acontece o
sua retirada dos pastos infestados por
maior número de óbitos.

Foto: Vânia Maria de Oliveira

Figura 4. Bexiga de animais com hematúria enzoótica provocada por ingestão de plantas de samambaia.
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Não há terapia específica, pois a 2009; THOMSON, 2012; ZHOU et al.,


toxicidade causada pela planta pode 2014; WOLF et al., 2015). Além destas
rapidamente matar os bovinos com duas espécies diploides, também são
quadros de hemorragia ou intoxicação reconhecidas duas linhagens híbridas
crônica irreversível da hematúria alotetraploides entre elas: Pteridium
enzoótica (MARÇAL, 2003). caudatum (L.) Maxon, que ocorre do
norte da América do Sul até o México,
Os tratamentos que existem são
e Pteridium semihastatum (Agardh)
medidas paliativas e que, embora
Andrews, que ocorre na Oceania e
utilizadas, não passam de tentativas,
sudeste asiático.
principalmente, quando o animal
encontra-se em estado avançado de Dentro das espécies diploides
intoxicação (MARÇAL, 2017). Eliminar são reconhecidas cerca de 15-20
as plantas ainda é o melhor método para morfotipos geográficos, ultimamente
se reduzir as intoxicações. considerados como subespécies (ZHOU
et al., 2014; SCHWARTSBURD et
Características al., 2017). No Brasil, são conhecidos
até o momento três subespécies de
das Espécies Pteridium esculentum e a linhagem
híbrida: Pteridium esculentum subsp.
Espécies do gênero Pteridium arachnoideum, Pteridium esculentum
estão adaptadas a uma larga faixa de subsp. campestre, Pteridium esculentum
condições edafoclimáticas, ocorrendo subsp. gryphus e Pteridium caudatum.
desde o nível do mar até altitudes Destas, apenas as duas primeiras
acima de 3.500 m. Entretanto, é mais ocorrem no sudeste e no sul do Brasil,
agressiva em regiões subtropicais e estando as outras duas restritas à região
temperadas, sendo encontrada em amazônica.
encostas de morros, em solos bem Pteridium esculentum subsp.
drenados e ácidos. Desse modo, é tida arachnoideum é a espécie de samambaia-
como planta indicadora de acidez do do-campo que representa a maior
solo (TOKARNIA et al., 2012). problemática de intoxicação em bovinos,
Segundo os últimos trabalhos uma vez que é amplamente distribuída
filogenéticos, o gênero Pteridium no sudeste e sul do Brasil. Quanto a
apresenta duas linhagens diploides no Pteridium esculentum subsp. campestre,
mundo, reconhecidas como espécies: restrita às áreas de restinga, ainda
Pteridium aquilinum (L.) Kuhn, que não há estudos sobre sua toxicidade
ocorre basicamente no hemisfério norte e (SCHWARTSBURD et al., 2014, 2017).
África, e Pteridium esculentum (G. Forst.) O rizoma da planta apresenta
Cockayne, que ocorre basicamente no crescimento horizontal, subterrâneo,
hemisfério sul, exceto África (DER et al., sendo o mesmo cilíndrico, longo,
9

vascularizado e profundamente A partir dos rizomas emergem as


ramificado, podendo atingir dezenas de folhas (também chamadas frondes) com
metros quadrados de área. Dos rizomas, longos pecíolos trazendo no ápice o
desenvolvem-se raízes filamentosas limbo enrolado (ou circinado), similar à
(Figura 5). voluta do violino (Figura 6).

Fotos: Alexandre M. Brighenti e


Pedro Brond Schwartsburd
Figura 5. Rizomas de plantas de samambaia e raízes filamentosas.

Fotos: Alexandre M. Brighenti e


Marcos Lopes La Falce

Figura 6. Limbos enrolados similares à voluta do violino.

Aos poucos, o limbo se desenrola Os limbos foliares são divididos e


e as folhas podem atingir de 1,5 a 3 m envolvem, normalmente, 3 a 4 níveis
de comprimento. Porém quando na de composição. As primeiras divisões
borda de florestas, chegam até 4,5 m. do limbo são chamadas pinas, as
O limbo tem consistência coriácea e segundas, pínulas, depois pínulas de
cor verde-escura na face superior e segunda ordem, pínulas de terceira
verde-acinzentada na face inferior, se ordem, até os segmentos (Figura 7).
tornando marrom ou cinza quando as Entre os segmentos pode haver lobos
folhas secam. livres, que são importantes para a correta
identificação da samambaia-do-campo.
10

Fotos: Alexandre M. Brighenti


A B
Figura 7. Frondes (folhas) da samambaia-do-campo em desenvolvimento (A) e totalmente abertas (B).

Importante também para a taxonomia Plantas jovens iniciam a liberação


do grupo são os pelos (ou tricomas) de esporos pela terceira ou quarta
presentes na face inferior dos estação de crescimento e estima-se
segmentos (THOMSON e MARTIN, que, em condições ecológicas ideais,
1996; SCHWARTSBURD et al., 2017). sejam produzidos aproximadamente
300 milhões de esporos por ano
As samambaias não produzem
(VETTER, 2009). Os esporos liberados
flores nem frutos. Ao invés disso, elas
germinam e, em 6-7 semanas é
formam soros, que são conjuntos de
possível detectar o estabelecimento
esporângios, dentro dos quais são
de plantas jovens e a colonização de
produzidos os esporos. Os esporos são
novas áreas. Embora, muitos esporos
os diásporos, que deverão germinar e
possam germinar prontamente, outros
formar gametófitos. Estes, germinados
podem permanecer viáveis por até 10
em condições ideais, produzirão gametas
anos (GRIME et al., 1988).
masculinos e femininos. A fecundação
de dois gametas gera, então, uma nova A samambaia-do-campo também se
samambaia (esporófito). propaga de forma assexuada por meio
de secção dos rizomas.
Na samambaia-do-campo, os
soros são contínuos na margem dos As frondes verdes e também a
segmentos, com coloração alaranjada a serrapilheira de samambaia (Figura 9)
amarronzadas (Figura 8). Em condições possuem atividade inibitória sobre
ideais, a produção de esporos pode ser o crescimento de outras espécies
extremamente alta e sua dispersão a (JATOBA et al., 2016). O composto
longas distâncias é facilitada pelo vento denominado proantocianidina selligueina
(ALONSO-AMELOT e AVERDAÑO, 2002). A, identificado como majoritário,
11

apresenta atividade alelopática, inibindo de espécies de árvores tropicais na


o crescimento de outras plantas como o presença de extratos aquosos de plantas
trigo e o gergelim (JATOBA et al., 2016). de samambaia, afetando a germinação e
Existem ainda estudos que revelam a a morfologia das plantas (SILVA-MATOS
capacidade inibitória do crescimento e BELINATO, 2010).

Fotos: Alexandre M. Brighenti e


Pedro Bond Schwartsburd
Figura 8. Soros localizados na parte inferior das frondes, margeando as lâminas das folhas e contendo os esporos.

Foto: Alexandre M. Brighenti

Figura 9. Serrapilheira de plantas de samambaia-do-campo.


12

Práticas de Controle outras espécies daninhas. Essa situação


é mais comum em épocas de estiagem
Em função do grande potencial de e, em locais de baixa fertilidade do solo,
super pastejo, e ainda, em consequência
agressividade da samambaia, é muito
do uso de fogo.
importante estabelecer um programa
de prevenção em áreas isentas dessa Utilizar espécies forrageiras que
espécie ou, até mesmo, em locais de cobrem rapidamente o solo. O aumento
baixos níveis de infestação. da taxa de semeadura, correções e
adubação do solo, darão condições
Práticas de controle em área
favoráveis ao arranque inicial da
infestadas são procedimentos
pastagem e pleno estabelecimento
imprescindíveis para erradicar as
e desenvolvimento da forrageira em
plantas ou baixar sua população a níveis
detrimento aos das plantas daninhas.
passíveis de convivência. O sucesso
dessas atividades ainda é considerado o Animais trazidos de áreas infestadas
principal passo para acabar ou baixar os devem permanecer de 3-5 dias em local
índices de intoxicação por samambaia. reservado antes de serem levados para
Algumas práticas podem surtir efeito pastos não infestados. Esse período visa
satisfatório, desde que bem aplicadas: possibilitar a excreção de propágulos de
samambaia que possam estar presentes
no trato digestivo, ou aderidas ao pelo e
a. Controle preventivo casco dos animais.
Utilizar sementes de forrageiras de Proteger contra o fogo as áreas de
produtores idôneos e, sobretudo, com pastagens infestadas com samambaias.
alto valor cultural (VC). Sementes com Essa prática é recomendável, pois, a
maior grau de pureza têm menores ocorrência de incêndios frequentes
chances de estarem contaminadas com favorece o estabelecimento das plantas,
esporos de samambaia. visto a espécie ser tolerante ao fogo
Limpar máquinas agrícolas, (SILVA e SILVA-MATOS, 2006). Além
implementos e veículos que trafegaram disso, a brotação que surge após
em áreas infetadas. queimadas concentra grande quantidade
de princípios tóxicos.
Evitar a degradação da pastagem.
Pastagens bem manejadas e adubadas O desmatamento, a destoca, a
corretamente cobrem de maneira mais degradação das pastagens e o abandono
uniforme os espaços, reduzindo áreas de de áreas anteriormente utilizadas em
solo nu. Solos descobertos ou com baixa agricultura ou pecuária, possibilitam a
densidade de plantas forrageiras permitem proliferação da samambaia e, por essa
a germinação e o estabelecimento, não razão, devem-se evitar situações dessa
somente de samambaia, mas também de natureza (MARÇAL et al., 2001).
13

O pecuarista deve estar atento a fim selecionar as espécies. Dessa forma, a


de não permitir a escassez de alimentos prática de utilizar áreas com forrageiras
fibrosos. Isso é imprescindível no para fenação e silagem onde há grande
sentido de evitar que os animais não infestação de plantas de samambaia
supram essa deficiência alimentando-se deve ser evitada, pois o principio tóxico
de partes fibrosas da samambaia como ainda permanece na silagem e no feno
caules e folhas maduras (MELO, 2000). (BISCHOFF e SMITH, 2011).

Também a superlotação de animais


numa mesma área condiciona a b. Mapeamentos e
escassez de forragem, levando ao monitoramentos das
consumo da samambaia-do-campo.
áreas infestadas
Uma adequada oferta de pasto de boa
qualidade em relação à lotação animal, Estudos epidemiológicos que
especialmente nas épocas mais críticas permitem mapear as regiões
do ano, é fundamental para evitar as problemáticas são recomendáveis. Por
intoxicações por plantas de samambaia. meio deles é possível atuar de modo
preventivo, tanto no aspecto da sanidade
Não é aconselhável utilizar a
animal, quanto na preocupação para
samambaia como cama de estábulo.
com a saúde pública. Esses trabalhos
Os animais podem ingerir as plantas e
têm sido conduzidos, mapeando regiões
apresentar os sintomas de intoxicação,
problemáticas como, por exemplo, no
pois a samambaia, mesmo seca,
Paraná e no Mato Grosso (MARÇAL,
conserva os princípios tóxicos por longo
2003; FURLAN et al., 2014a).
tempo (MELO, 2000).
Além disso, áreas infestadas
É extremamente importante que haja
devem ser monitoradas regularmente,
uma correta e contínua suplementação
eliminando plantas jovens, a fim de
mineral para o gado em áreas onde a
evitar a produção de esporos. Beiras
samambaia ainda não foi erradicada.
de estradas, cercas e áreas de
Essa prática exerce uma importante ação
propriedades vizinhas também devem
preventiva, evitando tornar os animais
ser inspecionadas. Locais tratados ou
mais vulneráveis e imunodeprimidos,
em tratamento de controle devem ser
condição propícia para que a planta
inspecionados por pelo menos duas
acelere as manifestações tóxicas nos
vezes ao ano, sendo imperativo repetir
bovinos (MARÇAL, 2003).
o tratamento ao se detectar qualquer
Animais que se alimentam de início de crescimento ativo de plantas de
silagem ou feno contaminados com samambaia.
samambaia têm dificuldades em
14

c. Controle manual populacional de plantas de samambaia-


do-campo nas propriedades (FURLAN
e mecânico et a., 2014b).
Estudos avaliaram as formas de Falhas na cobertura da pastagem
controle de Pteridium indicando que, possibilitam o surgimento de pontos
a longo prazo, o corte das plantas de vulneráveis à ocupação e a proliferação
duas a três vezes ao ano é considerado de espécies daninhas. Esses espaços
uma medida eficaz de controle (COX et vazios podem ser resultado do uso de
al., 2007). espécies forrageiras pouco adaptadas
A aração, a gradagem e o corte às condições edafoclimáticas da região
também são práticas recomendadas ou numero excessivo de animais em
para baixar a infestação de pastejo (superlotação).
samambaia (ARGENTI et al., 2012). Adubações corretivas do solo
Contudo, somente a aração profunda com calcário, preparo com aração,
proporciona maiores níveis de redução adubações de implantação e
da população de samambaia por um manutenção das pastagens são
período maior de tempo. extremamente importantes para garantir
a fertilidade da área e contribuir para o
A prática de roçadas nem sempre
bom desenvolvimento das forrageiras,
surte efeito, pois estimula a brotação da
evitando o surgimento de comunidades
samambaia, além de perda de matéria
infestantes de samambaias (FURLAN et
verde da pastagem. A roçada somente
al., 2014a).
é válida se realizada antes da dispersão
dos esporos. Há indicações de que a calagem por
si só não é suficiente para eliminar a
infestação por samambaias (TOKARNIA
d. Manejo do pasto et al., 2012).
e dos bovinos Produtores rurais no Mato Grosso
Há diversos fatores que influenciam que implantaram o sistema de integração
no aumento da população de lavoura pecuária, alternando pasto
samambaias. A destruição dos e cultura, controlaram a samambaia,
ecossistemas naturais, transformados verificando a presença da espécie
em extensas áreas agropastoris, sem somente em áreas adjacentes (FURLAN
a execução de práticas recomendadas et al., 2014a).
de manejo e conservação dos solos
tem levado ao aumento das áreas
infestadas. A utilização frequente de e. Controle biológico
queimadas, como prática de limpeza das Em áreas de agricultura tropical, o
áreas, também colabora para aumento fungo Ascochyta pteridis foi utilizado
15

em áreas de samambaia-do-campo A mistura formulada de 2,4-D +


(HARTIG e BECK, 2003). Ao longo Picloram, seletiva para pastagens, é
do tempo, houve uma diminuição no uma alternativa viável para o controle de
vigor das plantas em função do fungo samambaia em área total.
prejudicar o crescimento dos rizomas.
No entanto, os herbicidas Glufosinato
de Amônio e Glyphosate também podem
f. Controle químico ser utilizados nas práticas de controle.
Porém, são produtos não seletivos
A aplicação de herbicidas em toda a para pastagens e as aplicações devem
área infestada é indicada para grandes ser necessariamente dirigidas sobre
extensões de pastagens, bem como, as plantas a fim de não prejudicar a
locais de difícil acesso. As aplicações pastagem circundante.
são recomendadas quando a maioria
dos frondes estiver expandida e em
pleno metabolismo, a fim de garantir g. Semeadura de
absorção e translocação dos herbicidas.
culturas anuais e
O uso de herbicidas associado ao reforma de pastagens
corte por duas a três vezes ao ano foi
considerado um método eficaz utilizado A samambaia não infesta áreas onde
na Grã Bretanha (LEDUC et al., 2000). cultivos são realizados regularmente.
Dessa forma, em pastagens densamente
Alguns herbicidas listados na povoadas por samambaia, pode-se
Tabela 1 são registrados no Ministério da optar pela reforma da pastagem. A
Agricultura, Pecuária e Abastecimento implantação de culturas anuais por pelo
para o controle de samambaia em menos dois anos consecutivos, além
grandes áreas (MAPA, 2017). de permitir renda no curto prazo visa,
principalmente, reduzir a infestação por
samambaia e outras espécies daninhas.

Tabela 1. Nomes técnicos, nomes comerciais, doses do produto comercial e modo de aplicação de herbicidas
registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para o controle de Pteridium aquilinum*.
Doses
-1
Nome Técnico Nome Comercial L ha Modo de Aplicação
-1
kg ha
® ® ® ®
Artys , Camp-D , Crater Artys BR ,
2,4-D+Picloram ® ® ® ® 3,5 Pós emergência
Famoso , Jacaré ,Pampa , Raio
® ® ® Pós emergência
Glufosinato de amônio Finale , Liberty BCS , Patrol SL 2,0
(jato dirigido)
®
Glifosato Nortox , Glifosato Nortox Pós emergência
Glyphosate ® ® 4,0
SL , Glyox (jato dirigido)
*O manuseio e a aplicação de herbicidas em qualquer situação deve ter sempre o acompanhamento de um engenheiro agrônomo.
Fonte: MAPA, 2017
16

Culturas modificadas geneticamente O monitoramento das pastagens


para resistência ao glyphosate como, por é imprescindível, tanto no sentido de
exemplo, o milho e a soja transgênicos, evitar o estabelecimento da espécie
podem ser cultivadas realizando a em áreas livres, bem como evitar as
dessecação pré-semeadura com esse reinfestações em áreas recém-tratadas
herbicida e repetindo a operação ou em tratamento.
durante o ciclo de cultivos, caso seja
Melhores perspectivas no manejo
necessário. Após o período estabelecido
da samambaia despontam, atualmente,
com culturas anuais, retorna-se
com aplicação de tecnologias agrícolas
novamente com a implantação das
mais refinadas. Cuidados intensivos
pastagens. A implantação de forrageiras
com o solo e com as pastagens, a
bem competitivas como a Brachiaria
realização de calagens e adubações
decumbens e a Setaria sp. são
corretas; a implantação de cultivos
consideradas medidas complementares
anuais e árvores integrados com pasto
ao controle químico (MARÇAL, 2003).
(iLPF) e, sucessivamente, a reforma das
pastagens despontam como medidas
Considerações Finais eficazes na diminuição das populações
de samambaia. Além do mais, o manejo
Áreas infestadas com samambaia- correto dos animais e a associação de
do-campo geralmente ocorrem por métodos de controle mecânico e químico
desconsiderar-se o potencial de são, certamente, estratégias passíveis
toxicidade das plantas e pela falta de de utilização e que também contribuem
conhecimento do pecuarista dos riscos para controlar a samambaia e evitar
representados pelo consumo da planta prejuízos diretos à pecuária nacional.
pelos animais. Aliado a isso, o manejo
inadequado exercido pelo homem nos
diferentes ecossistemas tem contribuído
para a dispersão, estabelecimento e
expansão de áreas dominadas pela
samambaia.
Intervenções esporádicas e
pontuais nem sempre surtem bons
resultados. O controle da samambaia
requer planejamento de longo prazo.
Planos de gerenciamento devem
incluir a prevenção de sua entrada em
áreas isentas e a implementação de
diferentes práticas de controle nas áreas
infestadas.
17

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Foto da capa
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