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TESTES E MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL FISIOLÓGICO DE

SEMENTES DE BARU

Jacson Zuchi1*, Gessimar Nunes Camelo1, Glicélia Pereira Silva1, Melícia Ingredi Araújo
Gavazza1, Juliana de Fátima Sales1

RESUMO: A qualidade das sementes é avaliada pelo teste de germinação, no entanto é importante
avaliar as sementes por meio de testes de vigor. Objetivou-se neste trabalho testar algumas
metodologias dos testes de germinação, de envelhecimento acelerado, frio e de condutividade elétrica
para avaliação do potencial fisiológico de sementes de baru. O trabalho foi desenvolvido no
Laboratório de Sementes do Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde. Sementes de baru foram
coletadas em outubro de 2014 e extraídas, com o uso de máquina de quebrar coco, marca Pit Bull®.
Foram executados experimentos com teste de germinação, sob diferentes temperaturas, teste de
envelhecimento acelerado, teste de frio e teste de condutividade elétrica, em delineamento
inteiramente casualizado. O esquema fatorial foi 2x4 (lote x temperatura de germinação), 2x3 (tipo de
solução osmótica x tempo de envelhecimento acelerado), 2x3 (temperatura de estresse x tempo de
exposição) e 2x2x3 (número de sementes x temperatura do teste x tempo de embebição),
respectivamente. Pode-se concluir que a temperatura de 30 ºC proporciona maior velocidade de
germinação para sementes de baru. O teste de envelhecimento acelerado, com temperatura de 41 ºC e
tempo de exposição de 48 horas, promove maior grau de estresse em sementes de baru. O teste de
condutividade elétrica em sementes de baru pode ser realizado com 10 ou 15 sementes e com
temperatura de 30 ºC por período de 20 ou 24 horas.

Palavras-chave: Dipteryx alata, germinação, vigor

TEST AND METHODS TO EVALUATE THE PHYSIOLOGICAL POTENTIAL OF SEEDS


OF BARU

ABSTRACT: Seed quality is evaluated by the germination test however it is important to evaluate the
seeds through vigor tests. The objective of this study was to test some methods of germination,
accelerated aging, cold and electrical conductivity to evaluate the physiological potential of seeds of
baru. Baru seeds were collected in October 2014 and extracted using a machine of coconut breaking,
brand Pit Bull®. Completely randomized design experiments were performed on and in a 2x4 factorial
design (lot x germination temperature), 2x3 (type of osmotic solution x accelerated aging time), 2x3
(stress temperature x exposure time) and 2x2x3 (number of seeds x test temperature x soaking time),
respectively. It can be concluded that the temperature of 30 °C provides higher germination rate for
seeds of baru. The accelerated aging test with a temperature of 41 ° C and time of 48 hours exposure,
promotes a higher degree of stress in baru seeds. The electrical conductivity test of seeds of baru can
be carried out with 10 or 15 seeds and at a temperature of 30 °C for a period of 20 or 24 hours.

Key words: Dipteryx alata, germination, vigor

__________________________________________________________________________________________
1
Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde, Rio Verde - GO. *E-mail: jacson.zuchi@ifgoiano.edu.br. Autor
para correspondência.

Recebido em: 18/01/2016. Aprovado em: 05/12/2016.

INTRODUÇÃO

Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.09, n.03, p.31 - 38, set/dez. 2016.
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O barueiro (Dipteryx alata Vogel) é MATERIAL E MÉTODOS


uma espécie arbórea que ocorre em Minas
Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso O trabalho foi desenvolvido no
e Mato Grosso do Sul (SANO et al., 2004). O Laboratório de Sementes do Instituto Federal
barueiro é uma planta arbórea, que pode Goiano, Campus Rio Verde, Rio Verde,
atingir 25 metros de altura, copa densa, folhas Goiás, durante os meses de abril a junho de
compostas por 6 a 12 folíolos e fruto de polpa 2015. Sementes de baru foram coletadas em
aromática, que amadurece de setembro a outubro de 2014, no município de Santa
outubro, com uma única semente (LORENZI, Helena de Goiás, Goiás, e extraídas, com o
2002). uso de máquina de quebrar coco, marca Pit
O baru apresenta muitos usos e na Bull®, de janeiro a abril de 2015. Após a
época da seca sua polpa é consumida por extração, as sementes de baru foram
bovinos (ALMEIDA et al., 1990). O fruto beneficiadas, manualmente, para a separação
possui alto teor de fibra (TOGASHI, 1993), e eliminação das sementes chochas e
açúcar, potássio, cobre e ferro (VALLILO et danificadas, em seguida as mesmas foram
al., 1990), podendo até ser utilizada como armazenadas à temperatura de 10 ºC até a
ração. A semente é rica em óleo insaturado, instalação dos experimentos.
proteína, cálcio e fósforo, assemelhando-se Foram executados teste de
ao amendoim (TOGASHI, 1993). germinação, teste de envelhecimento
A temperatura é um dos fatores que acelerado, teste de frio e teste de
apresenta maior influência na germinação e condutividade elétrica, em delineamento
na determinação do vigor das plântulas, inteiramente casualizado, em esquema
influenciando a absorção de água e as reações fatorial de 2x4 (lote x temperatura de
bioquímicas da semente (BEWLEY & germinação), de 2x3 (tipo de solução
BLACK, 1994). Pesquisadores tem osmótica x tempo de envelhecimento
procurado melhorar os testes de vigor para acelerado), de 2x3 (temperatura de estresse x
aprimorar a estimativa do potencial de tempo de exposição) e de 2x2x3 (número de
desempenho de sementes (VIEIRA, 1994). A sementes x temperatura do teste x tempo de
avaliação do vigor tem evoluído à medida embebição), respectivamente. Para os testes
que os testes vêm sendo aperfeiçoados, de germinação, envelhecimento acelerado e
alcançando precisão e reprodutibilidade de frio, foram utilizadas 5 repetições de 20
resultados (KRZYZANOWSKI & FRANÇA sementes e para o teste de condutividade
NETO, 1991). elétrica, foram utilizadas 5 repetições de 10 e
A qualidade de sementes é avaliada 15 sementes.
pelo teste de germinação (BRASIL, 2009), Para o teste de germinação, foram
conduzido sob condições ideais de utilizadas sementes de baru de dois lotes,
laboratório. No entanto, estes resultados nem com teores de água distintos, 6 e 9%. As
sempre são confirmados pela emergência das sementes foram distribuídas sobre duas folhas
plântulas, assim, é importante avaliar as de papel toalha, tipo germitest, previamente
sementes por meio de testes de vigor umedecidas com água destilada, 3 vezes a
(MARCOS FILHO, 1999), de maneira rápida massa seca do papel, e cobertas com uma
e eficiente o potencial fisiológico das folha de papel umedecido, confeccionando-se
sementes (OLIVEIRA et al., 2015). rolos. Os rolos foram acondicionados em
Quase não há estudos direcionados à sacos plásticos e mantidos em B.O.D., sob
adequação de metodologias para a avaliação temperatura constante de 20, 25, 30 ºC e
do potencial fisiológico de sementes de baru. alternada de 20-30 ºC, durante 14 dias. Cada
Nesse sentido, objetivou-se testar algumas B.O.D foi regulada para um fotoperíodo de
metodologias de testes para avaliação do 12 horas, com 40% de umidade relativa do ar.
potencial fisiológico de sementes de baru. Foram realizadas contagens diárias do
número de sementes com protusão de

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radícula, sementes com rompimento em balança de precisão, com 4 casas


completo do tegumento e radícula visível, decimais, e acondicionadas em copos
para determinação do índice de velocidade de plásticos, adicionando-se 75 ml de água
germinação (MAGUIRE, 1962) e de destilada, recobertos com plástico
velocidade de germinação transparente e mantidos em B.O.D. a 25 e
(KRZYZANOWSKI et al., 1999). Ao final 30ºC, com umidade relativa média do ar de
do teste, foi realizada a avaliação final, 40%, durante 16, 20 e 24 horas. Após cada
classificando-se as plântulas e as sementes período de embebição, agitou-se cada
em diferentes categorias, conforme Brasil amostra, individualmente, com bastão de
(2009) adaptado. vidro e efetuou-se a leitura da condutividade
Para o teste de envelhecimento elétrica da solução, em condutivímetro
acelerado, sementes de baru, de um único eletrônico de bancada, marca Tecnal, modelo
lote, com 9% de teor de água, foram 4-MP. O cálculo da condutividade elétrica foi
distribuídas sob tela metálica e realizado dividindo-se a leitura da
acondicionadas em caixas plásticas, tipo condutividade elétrica da solução, pelo peso
gerbox, recobertas com plástico, contendo no individual de semente de cada amostra
fundo 40 ml de dois tipos de solução (KRZYZANOWSKI et al., 1999).
osmótica, água destilada e solução de NaCl a Os dados foram submetidos a análise
75%, e mantidas em B.O.D. a 41 ºC e 40% de de variância e normalidade e as médias
umidade relativa do ar por 24, 48 e 72 horas. comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
Após cada período de envelhecimento, as probabilidade, utilizando-se o programa
sementes foram submetidas ao teste de ASISTAT (SILVA et al., 2006).
germinação, a 30 ºC, conforme metodologia
descrita anteriormente. Foi realizada uma RESULTADOS E DISCUSSÃO
única avaliação da qualidade fisiológica das
sementes, aos 14 dias, classificando-se as Não houve diferença entre as médias
plântulas e as sementes em diferentes de germinação, bem como efeito de interação
categorias, conforme Brasil (2009) adaptado. entre os fatores lote e temperatura de
Para o teste de frio, sementes de baru, germinação, contudo, a germinação de
de um único lote, com 9% de teor de água, sementes de baru foi superior a 90%, sendo
foram distribuídas sobre duas folhas de papel este percentual considerado satisfatório. A
toalha, tipo germitest, previamente velocidade de germinação e o índice de
umedecidas com água destilada, 3 vezes a velocidade de germinação se diferenciaram
massa seca do papel, e cobertas com uma nas diferentes temperaturas de germinação,
folha de papel umedecido, confeccionando-se contudo, não se diferenciaram entre os lotes e
rolos. Após, os rolos foram acondicionados não houve efeito de interação entre os fatores
em sacos plásticos e mantidos em B.O.D. a estudados. Nota-se que essas variáveis foram
10 e 20 ºC, com 40% de umidade relativa maiores na temperatura de 30 ºC, ao contrário
média, por 4, 5 e 6 dias. Após cada período da temperatura de 20 ºC, que proporcionou
de estresse, as sementes foram submetidas ao menor velocidade (Tabela 1). A proporção de
teste de germinação, a 30 ºC, conforme plântulas normais se diferenciou entre as
metodologia descrita anteriormente. Foi temperaturas de germinação e entre os lotes
realizada uma única avaliação da qualidade de sementes, sendo que, as maiores médias
fisiológica das sementes, aos 14 dias, foram verificadas na temperatura de 20 ºC e
classificando-se as plântulas e as sementes no lote B, o que é ratificado pelos menores
em diferentes categorias, conforme Brasil valores de plântulas anormais infeccionadas,
(2009) adaptado. que apresentou diferença apenas para o fator
Para o teste de condutividade elétrica, lote de sementes, e de sementes mortas
sementes de baru de um único lote, com 9% (média = 6 un.; desvio padrão = 5,9 un.), que
de teor de água, foram previamente pesadas apesar da não significância estatística para

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essa variável apresentou mesma tendência, no associada às características ecológicas da


lote B,. A temperatura ótima para a espécie (PROBERT, 1992).
germinação de sementes está diretamente

Tabela 1. Desempenho fisiológico de sementes de baru (Dipteryx alata), de dois lotes, sob
diferentes temperaturas de germinação - Rio Verde, GO, 2015
Germinação (%)
Temperatura (ºC)
Lote Média C.V. (%)
20 25 30 20-30
A 92 91 95 94 93
6,45
B 95 94 96 96 95
Média 94 93 96 95 94 -
Velocidade de germinação (dias)
Temperatura (ºC)
Lote Média C.V. (%)
20 25 30 20-30
A 8,48 7,24 6,53 6,75 7,25
1,80
B 8,51 7,11 6,61 6,88 7,28
Média 8,50 a* 7,18 b 6,57 d 6,81 c 7,26 -
Índice de velocidade de germinação
Temperatura (ºC)
Lote Média C.V. (%)
20 25 30 20-30
A 8,25 11,14 18,28 15,97 13,41
11,06
B 8,40 12,67 17,71 15,02 13,45
Média 8,32 d 11,90 c 18,00 a 15,49 b 13,43 -
Plântulas normais (%)
Temperatura (ºC)
Lote Média C.V. (%)
20 25 30 20-30
A 79 73 63 67 71 B
12,35
B 85 84 76 81 82 A
Média 82 a 79 ab 70 b 74 ab 76 -
Plântulas anormais infeccionadas (%)
Temperatura (ºC)
Lote Média C.V. (%)
20 25 30 20-30
A 12 13 18 10 13 A
73,98
B 8 10 06 05 07 B
Média 10 12 12 8 10 -
*Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, e maiúscula, na coluna, não diferem significativamente
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

De forma similar ao teste de (média = 72 un.; desvio padrão = 14,6 un.),


germinação, no teste de envelhecimento anormais infeccionadas (média = 15 un.;
acelerado não houve interação entre os desvio padrão = 7,2 un.) e sementes mortas
fatores solução osmótica e tempo de (média = 14 un.; desvio padrão = 8,1 un.),
exposição. Contudo, a germinação das não houve significância dos resultados,
sementes de baru foi menor quando as contudo os valores confirmaram a tendência
sementes foram submetidas a 48 horas de de maior intensidade de estresse com 48
exposição, independentemente do tipo de horas de exposição.
solução osmótica (Tabela 2). Nas demais Como os valores de proporção de
variáveis, proporção de plântulas normais plântulas normais foram inferiores a 80%, o

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teste de envelhecimento acelerado, deterioração menos acentuada. Esse menor


possivelmente, pode ser usado como um grau de umidade impede o crescimento de
indicador de vigor de sementes de baru. Em microrganismos e minimiza os efeitos de
sementes de mamona, a temperatura de 41 ºC patógenos associados às sementes
por período entre 48 e 72 h foram as (JIANHUA & MCDONALD, 1996).
condições mais indicadas para a condução do Nery et al. (2009) concluíram que o
teste de envelhecimento acelerado (MENDES teste de envelhecimento acelerado a 41 °C,
et al., 2010). A ausência de diferença em por 96 horas com solução saturada, e 41 °C
relação às soluções osmóticas, neste estudo, por 72 horas, foi eficiente para avaliação do
foi resultado inesperado, uma vez que, para potencial fisiológico de sementes de nabo
Rodo et al. (2000), o grau de umidade das forrageiro. Ohlson et al. (2010), concluíram
sementes expostas a solução saturada de que o teste de envelhecimento acelerado a 43
NaCl é menor e mais uniforme após os ºC, por 48 horas, fornece informações
períodos de envelhecimento, em relação ao consistentes para sementes de trigo.
convencional, proporcionando taxa de

Tabela 2. Desempenho fisiológico de sementes de baru (Dipteryx alata), sob envelhecimento


acelerado com diferentes soluções osmóticas e tempos de exposição, em temperatura de 41 ºC
e umidade relativa do ar de 40% - Rio Verde, GO, 2015
Germinação (%)
Tempo de exposição
Solução osmótica Média C.V. (%)
24 h 48 h 72 h
Água 90 80 88 86
11,07
NaCl 75% 82 76 92 83
Média 86 ab* 78 b 90 a 85 -
*Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, e maiúscula, na coluna, não diferem significativamente
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

De forma análoga aos demais testes, mesmo sentido, a proporção de sementes


no teste de frio não houve interação entre os mortas apesar de não ter apresentado
fatores temperatura de estresse e tempo de diferença estatística, também apresentou
exposição para a germinação de sementes de média superior nesta temperatura. Entretanto,
baru foi inferior quando temperatura de como os valores de germinação e proporção
estresse foi 10 ºC, independentemente do de plântulas normais foram superiores a 90%,
tempo de exposição. As médias da proporção pode-se inferir que o teste de frio pode não
de plântulas normais (média = 94 un.; desvio ser um bom indicador de vigor de sementes
padrão = 6,1 un.), plantas anormais de baru (Tabela 3). O teste de frio tem sido
infeccionadas (média = 3 un.; desvio padrão utilizado na avaliação do vigor de sementes
= 5,1 un.) e sementes mortas (média = 6 un.; de mamona (MENDES et al., 2010), soja
desvio padrão = 3,7 un.) não se diferenciaram (VIEIRA et al., 2010) e algodão (MIGUEL et
com a aplicação dos tratamentos. Neste al., 2001).

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Tabela 3. Desempenho fisiológico de sementes de baru (Dipteryx alata), sob teste de frio em
diferentes temperaturas e tempos de exposição - Rio Verde, GO, 2015
Germinação (%)
Tempo de exposição (dias)
Temperatura Média C.V. (%)
4 5 6
10 ºC 98 97 93 96 B
11,07
20 ºC 99 99 98 99 A
Média 99 98 96 97 -
*Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, e maiúscula, na coluna, não diferem significativamente
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

No teste de condutividade elétrica, teste pode ser usado com indicador de vigor
não houve diferença com o uso de 10 ou 15 (Tabela 4). A quantidade de lixiviados
sementes. Contudo, a condutividade elétrica liberados pelas sementes vigorosas, ao longo
foi superior quando o teste foi conduzido a do teste de condutividade elétrica, se
30ºC e com tempo de embebição de 20 ou 24 estabiliza, devido a reorganização das
horas, demonstrando que nestas condições o membranas (MENEZES et al., 2007).

Tabela 4. Condutividade elétrica de sementes de baru (Dipteryx alata), com diferentes


quantidades de sementes, temperatura de embebição e tempo de exposição - Rio Verde, GO,
2015
Nº de sementes T. ºC de embebição Tempo de embebição C.V.
10 15 25 ºC 30 ºC 16 h 20 h 24 h (%)
16,22 14,61 12,08 b* 18,75 a 10,53 b 16,75 a 20,05 a 33,24
*Médias acompanhadas pela mesma letra minúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de tukey em nível
de 5% de probabilidade.

Em estudo com amendoim, Vanzolini características de composição química,


& Nakagawa, (2005) verificaram maiores espessura do tegumento, tamanho, entre
valores de condutividade elétrica com a outros fatores das sementes.
utilização de 50 sementes em comparação ao
uso de 25 sementes, independentemente da CONCLUSÕES
temperatura empregada (20 e 25 ºC). Para
esses autores, com o aumento do número de A temperatura de 30 ºC proporciona
sementes para o mesmo volume de água, há maior velocidade de germinação para
maior concentração de lixiviados na solução sementes de baru. O teste de envelhecimento
de embebição, e consequentemente maior acelerado, com temperatura de 41 ºC e tempo
valor de condutividade elétrica. Segundo de exposição de 48 horas promove maior
Loeffler et al. (1988), a vantagem em se grau de estresse em sementes de baru. O teste
utilizar maior número de sementes em testes de condutividade elétrica de sementes de baru
de condutividade elétrica seria a redução no pode ser realizado com 10 ou 15 sementes e a
coeficiente de variação, obtendo-se maior temperatura de 30 ºC, por 20 ou 24 horas.
uniformidade dos resultados entre repetições.
Souza et al. (2007) verificaram que o REFERÊNCIAS
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detectar diferenças de qualidade. Segundo potássio na avaliação de sementes de girassol.
Albuquerque et al. (2001), essa variação de Revista Brasileira de Sementes, v.23, n.1,
resultados pode ser explicada pelas p.1-8, 2001.

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