O documento discute os sistemas de preparo do solo para o plantio da cana-de-açúcar, comparando o sistema convencional, o cultivo mínimo e o plantio direto. Existem três opções para o preparo do solo na fase de plantio, sendo o sistema convencional o mais utilizado comercialmente, enquanto o plantio direto tem menor impacto ambiental e pode reduzir custos de produção.
O documento discute os sistemas de preparo do solo para o plantio da cana-de-açúcar, comparando o sistema convencional, o cultivo mínimo e o plantio direto. Existem três opções para o preparo do solo na fase de plantio, sendo o sistema convencional o mais utilizado comercialmente, enquanto o plantio direto tem menor impacto ambiental e pode reduzir custos de produção.
O documento discute os sistemas de preparo do solo para o plantio da cana-de-açúcar, comparando o sistema convencional, o cultivo mínimo e o plantio direto. Existem três opções para o preparo do solo na fase de plantio, sendo o sistema convencional o mais utilizado comercialmente, enquanto o plantio direto tem menor impacto ambiental e pode reduzir custos de produção.
No ciclo de produção da cana-de-açúcar, podem-se identificar as fases de
plantio, tratos culturais e colheita nas quais são transportados fertilizantes, defensivos químicos, mudas, palhiço e colmos para moagem, em ordem crescente de intensidade de tráfego pela quantidade de massa movimentada. O tráfego de tratores, colhedoras, implementos e veículos de transporte utilizados nas referidas fases contribuem para o adensamento do solo, tornando necessárias operações pesadas como subsolagem, aração ou gradagem para sua desagregação.
Os processos agronômicos de produção de cana-de-açúcar continuam os
mesmos utilizados durante vários séculos, mesmo em regiões com maior desenvolvimento tecnológico, como o estado de São Paulo. Experiências bem sucedidas em escala comercial mostram que outros processos agronômicos como, o Cultivo Mínimo e o Plantio Direto, podem substituir, com vantagens, o sistema de preparo convencional que atualmente domina a agricultura canavieira. Existem três opções para o preparo do solo, na fase de plantio: Sistema Convencional, Sistema de Cultivo Mínimo e Sistema de Plantio Direto. Estes sistemas estão descritos em ordem decrescente de utilização comercial.
• Sistema Convencional de preparo de solo para o
canavial
O Sistema Convencional de preparo do solo envolve operações de
subsolagem e aração, combinadas por gradagens para a eliminação das soqueiras e incorporação de corretivos de solo. O tráfego intenso de colhedoras e veículos de transporte são normalmente os agentes compactadores que justificam o uso da subsolagem e das gradagens. Desse modo, um ciclo vicioso de compactação e descompactação se repete ao longo do tempo, sendo que ambas as operações, tanto de compactação quanto de descompactação, demandam equipamentos, combustíveis, mão de obra e investimentos para serem realizadas. Estima-se que a perda de solo para outras culturas, decorrente do preparo convencional, pode atingir 50 toneladas por hectare ao ano. • Sistema de Cultivo Mínimo
Esta técnica destaca-se por substituir as operações convencionais de
preparo do solo em área total por um preparo concentrado na linha de plantio, que consiste mais frequentemente em uma subsolagem, que pode ser complementada por uma desagregação mais intensa do solo por meio de enxada rotativa em uma faixa estreita vizinha à linha de subsolagem.
Em relação ao Cultivo Convencional, o Cultivo Mínimo apresenta redução
na erosão, redução no uso de máquinas e implementos, reduzindo assim o uso de combustíveis. A perda de solo para outras culturas neste sistema pode atingir 20 toneladas por hectare ao ano, contra 50 toneladas por hectare ao ano no caso de plantio convencional.
• Sistema de Plantio Direto
O Sistema de Plantio Direto é uma técnica de manejo do solo em que
palhiço e restos vegetais (folhas, colmos, raízes) são deixados na superfície do solo. O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas as mudas e fertilizantes e as plantas infestantes são controladas por herbicidas, evitando assim cultivos mecânicos que provocam a compactação. Não existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio.
A redução da erosão, a melhoria das condições físicas e de fertilidade do
solo, o aumento do teor de matéria orgânica, de nutrientes e de água armazenada, bem como a redução no consumo de combustíveis com a manutenção da produtividade da cultura, indicam o Plantio Direto como o sistema para alcançar maior sustentabilidade da agricultura, com mínimos impactos ambientais e sem degradação dos recursos naturais.
• Consequências do Sistema de Plantio Direto da cana
Apesar da cultura de cana-de-açúcar apresentar um índice reduzido de
perda de solo, a degradação dos solos afeta grandemente as terras agrícolas e pode ser considerada um dos mais importantes problemas ambientais dos nossos dias. Dentre os tipos de degradação, a erosão é uma das formas mais prejudiciais, uma vez que reduz a capacidade produtiva das culturas, além de causar sérios danos ambientais, tais como assoreamento e poluição das fontes de água. O Plantio Direto é um sistema de manejo muito eficiente no controle da erosão. O palhiço sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior infiltração de água e menor arraste de solo. O Plantio Direto reduz em até 90% as perdas de solo e em até 70% a enxurrada.
Mesmo em culturas com menor quantidade de resíduos de cobertura que a
cana-de-açúcar, estima-se que as perdas de solo com a erosão podem ser reduzidas em aproximadamente 76%.
• Redução da perda de água
A água ocupa um lugar de destaque no manejo da cana-de-açúcar, pois,
quando limitante, reduz significativamente a produtividade, mesmo em solos mais férteis e, quando adequada, consegue boa produção, mesmo nos solos com menor potencial. Em relação à cobertura vegetal, verifica-se que o palhiço cobrindo o solo aumenta a retenção de água, já que diminui a evaporação e reduz, ou até mesmo elimina, o escoamento superficial. Estudos indicam uma redução na perda de água de aproximadamente 70% com o uso do Plantio Direto.
• Melhoria da fertilidade do solo
Um dos efeitos mais significativos do aumento dos teores de matéria
orgânica no solo, proporcionado pelo Plantio Direto, é o aumento na chamada Capacidade de Troca Catiônica (CTC). Em linhas gerais, CTC é a capacidade que um solo apresenta de armazenar nutrientes para que estes sejam posteriormente utilizados pelas plantas. A maior parte dos solos brasileiros é constituída por solos pouco férteis e pobres em matéria orgânica. O aumento da matéria orgânica propicia um aumento da atividade biológica e também um aumento da disponibilidade de nutrientes, como o fósforo e o cálcio. Todos esses fatores contribuem para o aumento da produtividade da cultura e possibilitam a redução da aplicação de fertilizantes, especialmente os fosfatados.
Na cultura da cana-de-açúcar, ainda é pequena a utilização do Sistema de
Plantio Direto, contudo resultados preliminares mostram tendências similares a outras culturas. O gráfico mostra resultados de estudos iniciados no ano 2000, em uma propriedade do município de Pitangueiras, SP, utilizando plantio direto da cana-de-açúcar em sucessão com soja, nos quais foram verificados aumentos de produtividade da ordem de 9%, e constatada uma redução de 24% no custo de produção da soja e de aproximadamente 10% no caso da cana-de-açúcar.
Conheças as melhores práticas para o plantio de cana-de-
açúcar
A cana-de-açúcar é responsável por 80% do açúcar que é produzido no
mundo. Desde a sua introdução no Brasil, iniciada em Pernambuco no século XVI, esse tem sido um dos principais cultivos brasileiros — e, por muito tempo, foi a base da economia nordestina. E o produto ainda mantém o país no pódio no que diz respeito à exportação. Além do açúcar, da cana também derivam o melaço, a cachaça, o rum, o bagaço e o etanol. Há ainda quem utilize a sua matéria-prima para fazer material de embalagens, tapetes, telas, canetas e palha. • Quais são as melhores épocas do ano para plantar cana de açúcar?
A cana-de-açúcar precisa encontrar condições climáticas ideais para,
principalmente, acumular açúcar. Na busca desse resultado, a planta pede uma grande quantidade de água, temperaturas elevadas e um bom índice de radiação solar. São três as épocas do ano em que a cultura pode ser plantada: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e há também o plantio de inverno.
• Sistema de ano-e-meio (a cana de 18 meses)
Nesse modelo, a cana-de-açúcar deve ser plantada entre janeiro e março.
Nos primeiros três meses começa o desenvolvimento da planta. Com a vinda da seca no inverno, o crescimento tende a ficar mais lento nos meses de abril a agosto. E, entre setembro e abril, ocorre o período de “vegetação” para, nos meses seguintes, haver o amadurecimento até se dar os 16 e 18 meses do sistema. O período de janeiro a março é considerado ideal para o plantio da cana-de-açúcar, por suas boas condições de umidade e temperatura, que podem dar melhor garantia para o desenvolvimento das gemas. Nessas circunstâncias é possível uma brotação rápida, o que reduz a incidência de doenças nos toletes.
• Sistema de ano (a cana de 12 meses)
Esse é o plantio da cana-de-açúcar feito no período de outubro a novembro,
em algumas regiões. É um sistema que deve ser utilizado de forma restrita, considerando as suas vantagens e desvantagens. Para grandes áreas de cultivo é aconselhável uma segunda época para tal, pois isso facilita o gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão de obra. Assim, os recursos são subdivididos entre o período de plantio de cana de ano-e- meio e o período de ano. No entanto, é preciso considerar que essa divisão leva a uma menor produtividade em relação ao período de 18 meses. Isso porque, considerando apenas os 12 meses, a cana passa a ter um período reduzido de crescimento efetivo. O preparo do solo para o plantio da cana de ano tende a encontrar algumas dificuldades por causa do tempo reduzido, como na incorporação do calcário e de outros elementos. Após a colheita, é necessário arrancar as chamadas soqueiras para um novo cultivo. Como é início da estação chuvosa, sobram poucos dias úteis para as operações agrícolas e, se a área for grande, a mão de obra será demandada em quantidade.
• Plantio de inverno
Embora mais raro, existe a possibilidade de plantar a cana-de-açúcar
mesmo no período de estiagem. Isso se faz possível com o uso da torta de filtro, que mantém cerca de 70% a 80% de umidade, se aplicada no sulco de plantio, e ajuda na brotação. Se além disso for feita uma irrigação com vinhaça, o plantio da cana pode ser realizado praticamente o ano todo.
• Como definir o espaçamento e a profundidade?
O espaçamento escolhido para o plantio também interfere na
otimização do processo, principalmente para fatores como o uso de máquinas agrícolas, a recepção de sol, água e a percepção da temperatura por parte da planta. Essas últimas são variáveis determinantes para o aumento de produção.
Além disso, o espaçamento do plantio deve variar de acordo com a
fertilidade do terreno e as características recomendadas para a variedade cultivada. O espaçamento entre os sulcos pode variar de 1 m a 1,8 m, seguindo a recomendação de profundidade entre 20 cm e 30 cm. Os solos arenosos devem ter espaçamentos mais estreitos, como 1 m ou 1,20 m (indicado por permitir o fechamento da entrelinha mais rapidamente e o melhor controle do mato).
Em caso de colheita mecanizada, o espaçamento deve ser de, no
mínimo, 1,5 m para evitar o pisoteamento feito pelas rodas do equipamento das linhas de cana.
• Como fazer o controle de pragas?
Entre cupins, brocas de cana, brocas gigantes, besouros e formigas, os
métodos para controle variam, sendo que os mais viáveis são o controle químico e o varietal. O controle varietal é feito por meio do uso de variedades resistentes ou tolerantes às pragas. Contudo, como a cana é rica em açúcar, a aplicação desse método se mostra um pouco mais complicada, uma vez que a planta atrai muitos insetos naturalmente. O controle químico, por sua vez, consiste na aplicação de produtos no solo e no momento do plantio. Eles chegam a eliminar 90% dos parasitas da área, mas exigem uma aplicação correta e técnica.
• Qual tecnologia usar em uma plantação de cana-de-açúcar?
A escolha do equipamento certo para o controle de pragas, doenças e ervas
daninhas é fundamental para o sucesso de qualquer cultivo agrícola, uma vez que possibilita que as perdas sejam evitadas ou minimizadas e que a produtividade seja maximizada, explica Fabio Pernassi Torres, Engenheiro Agrônomo da Jacto. Segundo Torres, na cultura canavieira a escolha do pulverizador certo tem uma importância ainda maior devido a algumas características específicas, como a necessidade de um preparo de solo pesado para o plantio — esse ponto é importante porque dificulta o deslocamento de máquinas agrícolas sobre o chamado “lombo”. Outra característica que deve ser observada é a variedade de processos: existe a pulverização de herbicidas pré-plantio, pré-emergente, pós- emergente entre as linhas de cana (com pingentes), controle de cigarrinhas no “colo” da planta (com pingentes) e pulverização de herbicidas para controle de corda-de-viola ou mamona em final de ciclo, com plantas com mais de 2 m de altura. Além disso, a utilização de pulverizadores automotrizes é muito intensa nessa cultura — geralmente, as máquinas são usadas por 2.500 a 3.000 horas ano, o que é o triplo das horas de uso anuais em cereais, por exemplo. Sendo assim é um plantio que exige equipamentos altamente robustos e com grande disponibilidade para trabalhar. Deve ser considerado, ainda, o fato de que nessa cultura os talhões são pequenos (15-20 ha). Portanto, há a necessidade de fazer aplicações em bordaduras com ½ barra em tempo comparativamente maior que o praticado nos cereais. Dessa forma, os pulverizadores de cana devem ter barras e quadro reforçados. Por fim, também é fundamental utilizar um equipamento de baixo consumo de óleo diesel, pois como o trabalho é muito intenso durante todo o ano, esse fator tem um peso grande no custo da operação. 6 principais práticas de manejo que são necessárias para que o canavial possa atingir todo o seu potencial produtivo.
Os técnicos da Amazon AgroSciences listaram as 6 principais práticas de
manejo que são necessárias para que o canavial possa atingir todo o seu potencial produtivo. Um canavial saudável, com um bom manejo nutricional e preparado para os estresses, são algumas das principais práticas para o bom cultivo. Saiba como fazer.
1. Escolha das variedades ideais
A escolha ideal da variedade de cana-de-açúcar que iremos plantar no
nosso canavial é de extrema importância. Atualmente, estão disponíveis diferentes genótipos, que são adaptados a diferentes ambientes de produção e resistentes a pragas e doenças. Plantar de maneira correta e aumentar a produtividade é parte essencial do planejamento do setor sucroenergético. A decisão de qual variedade adotar e em qual área plantar, depende de três fatores principais:
● Ambientes de produção ● Época de colheita ● Resistência a pragas e doenças
Os ambientes de produção são as características e as interações do solo
com as plantas. Existem variedades mais responsivas aos diferentes tipos de ambientes de produção. Identificar o ambiente de produção e saber as características do solo nos ajuda a decidir onde serão plantadas cada variedade, para que possamos ter o máximo aproveitamento do seu potencial produtivo.
O segundo fator, a época de colheita, precisa ser definido para sabermos
onde alocar as variedades com ponto de maturação ótimo para o período estabelecido. O último fator a se levar em consideração é a resistência das variedades de cana-de-açúcar as pragas e doenças da cultura. Cada localidade tem a doença que mais lhe causa prejuízos e algumas pragas que estão presentes. Antes de alocar, é necessário avaliar a resistência de cada variedade e os métodos de controle disponíveis. 2. Monitorar e controlar as pragas
Manejar bem as pragas da cana-de-açúcar é sem dúvidas um dos passos
mais importantes para uma produção bem-sucedida. Um manejo errado diminui a rentabilidade no campo e consequentemente a produção de açúcar e etanol. Sabemos que as brocas são as principais pragas da cana-de-açúcar. Com apenas 1% de infestação, a broca-da-cana pode gerar uma perda equivalente de 35 quilos de açúcar e 30 litros de álcool, por hectare. Hoje, contamos com a tecnologia da Cana Bt, que auxilia muito no combate e controle das brocas. A tecnologia ajuda também a combater outros insetos-praga que prejudicam demais a nossa produção. Na cultura da cana-de-açúcar o uso do controle biológico é uma prática corriqueira e eficiente. Para o controle das brocas, o método mais comum é a utilização de parasitoides naturais, como: ● Cotesia flavipes; ● Trichogramma galoi; ● Metagonystilum minense; ● Paratheresia claripalpis. No controle de cigarrinhas, microrganismos como o fungo Metarhizium anisopliae é um dos mais utilizados. O uso do controle químico também é presente, porém, com menores quantidades quando comparamos a outras culturas. Para o controle das brocas o controle químico tem quer realizado na região do palmito da planta. Entretanto, pode ser pouco eficiente devido ao hábito de vida da lagarta. Para outras pragas, como cigarrinhas, cupins, besouros e formigas, por exemplo, o controle químico por inseticidas sistêmicos é mais recomendado. É importante lembrar sempre que o monitoramento das pragas na cultura da cana deve ser contínuo.
3. Cuidados com a soqueira
As pesquisas indicam que a cada rebrota da cana há uma diminuição em
8,5 toneladas de cana por hectare (TCH). Com isso, ao chegar no quinto corte a produtividade é tão baixa que não paga os custos de produção. Hoje, o plantio de cana custa em torno de R$ 6 mil por hectare. A média de idade do canavial está próximo dos 3,8 anos, sendo que o ideal é 3,5 anos. Com isso, e para que a cana soca tenha uma maior longevidade produtiva, precisamos acertar no manejo. A partir do terceiro corte, precisamos ficar atentos às falhas que surgem no canavial. Fazer o replantio aumenta entre 10 e 16 TCH nos cortes seguintes. Essa prática faz com que o custo de produção por hectare diminua. A diferença do custo entre lavouras com e sem falhas pode ser de até 1,5 vez maior. O manejo e controle das plantas daninhas na soqueira da cana também interferem na boa produtividade. O controle preventivo e o manejo integrado de plantas daninhas é essencial durante principalmente o período pós corte. Utilizar herbicidas pré e pós emergente é uma alternativa, porém precisamos ter cuidado na escolha do produto e no momento de aplicação. É necessário também levar em conta as características físico-químicas do solo e as condições climáticas do local. Nessa fase pós corte, o sistema radicular da planta precisa se desenvolver para que haja maior absorção de nutrientes e para que a planta não sofra com o déficit hídrico. Por isso, a o manejo da adubação, o fornecimento de micronutrientes e a preparação da planta para os estresses é essencial.
4. Adubação com micronutrientes
Os micronutrientes essenciais para a cultura da cana-de-açúcar são: boro
(B); Cobre (Cu); Cloro (Cl); Ferro (Fe); Manganês (Mn); Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn). Cada um possui sua função no metabolismo das plantas. Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, independente do tipo de solo e variedade empregada, a cana- planta apresentou ganhos expressivos de produtividade com a aplicação de micronutrientes, principalmente para zinco, molibdênio e manganês. O zinco foi o micronutriente que proporcionou os maiores ganhos de produtividade - média de 17 % de aumento. Os micronutrientes estão relacionados com o desenvolvimento e maturação da cana-de-açúcar. O boro é responsável pelo desenvolvimento das raízes e transporte de açúcares, o zinco está ligado à síntese de carboidratos e potencializa o hormônio de crescimento. O molibdênio aumenta a eficiência da adubação nitrogenada e a produção de sacarose. O manganês é responsável pela síntese de clorofila e desenvolvimento da raiz. O cobre é essencial no balanço dos nutrientes e auxilia na resistência de doenças.
5. Preparação da planta para o déficit hídrico
Maximizar a produção e prevenir as plantas dos estresses é uma das
práticas que mais precisa ser efetiva. A partir dela as outras práticas formam um conjunto e é possível ter excelentes resultados. Por isso, não podemos esquecer de preparar a planta para a falta de água, problema que a cada ano atinge mais regiões produtoras. De todos os estresses que a planta pode passar, o déficit hídrico é um dos maiores responsáveis no que diz respeito à impedância do canavial em alcançar altos rendimentos. Principalmente durante o ciclo de crescimento das plantas. Na formação da cultura, nas fases de perfilhamento e crescimento intenso é quando a falta de água é mais crítica e resulta em perdas de produtividade. Nesse período, as plantas apresentam grande área foliar e necessitam de maiores quantidade de água para seu metabolismo e trocas gasosas. Nessa fase, o déficit hídrico reduz as taxas de crescimento de colmos, produção de massa fresca e no rendimento da sacarose. Por isso, desde o início do ciclo produtivo, a Amazon AgroSciences recomenda a utilização do SEAGRASS. SEAGRASS estimula o maior crescimento de raízes, aumentando suas massas (verde e seca), e ainda contém osmoprotetores, compostos como betaínas, que ajudam a proteger plantas contra tensões associadas à seca, geadas e condições de salinidade.
6. Reforma do canavial
Dependendo das variedades, clima e manejo do solo e água, a cana-de-
açúcar permite de três até seis colheitas consecutivas. No final do seu ciclo produtivo, precisamos escolher como manejar a reforma do canavial. Existem algumas alternativas para reformar o canavial. Podemos escolher plantar outra cultura em rotação, como adubos verdes ou alguma leguminosa para ajudar nas condições físico-químicas do solo. Ou, podemos plantar cana sobre cana, para garantirmos aumento da renda. Essa decisão tem que ser tomada com base em um planejamento agrícola bem feito, levando em consideração os custos de produção de cada safra e os custos que temos atualmente. Na hora de renovar o canavial, precisamos levar em consideração cinco fatores que vão auxiliar nas tomadas de decisão:
1. Escolha correta da variedade
2. Análise da situação atual do solo 3. Manejo correto da adubação de plantio 4. Escolha correta do ambiente de produção 5. Controle de plantas daninhas
A análise do solo também é importante para a reforma do canavial. As
informações sobre a fertilidade do solo, saber se é preciso corrigir a acidez do solo e a necessidade de gessagem são essenciais para uma reforma de qualidade e garantem o potencial produtivo da variedade. Para a cultura da cana, a gessagem tem papel importante. Devido ao seu sistema radicular profundo, proporciona melhores condições ao canavial. A gessagem é feita para a melhoria da camada subsuperficial do solo e o sistema radicular das plantas.
Como é realizado a colheita da cana de açúcar?
A cana-de-açúcar pode ser colhida de diferentes maneiras (sistema manual,
sistema semi-mecanizado ou sistema mecanizado). A escolha do sistema de colheita mais apropriado varia de acordo com o orçamento, infra-estrutura e mão-de-obra disponíveis, sendo o sistema de colheita mecanizado utilizado em larga escala, graças a sua rapidez e rentabilidade.
Baseada no sistema de colheita australiano, a colheita no Brasil é realizada
por meio do desponte e corte basal dos colmos de cana crua, que depois de cortados são picados em toletes menores e passam por sistemas de exaustão, para remoção de impurezas vegetais, sendo posteriormente conduzidos aos transbordos e levados para as usinas.
Embora economicamente viável e ambientalmente correto, o sistema de
colheita mecanizado apresenta restrições relacionadas a declividade do terreno e exige atenção de modo a se evitar problemas como a compactação do solo, o pisoteio das soqueiras e consequentemente as falhas de rebrota. Além disso, exige um bom planejamento de forma a garantir que a colheita seja realizada no momento correto, ou seja, quando a cultura atinge o pico de maturação e máximo teor de açúcar.
Em outros países o sistema de colheita mecanizado também é utilizado,
entretanto, pode apresentar algumas variações, como é o caso dos Estados Unidos, em que a colheita da cana nos viveiros é realizada por maquinários mais simples e fáceis de operar e as plantas são cortadas inteiras, tornando a atividade menos agressiva as gemas das plantas colhidas. Por tratar-se de um sistema menos agressivo, sua adoção pode proporcionar a redução da quantidade de cana utilizada no plantio, chegando a quase metade da quantidade utilizada no Brasil. Outra característica que se destaca nesse sistema é a utilização de canteiros no lugar dos sulcos de plantio, característica essa que ajuda na conservação do maquinário, uma vez que o disco fica menos exposto ao contato com a terra, auxiliando também na redução de impurezas carregadas com a cana colhida. Ainda que os sistemas de plantio e colheita de cana-de-açúcar adotados em diferentes países apresentam variações, o monitoramento das operações e do desenvolvimento da cultura é de extrema importância para todos.