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O PLANTIO DA CANA-DE-AÇÚCAR É UMA ÓTIMA

OPORTUNIDADE PARA QUEM DESEJA


ADENTRAR EM UM MERCADO COM BOAS
CHANCES DE RENTABILIDADE.
PRODUÇÃO DE CANADE-
AÇÚCAR
SUMÁRIO
1. DICAS PARA REALIZAR O PLANTIO DE CANA-DE-AÇÚCAR.
2.PREPARO E MANEJO DO SOLO
3.PLANTIO DA CANA-DE-AÇÚCAR
4.OPERAÇÕES DO PLANTIO COM MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
5.COMO SELECIONAR OS IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS CORRETOS PARA O PLANTIO
6.COMO OTIMIZAR O PLANTIO DO CANAVIAL
7.NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR
8.MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS PARA NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO
9.TRATOS CULTURAIS DA CANA-DE-AÇÚCAR
10.SISTEMA DE ATR
11.COLHEITA DA CANA-DE-AÇÚCAR
12.COMO ESCOLHER A COLHEDORA IDEAL PARA SEU CANAVIAL 13.CUSTO AGRÍCOLA EM
FAZENDAS DE CANA-DE-AÇÚCAR
14.CUSTO POR OPERAÇÃO DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DA CANA
15.DEPRECIAÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS
16.TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO NA CANA-DE-AÇÚCAR 17.PILOTO AUTOMÁTICO
18.DRONES E SATÉLITES
19.TELEMETRIA
20.CONCLUSÃO

DICAS PARA REALIZAR O PLANTIO DE CANA-


DE-AÇÚCAR.
Escolha o sistema de plantio da cana-de-açúcar

Sobretudo, o cultivo da cana-de-açúcar pode ser realizado durante o


ano inteiro. Porém, antes de tudo, é preciso escolher o sistema que
será adotado de acordo com a região da sua lavoura.
-Cana de ano (12 meses) Dentro desse sistema, o espaço destinado
ao cultivo de cana-de-açúcar é sempre ocupado com a cultura.
Depois da colheita, é necessário realizar o plantio da nova leva, que
será colhida no próximo ano. Além disso, o período mais indicado
ocorre durante os meses de setembro e novembro.
- Cano de ano e meio (18 meses): A característica de destaque
desse sistema é que o solo precisa ter vários meses de descanso
após a colheita, ou a área é mantida sem nada ou são utilizadas
culturas de rotação, como, por exemplo, as de amendoim e soja. O
período mais indicado para o cultivo se dá entre os meses de janeiro
e março e o desenvolvimento ocorre três meses após o plantio.
Durante os meses de inverno, esse processo pode ser tornar mais
lento. Depois de sete meses vegetando, a planta chega à sua
maturação e o corte é feito entre 16 e 18 meses depois do plantio.
- Cana de inverno: A princípio, esse sistema envolve o plantio da
cana de açúcar durante os meses de inverno, mais especificamente
entre junho e agosto. É preciso bastante atenção, já que os dias frios
podem afetar os resultados. Uma boa dica é utilizar a torta de filtro
de sulco, que tem entre 70% e 80% de umidade.

Escolha o melhor tipo de plantio

Em território nacional, os principais tipos de plantio de cana-de-


açúcar são: Plantio manual: consiste em depositar as mudas da
cana-de-açúcar nos sulcos de plantio já fragmentadas. A média é de
10 a 15 toneladas de mudas por hectare.
Plantio mecanizado: Envolve utilizar um equipamento mecanizado
durante o processo de abertura dos sulcos e distribuição dos
fragmentos de cana. Além disso, a colheita também é realizada por
meio de uma colhedora mecanizada.
Plantio com mudas pré-brotadas: Nesse caso, a muda é originada de
gemas individuais de cana-de-açúcar. Ademais, dentro do sistema, a
produção também passa a ser usada como muda.

Espaçamento

Sem dúvidas, um dos critérios mais importantes para a saúde da


cana-de-açúcar é o espaçamento, isso porque, o espaço entre as
plantas determina o quanto elas devem receber de luz, água e
temperatura. Ademais, o produtor deve analisar o tipo de maquinário
e a forma de plantio adotada em sua lavoura antes de tomar
decisões pelo espaçamento. Uma alternativa é utilizar o
espaçamento simples, em que distância entre as linhas de cultivo é
de 1,10 a 1,50 metros.
Já no caso do espaçamento duplo, as linhas apresentam alternância
de distância, sendo uma maior do que a outra. É preciso que esse
tipo de espaçamento acompanhe corte rente ao solo mecânico.

Correção do solo

Sobretudo, cerca de três meses antes de iniciar o cultivo é preciso


analisar o solo em uma profundidade de 40 a 50cm. Esse processo
permite a identificação dos componentes do solo e facilita o
entendimento sobre os nutrientes necessários. Ademais, o pH
adequado para o plantio de cana-de-açúcar fica entre 5,5 e 6,5. Para
reduzir a acidez do solo, vale apostar na calagem.

Adubação

É preciso que a escolha da forma de adubação considere os dados


obtidos durante a análise do solo. Saiba mais sobre as duas opções:
Torta de filtro: Composta por cerca de 70% de umidade e 1,2% a
1,8% de fósforo, a torta de filtro pode ser utilizada no sulco do plantio
da cana. Sobretudo, consiste em um resíduo obtido a partir da
filtração do caldo, extraído da moenda de filtro rotativo. São
utilizadas, em média, de 20 a 30 toneladas por hectare.
Vinhaça: É composta por resíduo proveniente da destilação do caldo
para se transformar em etanol. Além disso, é abundante em matéria
orgânica e potássio e pode ser utilizada como fertilizante.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e o segundo
na produção global de etanol. A estimativa para 2020/2021 é que
sejam colhidos aproximadamente 642 milhões de toneladas.

A produção da cultura se concentra no estado de São Paulo, mas


diversas regiões do país produzem e têm condições de expandir
ainda mais o potencial.

Existem muitos fatores que contribuem para o sucesso de um


canavial e algumas etapas são essenciais para que isso aconteça.

E falamos de todas elas neste material. Provavelmente é o material


mais completo para a gestão de fazendas de cana-de-açúcar.

Veja a seguir.
PREPARO E MANEJO DO SOLO
Dentro do sistema produtivo umas das primeiras práticas a ser
realizada é o preparo e manejo do solo. E na cana-de-açúcar isso
não é diferente, propiciando melhores resultados produtivos e até
mesmo zelando pela conservação do solo.

O preparo do solo tem como objetivo reduzir os impactos das


limitações que restringem o desenvolvimento radicular, sejam elas
físicas, químicas e biológicas.

Em cana-de-açúcar é comum a renovação dos canaviais em média


de 5 em 5 anos, podendo ser devido a fertilidade do solo, condições
físicas indesejáveis (compactação, encharcamento), efeito
acumulado de pragas e doenças (nematoide, Sphenophorus), dentre
outros motivos.

Desta maneira, percebe-se que o preparo do solo deve ser muito


bem estabelecido pois é uma atividade que apresenta efeitos a longa
data, isto é, de pelo menos 5 anos.

Em cana-de-açúcar os preparos de solo podem ser convencional,


cultivo mínimo e plantio direto. A escolha do modo de preparo deve
ser feita baseada nas condições globais existentes em sua
propriedade como por exemplo:

Áreas infestadas com Migdolus é recomendado o preparo de solo


convencional e na época seca (larvas mais superficiais);

Áreas que estão com carência química e compactação profunda,


preparo convencional com a utilização de subsolador;

Áreas sem carência química, impedimento físico limitante e sem


infestação de pragas e doenças sem limitação quanto ao uso de
plantio direto ou mínimo.

Nessa etapa, também devemos nos atentar a sistematização da área


o que facilita o tráfego de máquinas em todas as operações da
cultura.

PLANTIO DA CANA-DE-AÇÚCAR
O custo da implantação do canavial é alto, por isso, começar certo é
de extrema importância. E o que é começar certo quando falamos
em plantio de cana-deaçúcar?

É realizar um planejamento de todas as atividades e operações que


devem ser realizadas durante o plantio e executá-las com muito rigor
para obter maior longevidade do canavial e lucro para sua
propriedade.

Um dos primeiros pontos no planejamento do plantio, após a escolha


da área, é verificar se o local já apresenta talhões, carreadores e
terraços (quando necessário), conhecido como sistematização do
terreno.

Caso o terreno não apresente esses recursos, deve-se fazer este


processo.

Além disso, quando pensa em plantio já deve vir a sua cabeça as


operações de preparo do solo e os nutrientes que devem ser
adicionados na adubação do solo.
Para saber sobre a fertilidade do solo você deve realizar a Análise de
Solo.

Como a cana-de-açúcar é considerada uma cultura semi-perene por


ter um ciclo de 5 a 6 anos, você pode realizar amostras de 0-25 cm e
de 25-50 cm de profundidade, com 3 meses antes do plantio.

Com a análise de solo em mãos, você pode observar se é


necessário realizar calagem e gessagem antes do plantio e qual tipo
de adubação utilizar no plantio da cana.

Após a análise de solo, é importante definir a época de plantio, para


planejar as operações agrícolas e quais as variedades de cana-de-
açúcar são mais indicadas para aquele período.
As épocas de plantio da cana-de-açúcar são divididas em:

Cana de ano: 12 meses, normalmente se plantada entre setembro e


novembro;
Cana de ano e meio: 18 meses, podendo ser plantada entre janeiro a
março;
Plantio de inverno: plantio de maio a agosto. Outros pontos que são
importantes no plantio são: verificar se há presença de plantas
daninhas na área e qual manejo utilizar, quais operações de preparo
de solo realizar na área e se irá utilizar inseticidas e nematicidas no
sulco de plantio.

Além disso, também é importante definir e planejar qual o tipo de


plantio que será utilizado (mecanizado, manual ou por meiosi -
Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente) e qual o
espaçamento aplicado no plantio da cana.

Lembre-se que a definição do espaçamento depende da tecnologia e


dos maquinários que serão utilizados do plantio até a colheita do
canavial.
OPERAÇÕES DO PLANTIO COM MÁQUINAS E
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
As máquinas e implementos agrícolas que você utiliza para o plantio
dependem muito do tipo de plantio que será realizado e da
tecnologia adotada.

Se o plantio for mecanizado você terá várias opções de máquinas


que realizam o plantio da cana-de-açúcar (plantadora), por isso, é
importante definir qual é a melhor escolha para a sua propriedade.

As operações de plantio dependem muito do tipo de sistema de


plantio adotado. Existem 3 sistema de plantio para cana-de-açúcar
que são:

Convencional; Plantio mínimo; Plantio direto.


Para a escolher de um desses sistemas observe as condições do
solo, da área para o plantio e da tecnologia da sua propriedade.
O sistema convencional de preparo do solo envolve operações de
aragem, gradagem, subsolagem e nivelamento.

O uso de todas ou só de algumas dessas operações varia de acordo


com as condições do solo e equipamento agrícolas disponíveis.

Esse sistema prepara a área toda, combinando as operações de


eliminação de soqueira e incorporação de corretivos.

Sistema de cultivo mínimo realiza o revolvimento mínimo do solo


para o preparo do solo que é concentrado na linha de plantio, que
normalmente é uma subsolagem.

Antes dessa operação deve-se realizar a eliminação da soqueira


com herbicida. Esse sistema é indicado para locais onde não há forte
compactação.

Tanto no sistema de plantio mínimo quanto o convencional, após o


preparo do solo é realizado a sulcação do solo para o plantio da
cana, que, se for mecanizado, as operações podem ser feitas por
plantadoras.
Já o sistema de plantio direto da cana-de-açúcar somente é
realizada a sulcação para o plantio da cana. Esse sistema deve ser
adotado em um solo que apresente bastante restos vegetais e baixa
compactação do solo.

A escolha de máquinas, implementos agrícolas e as operações de


plantio dependem do sistema de preparo de solo realizado, do tipo
de plantio, da área e da tecnologia da propriedade.
COMO SELECIONAR OS IMPLEMENTOS
AGRÍCOLAS CORRETOS PARA O PLANTIO
Algumas máquinas são essenciais durante a implantação e
condução do canavial.

Para o preparo inicial e reformas nos canaviais, implementos como


grades aradoras e niveladoras, arados de discos ou aiveca,
subsoladores e escarificadores ainda são amplamente utilizados.
No mercado há uma infinidade de marcas de implementos, modelos
e tamanhos disponíveis para cada fazenda, cada tipo de solo e
ambiente de produção.

Após o preparo inicial e correção do solo, a escolha da plantadora é


o próximo passo que você deve se atentar.

Plantadoras como a PCP 6000 da DMB são excelentes máquinas


quando analisamos rendimentos operacionais e consumo de mudas
por hectare.

Essa plantadora possui mecanismos de esteiras e taliscas que


conseguem devolver as mudas excedentes para a caçamba, além de
possuir capacidade de realizar as operações de sulcação, adubação,
banho de fungicidas, aplicação de inseticidas e plantio de duas linhas
de cana.
Outra plantadora presente no mercado é a da John Deere em
parceria com a Antoniosi, com dois modelos disponíveis no mercado,
a PC 1102 e a PC 2102. O ideal é que os gestores, no momento do
plantio, pensem no escalonamento de variedades mais precoces e
tardias, para que o momento da colheita não ocorra em todos os
talhões ao mesmo tempo, encarecendo o custo operacional com
mais maquinários em campo.

Atentem-se ao pós venda e peças na sua região para cada máquina,


uma vez que, durante a colheita a presença de peças de reposição é
fundamental para assegurar maiores eficiências operacionais em
campo.

COMO OTIMIZAR O PLANTIO DO CANAVIAL


O sucesso do canavial inicia-se no planejamento e plantio correto da
cultura.

Não é novidade que se o plantio for realizado de maneira


inadequada, você terá que conviver com o canavial por
aproximadamente cinco anos ou mais.

E será pouco eficiente, uma vez que o plantio e a condução do


canavial são fatores essenciais para o sucesso e aumento dos lucros
no campo.

A formação do canavial envolve atividades desde o preparo de solo,


plantio e tratos culturais.

Segundo dados da NOVACANA, os custos de implantação do


canavial podem variar de 7.000 a mais de 8.000 reais, dependendo
da região e do modelo de produção aplicado.
O software de gestão agrícola CHBAGRO auxilia os produtores no
controle das operações de campo na fazendas, englobando senso
varietal, custo agrícola, controle de propriedades e talhões, controle
de produção por ambiente, tratos culturais e operações agrícolas
mecanizadas.

Com os custos em mãos fica mais simples tomar decisões gerenciais


para otimizar o plantio e as atividades subsequentes do canavial,
uma vez que os insumos e os custos com maquinários são os
maiores responsáveis nos altos custos de implantação do canavial.
Os custos com mudas também são muito expressivos e podem
variar de acordo com o método de plantio escolhido.

Sempre que possível, é válido ter mudas próprias, reduzindo custos


com aquisição de mudas de terceiros.

No plantio manual, os produtores gastam cerca de 12,4 toneladas de


mudas por hectare, enquanto no mecanizado esse valor sobe para
cerca de 18,1 toneladas.

A venda de mudas para terceiros também pode ser uma opção


àqueles produtores que buscam garantir uma renda extra em suas
lavouras.

NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DA CANA-DEAÇÚCAR


Neste tópico iremos comentar sobre a nutrição e adubação da cana-
de-açúcar, iniciando pela adubação. A adubação consiste numa
subtração entre o que a planta necessita e o que o solo tem para
disponibilizar.

ADUBAÇÃO (KG/HA) = (PLANTA-SOLO) x F

O que a planta demanda pode ser estudado através de tabelas de


extração e exportação como mostro a seguir:
A necessidade da planta está relacionado a quantidade de nutriente
a ser fornecido, a quantidade para determinar a produtividade e
época e local de aplicação de determinado nutriente.

Já a disponibilidade do solo pode ser observada através de


diagnoses visuais, observando a planta como um todo, possibilitando
notar alguma manifestação de excesso ou carência nutricional. Esse
método requer bastante conhecimento do comportamento dos
nutrientes.

Através da análise química das folhas também é possível conhecer a


disponibilidade nutricional do solo a qual utiliza a planta como um
"extrator" do solo. E por fim, para conhecer os teores de nutrientes
do solo pode-se fazer a análise química do solo propriamente dito.

Além da planta e do solo, quando estamos falando de adubação


devemos nos atentar a eficiência de adubação, isso porque os
adubos podem sofrer alguns processos (lixiviação, volatilização,
desnitrificação, dentre outras).

A eficiência da adubação está ligada a época de aplicação, idade do


canavial, a quantidade de chuvas, ao modo de aplicação e ao
comportamento do nutriente, tanto no solo quanto na planta.

MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS PARA


NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO
A alta utilização de máquinas e implementos no cultivo da cana-de-
açúcar é uma realidade.
Dentro deste contexto vamos destacar a utilização de implementos
que maximizam a utilização de fertilizantes nos canaviais.
Um dos problemas que muitos produtores relatam é a dificuldade de
aplicação de adubo nas soqueiras tendo em vista que a cultura gera
uma grande quantidade de palha após colheita e isso dificulta o
acesso do adubo ao solo.

Desta forma, com o objetivo de reduzir perdas, os produtores utilizam


outras fontes de N que não seja ureia (muito volátil). Porém, as
demais fontes apresentam um valor mais elevado, aumentando o
custo de produção.

De posse desses informações, a DMB uma adubadeira de disco que


tem a capacidade de cortar a palha e dispor o adubo diretamente ao
solo, permitindo facilmente a assimilação pelas raízes.

Outra estratégia inovadora é o desenvolvimento de uma carreta


sulcadora e distribuidora de torta de filtro.
E, por fim, um outro implemento utilizado para agilizar as operações
no canavial é o Distribuidor em profundidade e superfície, permitindo,
por exemplo, distribuir o adubo em profundidade e o calcário
uniformemente na superfície (reservatórios diferentes).
Sistema de ATR

O objetivo de uma gestão é conseguir, no final de tudo, um produto


final com boa qualidade. E a qualidade está totalmente atrelada com
os preços finais da produção.

A questão é que a gestão só será realmente eficaz se o Açúcar Total


Recuperável (ATR) estiver indicando que a lavoura tem qualidade.
Caso contrário, a gestão não terá sido efetiva.
COLHEITA DA CANA-DE-AÇÚCAR
Quando falamos de colheita da cana-de-açúcar tendemos a pensar
que é somente planejar a operação de colheita, mas vamos observar
quantos aspectos temos que planejar para a colheita ocorrer de
forma eficaz.

No corte mecanizado deve-se atentar na escolha dos equipamentos


a serem utilizados de acordo com a tecnologia e espaçamento de
plantio do canavial.

Esse processo de colheita envolve algumas etapas na colhedora.

PREPARO E MANEJO DO SOLO


Você pode se perguntar se ainda existe o corte manual de cana-de-
açúcar no Brasil, ele ainda existe em pequenas proporções e vem
reduzindo a cada safra.

Também deve-se atentar na altura de corte do colmo, velocidade da


máquina e no pisoteio do canavial realizado por máquinas e
equipamentos agrícolas.

Esses podem afetar a soqueira da cana, reduzindo a longevidade do


canavial, assim, terá que renovar o canavial mais cedo, tendo mais
gasto e menor lucro.

E, como comentamos no início deste tópico, não é só o corte que


deve ser levado em conta no processo de colheita, deve ter
planejado qual a época que deve colher cada área de plantio da
cana, que deve ser quando ocorre a maturação da cana-de-açúcar
(máximo teor de açúcar).

Isso vai depender da época de plantio, da escolha da variedade, do


tipo de solo e da região, por isso, esses pontos são de extrema
importância na etapa de plantio da cana-de-açúcar.

COMO ESCOLHER A COLHEDORA IDEAL PARA


SEU CANAVIAL
Existem máquinas que realizam a colheita da cana-deaçúcar de 1
linha (1,5m), de 2 linhas de espaçamento duplo alternado (0,90m x
1,5m) e ainda 2 linhas de 1,5m.

Dentre as máquinas que temos no mercado, as colhedoras da John


Deere, CH570 (1 linha de 1,5m), CH670 (0,90 x 1,5m) e CH950 (2
linhas de 1,4m e 1,5m) são muito utilizadas no campo, além das já
conhecidas 3510, 3520 e 3522.
As colhedoras da Case também são muito populares e muito
utilizadas em campo e, dentre elas, temos a série A8810 com
modelo de 1 linha de 1,5m e modelo A8810 para espaçamento duplo
alternado (0,90m x 1,5m).
É essencial na colheita de sistemas de plantio duplo alternado a
utilização de um piloto automático, se possível com sistema de
correção RTK (Real Time Kinematic), que auxilie a ter mais exatidão
no posicionamento em campo.

O motivo disso é que o tráfego inadequado pode pisotear a soqueira,


acarretando em perdas futuras de produtividade e longevidade do
canavial.
Além da sustentabilidade de não precisar queimar a cana-de-açúcar
durante a colheita, essa operação realizada por meio de máquinas
propicia a manutenção de parte da palhada no solo, agregando valor
ao sistema produtivo.

Parte dessa palhada pode ser recolhida e destinada à indústria para


geração de energia, o que auxilia em mais uma possível fonte de
renda aos produtores.

Muito se questiona se compensa recolher a palhada ou deixá-la no


campo para benefício do solo, o que se pode afirmar é que tais
decisões devem estar alinhadas com cada variedade plantada e com
os intuitos de cada produtor ou usina de cana-de-açúcar.

A colhedora de cana é uma das máquinas agrícolas que mais


trabalha ao longo do ano, chegando a acumular mais de 4 mil horas
por ano, segundo a Case.

Uma colhedora é capaz de atingir rendimentos diários de 500 a 900


toneladas, ou mais, dependendo do manejo e das tecnologias
utilizadas.

CUSTO AGRÍCOLA EM FAZENDAS DE CANA-DE-


AÇÚCAR
Quando estamos nos referindo a custos em fazendas de cana-de-
açúcar temos que ter o pensamento alinhado ao controle e
planejamento. A planificação de todas as ações permite um maior
controle de tudo que é gasto e tudo que tem de entrada.

Às vezes, quando o negócio requer um maior dinamismo e fluidez,


utiliza-se de software de gestão agrícola que permite um controle
dinâmico e atualizações rápidas e interligadas.

Para facilitar o estudo do custo seja da fazenda, do talhão e das


operações é importante que façamos uma análise de quais os
custos fixos e variáveis.

Ainda no caso da cana-de-açúcar, é importante que categorizemos


os gastos dividindo-os em cada manejo tais como preparo do solo,
plantio e manutenção da cana planta.

Os componentes básicos de um custo de produção de um canavial,


segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
são:

Máquinas;
Mão-de-obra;
Insumos (diesel, corretivos, fertilizantes, herbicidas, nematicidas,
fungicidas e mudas).

De posse dessas informações e sistematizando a sua área em


talhões, é possível mensurar quais são seus custos por talhão.

Quais os gastos são operacionais e se é possível planejar melhor a


sistematização do processo com o objetivo de maximizar a utilização
dos recursos.

Desta forma, torna possível o controle dos gastos e até mesmo uma
redução desses gastos, pois planejando as atividades pode-se
realizar as compras de insumos em época de queda dos preços.

CUSTO POR OPERAÇÃO DE MÁQUINAS E


IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DA
CANA
Depois da colheita da cana temos que nos preocupar com o trato
cultural da soqueira da cana, que, como já comentamos, a cana-de-
açúcar depois do plantio tem em média cinco cortes até a reforma do
canavial.
Dentre as operações de cultivo tem-se: aleiramento da palha,
adubação da soqueira, aplicação de calcário, aplicação de herbicida,
uso de inseticida, corte de soqueira, controle de broca, entre outros.
As operações na soqueira dependem das condições do canavial, se
precisa de calcário, de uso de inseticida para pragas de solo, se há
incidência de broca, se é necessário realizar o aleiramento, entre
outros. Ou seja, tudo depende das condições atuais da área e do seu
histórico.

Lembrando que, além de considerar o custo das operações, temos


que colocar o custo das máquinas e implementos agrícolas, que
varia muito em cada operação e em cada safra.

O custo para as operações de cultivo na soqueira podem variar de


1500 reais a mais de 2000 reais por hectare, por isso, o cultivo da
cana-de-açúcar também deve-se realizar um bom planejamento para
aumentar a longevidade do canavial.
DEPRECIAÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS
A depreciação é a perda do valor financeiro, com o passar do tempo,
das máquinas agrícolas que você possui na fazenda. Ela deve entrar
nos cálculos para avaliação da saúde financeira da propriedade.

Quando você compra uma máquina nova, que acabou de sair da


concessionária, ela possui peças novas que estão sem desgaste
algum.

Ao utilizar tais equipamentos em campo, as peças vão se


desgastando até chegar a obsolescência em alguns casos, o que é
natural, e tal processo é conhecido como depreciação.
Existem dois tipos principais de depreciação:

Fiscal;
Gerencial.

Na depreciação fiscal, o valor do bem adquirido é calculado para ser


reduzido a zero, após o período determinado de sua vida útil.
Já na depreciação gerencial, o valor final do bem não precisa chegar
a zero, uma vez que você pode vender o equipamento durante um
intervalo menor que a sua vida útil, e nesse tipo de depreciação, o
estado de conservação e manutenção dos bens pode manter os
valores de revenda mais altos.

A porcentagem de depreciação, ou perda de valor do seu bem, varia


de acordo com cada tipo de equipamento.

A CONAB possui uma tabela que mostra cada percentual de


depreciação e vida útil de cada bem em anos.
Na tabela é possível analisar a vida útil de determinado equipamento
em anos, em horas e seu valor residual em porcentagem (%).

Pegando um exemplo uma Colhedora de cana de 1,2


milhão de reais, ela terá vida útil de 10 anos ou de 5000
horas, sendo que ao final desse período, o valor de venda desse
equipamento será de 25% do seu valor, ou seja, 300 mil reais.

Esse valor final pode ser diferente, dependendo das manutenções e


cuidados realizados com cada máquina utilizada na lavoura.

Calculando a depreciação fiscal dessa colhedora do exemplo: basta


dividir o valor da máquina pela vida útil em meses da tabela da
CONAB.

R$ 1.200.000 / 120 meses (10 anos) = R$ 10.000,00 (depreciação


mensal)
Note que após dez anos o valor da nossa colhedora foi reduzido a
zero reais.
Para calcular a depreciação por hora, suponhamos que esta
máquina trabalhará 3.000 horas no ano.
3000h / 12 meses = 250h/mês

Para calcular a depreciação por hora basta dividir a depreciação


mensal pela quantia de horas trabalhadas por mês.

R$ 10.000,00 (depreciação mensal) / 250h/mês = R$ 40,00/h

Calculando a depreciação gerencial da colhedora do exemplo:


vamos supor a venda dessa máquina após dois anos de trabalho por
400 mil reais.

R$ 1.200.000 – R$ 400.000 = R$ 800.000,00


R$ 800.000 / 24 meses (2 anos) = R$ 33.333,33 (depreciação
mensal)

Repare que a venda dessa colhedora nestas condições não


compensa, uma vez que se mantivéssemos essa colhedora
operando até o final de sua vida útil o valor de depreciação mensal
seria menor.

TECNOLOGIAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO


NA CANA-DE-AÇÚCAR
Muitas tecnologias estão sendo amplamente utilizadas na cultura da
cana-de-açúcar para otimizar aplicações de insumos e aumentar a
rentabilidade no campo.

Dentre as tecnologias que a Agricultura de Precisão trouxe para a


cana, destacam-se o uso de sistemas de direcionamento automático,
ou mais conhecido como "piloto automático", drones, satélites,
sensores e automações que auxiliam na aplicação de insumos em
doses variadas e controle da frota.

Piloto automático

O piloto automático é muito utilizado no plantio e na colheita da cana-


de-açúcar, propiciando maior rendimento operacional e ganhos em
produtividade, uma vez que o paralelismo geralmente permite o
melhor aproveitamento de cada metro quadrado da lavoura.
Os mapas de linhas de plantio podem ser usados na colheita por
cinco ou seis anos na cultura da cana, que é o tempo de longevidade
do canavial. Tal fato demonstra a importância de se executar da
melhor forma possível o paralelismo das linhas no plantio.

O sistema de correção de satélites mais utilizado na cultura é o RTK


(Real Time Kinematic), que entrega melhores exatidões e erros na
ordem de 3 a 5 cm nas coordenadas de cada linha, sendo muito
eficiente.

Existem muitas usinas que utilizam outros tipos de correções, porém


com erros maiores quando comparados com o sistema citado
anteriormente. Sempre que possível deve ser utilizado sistemas com
correção RTK e o operador deve estar atento ao sinal do GPS que
aparece no monitor do equipamento, sendo que sistemas sem
correção acarretam em pisoteio nas linhas de cana e consequente
redução da produtividade e vida útil do canavial.

Equipamentos como o piloto automático facilitam o trabalho do


operador a noite, assegurando melhores rendimentos operacionais,
uma vez que auxilia o piloto na condução do equipamento nas linhas
corretas de colheita, bem como linhas mortas dentro do talhão e
matadouros.

DRONES E SATÉLITES
Atualmente existe tecnologias com drones que conseguem
georreferenciar as linhas de plantio da cana-de-açúcar que foram
plantadas sem o auxílio de um piloto automático.

Após sobrevoar a área, o processamento das imagens consegue


criar um mapa de linhas para colheita utilizando piloto automático.

Os drones e satélites também possuem sensores que podem ser


utilizados na cultura da cana-de-açúcar. Os sensores mais utilizados
são os de biomassa da vegetação, os famosos NDVI e NDRE.
Os mapas de biomassa da vegetação auxiliam na identificação:

Potencial de biomassa das lavouras; Possíveis pragas e doenças;


Áreas degradas ou com déficit hídrico; Entre outros.

Tais informações podem ser utilizadas para tomada de decisões no


manejo da cultura.

Os drones e satélites também criam produtos como mapas de


altimetria para o planejamento de desenho das linhas, terraços,
talhões e carreadores.

Cada tecnologia possui suas resoluções espaciais e temporais, ou


seja, tamanho do pixel das imagens e tempo de revisita da área para
aquisição de nova imagem, e devem ser selecionados de acordo
com os objetivos de cada gestor e cada fazenda.

Telemetria

Sistemas de telemetria estão auxiliando na redução de custos e


melhor controle das atividades agrícolas na cultura da cana.
Já é possível, por meio da telemetria, acompanhar as operações em
tempo real no campo, desde que as máquinas possuam acesso a
internet, e corrigir possíveis erros operacionais.

Por meio das análises dos relatórios de telemetria é possível


selecionar melhores equipamentos para cada operação, máquinas
com maiores rendimentos operacionais, menores quebras de peças
e melhores consumos de combustível.

Com o auxílio da telemetria é possível otimizar a frota e as


operações que são realizadas na cultura da canade-açúcar.

CONCLUSÃO
Neste artigo foi possível ter uma ideia de que no processo de
produção de cana-de-açúcar existem etapas importantes a serem
consideradas.

Antes de tudo, vem o preparo do solo já com controle prévio de


pragas e doenças para garantir as melhores condições para a
plantação.

No plantio se deve ter atenção ao planejamento da área,


amostragem do solo, escolha de variedades e mudas sadias, etapas
de plantio, épocas de plantio e espaçamento.

No tempo entre o plantio e a colheita é necessário garantir que as


plantas de cana-de-açúcar sejam sempre capazes de obter a
nutrição necessária do meio-ambiente, seja pela adubação ou
nutrição. Até o momento da colheita, existem muito fatores que não
foram citados aqui, mas é muito importante já se atentar ao tipo de
colheita e quando o produto final estará apto para ser colhido.

E, por último, nada disso será eficiente sem um bom sistema de


gestão agrícola, com boas tecnologias aliadas, foco no Manejo
Integrado de Pragas (MIP) e tratos culturais e qualidade do produto
final com o ATR.
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