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Feijão na
História
A trajetória de um prato que é parte
da nossa cultura.
Manejo das
plantas daninhas
O manejo das plantas daninhas na
cultura do feijoeiro.
Sistema AgCelence
Feijão pelas lavouras
Uma solução, múltiplos
benefícios para o feijão.
Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros
métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso
exclusivamente agrícola. Restrição no estado do Paraná: Standak® Top está temporariamente restrito para a cultura
do feijão. Registro MAPA: Standak® Top nº 01209, Amplo® nº 0508, Basagran® 600 nº 0594, Aramo® 200 nº 02200,
Poast® nº 01128798, Comet® nº 8801, Opera® Ultra nº 9310, Pirate® nº 5898 e Heat® nº 01013.
14
plantas daninhas
na cultura
do feijoeiro
26 Pragas do
feijoeiro
Principais
doenças do
feijoeiro e
seu controle
36
46 AgCelence
Sistema
58
Colheitas de Sucesso é uma publicação da BASF S.A.
Unidade de Negócios Agro.
Gerente Responsável: Fábio José Minato - Gerente AgCelence
de Marketing - Proteção de Cultivos.
Coordenação: Angela Neves, Cristiane F. Gualberto. Feijão pelas
Colaboradores da BASF que participaram desta
edição: Daniel Jomori, Fabio Carlos Previde, Gustavo
Bastos, Michelly Salgado, Moacir E. Hellmann e
lavouras
Sérgio Zambon.
50 Depoimentos
Foto:Rufino
conteúdo desta publicação sem autorização prévia.
na
mesoamericanas, quando era cultivado como um símbolo da vida.
Por ser uma rica fonte de proteínas, carboidratos e ferro, o feijão
era amplamente utilizado como alimento dos exércitos e foi com o
movimento das tropas que o grão se espalhou por diversas regiões
história
do mundo, mais tarde sendo levado para os cantos mais remotos
com os exploradores.
No Brasil, o feijão caiu rapidamente no gosto da população,
tornando-se um alimento essencial para a luta do dia a dia de milhões
de brasileiros. A preferência por diferentes tipos de feijão divide os
paladares pelo país, mas, independente da variedade, a famosa
“feijoada” se tornou um prato típico e nobre na culinária brasileira,
apreciado nacionalmente e por estrangeiros do mundo inteiro.
Foto:Shutterstock
T
odo o mundo sabe que a hospitali-
dade e a amizade são a definição do
jeito brasileiro. Essa maneira de viver
de quem tem certeza de que tudo vai
dar certo, que sempre cabe mais um e que a
mistura de gente, credos e cores não impede
a felicidade. E se a brasilidade é assim, não
existe alimento mais brasileiro do que o feijão.
Em tantas cores e sabores, com aquele
algo a mais na feijoada ou com um caldo
extra quando chega o vizinho para o al-
moço na última hora, o feijão se encaixa
direitinho com o nosso jeito de ser. Não é à
toa que, por gostarmos tanto dele, somos
o país que mais consome feijão. Mesmo
assim, o Brasil ainda importa muito para
suprir a demanda pelo grão, afinal de con-
tas, consumimos 16 kg de feijão per capi-
ta ao ano. São 3,45 milhões de toneladas.
Imagine só o tamanho dessa feijoada.
Foto:Shutterstock
MAIS FOLHAS
Comet ®
MAIS RAÍZES Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de
produtos. Incluir outros métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de
Standak Top ®
Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Uso exclusivamente agrícola. Standak® Top
com restrição temporária no Estado do Paraná. Registro MAPA: Comet® nº 8801, Opera® Ultra
nº 9310 e Standak® Top nº 01209.
do Feijoeiro
O
Tarcísio Cobucci,
Integração Agrícola
cobuccitarcisio@gmail.com
manejo de plantas daninhas é um componente im-
portante em muitos agroecossistemas, e a definição
de plantas daninhas não é tão fácil. Existem várias
maneiras de conceituar o que se entende por plan-
ta daninha, e uma delas diz que “planta daninha é aquela
que está fora de lugar”. Por exemplo, em um campo de fei-
jão, plantas voluntárias de milho provenientes de sementes
do cultivo anterior são consideradas plantas daninhas.
Foto:Rufino
foliar. Este estádio de crescimento é limpo, em que se manteve a ausência das
considerado um dos mais importantes, plantas daninhas desde a emergência do
feijoeiro até os diferentes estádios fenológicos. nociva do outro também é importante. do solo, resultando no parcial esgotamento do desenvolvimento de certas espécies de plantas
banco de sementes. Além disso, a cobertura daninhas cujos efeitos persistem após o corte e a
Os dados foram ajustados a um modelo de A estratégia de controle das plantas morta causa impedimento físico à germinação distribuição de seus restos vegetais sobre o solo.
regressão logística para a determinação do daninhas deve associar o melhor e, durante a decomposição, pode produzir
período crítico de prevenção da interferência método e o momento oportuno, antes substâncias alelopáticas que atuam sobre as Nos sistemas com cultivo intensivo, as plantas
do período crítico de competição. A sementes das invasoras. daninhas constituem fonte de inóculo primário
(PCPI). Os autores concluíram que o PCPI está escolha do método, entretanto, deve
entre os estádios V4 e R6. Como mencionado das doenças do feijoeiro, durante a entressafra.
estar relacionada às condições locais de Estudos em Ponta Grossa mostraram que Na sua maior parte, os problemas são causados
anteriormente, após o estádio fenológico V4, mão de obra e de implementos, sempre
considerando a análise de custos. Deve- a inibição da germinação de sementes de por plantas de folhas largas, ao contrário
a planta do feijoeiro apresenta uma taxa de
se utilizar a associação de métodos Brachiaria plantaginea estava relacionada ao tipo das gramíneas, que geralmente não são
crescimento maior (“arranque da planta”) e, de cobertura morta. Nesses experimentos, as hospedeiras e contribuem para a diminuição de
desta forma, qualquer competição que ocorra sempre que possível.
coberturas provenientes das plantas de canola, várias doenças. Existem poucas informações
nesta época afeta o índice de área foliar, nabo forrageiro e ervilhaca, apesar de inicialmente sobre o manejo de plantas daninhas visando a
A terminologia “controle integrado” significa
refletindo-se na produção final. A competição possuírem um bom volume de massa seca, redução de inóculo e o controle integrado das
a utilização de dois ou mais métodos de controle
após R6 não afeta a produção. de plantas daninhas, objetivando manter as apresentam alta taxa de degradação facilitando doenças do feijoeiro. Resultados satisfatórios
populações abaixo do nível de dano econômico a germinação das plantas daninhas. A cobertura têm sido obtidos com o controle das plantas
O manejo de plantas daninhas envolve e com o mínimo de impacto ambiental. Para cada verde como prática de redução de população e daninhas de folhas largas e com o uso de
atividades dirigidas para essas plantas condição edafoclimática, como a topografia competitividade das plantas daninhas no feijoeiro práticas que favorecem o crescimento de
(manejo direto) e/ou para o sistema também pode ser utilizada, ainda que o principal gramíneas (Brachiaria plantaginea, Eleusine
formado pelo solo e pela cultura (manejo do terreno, o tipo de solo ou a precipitação
pluvial, como também em função das espécies objetivo do uso desta prática seja o melhoramento indica e Cenchrus echinatus), durante o período
indireto). O manejo direto refere-se à das propriedades físicas, químicas e biológicas de pousio e adubação verde.
eliminação direta das plantas daninhas de plantas daninhas presentes e dos tipos
com uso de herbicidas, ação mecânica de equipamentos disponíveis, dentre outros do solo. Entretanto, muitas destas espécies
ou manual e ação biológica. fatores, é definido o método, ou a associação (Stilozobium aterrinum, Crotalaria juncea, C. Outro manejo é o consórcio milho e
de métodos, de controle de plantas daninhas paulina, Cajanus cajan, Canavalia ensiformes, Brachiaria brizantha, com o intuito de diminuir
No manejo do solo (manejo indireto) que permita ao produtor maior eficiência, Dolichos lablab, dentre outras) podem inibir o as plantas daninhas hospedeiras de fungos e
se trabalha com a relação sementes economia e preservação do meio ambiente. pragas, e de produzir massa forrageira para o
ativas e inativas. Neste caso, tem de se A utilização de um único método de controle confinamento de gado e cobertura morta para
aumentar a germinação das plantas por anos consecutivos pode acarretar sérios o plantio direto do feijoeiro.
daninhas e depois controlá-las com o problemas na área, tais como: adensamento
uso de técnicas como, por exemplo, a 120
aplicação sequencial de dessecantes. do solo, acúmulo de resíduos de herbicidas e 97,2
seleção de plantas daninhas resistentes.
O manejo cultural se baseia na 100 No cultivo do feijão,
construção de plantas de feijoeiro com No caso do Sistema Plantio Direto, a maior a maior quantidade
capacidade de manifestar seu concentração de sementes de de cobertura morta
80
máximo potencial produtivo O plantio direto plantas daninhas ocorre próximo à proveniente do sistema de
e competir com as plantas tende a acelerar superfície, enquanto nos métodos
Plantas m2
consórcio contribuiu para
daninhas pela utilização de o decréscimo convencionais de preparo do solo, 60 a menor emergência de
práticas como o equilíbrio na de sementes no as sementes ficam distribuídas no
fertilidade do solo, velocidade perfil do solo. Assim, o plantio direto
plantas daninhas.
correta de semeadura, manejo solo por indução tende a acelerar o decréscimo de 40
de adubação, arranjo espacial de germinação sementes no solo por indução de
das plantas, época adequada ou perda de germinação ou perda de viabilidade. 7,1 3,5 7,1 4,5 8,1
de plantio, dentre outros. viabilidade. 20
Plantas daninhas anuais tendem
A diversificação de cultivos a perder espaço para as perenes
(sucessão ou rotação) em que os restos nesse sistema. Nele ocorrem alterações na 0 Fig. 1. Número de plantas daninhas (m2)15
culturais de um cultivo exerçam efeitos física, química e biologia do solo e interferência Euphorbia Amaranthus Digitaria dias após emergência do feijoeiro em áreas
alelopáticos/supressivos sobre a biota na penetração de luz, umidade e na temperatura heterophylla hybridus horizontalis submetidas à sucessão de milho solteiro ou
consorciadas com Brachiaria brizantha.
as pontas de pulverização responsáveis pela aplicados quando as plantas estão em pleno para a planta-não-alvo e, consequentemente, A absorção simultânea de paraquat e diuron
distribuição do produto (bicos) e o alvo sobre desenvolvimento e apresentam boa cobertura maior o acúmulo de ácido chiquímico. Assim pelas plantas daninhas inibe a rápida ação
o qual o produto deve atuar. Estes aspectos, vegetal, evitando-se aplicações quando as sendo, deve-se respeitar o tempo de espera de do paraquat, conferindo uma melhor ação do
somados às condições climáticas, irão plantas daninhas estão estressadas, seja por duas a três semanas entre a dessecação e a produto sobre as invasoras. Período de meia
determinar as características necessárias deficiência hídrica ou por baixas temperaturas. hora sem chuva após a aplicação é suficiente
para que o herbicida atinja o alvo sem Estes produtos podem ser aplicados para a boa eficiência destes herbicidas. Uma
excessos e sem agressão ao meio ambiente através de volumes de calda inferiores única aplicação é recomendada quando as
e ao operador (Marochi, 1993). a 50 L ha-1, prática plantas daninhas tiverem menos de 20 cm
Outros cuidados referem-se a: A principal que otimiza a absorção de altura. Acima deste limite é recomendável
evitar aplicações quando houver característica pelas plantas, devido a aplicação sequencial (duas vezes),
risco de chuva antes do mínimo de do Sistema ao menor escorrimento com intervalos de cinco a sete dias, para
tempo necessário para a absorção Plantio Direto, sobre as folhas. Deve-se evitar o efeito “guarda-chuva”, permitindo o
do herbicida (pós-emergentes), no tocante evitar aplicação quando controle mais efetivo das plantas menores ou
evitar aplicações quando as a plantas houver risco de ocorrência sob sombreamento. Quando houver plantas
plantas daninhas estiverem com daninhas é a de chuva dentro de um daninhas latifoliadas, de difícil controle, como
crescimento vegetativo paralisado sua eliminação período de até seis horas a guanxuma, o leiteiro, a buva, a poaia-do-
(pós-emergente) ou quando o antes da após a aplicação. campo e a maria-mole, recomenda-se realizar
solo não estiver bem preparado semeadura da semeadura de culturas anuais aplicações sequenciais acrescentando-se 2,4-
ou com umidade ideal (pré-plantio cultura. O efeito do para que as plantas não D na primeira aplicação. Em
incorporado e pré-emergentes); glifosate sofram interferências Quando o 2,4-D função da rápida velocidade
evitar aplicações em situações de ventos é maior nas do herbicida, do for utilizado para de absorção do 2,4-D pelas
muito fortes, de intensidade superior a 8 km/h; raízes do efeito alelopático das dessecação, plantas, o paraquat não
evitar o uso de água barrenta, com grande que na parte plantas daninhas, deve-se observar prejudica a absorção e a
quantidade de argila em suspensão, evitando aérea das do sombreamento, criteriosamente o eficiência deste herbicida,
prejuízos à ação dos herbicidas; dentre outros. plantas, etc., e tenham um período de carência sendo os dois produtos
sendo que ele desenvolvimento inicial para a semeadura do compatíveis para aplicação
pode passar da rápido e vigoroso. Caso o feijão. Se ocorrerem simultânea.
A principal característica do Sistema Plantio planta-alvo para a tempo de espera entre a chuvas acima de 40
Direto, no tocante a plantas daninhas é a sua planta-não-alvo através dessecação e a semeadura não mm após a aplicação Quando o 2,4-D for utilizado
eliminação antes da semeadura da cultura. das raízes. Observou-se que for considerado, a absorção do do 2,4-D, o referido para dessecação, deve-se
Esta operação “chave” substitui as operações o crescimento do girassol, cultivado em vaso glifosato remobilizado na rizosfera período pode ser observar criteriosamente o
de preparo do solo destinadas, dentre outros onde havia Lolium perene como planta de poderá resultar na diminuição da reduzido para três período de carência para
objetivos, ao controle das plantas daninhas. Esta cobertura, era afetado pelo intervalo de tempo produção da planta-não-alvo. Em a quatro dias, já a semeadura do feijão. Se
fase é denominada de manejo ou dessecação entre a dessecação desta com o glifosato e o experimentos realizados nas áreas que o herbicida é ocorrerem chuvas acima de
e são empregados diversos herbicidas. A plantio de girassol. E quanto menor o intervalo de cooperados da COAMO, no facilmente lixiviado 40 mm após a aplicação do
maioria das plantas daninhas anuais são de tempo, menor era o crescimento da planta Paraná, por exemplo, observou- para camadas 2,4-D, o referido período
de fácil manejo, já as perenes são mais de girassol. E, ainda, que esta redução se que a dessecação realizada 20 abaixo do nível das pode ser reduzido para três a
problemáticas, principalmente as gramíneas, no crescimento estava relacionada com o dias antes da semeadura da soja sementes. quatro dias, já que o herbicida
a partir de seis meses de germinação. aumento de ácido chiquímico nas raízes, e do milho no sistema sequencial é facilmente lixiviado para
Os principais herbicidas recomendados induzido pelo glifosato. E o aumento do teor (SIC – sistema integrado de controle de plantas camadas abaixo do nível das
para o manejo de área SPD são glifosate e de ácido chiquímico, que mede indiretamente daninhas) resultou num incremento de cerca de sementes.
sulfosate. Estes herbicidas causam pouco o efeito do glifosato, estava relacionado com o 11 sacas ha-1-1 de soja e de 18,5 sacos ha-1 de
impacto ao ambiente, já que a degradação cálcio no solo, que era menor no arenoso. Ou milho, quando comparada ao sistema aplique- A rotação de herbicidas, assim como
pelos micro-organismos ocorre em poucos seja, quanto menor o teor de cálcio no solo, plante. de culturas, evita o surgimento de planta-
dias. É fundamental que tais produtos sejam maior a passagem do glifosato da planta-alvo problema. Enquanto o glifosate e sulfosate
controlam melhor a guanxuma e gramíneas camada tratada pelo herbicida, conseguem melhores condições possíveis para que ela grupo comercial Carioca, o mais cultivado
perenes, o paraquat e paraquat + diuron sair rapidamente desta camada por se estabeleça rapidamente na superfície no país, podem ter espaçamento próximo
apresentam superioridade no controle possuírem raízes pivotantes. As gramíneas do solo. Considerando a sua reduzida
capacidade competitiva, para que o feijoeiro do convencional, levando-se em conta as
da trapoeraba. Desta forma, aplicações não têm a mesma capacidade devido às condições edafoclimáticas. Variedades
tenha alguma vantagem sobre as plantas
sequenciais com doses reduzidas de glifosate raízes serem fasciculadas; nas aplicações daninhas, é fundamental, de acordo com o de feijão tipo IV, hábito indeterminado
ou sulfosate com ou sem 2,4-D e a aplicação em pré-emergência, a seletividade deve-se hábito de crescimento (tipo I - determinado volúvel, são normalmente cultivadas com
do paraquat alguns dias após apresentam a um posicionamento no solo e, em muitas arbustivo; tipo II - indeterminado arbustivo;
espaldeiramento.
excelentes resultados no manejo de todas as situações, está envolvida a seletividade tipo III - indeterminado ramador e tipo IV -
combinações de plantas daninhas que poderão fisiológica; e nas aplicações em pós- indeterminado volúvel ou trepador), que se
estar presentes na área. Alguns produtos estão emergência, a seletividade é mais a fisiológica, estabeleça o espaçamento adequado, bem A rotação de culturas, dentre as inúmeras
em estudo para substituição do 2,4-D na mistura através de mecanismos de degradação que como uma densidade tanto apropriada como vantagens que proporciona, é praticada
com glifosate ou sulfosate na dessecação de evitam injúrias às plantas. homogênea ao longo do sulco de semeadura. como meio de prevenir o surgimento de
área: sulfentrazone, 150 g i.a.ha-1; flumioxazin, Na prática, o espaçamento adequado é aquele altas populações de certas espécies de
20 g i.a/ha; e carfentrazone-ethil, 20-30 g i.a./ha.
Em todos estes casos, não há necessidade de
Manejo cultural que permite a cobertura total do solo quando
a cultura atingir seu pleno desenvolvimento
plantas daninhas, mais adaptáveis a uma
período de espera antes do plantio do feijoeiro. das plantas daninhas vegetativo. Além do tipo de planta, as condições
determinada cultura.
2), além da pressão de seleção de plantas misturar ou usar inseticidas mais tóxicos.
daninhas. Com isso, a intensidade de ataque
caem. As amostragens devem ser realizadas pode causar danos diretos e indiretos. O mecanismo de ação distinto, é de fundamental por apresentar coloração esverdeada, en-
principalmente na época de florescimento, na dano direto ocorre pela sucção contínua da importância para evitar ou retardar a evolução quanto as ninfas são amarelo-esverdeadas.
qual o dano afetará diretamente a produção. O seiva e inoculação de toxinas nas plantas, da resistência da mosca-branca aos inseticidas. Tanto as ninfas como os adultos são ágeis,
número de amostras deve ser representativo provocando alterações no desenvolvimento locomovendo-se com rapidez e deslocan-
da área, para estimar com segurança a vegetativo e reprodutivo da planta, podendo No geral, as dificuldades de manejo da do-se em movimentos laterais (Figura 5).
incidência de tripes nas lavouras. Diversos reduzir a produtividade e a qualidade dos mosca-branca são atribuídas aos seguintes A fêmea realiza a postura endofítica de 35
inseticidas são registrados no Ministério grãos, enquanto o dano indireto ocorre fatores: ovos, em média. As formas jovens e adultas
da Agricultura (MAPA) para controle dessa pela transmissão do vírus-do-mosaico- abrigam-se normalmente na página inferior
praga, incluindo inseticidas para tratamento dourado-do-feijoeiro (VMDF). Esse vírus • Alta plasticidade genética das folhas, causando danos pela sucção di-
de sementes e para pulverização via foliar. vem ocasionando danos em porcentagens • Alta fecundidade reta da seiva do floema. As ocorrências de
variáveis às lavouras de feijão, com perdas altas populações levam ao enfezamento do
• Hormoligose (efeito de produtos
variando de 40% a 100% da produção. Por feijoeiro, que passa a mostrar folíolos curva-
tratar-se de um vetor, o nível de dano econômico químicos na reprodução) dos para baixo ou arqueados, devido à ação
da mosca-branca em feijoeiro não depende • Polifagia (mais de 500 espécies vegetais toxicogênica provocada pela alimentação
dos prejuízos advindos da sua alimentação, e hospedeiras) do inseto. O nível de referência para toma-
sendo assim, mesmo populações reduzidas • Sobreposição de gerações da de decisão de controle para a cigarrinha
podem causar prejuízos significativos. Outro • Alta capacidade de adaptação é de 20 ninfas por metro de linha plantada.
tipo de dano causado pela virose transmitida para diferentes regiões
pela mosca-branca é o efeito negativo sobre a
• Alta capacidade em desenvolver
qualidade de grãos e sementes de feijão, que
pode afetar a comercialização do produto e, resistência
em caso de sementes, suas características • Surtos populacionais
agronômicas como poder germinativo e vigor. • Controle calcado quase que
exclusivamente na química
Figura 4. Tripes adulto (Foto: Celoto; Papa – Lab. de Devido à importância da mosca-branca
Manejo de Pragas – UNESP/Ilha Solteira/SP) como transmissora do vírus-do-mosaico- Para insetos transmissores de doenças, não
dourado-do-feijoeiro (VMDF), o seu manejo é segura a utilização de níveis de referência,
deve ser realizado de acordo com a época e o manejo pode ser realizado de acordo
Mosca-branca de plantio. Em áreas com histórico de alta com a época de plantio da cultura. Em áreas
Bemisia tabaci Biótipo B. incidência do mosaico dourado e no plantio de alta incidência do mosaico dourado e
do feijão da “seca”, desde que a mosca- no plantio do feijão da “seca”, se a mosca-
A espécie Bemisia tabaci compreende branca esteja presente na área, seu controle branca estiver presente na área, o controle
mais de 24 biótipos dispersos por várias deve ser feito do plantio até o estágio de deve ser feito desde o plantio até o estágio de
regiões do mundo, constituindo um florescimento, com tratamento de sementes e florescimento, com tratamento de sementes e
complexo de biótipos. Esses biótipos complementado com pulverizações semanais. complementado com pulverizações semanais.
são, fundamentalmente, populações
morfologicamente iguais, mas com O grande potencial reprodutivo da mosca- Cigarrinha-verde
algumas diferenças bioecológicas, que branca e sua capacidade de transmitir vírus
se distinguem com uso de técnicas que ocasiona doenças em diversas plantas Empoasca kraemeri
fazem com que o controle químico seja a Figura 5. Adultos e ninfas de cigarrinha-verde.
bioquímicas e biomoleculares. O biótipo
principal ferramenta utilizada para o manejo A cigarrinha-verde ocorre na maioria das (Foto: Celoto; Papa – Lab. de Manejo de Pragas –
B está entre os mais importantes, devido a UNESP/Ilha Solteira/SP).
maior vigor biológico, gama de hospedeiros desta praga. O uso contínuo de inseticidas regiões produtoras de feijão. Normalmente
e habilidade de transmitir viroses. com mesmo modo de ação tem ocasionado os danos são mais acentuados no “feijão-da-
falhas no controle. Desta forma, o correto seca”, se abrigando na cultura quando as
Na cultura do feijoeiro há uma grande posicionamento de uso desses produtos, espécies hospedeiras tornam-se reduzidas.
preocupação com a mosca-branca, que mediante a rotação de inseticidas com O adulto da cigarrinha-verde caracteriza-se
5,6
acaricidas somente nas reboleiras. O nível de 5 4,8 5,1
O nível de referência para o controle está referência para medidas de controle é de quatro 4,4
4,6
4,1
entre uma e duas larvas por folha trifoliolada. As plantas com sintomas de ataque do ácaro ou 3,8
4 4,1
4
folhas primárias não devem ser consideradas presença de ácaros em 2 m de linha de plantio. 3,3 3,3
3,1
na amostragem. O tratamento de sementes 3
normalmente protege eficientemente as
plantas do ataque inicial da larva-minadora. Vaquinhas 2
Se o ataque ocorrer após o período de controle
do tratamento de sementes e atingir o nível • Diabrotica speciosa 1
1,1
Experimento conduzido na Fazenda Ex- dições brasileiras, recomenda-se como mudanças regionais no sistema produtivo do controle pela falta de ingrediente ativo
perimental da Universidade Estadual Paulis- referência a ocorrência de uma a três lagar- e a própria dinâmica biológica das pragas. nas sementes.
ta de Ilha Solteira (UNESP) constatou a ca- tas por metro quadrado de área plantada. • Melhor qualidade física e fisiológica
Tratamento de sementes
pacidade de danos que a H. armigera pode Manejo Integrado de Pragas (MIP) das sementes pelo uso de modernos
Embora seja uma medida preventiva,
causar em uma lavoura de feijão (Figura 6). Os avanços tecnológicos nos sis- equipamentos de TIS, evitando danificação
o tratamento de sementes com inseticidas
temas de plantio estão calcados em mecânica.
é uma ferramenta importante do manejo,
parâmetros que vão desde a escolha • Conveniência e praticidade ao produtor,
pois protege a semente e a plântula nos
da cultivar até a engenharia genética. eliminando uma operação na propriedade,
primeiros dias de vida de um enorme com-
bem como minimizando riscos de intoxi-
Monitoramento plexo de pragas que vivem no solo ou que
cação de trabalhadores.
É o primeiro fundamento dos programas atacam as plantas no início do desenvolvi-
• Diminuição do número de embalagens
de MIP. Atualmente, a figura do amostrador mento da cultura. Com o uso intensivo das
a serem descartadas na propriedade.
(“pragueiro”) é necessária nas grandes áreas de cultivo e a constante variação
Tendo em vista que o bom estabelecimen-
áreas produtoras de feijão no Brasil. climática, o ataque de pragas iniciais vem
to da cultura não garante imunidade fitos-
Técnicos treinados e confiáveis podem crescendo em frequência e intensidade e
sanitária para o resto de seu ciclo, torna-se
fornecer com frequência um diagnóstico pode reduzir o estande inicial da lavoura,
necessária a adoção de medidas contra as
preciso da situação qualitativa e quantitativa acarretando em perdas de produtividade.
pragas que atacam folhas e vagens, para a
referente à ocorrência de pragas, doenças O tratamento de sementes proporciona obtenção de grãos e sementes de qualidade.
e plantas daninhas presentes em cada diversos benefícios:
talhão da cultura, subsidiando as tomadas • Controle de pragas iniciais de solo, REFERÊNCIAS
melhorando o estande inicial da lavoura. BRANDÃO FILHO, J.U.T. Feijão. Desafios Fitossanitários e Manejo
de decisões de medidas diretas de controle Sustentável. Boletim técnico. v.2, p.56-61.
e racionalização de uso de defensivos. • Melhor desenvolvimento inicial das plantas BORÉM, A.; CARNEIRO, J.E.S. A Cultura. In: VIEIRA, C.; PAULA
(“arranque”), proporcionando um rápido JÚNIOR, T.J.; BORÉM, A. (Ed.). Feijão. 2.ed. Viçosa: UFV, 2006. p.13-18.
Nível de dano econômico estabelecimento da cultura e fechamento COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da
A condição de praga para uma popu- das entrelinhas, facilitando o controle das
Safra Brasileira. V.1 SAFRA 2013/14. N.6 Sexto Levantamento. Março
de 2014 Disponível em: < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/
lação de insetos em uma cultura depende ervas invasoras. arquivos/14_03_12_08_41_24_boletim_graos_marco_2014.pdf >.
de sua densidade populacional e da injúria • Proporciona maior enraizamento, Acesso em: 26 jul. 2014.
ocasionada na planta. Muitas vezes a injúria DEGRANDE, P.E.; OMOTO, C. Estancar prejuízos. Revista Cultivar
aumentando a capacidade da planta de Grandes culturas, n°.167, p. 30-34, Abril 2013.
na planta não acarreta danos qualitativos absorver água e nutrientes do solo e reagir a EMBRAPA: http://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa/Manejo-Helicov-
ou quantitativos à produção. Sendo assim, intempéries climáticos. erpa.pdf
• Proporciona maior vigor vegetativo, LOPES, A. Distribución y dinámica poblacional de Bemisia tabaci Gen-
• Figura 7. Danos de Helicoverpa armigera em fei- define-se como nível de dano econômico nadius (Homoptera: Aleyrodidae) en cultivos de tomate de Portugal:
joeiro (Fotos: D. Romano). (NDE) a densidade populacional da praga conferindo maior número de nós relación com la incidencia del virus TYLCV. Tesis doctoral. Universidad
que causa prejuízos à cultura iguais ao custo produtivos, maior número de vagens e, Politécnica de Madrid, Espanha, 2003, 333 pp.
consequentemente, maior expressão do QUINTELA, E.D. Manejo integrado de pragas do feijoeiro. Santo Antônio
de adoção de medidas de controle, ou seja, de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão. 2001. p. 28. (Circular técnica, 46)
Mesmo com os avanços tecnológicos em potencial produtivo.
menor densidade populacional capaz de QUINTELA, E.D. Manual de identificação de insetos e outros inverte-
manejo integrado de pragas, ainda o controle • Preserva inimigos naturais devido à brados pragas do feijoeiro. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e
causar perdas econômicas. Nota-se, atual- seletividade ecológica. Feijão. 2002. 11 - 13p. (Documento, 142)
mais eficiente de lagartas da parte aérea do mente, uma maior atenção em relação às in- QUINTELA, E.D. Manual de identificação de insetos e outros inverte-
feijoeiro é através da aplicação via foliar de formações de dano econômico das pragas O tratamento de sementes pode ser reali-
brados pragas do feijoeiro. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e
Feijão. 2009. 68p. (Documento, 246).
inseticidas, entretanto, se faz necessário que do feijoeiro, que irão se tornar referencial zado pelo próprio produtor (“on farm”) ou o PEREIRA, M.F.A.; BOIÇA, A.L. ; BARBOSA, J.C. Distribuição espacial de
o agricultor atente sempre à rotação dos gru- para se tomar ou não a decisão de controlar mesmo pode optar pelo tratamento industri- Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) em feijoeiro (Phaseo-
pos químicos, dessa forma, favorecendo o al de sementes (TIS), e receber as sementes lus vulgaris L.). Neotropical Entomology, Londrina, v.33, n.4, p.493-498,
as pragas na cultura. Entretanto, é necessária 2004.
manejo de resistência das espécies de lagar- uma evolução ainda maior, aumentando-se as já tratadas. O tratamento industrial oferece SOUZA, J.C. de; REIS, P.R.; SILVA, R.A. Agricultor: cuidado com a cigar-
tas que atacam a cultura. Embora os estudos vantagens como: rinha verde e percevejos das vagens no feijão da seca. Circular técnica,
pesquisas sobre o NDE na cultura do feijão,
para estabelecimento de níveis de controle • Distribuição uniforme do inseticida em Belo Horizonte, v.1, n. 49, p. 1-2, 2009.
visando à obtenção de novos valores e re-
para o controle da H. armigera em feijoeiro cada semente, evitando desperdício pelo
classificação de outros, devido à introdução
não tenha ainda sido estabelecido em con- excesso ou comprometimento da eficiência
de novos materiais genéticos, bem como as
centro, rosado, pela presença da massa de aparecimento de resistência do patógeno ao delimitadas pelas nervuras e de cor castanha. difenoconazole, tetraconazole, metconazole,
esporos do fungo produzida em condições produto, e portanto, problemas de eficácia no No verso das folhas podem ser visualizados, fluquinconazole, imibenconazole), fentin
climáticas favoráveis. Estes são os sintomas campo. Em alguns locais já foi constatada a a olho nu ou com auxílio de uma lupa, os hidróxido de estanho, trifloxistrobin +
mais conspícuos da doença. falha de controle da antracnose do feijoeiro sinais (frutificações) nas lesões, de coloração propiconazole, famoxadone + mancozeb,
pelo uso intensivo e isolado dos benzimidazóis, acinzentada. Em infecções severas ocorre azoxistrobin + ciproconazole, piraclostrobina +
Nas hastes e pecíolos, as lesões apresentam prática que deve ser evitada nas lavouras. desfolha. metconazole, entre outros. Em média, podem
coloração escura, formato ovalado e são ser realizadas três pulverizações, iniciadas
deprimidas em toda a extensão da planta. Nas vagens surgem manchas que, embora logo no aparecimento dos primeiros sintomas
MANCHA ANGULAR típicas, comumente são confundidas com as nas folhas, geralmente coincidente com o
Nas flores podem ser visualizadas Phaeoisariopsis griseola manchas de antracnose; na mancha angular início da fase reprodutiva, com intervalos
pontuações escuras com morte dos tecidos, estas são avermelhadas e superficiais, quase médios de 15 dias. No entanto, os sintomas
porém estes sintomas são mais raros. circulares, enquanto que na antracnose são podem surgir precocemente nas folhas
deprimidas mais ao centro e apresentam os cotiledonares, necessitando intervenções
Condições favoráveis bordos proeminentes. Os sinais (esporulação mais cedo na cultura.
Temperaturas amenas, ao redor de 18˚ C, do fungo) sobre as lesões, reconhecidos
umidade relativa elevada e chuvas frequentes pela cor acinzentada e tipo de estrutura, são
e moderadas (para não lavar os conídios). importantes e possibilitam a confirmação do
diagnóstico.
Disseminação FERRUGEM
Principalmente pelas sementes (inóculo No caule, hastes e pecíolos, as lesões Uromyces appendiculatus
presente externa ou internamente aos tecidos) são alongadas e castanhas, variando em
e água da chuva ou da irrigação por aspersão. comprimento dependendo da severidade dos Sintomas
sintomas; quando ocorrem na base do caule, Nas folhas, os sintomas iniciais surgem na
Controle não é raro a doença ser confundida com a face inferior, como pontos cloróticos, evoluindo
As principais medidas são o uso de chamada “sarna” do feijoeiro, por circular para pústulas de coloração ferruginosa, que
sementes sadias e tratadas com fungicidas toda a extensão do tecido, inclusive podendo são a exposição dos esporos ou uredosporos,
recomendados para esse alvo, como ser observadas no local lesionado, por meio em ambas as faces da folha. Dependendo da
piraclostrobina + tiofanato metílico + fipronil, de câmara úmida, colônias de Colletotrichum cultivar, aparecem halos amarelados em torno
carboxim + thiram, fludioxonil, tolylfluanid, dematium f. truncata, atribuído à “sarna”, que das lesões.
captan e tiofanato metílico; rotação de cultura; aparece como um oportunista ou saprófita.
cultivares resistentes (normalmente há fácil Condições favoráveis Nas vagens, hastes e pecíolos surgem tam-
quebra de resistência pela variabilidade Temperaturas ao redor de 16 a 28˚ C, com bém sintomas e sinais, caracterizando as pús-
de raças do fungo); uso de fungicidas em tulas semelhantes às das folhas.
ótima de 24˚ C, e umidade relativa elevada.
parte aérea, tais como as estrobilurinas
(azoxistrobin, pyraclostrobin e trifloxistrobin), Disseminação Condições favoráveis
isoladas ou em misturas (piraclostrobina + A principal forma é pelo vento, mas os Temperaturas ao redor de 15 a 25˚ C, perío-
metconazole), os benzimidazóis (tiofanato propágulos também podem ser dissemi- dos prolongados de umidade relativa acima de
metílico e carbendazim) e os tipicamente de Sintomas nados pela semente, respingos de chuva e 95%.
contato, como o estanhado (fentin hidróxido Nas folhas primárias (cotiledonares), as partículas de solo, por sobreviver facilmente
de estanho) e o clorotalonil. O número de lesões são arredondadas, castanho-escuras, em restos de cultura. Disseminação
pulverizações está entre 2 e 5, dependendo com anéis concêntricos e facilmente podem Os uredosporos são disseminados princi-
do momento da ocorrência dos primeiros ser confundidas com lesões causadas pelo Controle palmente pelo vento.
sintomas e da pressão da doença, propiciada agente da mancha de alternária, quando Uso de cultivares com maiores níveis de
pela intensidade do inóculo na área, incide somente neste tipo de folha. resistência, sementes sadias, rotação de Controle
condições climáticas, cultivar, região e época culturas e a eliminação de restos culturais. O controle mais efetivo e econômico é ob-
de produção. Dar preferência à alternância no Nas folhas trifolioladas (verdadeiras), as Em cultivares suscetíveis, é recomendado tido pelo uso de cultivares resistentes, no en-
uso dos fungicidas evitando o uso consecutivo manchas com formato típico, originando o o emprego de fungicidas em parte aérea, tanto, há uma grande variabilidade patogênica
do mesmo princípio ativo para dificultar o nome da doença por serem angulares, são como os triazóis isolados (tebuconazole, do fungo. São recomendadas medidas cul-
turais como a eliminação de plantas voluntárias resistência) e murcha da folhagem. Trichoderma spp., pode também auxiliar nesta
hospedeiras, a remoção de restos culturais e OÍDIO redução por parasitar os escleródios.
a rotação de culturas. O uso de fungicidas em Erysiphe polygoni Nas vagens, hastes, ramos e pecíolos,
parte aérea é bastante eficaz quando utilizado os sintomas típicos são de encharcamento e O controle químico também pode ser
no início do aparecimento dos sintomas, tais Sintomas podridão mole, associados ao crescimento eficaz se feito por pulverizações iniciadas
como os triazóis isolados ou misturas com es- Nas folhas, as manchas são pequenas, um branco e cotonoso do fungo, com a ocorrência preventivamente, logo no início da florada (R5/
trobilurinas, além de oxicarboxin, estanhado e pouco mais escuras na parte superior; tornando-se de escleródios interna ou externamente aos R6), com os fungicidas fluazinam, procimidone
cúpricos. Pelos danos serem maiores quando a tipicamente pulverulentas, de coloração branca e tecidos, que inicialmente são brancos e tornam- ou tiofanato metílico, sendo este último, em uso
ocorrência se dá até o início da frutificação, as podendo ocupar toda a superfície foliar. Na remoção se escuros e endurecidos com a maturidade; isolado, menos efetivo em condições de maior
aplicações são mais viáveis até este período. das estruturas (micélio e esporos) do fungo, os severidade, em condições climáticas (macro e
tecidos ganham uma coloração parda ou púrpura; No solo é comum surgir, na sua superfície, micro) mais favoráveis ao patógeno, e em locais
quando evolui, há um amarelecimento dos tecidos, um crescimento micelial branco e/ou a onde há grandes quantidades de escleródios
seguido de desfolha em infecções mais severas. formação de apotécios (corpos de frutificação), na área. Em geral, são recomendadas duas
em especial quando as temperaturas são mais aplicações dos produtos, de preferência
MANCHA DE ALTERNÁRIA Nas vagens e hastes, da mesma forma que baixas, normalmente próximo à época do alternando-se diferentes grupos químicos,
Alternaria spp. nas folhas, há o crescimento pulverulento e branco florescimento ou início da formação de vagens, a primeira em R5 e a segunda em R6/R7. O
sobre os tecidos. Em infecções severas, as vagens o que sinaliza a posterior e rápida ocorrência resultado é mais eficiente quando o volume de
Sintomas são malformadas e de tamanho reduzido. dos primeiros sintomas na planta. calda está acima de 500 L/ha. A aplicação
Nas folhas surgem, inicialmente, pequenas convencional por barra e a fungigação podem
manchas aquosas e irregulares que evoluem para Condições favoráveis Condições favoráveis ser utilizadas desde que o fungicida seja
lesões circulares, de cor marrom-avermelhada, Temperaturas em torno de 20 a 25˚ C e Temperaturas na faixa de 15 a 25˚ C, recomendado nesta modalidade. A aplicação
tipicamente com anéis concêntricos, espalhadas alternâncias de baixa e alta umidade. Períodos umidade relativa elevada e chuvas frequentes. aérea, por avião, é menos eficaz.
em todo o limbo; o tecido pode secar e haver um muito chuvosos desfavorecem a doença. O sombreamento e a má aeração dentro da
furo no centro da lesão; também pode haver halo lavoura também favorecem a doença. Por isso
clorótico em torno da lesão. Mais comumente Disseminação nas áreas irrigadas por pivô central a doença
afetam folhas maduras. Principalmente pelo vento, e embora o fungo tende a ser mais severa. CRESTAMENTO BACTERIANO
possa estar associado à semente, essa forma de Xanthomonas axonopodis
Nas vagens, as lesões são menores, de disseminação não tem importância epidemiológica. Disseminação pv. phaseoli
coloração café, podendo unir e formar riscas ou Também pode ser disseminado pela água e insetos. Ocorre principalmente pela semente
listras. Podem afetar as sementes ocasionando contaminada pelos escleródios ou infectada
descoloração e riscas marrons, além de redução Controle pelo micélio do fungo, mas também é
da germinação. Em períodos mais favoráveis e em cultivares importante pelo vento e implementos agrícolas.
suscetíveis, como no grupo Manteiga (Jalo e
Condições favoráveis Pintado), o uso de fungicidas em parte aérea é Controle
Temperaturas na faixa de 16 a 28˚ C e umidade recomendado, tais como: estanhado, cúpricos, O uso de sementes sadias e tratadas
relativa elevada. triazóis, estrobilurinas, ou as misturas destes últimos com fungicidas, como os benzimidazóis,
como piraclostrobina + metconazole. Ainda, a quintozene e a mistura de benzimidazol
Disseminação rotação de culturas auxilia na redução do inóculo. (tiofanato metílico) com fluazinam, é de
Ocorre pela semente, vento e água da chuva extrema importância para o manejo inicial,
ou irrigação. além da rotação de culturas com espécies
MOFO BRANCO não hospedeiras (gramíneas). Associado
Controle Sclerotinia sclerotiorum a estas práticas, o maior espaçamento e a
Uso de sementes sadias e secas (umidade menor densidade de plantas, o controle da
regulada), cultivares resistentes, e em casos de Sintomas água de irrigação, o uso de cultivares com
maior severidade, em cultivares mais suscetíveis, Nas folhas, inicialmente as lesões são porte e arquitetura adequados são medidas
recomendam-se pulverizações foliares com aquosas e se espalham rapidamente, que propiciam um microclima menos favorável
fungicidas à base de estanho, mancozeb e formando um micélio branco e cotonoso. ao desenvolvimento da doença, e resultam
estrobilurinas isoladas ou em misturas, seguindo Evolui para uma podridão mole dos tecidos, na redução do potencial do inóculo no solo.
as recomendações de uso. com formação de escleródios (estruturas de Ainda, o uso de antagonistas ao solo, como
Foto:Rufino
(quintozene e captan) e rotação de cultura.
presença de nematoides (Meloidogyne) na área Também se deve evitar plantios densos e em
favorece a doença. solos ácidos.
Depoimentos
Sistema AgCelence Feijão
pelas lavouras Sergio Rossa
SÍtio Santana
Prudentópolis – PR
“Participei do Projeto Feijão da BASF, fiquei surpreso, pois não conhecia estes produtos. Experimentei e
gostei do resultado. Agora sei que tenho uma alternativa eficiente para controlar doenças e pragas do feijão.”
“Gostamos muito do Sistema AgCelence Feijão, pois deu para perceber que os produtos são de
ótima qualidade. Foi o que aumentou a nossa produção, e pretendemos usar para todas as áreas.”
“Ficamos muito contentes e percebemos que o resultado foi significativo, pois aumentou a produção
em quase 12 sacas por alqueire. Então, para nós, os produtos são muito bons, e para safra seguinte,
Fábio Minato
usaremos em todas as áreas.”
Gerente de Marketing
potencial genético-produtivo da variedade através do “O uso da tecnologia AgCelence na cultura do feijoeiro é realmente espetacular, uma vez que é possível
uso de produtos que propiciam um melhor controle de observar a campo a sanidade das plantas tratadas em relação às não tratadas. O feijoeiro é uma cultura
com excelente resposta a trato cultural diferenciado, o efeito fitofisiológico é o principal nesse tratamento.
pragas que atacam a semente e a plântula e as principais
O mais importante é o resultado quantitativo, ou seja, a resposta em sc/ha à mais em relação ao
doenças tanto na semente como as foliares. Além disso, tratamento padrão. Hoje a fazenda atua com o Sistema AgCelence Feijão nas culturas de soja e feijão,
o efeito AgCelence presente nos produtos BASF promove proporcionando um alto desempenho na colheita.”
um melhor enraizamento e estabelecimento da cultura,
mais ramos produtivos e mais vagens, o que resulta em
uma maior produtividade e qualidade dos grãos colhidos.
Foto:Shutterstock
com óleo, cebola e alho. Junte algumas limão com um socador. Acrescente uma
colheradas de feijão, amasse e despeje na dose de pinga ou vodca, de acordo com sua
panela da feijoada. Prove o sal. Quando tudo preferência. Adoce e sirva com bastante gelo.
estiver cozido, ponha o feijão numa cumbuca
e as carnes numa travessa e sirva com os Não se esqueça da farinha de mandioca
e das laranjas cortadas em fatias.
acompanhamentos a seguir. Elas dão o toque final ao seu prato.