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Produção de feijão no
Sul de Minas

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Fernando Damata Pimentel
Governador

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento


João Cruz Reis Filho
Secretário

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG

Conselho de Administração
João Cruz Reis Filho
Rui da Silva Verneque
Maurício Antonio Lopes
Marco Antonio Viana Leite
Glênio Martins de Lima Mariano
Evandro do Carmo Guimarães
Maria Lélia Rodriguez Simão
Osmar Aleixo Rodrigues Filho
Reginério Soares Faria

Conselho Fiscal
Márcio Maia de Castro
Márcio da Silva Botelho
Rita de Cássia Simas Pereira
Júlio César Aguiar Lopes
Larissa Gonçalves da Matta
Manoela Muniz Pedrosa

Presidência
Rui da Silva Verneque

Diretoria de Operações Técnicas


Trazilbo José de Paula Júnior

Diretoria de Administração e Finanças


Enilson Abrahão

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EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS
Boletim Técnico no 104
ISSN 0101-062X

Produção de feijão no
Sul de Minas

João Roberto de Mello Rodrigues1


Cláudio Egon Faccion2
Hudson Teixeira3
Júlio César de Souza4
Joaquim Gonçalves de Pádua5
Paulo Rebelles Reis6
Jorge Santos Felicio7
Claudio das Neves Vieira Barbara8

Belo Horizonte
2015

Engo Agro, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras, MG,
1

jrmello@epamig.br
2
Engo Agro, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras, MG,
claudiofacion@epamig.br
3
Engo Agro, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras, MG,
hudsont@epamig.br
4
Engo Agro, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras, MG,
jcepamig@gmail.com
5
Engo Agro, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista FAPEMIG, Lavras, MG,
joaquim.padua@epamig.br
6
Eng o Agr o, D. Sc. Pesq. EPAMIG Sul de Minas/Bolsista CNPq, Lavras, MG,
paulo.rebelles@epamig.br
7
Graduando Agronomia UFLA/Bolsista BIC FAPEMIG, Lavras, MG, jorge10@hotmail.com
8
Biólogo, Laboratorista EPAMIG Sul de Minas, Lavras, MG, nevescvb1@gmail.com

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©1983 Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG)
ISSN 0101-062X
Boletim Técnico, 104
A reprodução deste Boletim Técnico, total ou parcial, poderá ser feita, desde que citada
a fonte.
Os nomes comerciais apresentados neste Boletim Técnico são citados apenas para con-
veniência do leitor, não havendo preferência por parte da EPAMIG por este ou aquele
produto comercial.
A citação dos termos técnicos seguiu a nomenclatura proposta pelos autores.

PRODUÇÃO
Departamento de Informação Tecnológica
Editora: Vânia Lúcia Alves Lacerda
Divisão de Publicações: Fabriciano Chaves Amaral
Revisão Linguística e Gráfica: Maria Lourdes de Aguiar Machado, Marlene A. Ribeiro
Gomide e Rosely A. R. Battista Pereira
Normalização: Maria Lúcia de Melo Silveira
Diagramação: Maria Alice Vieira e Ângela Batista Pereira Carvalho
Capa: Ângela Batista Pereira Carvalho
Foto da capa: Ângela Batista Pereira Carvalho
Impressão: Alicerce Editora Gráfica

Aquisição de exemplares: EPAMIG - Divisão de Gestão e Comercialização


Telefax: (31) 3489-5002, e-mail: publicacao@epamig.br
EPAMIG Sul de Minas
Rodovia Lavras/IJACI, km 02, Campus da UFLA, Caixa Postal 176, CEP 37200-000 Lavras, MG
Tel.: (35)3829-1190 / (35)3829-1191

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais


Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Sistema Estadual de Pesquisa Agropecuária:
EPAMIG, UFLA, UFMG, UFV

Produção de feijão no Sul de Minas/João Roberto de Mello Rodrigues


[et al.]. − Belo Horizonte, 2015.
56p. – (EPAMIG. Boletim Técnico, 104).

ISSN 0101-062X

1. Feijão. 2. Cultivo. 3. Minas Gerais. I. Rodrigues, J.R. de M. II.


Faccion, C.E. III. Teixeira, H. IV. Souza, J.C. de. V. Pádua, J.G. de.
VI. Reis, P.R. VII. Felicio, J.S. VIII. Barbara, C. das N.V.

CDD 635.652
22.ed.

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AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig),


pelo financiamento dos projetos de pesquisa e pela concessão de bolsa.
A todos os empregados da EPAMIG, áreas técnicas e de apoio, que juntos
fazem pesquisa com a missão de trazer soluções para o agronegócio mineiro.
Às instituições parceiras Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Federal de
Viçosa (UFV).
A Deus e às nossas famílias.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 9

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11

RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 12
Cultivares ................................................................................................... 12
Espaçamento e densidade populacional ..................................................... 16
Profundidade de semeadura ...................................................................... 17
Tratamento de sementes ............................................................................. 18
Qualidade da semente ............................................................................... 19
Preparo do solo .......................................................................................... 23
Épocas de plantio ....................................................................................... 23
Adubação ................................................................................................... 23
Rotação de culturas .................................................................................... 25

PRINCIPAIS DOENÇAS DO FEIJOEIRO ............................................................ 26


Mofo-branco ............................................................................................... 28
Podridão-radicular-seca ............................................................................. 30
Antracnose.................................................................................................. 31
Mancha-angular.......................................................................................... 32

PRINCIPAIS PRAGAS DO FEIJOEIRO ............................................................... 33


Vaquinhas................................................................................................... 33
Cigarrinha-verde ........................................................................................ 36
Mosca-minadora ........................................................................................ 37
Lagarta-das-folhas e lagarta-das-vagens ................................................... 41
Lesmas ....................................................................................................... 43
Percevejo-das-vagens ou formigão ............................................................ 44
Mosca-branca ............................................................................................. 46
Ácaros ........................................................................................................ 49

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 52

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APRESENTAÇÃO

O feijão é importante fonte de proteína, especialmente em países tropicais


e subtropicais. O Brasil é um dos maiores produtores de feijão do mundo, com
produção em torno de 3,4 milhões de toneladas em 2014. Entre os Estados brasi-
leiros maiores produtores destacam-se: Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e
Goiás.
Em Minas Gerais, o feijão é produzido em todas as regiões, o que lhe
confere importância social e econômica, especialmente como fonte de renda para
produtores e trabalhadores rurais. O Noroeste destaca-se como principal região
produtora, responsável por, aproximadamente, 40% da produção do Estado.
Alterações climáticas e incidência de pragas e doenças podem compro-
meter a produção do feijoeiro, com reflexos nos preços do produto. Isto pode ser
confirmado nos plantios de feijão do Noroeste do Estado, onde a incidência da
mosca-branca tem limitado o plantio. Assim, é de grande relevância a criação de
estratégias e tecnologias que garantam a produção diante de tais ameaças.
Diante disso, áreas produtoras menos vulneráveis à infestação da mosca-
branca, a exemplo do Sul de Minas Gerais, passam a ter papel preponderante na
manutenção e no aumento da produção, haja vista a importância da cultura para
a população e o incremento de mais um polo de produção em Minas Gerais.
Este Boletim tem como objetivo orientar os produtores da Região Sul de
Minas quanto às tecnologias e estratégias para uma produção de feijão de qualidade.

Rui da Silva Verneque


Presidente da EPAMIG

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Produção de feijão no Sul de Minas 11

INTRODUÇÃO

O Brasil está entre os maiores produtores de feijão comum (Phaseolus


vulgaris L.) do mundo. Estimou-se que a área total de feijão na safra
2014/2015 chegasse a 3,13 milhões de hectares, menor em 7% que a safra
passada. A produção nacional deverá alcançar 3,4 milhões de toneladas,
1,1% menor que a safra 2013/2014 (CONAB, 2015). Vale ressaltar que esses
valores são referentes a todos os feijões plantados no Brasil.
Minas Gerais é o segundo Estado maior produtor de feijão no Brasil,
superado apenas pelo Paraná.
No ano de 2013, alguns fatores foram responsáveis pela diminuição
da produção do feijoeiro e a consequente elevação dos preços do produto,
tais como a seca nos Estados do Nordeste, chuvas na época da colheita
no Paraná e alta incidência de mosca-branca na região Noroeste de Minas
Gerais. Por causa da preferência dos agricultores pelas culturas de milho
e soja, produtos com possibilidade de exportação (commodities), a área
cultivada com feijão deverá apresentar pouco crescimento em 2015.
A partir da safra de 2013/2014, a região Sul de Minas tem aumentado
significativamente sua área de plantio de feijão em cultura solteira. Isto
porque a região Noroeste de Minas Gerais, (municípios de Unaí e Para-
catu), maior produtora de feijão do Brasil, a ocorrência da mosca-branca
Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) Biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae)
(= Bemisia argentifolii, Bellows & Perring, 1994) limitou o plantio dessa
cultura, com reflexos financeiros negativos naqueles municípios.
Além dessa limitação de cultivo, os preços remuneradores do
feijão no mercado em 2013, que provavelmente deverão persistir nas
próximas safras, aliados à baixa infestação da mosca-branca, serão fa-
tores decisivos para o aumento da área de plantio dessa leguminosa na
região Sul de Minas.
Em 2012, a região Sul de Minas plantou 61,7 mil hectares e apresen-
tou produtividade média de 1.176 kg/ha (IBGE, 2012). Quando comparada
à região de maior produção do Estado, a região Noroeste (116,5 mil hectares

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12 Produção de feijão no Sul de Minas

e produtividade de 2.466 kg/ha), verifica-se que é possível evoluir tanto


em área cultivada como em produtividade.

RECOMENDAÇÕES

Cultivares

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), a


Universidade Federal de Lavras (Ufla), a Universidade Federal de Viçosa
(UFV) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) atuam,
há alguns anos, em convênio, num Programa de Melhoramento Genético,
visando à obtenção de novas cultivares de feijão para Minas Gerais (Fig. 1).
As cultivares são testadas em vários locais e recomendadas de acordo com
a sua adaptação no Estado. Esse Programa garante segurança na utilização
das cultivares no Sul de Minas.
Do grupo carioca, as cultivares mais recentes são as BRSMG Majes-
toso e BRSMG Madrepérola (ABREU et al., 2007; CARNEIRO et al., 2012).
A cultivar Madrepérola tem o ciclo de 80 dias, e a Majestoso, de 90 dias.
Esse diferencial de dez dias no ciclo vegetativo faz com que tais cultivares
possam ser complementares no planejamento da produção, de forma que
com o plantio da Madrepérola e da Majestoso, não haverá sobrecarga nas
operações de colheita, pelo fato de a maturação ocorrer em datas distintas.
Dentre os feijões especiais, estão as cultivares BRSMG União, com
grãos de cor amarela, BRSMG Realce, com grãos de cor creme e rajados de
vermelho e BRSMG Tesouro, com grãos de cor roxa (Quadro 1).

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BRSMG
UNIÃO
FEIJÕES ESPECIAIS

Produção de feijão no Sul de Minas BRSMG 13


TESOURO
FEIJÕES ESPECIAIS

BRSMG BRSMG
MADREPÉROLA MAJESTOSO
FEIJÃO CARIOCA FEIJÃO CARIOCA

BRSMG
REALCE
FEIJÕES ESPECIAIS
BRSMG
MADREPÉROLA
FEIJÃO CARIOCA

BRSMG
UNIÃO
FEIJÕES ESPECIAIS
BRSMG BRSMG
REALCE MADREPÉROLA
FEIJÕES ESPECIAIS FEIJÃO CARIOCA

BRSMG
TESOURO
FEIJÕES ESPECIAIS
BRSMG BRSMG
UNIÃO REALCE
FEIJÕES ESPECIAIS BRSMG FEIJÕES ESPECIAIS
MADREPÉROLA
FEIJÃO CARIOCA
BRSMG
MAJESTOSO
FEIJÃO CARIOCA
BRSMG BRSMG
TESOURO UNIÃO
FEIJÕES ESPECIAIS BRSMG FEIJÕES ESPECIAIS
REALCE
FEIJÕES ESPECIAIS

BRSMG BRSMG
MAJESTOSO TESOURO
FEIJÃO CARIOCA BRSMG FEIJÕES ESPECIAIS
UNIÃO
FEIJÕES ESPECIAIS

BRSMG
MAJESTOSO
BRSMG FEIJÃO CARIOCA
TESOURO
FEIJÕES ESPECIAIS

BRSMG
MAJESTOSO
FEIJÃO CARIOCA

Figura 1 - Cultivares de feijão recomendadas


FONTE: EPAMIG (2011).

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14 Produção de feijão no Sul de Minas

QUADRO 1 - Principais características das cultivares de feijão recomendadas pela EPAMIG,


Embrapa, Ufla e UFV, para cultivo em Minas Gerais - Lavras, 2011
(Continua)
Cultivar

Característica BRSMG BRSMG


BRSMG União
Madrepérola Majestoso

Ciclo (dias) 80 90 77

Épocas de plantio (safras) 1a, 2a e 3a 1a, 2a e 3a 1a, 2a e 3a

Massa 100 grãos (g) 24,5 27 40

Arquitetura e hábito de Prostrado - III Semi prostrado - III Semi prostrado - III
crescimento

Máxima produção nos 3.870 3.823 2.570


VCUs (kg/ha)

Colheita mecânica direta Não Não Não

Antracnose I I S

Crestamento bacteriano S S -

Ferrugem - - R

Mancha-angular I I R

Mosaico-comum R R -

Mosaico-dourado S S S

Murcha-de-Fusarium S I -

Floração (dias) 43,5 43,5 35

Tempo de cozimento 26-32 28-29 28-29


(minutos)

Teor de proteína (%) 24,2 23,8 23,8

Considerações Ciclo curto, - Precocidade e re-


grãos de colo- sistência a oídio
ração clara e
escurecimento
tardio

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Produção de feijão no Sul de Minas 15

(Conclusão)
Cultivar

Característica
BRSMG Realce BRSMG Tesouro Ouro Vermelho

Ciclo (dias) 67 72 85

Épocas de plantio (safras) 1,2 e3


a a a
1,2 e3
a a a
2 e 3a
a

Massa 100 grãos (g) 43 19,9 25

Arquitetura e hábito de Ereto - I Semiereto - II Semiereto - II


crescimento

Máxima produção nos 3.800 2.750 3.680


VCUs (kg/ha)

Colheita mecânica direta Sim Não Não

Antracnose I I -

Crestamento bacteriano I S -

Ferrugem I I I

Mancha-angular I I I

Mosaico-comum R S -

Mosaico-dourado S S -

Murcha-de-Fusarium I - -

Floração (dias) 37 38 38

Tempo de cozimento 25-26 28-33 30


(minutos)

Teor de proteína (%) 24,9 22,4 25,7

Considerações Precocidade - -

FONTE: EPAMIG (2011).


NOTA: Reação a doenças: S - Suscetível; I - Intermediário; R - Resistente; VCU - Ensaios
de Valor de Cultivo e Uso

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16 Produção de feijão no Sul de Minas

Espaçamento e densidade populacional

Para as cultivares comuns, com ciclo normal e hábito de cres-


cimento do tipo III (Quadro 2), são preferencialmente adotados
espaçamentos de 0,5 a 0,6 m entrelinhas. Para cultivares de crescimento
dos tipos I e II (Quadro 2), devem ser utilizados espaçamentos de 0,4 e
0,5 m entrelinhas. Recomenda-se regular a plantadeira para colocar de
12 a 15 sementes por metro (RAMALHO; ABREU; GUILHERME, 2014).
Caberá ao agricultor, assistido por seu responsável técnico, observar e
experimentar o melhor espaçamento para sua área de plantio e cultivar
escolhida.

QUADRO 2 - Informações referentes ao termo de conformidade para a produção de


semente S1 da cultivar BRSMG Madrepérola, safra 2013/2013
Representati-
Boletim de análise
vidade do lote
Sementes puras
Peso da embalagem

Germinação

Lote Validade
embalagens

(%)

(%)

(no) (mês/ano)
No de

(kg)

No Data

FEPA01 408 10 368/2013 19/7/2013 100 97 Jan./2014

FEPA02 49 10 368/2013 19/7/2013 100 97 Jan./2014

FEPA05 111 10 388/2013 9/8/2013 99,9 92 Fev./2014

FEPA06 22 10 389/2013 9/8/2013 99,8 93 Fev./2014

O cálculo do gasto de sementes poderá ser feito por meio da seguinte


fórmula:

Q = D x P x 10 / PG x E

Em que:

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Produção de feijão no Sul de Minas 17

Q = quantidade de sementes (kg/ha);


D = número de sementes por metro;
P = peso de 100 sementes, em gramas (g);
PG = poder germinativo, em porcentagem (%);
E = espaçamento entre fileiras, em metro (m).

Exemplo: um agricultor planeja o plantio de feijão da cultivar BRS-


MG Majestoso em sua área. Utilizará o espaçamento de 0,5 m entrelinhas
e regulará sua plantadeira para depositar 12 sementes por metro. Sabe-se
que o peso de 100 sementes dessa cultivar é de 27 g (Quadro 1), e que o
resultado da análise fisiológica da amostra de sementes aferiu que o poder
germinativo é de 90%. O gasto de sementes será de:

Q = 72 kg de sementes da cultivar BRSMG Majestoso/hectare.

Como em 1 ha, nesse espaçamento, haverá 20 mil metros de linha de


plantio, a população inicial será de 240 mil plantas, o que está de acordo
com a 5a Aproximação (RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ V., 1999) que,
por sua vez, recomenda para o feijão uma população inicial mínima entre
220 mil e 240 mil plantas/hectare.

Profundidade de semeadura

O feijão deve ser semeado a 4 cm de profundidade em solos argilosos


e a 6 cm em solos arenosos. Profundidades maiores podem prejudicar a
emergência da planta e favorecer a incidência de fungos de solo (BARBO-
SA; GONZAGA, 2012).
Na Figura 2, comparativamente, pode-se observar uma diferença
no desenvolvimento das duas linhas centrais, por causa de problemas na
regulagem da plantadeira. As sementes na 4a linha foram semeadas mais
profundamente, o que provocou um atraso no desenvolvimento dessas
plantas em relação às das outras linhas.

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18 Produção de feijão no Sul de Minas

João Roberto de Mello Rodrigues


Figura 2 - Plantio de feijão na Fazenda Experimental Dr. Sílvio Menicucci, em Lavras,
MG - safra 2013/2014

Tratamento de sementes

Tratamento de sementes, no sentido amplo, é a utilização de proces-


sos e/ou aplicação de substâncias que preservem a qualidade fisiológica
e sanitária das sementes, e mantêm o poder germinativo e o vigor vegeta-
tivo, permitindo que as espécies expressem todo seu potencial genético.
Inclui a aplicação de defensivos (fungicidas, inseticidas etc.), produtos
biológicos, inoculantes, estimulantes, micronutrientes etc., ou a submis-
são a tratamento térmico ou a outros processos físicos. No sentido mais
restrito, refere-se à aplicação de produtos químicos eficientes no controle
de fitopatógenos (MENTEN, 2010).
O uso de inseticidas no tratamento de sementes, também na região
Sul de Minas, visa proteger as plântulas no início de seu desenvolvimento,
principalmente contra o ataque de cigarrinha-verde e da vaquinha.
Quanto ao tratamento de sementes com fungicidas, poderão ser usa-
dos tanto os protetores, que evitarão a incidência de fungos presentes no

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Produção de feijão no Sul de Minas 19

solo, quanto os sistêmicos, que controlarão os fungos presentes nos tecidos


internos da semente. É sabido que em alguns produtos é utilizada uma
combinação de princípios ativos, que resultam em ambos os tipos de ação.
O tratamento de sementes, quando feito na propriedade rural, é
uma operação que deve ser conduzida com todo o cuidado, por pessoa
qualificada e devidamente protegida pelo uso correto de equipamento de
proteção individual (EPI).
Informações sobre produtos químicos e biológicos, fungicidas, ne-
maticidas, inseticidas, acaricidas registrados e recomendados para o tra-
tamento de sementes e controle de doenças e de insetos-pragas na cultura
do feijoeiro poderão ser obtidas no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários
(Agrofit) (BRASIL, 2014).

Qualidade da semente

Sementes de boa qualidade reúnem características como pureza


física, qualidade fisiológica e qualidade fitossanitária. Essas características
reunidas fazem das sementes um dos principais fatores determinantes para
o sucesso de uma lavoura.
O controle da qualidade de sementes é extremamente importante no
processo de produção. É a garantia de que o uso de sementes sadias, vigorosas,
genética e fisicamente puras proporcionará alta produtividade, e, ao mesmo
tempo, evitará a contaminação das áreas de plantio. Além disso, o controle de
qualidade na produção de qualquer insumo, agrícola inclusive, é exigência
atual e crescente pela ótica do novo mercado consumidor, em todos os níveis.
A qualidade da semente começa no campo de produção (Fig. 3). Desde
a escolha da área onde será plantada, a qual não deverá conter fitopatógenos
habitantes de solo ou transmissíveis pela semente, até a adoção de faixa de
isolamento entre cultivares, rigoroso controle fitossanitário e eliminação
de plantas atípicas e doentes. Todas essas medidas deverão ser realizadas
de acordo com a legislação específica. O produto resultante deste plantio é
colhido e então será levado para o beneficiamento, resultando em sementes
que são submetidas a análises laboratoriais.

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20 Produção de feijão no Sul de Minas

Fotos: João Roberto de Mello Rodrigues


Figura 3 - Campo de produção de sementes na Fazenda Experimental de Pouso
Alegre - EPAMIG Sul de Minas, safra 2013/2013

Portanto, sementes compradas em estabelecimentos comerciais ou


de produtores credenciados devem vir acompanhadas de nota fiscal.
As sementes são classificadas em categorias, que diferem pelo número
de gerações após a semente genética e padrões mais rígidos. Em consequên-
cia da quantidade produzida, as primeiras gerações alcançam valores mais
elevados, e são utilizadas com maior frequência por produtores de sementes.
As categorias Básica, C1 e C2 comercializadas devem vir acompa-
nhadas do respectivo certificado emitido por uma certificadora.
Sementes S1 e S2, por sua vez, devem vir acompanhadas do termo
de conformidade emitido pelo responsável técnico. Nesses documentos, é
importante observar o prazo de validade, e se a semente apresenta as garan-

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Produção de feijão no Sul de Minas 21

tias mínimas previstas em Lei para a espécie em questão. A semente tem


vida limitada, que termina com a falência de sua capacidade germinativa.
Exemplo de termo de conformidade: realizada a colheita referente
à safra 2013/2013, na Fazenda Experimental de Pouso Alegre (FEPA) da
EPAMIG Sul de Minas, a produção foi enviada para a Unidade de Bene-
ficiamento de Sementes da Universidade Federal de Lavras (Ufla). As se-
mentes obtidas foram analisadas no Laboratório de Análises de Sementes
da Universidade. Nos Quadros 2 e 3, estão os resultados obtidos na análise
das sementes produzidas na categoria S1 e os termos de conformidade
emitidos, que devem acompanhar a nota fiscal.

QUADRO 3 - Informações referentes ao termo de conformidade para a produção de


semente S1 da cultivar BRSMG Majestoso - safra 2013/2013
Representati-
Boletim de análise
vidade do lote
Sementes puras
Peso da embalagem

Germinação
No de embalagens

Lote Validade
(%)

(%)

(no) (mês/ano)
(kg)

No Data

FEPA03 246 10 390/2013 9/8/2013 99,8 98 Fev./2014


FEPA04 39 10 387/2013 9/8/2013 99,8 95 Fev./2014

Os testes de germinação têm validade máxima de seis meses para o


feijão, segundo a Instrução Normativa no 45, de 17 de setembro de 2013
(BRASIL, 2013). Após este período é necessária a reanálise das sementes,
cuja validade será de quatro meses.
Na reanálise, Quadros 4 e 5, são obtidos os porcentuais de germi-
nação (mínimo de 80%) e de sementes infestadas por pragas (máximo de
3%). No caso do feijão, o inseto de armazenamento é o caruncho-do-feijão,
Acanthoscelides obtectus (Say, 1831) (Coleoptera: Bruchidae). De posse dos

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22 Produção de feijão no Sul de Minas

resultados da reanálise, é emitido o termo aditivo, que deve, juntamente


com o termo de conformidade, acompanhar a nota fiscal.
O armazenamento das sementes na propriedade deve ser preocupação do
agricultor. Assim, se a granel ou em sacarias, as sementes deverão ser mantidas
armazenadas em ambiente protegido de luz e de calor, de chuva, de umidade
(usar estrado de madeira para proteger da umidade do piso), em local arejado,
fresco e livre de insetos-praga de armazém e roedores. Ou seja, o produtor
tem que preservar o vigor e a germinação do lote de sementes, retardando
ao máximo possível o processo natural de envelhecimento e senescência.

QUADRO 4 - Informações referentes ao termo aditivo para a produção de semente S1


da cultivar BRSMG Madrepérola, safra 2013/2013
Representativi-
Boletim de análise

Sementes infestadas
dade do lote
Germinação
Peso da embalagem
No de embalagens

Lote (%) Validade

(%)
(no) (mês/ano)
(kg)

No Data

FEPA 01 302 10 015/2014 5/2/2014 92 0,0 maio/2014


FEPA 05 56 10 011/2014 28/1/2014 97 0,0 maio/2014
FEPA 06 22 10 012/2014 28/1/2014 89 0,0 maio/2014

QUADRO 5 - Informações referentes ao termo aditivo para a produção de semente S1


da cultivar BRS MG Majestoso, safra 2013/2013
Representati-
Boletim de análise
vidade do lote
Sementes infestadas
Germinação
Peso da embalagem
No de embalagens

Lote Validade
(%)

(%)

(no) (mês/ano)
(kg)

No Data

FEPA 03 181 10 010/2014 28/1/2014 96 0,0 maio/2014


FEPA 04 39 10 009/2014 28/1/2014 96 0,5 maio/2014

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Produção de feijão no Sul de Minas 23

Preparo do solo

Tanto o plantio direto como o convencional para o feijoeiro têm


apresentado vantagens e desvantagens e, por isso, é recomendável a adoção
do plantio direto, buscando a conservação do solo. Seja qual for a escolha
do sistema de plantio, deve-se observar o nível de compactação do solo.
O feijoeiro, como a maioria das leguminosas, tem sistema radicular pouco
profundo e não possui a capacidade de penetrar camadas compactadas do
solo. Com isso, a área explorada pelas raízes fica limitada, diminuindo,
assim, a absorção de nutrientes e de água. Outro problema com os solos
compactados está na diminuição da capacidade de infiltração da água da
chuva. Como o feijoeiro é sensível ao excesso de água, solos encharcados
também prejudicam a lavoura, diminuindo a produção.

Épocas de plantio

O plantio do feijão pode ser feito em três épocas ou safras: águas,


seca e inverno.
Na safra das águas, o plantio é realizado entre os meses de outubro e
novembro, com possibilidade de colheita com chuva. A safra da seca, por
sua vez, é plantada entre fevereiro e março, sendo que a maioria precisa
de irrigação complementar. Por último, o plantio de inverno na região Sul
de Minas pode ser feito no final de julho e, por causa do frio, a emergên-
cia das plântulas ocorre por volta de dez dias após o plantio, alongando
o ciclo. Neste caso, recomenda-se a escolha de cultivares precoces para
que a colheita não coincida com as chuvas que, normalmente, ocorrem
em novembro. Nessa época de plantio, é necessário o uso de irrigação com
maior frequência.

Adubação

Em Minas Gerais, as recomendações para o uso de corretivos e fer-


tilizantes em feijoeiro indicam as doses mencionadas no Quadro 6.
Em solos com baixos teores de magnésio e/ou enxofre, aplicar
20 kg/ha desses nutrientes.

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24 Produção de feijão no Sul de Minas

QUADRO 6 - Recomendações de adubação do feijoeiro com macronutrientes


Disponibilidade de P Disponibilidade de K
N
(1)
N
Nível Baixa Média Boa Baixa Média Boa
Plantio Cobertura
tecnológico Dose de P2O5 Dose de K2O
kg/ha
NT1 20 70 50 30 30 20 20 20
(2)

NT2 20 80 60 40 30 20 20 (2)
30
NT3 30 90 70 50 40 30 20 (3)
40
NT4 40 110 90 70 50 40 20 (3)
60
FONTE: Ribeiro, Guimarães e Alvarez V. (1999).
NOTA: DAE - Dias após emergência; NT1 - Calagem, adubação, sementes catadas,
220 mil a 240 mil plantas/hectare, capinas até 30 DAE; NT2 - Calagem,
adubação, sementes certificadas, 220 mil a 240 mil plantas/hectare, controle
fitossanitário, tratamento de sementes; NT3 - NT2 - Herbicidas, irrigação;
NT4 - NT3 - Apenas com maiores doses de adubos.
(1) Aplicado no plantio com o fósforo e o potássio. (2) A adubação nitrogena-
da de cobertura deve ser feita 25 a 30 DAE com o solo úmido. (3) A adubação
nitrogenada de cobertura deve ser parcelada 20 e 30 DAE.

Constatando-se deficiência de boro e/ou zinco, aplicar 1 kg/ha de


B e 2 a 4 kg/ha de Zn.
Efetuar aplicação foliar de 60 g/ha de Mo (154 g/ha de molibdato de
sódio ou 111 g/ha de molibdato de amônio) entre 15 e 25 DAE.
Fazer inoculação com rizóbio, principalmente nos níveis de tecno-
logia mais baixos (NT1 e NT2).
As recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em
Minas Gerais foram publicadas em 1999 (RIBEIRO; GUIMARÃES; AL-
VAREZ V., 1999). Apesar do tempo decorrido desde esta edição, tal pu-
blicação tem orientado de forma eficaz os agricultores e técnicos. Como
o próprio nome sugere, trata-se de uma aproximação, uma sugestão,
ficando a cargo do agricultor e de seu responsável técnico adaptá-las
à sua realidade local.
Em pesquisas realizadas por Rodrigues et al. (2002) e Kikuti et al.
(2005), respostas positivas ao incremento de doses de nitrogênio e fósforo

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Produção de feijão no Sul de Minas 25

na cultura do feijoeiro, maiores que as recomendadas na 5a Aproximação


(RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ V. (1999), foram determinadas. As
cultivares de feijão lançadas recentemente pela EPAMIG/Embrapa/Ufla/
UFV (Quadro 1) apresentaram rendimentos maiores que as tradicionais,
mesmo em condições de baixa tecnologia, e responderam com aumentos
de produtividade, quando houve melhoria do ambiente.
Doses maiores de adubo têm respondido com produções maiores.
Importante salientar que o aumento de doses de nitrogênio deve ser
seguido do aumento de doses de fósforo, sendo necessário aplicar o
molibdênio recomendado na 5a Aproximação, pois o molibdênio atua
aumentando a eficiência da planta na utilização do nitrogênio (BIS-
CARO et al., 2011).
O uso de adubos concentrados e ureia em cobertura tem fornecido
baixa quantidade de enxofre (S). Por isso, mesmo com tecnologia e doses
altas de adubo, a produção fica abaixo da desejada. Uma das estratégias
está no uso do gesso agrícola como fonte de S, composição CaSO4.2H2O e
garantias de 17% de cálcio e 14% de enxofre. Tornar um hábito a realização
da análise do solo, pelo menos em intervalos de dois anos, indicará ao
agricultor que nutrientes e em que quantidade precisarão ser aplicados,
para fornecer o mínimo necessário ao pleno desenvolvimento do feijoeiro.

Rotação de culturas

Kikuti et al. (2002) demonstraram experimentalmente que o feijoei-


ro aproveita o adubo residual da batata, sendo viável seu plantio em su-
cessão a essa cultura. Esses autores plantaram o feijão logo após o cultivo
da batata na região de Lavras, MG, nas safras das águas de 1998/1999 e na
safra de inverno-primavera de 1999, em duas condições: sem adubação
e com adubação. Na lavoura com adubação, usaram 500 kg/ha de 4-14-8
no plantio e 40 kg/ha de sulfato de amônio na adubação de cobertura
aos 22 dias após a emergência. Os pesquisadores utilizaram 25 genótipos
de feijoeiro, dentre esses a cultivar Pérola, que produziu, sem adubo,

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26 Produção de feijão no Sul de Minas

2.080 kg/ha (águas) e 2.188 kg/ha (inverno-primavera), e com adubo,


2.120 kg/ha (águas) e 3.742 kg/ha (inverno-primavera).
Silva, Silva Filho e Alvarenga (2000ab, 2001) estudaram o efeito
residual da adubação da batata no solo sobre a produção do milho-verde
e do feijão-de-vagem. Os autores constataram significativa melhoria na
fertilidade do solo e concluíram ser viável a produção de feijão-de-vagem,
de hábito de crescimento determinado, sem adubação de plantio em áreas
anteriormente cultivadas com batata, principalmente naquelas cuja aduba-
ção de plantio tenha sido superior a 2 t/ha. Esses trabalhos consideraram
o plantio de feijão sucedendo o de batata para aproveitamento do resíduo
da adubação. No entanto, são escassos os estudos relacionados com um
sistema de rotação de culturas que tem por o objetivo melhorar o apro-
veitamento em uma mesma área pelo aumento do número de plantios e,
consequentemente, diminuir a característica nômade da cultura da batata.
A rotação de culturas entre a batata e o feijão tem que ser feita
com extrema cautela, pois algumas doenças e insetos-pragas são comuns
a essas culturas (Quadros 7 e 8).
O feijão em rotação com o milho é prática corriqueira, pelo fato de
o feijão ser da família das Fabáceas e o milho da família das Poáceas, e de
apresentarem características que se completam na rotação. Entretanto,
a evolução natural é a integração lavoura-pecuária, na qual o feijão, por
ser resistente ao alumínio tóxico, faz a abertura de área, o milho vem em
sucessão e as pastagens completam a integração.
O feijão, cultura intercalar comum na implantação do café, pode
ser utilizado também nas entrelinhas dos plantios de eucalipto e banana,
para baratear o custo de implantação dessas culturas perenes.

PRINCIPAIS DOENÇAS DO FEIJOEIRO

Apontadas como a principal causa do baixo rendimento da cultura


em todas as regiões do País, as doenças do feijoeiro podem, dependendo
da severidade, inviabilizar áreas para cultivo e produção de sementes.

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Produção de feijão no Sul de Minas 27

QUADRO 7 - Doenças comuns às culturas do feijão e da batata


Nome científico Nome comum ou vulgar
Pratylenchus brachyurus Nematoide-das-lesões
Rhizoctonia solani Crosta-preta; Damping-off; Tombamento
Meloidogyne javanica Meloidoginose; Nematoide-das-galhas
Sclerotium rolfsii Murcha-de-esclerotium
Sclerotinia sclerotiorum Mofo-branco; Podridão-de-esclerotinia
Meloidogyne incognita Meloidoginose; Nematoide-das-galhas
FONTE: Brasil (2014).

QUADRO 8 - Insetos comuns às culturas do feijão e da batata


Nome científico Nome comum ou vulgar
Spodoptera frugiperda Lagarta-do-cartucho; Lagarta-militar
Agrotis ipsilon Lagarta-rosca
Empoasca kraemeri Cigarrinha; Cigarrinha-verde
Thrips tabaci Tripes; Tripes-do-fumo
Lyriomyza trifolii Larva-minadora; Mosca-minadora
Thrips palmi Tripes
Lyriomyza sativae Larva-minadora; Mosca-minadora
Lyriomyza huidobrensis Larva-minadora; Mosca-minadora
Diabrotica speciosa Larva-alfinete; Vaquinha-verde-amarela
Polyphagotarsonemus latus Ácaro-branco; Ácaro-tropical
Lyriomyza spp. Larva-minadora; Mosca-minadora
FONTE: Brasil (2014).

Nas lavouras do Sul de Minas, assim como em outras regiões do


Estado, o manejo integrado tem sido a prática mais recomendada para
minimizar os efeitos nocivos dessas doenças, mantendo a população
de patógenos abaixo do limiar de dano econômico e, ao mesmo tempo,
minimizando os efeitos ao ambiente (PAULA JÚNIOR et al., 2010). Tais
medidas são passíveis de implantação antes ou durante a condução da
cultura.

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28 Produção de feijão no Sul de Minas

Dentre as principais doenças que afetam o feijão no Sul de Minas,


podem ser citadas o mofo-branco, a podridão-radicular-seca, a antracnose
e a mancha-angular.

Mofo-branco

Considerado de importância secundária no passado, atualmente o


mofo-branco − Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) De Bary − é uma das principais
doenças fúngicas de solo do feijoeiro também no Sul de Minas. O fungo
causa um efeito destrutivo, quando prevalecem temperaturas amenas e alta
umidade do solo e do ar. Dessa forma, a doença manifesta-se com maior
intensidade nos períodos do ano que aliam a baixa temperatura à alta
umidade do solo e das plantas, proporcionada pela irrigação por aspersão.
Cuidados especiais devem ser tomados quanto aos aspectos de
qualidade sanitária e tratamento das sementes, pois estas constituem a
principal forma de introdução e acúmulo do patógeno nas áreas de pro-
dução (MACHADO; TEIXEIRA; CARVALHO, 2006).
Em áreas já contaminadas (Fig. 4 e 5), a população do patógeno
poderá ser mantida em níveis baixos, graças à adoção de estratégias inte-
gradas de controle, como, por exemplo: plantar em épocas desfavoráveis
à doença; usar cultivares de porte ereto (LIMA et al., 2013); orientar as
fileiras de plantas no sentido leste-oeste, favorecendo a insolação; adotar
menor densidade de plantas, adequando o espaçamento entre fileiras e/
ou entre plantas (VIEIRA et al., 2010); utilizar menor frequência e maior
uniformidade na aplicação da irrigação; fazer rotação do feijoeiro com
gramíneas; adotar o plantio direto na gleba contaminada; providenciar a
limpeza e/ou desinfecção das máquinas e implementos antes de seu uso,
visando eliminar escleródios do patógeno; observar a recomendação técnica
e utilizar adequadamente fungicidas registrados para a cultura (PAULA
JÚNIOR et al., 2010). Até o momento não existem cultivares resistentes a
esta doença para recomendação, portanto, o correto manejo das práticas
culturais torna-se imprescindível para seu controle.

Boletim Técnico, n.104, 2015

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Produção de feijão no Sul de Minas 29

Hudson Teixeira
Figura 4 - Sintoma inicial de mofo-branco em lavoura de feijão

Hudson Teixeira

Figura 5 - Feijoeiro exibindo vagens com sintomas de mofo-branco e escleródios


do fungo

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30 Produção de feijão no Sul de Minas

O controle biológico do mofo-branco tem sido aplicado com certa


eficiência em lavouras comerciais, utilizando, principalmente, bioprodutos
à base de Trichoderma spp. Será necessário, entretanto, que os formula-
dos antagonistas superem algumas limitações, como a sensibilidade dos
esporos do antagonista a altas temperaturas, radicação ultravioleta e baixa
umidade relativa (SANTOS; CIVARDI; LOBO JÚNIOR, 2014).

Podridão-radicular-seca

A podridão-radicular-seca é causada pelo fungo habitante do solo,


Fusarium solani (Mart.) Sacc. f. sp. phaseoli (Burk.) Snyder & Hansen e
predomina em solos compactados, pesados e com excesso de umidade
(PAULA JÚNIOR; ZAMBOLIM, 2006).
Os danos decorrentes de incidência dessa doença (Fig. 6) são mais
severos em temperaturas em torno de 22 ºC a 28 ºC e alta umidade relativa
(ABAWI, 1994).
Para seu controle, é recomendado o uso de sementes sadias e tratadas
com fungicida registrado para a cultura.

Hudson Teixeira

Figura 6 - Feijoeiros exibindo lesões avermelhadas da podridão-radicular-seca nas


raízes e no hipocótilo

Boletim Técnico, n.104, 2015

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Produção de feijão no Sul de Minas 31

A escolha de solos bem drenados para o plantio, bem como a rota-


ção com poáceas, pode minimizar os efeitos da doença. A aplicação de
produtos à base de Trichoderma spp. foi tão eficaz quanto o fludioxonil
no manejo da podridão-radicular-seca em campo, e, portanto, é uma
alternativa viável de controle dessa doença (TEIXEIRA et al., 2012).

Antracnose

Doença importante, a antracnose ocorre em regiões com períodos


frequentes de umidade e temperaturas moderadas, condições comuns no
Sul de Minas.
Esta doença é causada por Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. &
Magnus) Briosi & Cavara. Apresenta como sintomas lesões escuras e de-
primidas nas vagens (Fig. 7), além de escurecimento das nervuras foliares
(Fig. 8). Pode ser controlada com o uso de cultivares resistentes, sementes sa-
dias e tratadas, fungicidas e rotação de culturas (PAULA JÚNIOR et al., 2010).
A cultivar BRSMG Talismã é resistente à maioria das raças de
C. lindemuthianum, incluindo as raças 31; 65; 73; 81 e 89.

João Roberto de Mello Rodrigues


Hudson Teixeira

Figura 7 - Vagens de feijoeiro com


lesões severas de an- Figura 8 - Feijoeiros com alta intensidade de
tracnose antracnose

Boletim Técnico, n.104, 2015

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32 Produção de feijão no Sul de Minas

Já as cultivares BRSMG Majestoso e BRSMG Madrepérola são mo-


deradamente resistentes às raças 55; 89; 95 e 453, e às raças 55; 65; 73; 81;
89; 95 e 453, respectivamente (RAMALHO; ABREU; GUILHERME, 2014).

Mancha-angular

A mancha-angular é a principal doença foliar que ocorre no feijoeiro


no Sul de Minas. É causada pelo fungo Pseudocercospora griseola (Sacc.)
Crous &. U. Braun, que provoca lesões angulares nos trifólios, amareleci-
mento e queda severa de folhas. Causa, também, lesões aquosas, irregulares
e superficiais nas vagens (Fig. 9).
Pode ser controlada pelo uso de cultivares resistentes, sementes
sadias e tratadas, fungicidas, rotação de culturas e nutrição equilibrada
com K e N (PAULA JÚNIOR et al., 2010).
As cultivares BRSMG Majestoso, BRSMG Madrepérola e BRSMG
União apresentam-se moderadamente resistentes a algumas raças fisioló-
gicas de P. griseola (RAMALHO; ABREU; GUILHERME, 2014).

Hudson Teixeira

Figura 9 - Sintomas de mancha-angular em folhas de feijoeiro

Boletim Técnico, n.104, 2015

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Produção de feijão no Sul de Minas 33

PRINCIPAIS PRAGAS DO FEIJOEIRO

Na região do Norte de Minas, de clima quente e semiárido, o ácaro-


rajado Tetranychus urticae Koch, 1836 (Acari: Tetranychidae) e a mosca-
minadora Calycomyza malvae (Burgess, 1880) (Diptera: Agromyzidae)
ocorrem no período seco do ano, em níveis elevados de população, cau-
sando prejuízos ao feijoeiro se não controlados.
Na região Sul de Minas, de clima ameno, o feijoeiro também é
infestado por pragas e mesmo não sendo tão importantes necessitam de
um levantamento e monitoramento de região por região, para um contro-
le racional. Nessa região, são poucas as pragas que causam prejuízos, já
que algumas destas, como as lagarta-das-folhas e lagarta-das-vagens, são
ocasionais, ou seja, ocorrem num determinado ano em altas populações
e, nos anos seguintes, podem desaparecer.
Outro fator preponderante é que no Sul de Minas não há cultivo
significativo da lavoura de soja, como ocorre na região Noroeste, uma vez
que muitas pragas são comuns às duas culturas.
Essas pragas estão descritas a seguir.

Vaquinhas

As vaquinhas, representadas pelas espécies Diabrotica speciosa Ger-


mar, 1824, e Cerotoma arcuatus Olivier, 1791 (Coleoptera: Chrysomelidae),
atacam o feijoeiro na região do Sul de Minas. Os adultos dessa praga,
com aparato bucal mastigador, causam danos às folhas logo após a
germinação da semente, resultando em atraso no desenvolvimento
das plantas, com comprometimento da produtividade da lavoura
(Fig. 10).
As vaquinhas ocorrem em maiores populações na primavera e no
verão. Seus adultos são besouros de coloração verde, apresentam em cada
élitro (asa) três manchas amareladas, medem entre 5 e 6 mm de compri-
mento e têm cabeça castanha (Fig.11).

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34 Produção de feijão no Sul de Minas

Os adultos de C. arcuatus também são besouros de 5 a 6 mm de com-


primento, de coloração amarela, com manchas pretas nos élitros (Fig.12).
Suas larvas também habitam a parte subterrânea do solo.
As larvas de D. speciosa são denominadas larvas-alfinete na cultura
da batata (Solanum tuberosum L.), pelo tipo de dano que provoca na su-
perfície do tubérculo, com orifícios semelhantes àqueles de perfuração
por alfinete. Nesse caso, seu controle é feito com inseticidas específicos
aplicados no sulco de plantio e/ou durante a operação de amontoa (Fig. 13).

Fotos: Paulo Rebelles Reis

Figura 10 - Dano causado em folhas de feijoeiro pelas vaquinhas

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Produção de feijão no Sul de Minas 35
Paulo Rebelles Reis

Paulo Rebelles Reis


Figura 11 - Adulto da vaquinha Diabrotica Figura 12 - Adulto da vaquinha Cerotoma
speciosa arcuatus

Rhodia Agro Ltda.

Figura13 - Ciclo biológico da vaquinha Diabrotica speciosa

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36 Produção de feijão no Sul de Minas

Cigarrinha-verde

A cigarrinha-verde, Empoasca kraemeri Ross & Moore, 1957 (He-


miptera: Cicadellidae), é uma das pragas mais importantes do feijoeiro no
plantio da seca (SOUZA; REIS; SILVA, 2009).
Os adultos são pequenos insetos com 3 mm de comprimento, de
coloração verde e muito ágeis. As formas jovens, chamadas ninfas, são
menores, sem asas e de coloração verde mais clara, e possuem o hábito
de locomover-se lateralmente (Fig. 14).
Tanto as ninfas, quanto os adultos, instalam-se na página inferior das
folhas do feijoeiro, onde se alimentam sugando a seiva. Ao sugarem nas
folhas, adultos e ninfas da cigarrinha-verde injetam toxina na área foliar,
por meio da saliva, que, em altas concentrações, provoca toxidez às plantas.
A ocorrência de populações elevadas de cigarrinha-verde em fei-
joeiro leva ao enfezamento das plantas, que passam a mostrar os folíolos
curvados para baixo ou arqueados. Embora os sintomas sejam semelhantes

Paulo Rebelles Reis

Figura 14 - Ninfa da cigarrinha-verde Empoasca kraemeri

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Produção de feijão no Sul de Minas 37

a viroses, os danos causados ao feijoeiro são por causa da ação toxicogê-


nica, associada à alimentação do inseto. O não crescimento das plantas,
ocasionado pelo ataque da cigarrinha-verde, confunde os produtores, que
justificam o fato pela falta de chuvas, o que não é verdade.
A cigarrinha-verde causa prejuízos consideráveis à produção,
e, por isso, deve ser controlada. A infestação pode ser detectada pela
observação dos insetos na página inferior das folhas (ninfas, sem asas)
ou pela movimentação das folhas do feijoeiro, com o voo dos adultos.
O importante no controle da cigarrinha-verde é detectar a infestação
ainda no seu início, quando a população da praga está baixa. Para isso,
recomenda-se ao produtor fazer inspeções e observações na lavoura
desde o início da cultura. Como a cigarrinha-verde instala-se na página
inferior das folhas dos feijoeiros, na maioria das vezes o seu ataque
passa despercebido.
O período crítico do feijoeiro ao ataque da cigarrinha-verde compre-
ende os estádios de desenvolvimento vegetativo e florescimento, quando
a praga deve ser controlada.
O controle químico é o único método recomendado para a cigarri-
nha-verde. Mesmo em lavouras muito infestadas, faz-se necessário esse
controle para evitar que tais lavouras sirvam de focos de infestação para
outras adjacentes.

Mosca-minadora

Outra praga que pode ocorrer em feijoeiro no Sul de Minas, prin-


cipalmente em sua rotação com a cultura da batata S. tuberosum, é a
mosca-minadora, Liriomyza huidobrensis (Blanchard, 1926) (Diptera:
Agromyzidae) (Fig. 15). As larvas dessa praga (Fig. 16) minam as folhas
cotiledonares (Fig.17) e as definitivas do feijoeiro.
Em outras regiões produtoras de feijão em Minas Gerais, de clima
quente, como no Norte de Minas, onde ocorre a espécie de mosca-minadora
Calycomyza malvae Burgess, 1880 (Diptera: Agromyzidae), as folhas mina-

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Fotos: Paulo Rebelles Reis


Figura 15 - Adulto da mosca-minadora Liriomyza huidobrensis à esquerda, e adul-
to do parasitoide (inimigo natural) das larvas da praga à direita

Paulo Rebelles Reis

Figura 16 - Larva da mosca-minadora Liriomyza huidobrensis retirada da mina ou


lesão de folha de feijoeiro

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Produção de feijão no Sul de Minas 39

Júlio César de Souza


Figura 17 - Folha cotiledonar de feijoeiro minada por Liriomyza huidobrensis

das caem, desfolhando as plantas, acelerando o seu ciclo e comprometendo


sua produtividade.
No Sul de Minas, a mosca-minadora ataca as folhas da batateira S.
tuberosum (Fig. 18). Após o ataque na cultura da batata, adultos da praga
emergidos de pupas presentes no solo (Fig. 19) irão atacar a próxima cul-
tura em rotação à anterior, que, nesse caso, é o feijoeiro, onde, dos ovos
colocados nas folhas, eclodem larvas que minam as folhas.
Em feijoeiro no Sul de Minas, larvas da espécie L. huidobrensis mi-
nam as folhas cotiledonares e um ou outro folíolo de folhas definitivas na
base da planta. Como as folhas cotiledonares amarelecem e caem natural-
mente aos 25 dias, as definitivas, mesmo minadas, continuam realizando
fotossíntese, a fim de suprir a plântula em nutrientes. Assim, a infestação
das larvas da mosca-minadora da espécie L. huidobrensis em feijoeiro não
tem causado prejuízos a esta cultura no Sul de Minas.

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40 Produção de feijão no Sul de Minas

Paulo Rebelles Reis


Figura 18 - Folha de batateira S. tuberosum minada por larvas da mosca-minadora
Liriomyza huidobrensis

Paulo Rebelles Reis

Figura 19 - Larvas, à esquerda, e pupas, à direita, da mosca-minadora Liriomyza


huidobrensis

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Produção de feijão no Sul de Minas 41

A presença de um grande número de adultos da mosca-minadora


nas folhas cotiledonares das plântulas de feijoeiro, implantadas após a
cultura da batata, com picadas de alimentação e de oviposição de suas
fêmeas, assusta os produtores que não conhecem a praga. Assim, em
folhas cotiledonares, não se faz o controle químico das larvas do inseto,
mas de seus adultos, por meio de um inseticida de contato, fosforado
ou piretroide, pulverizado uma só vez, adicionado de um espalhante
adesivo na calda.

Lagarta-das-folhas e lagarta-das-vagens

Lagarta-das-folhas: Omiodes indicata (Lepidoptera: Pyralidae) e


Urbanus proteus (Lepidoptera: Hesperiidae).
Lagarta-das-vagens: Maruca testulalis (Lepidoptera: Pyralidae),
Etiella zinchenella (Lepidoptera: Phycitidae), Thecla jebus (Lepidoptera:
Gelechidae).
A lagarta-das-folhas e a lagarta-das-vagens são pragas que po-
dem ocorrer ocasionalmente, e têm grande importância, uma vez que
seus aparelhos bucais, do tipo mastigador, atacam as folhas e as vagens
(Fig. 20, 21 e 22).
Os adultos são borboletas ou mariposas. As lagartas devem ser
detectadas nas lavouras de feijão ainda pequenas, nos primeiros ínstares,
quando morrem mais facilmente pelo inseticida pulverizado.
O controle químico dessas lagartas consiste em aplicar um inse-
ticida fosforado (de choque) com um fisiológico em mistura de fábrica.
Os inseticidas fosforados são o clorpirifós 480 CE, ou triazofós 400 CE, e
os fisiológicos, nuvaluron ou lufenuron, ou outro produto similar. Deve
ser adicionado espalhante adesivo à calda inseticida. Um novo inseticida
moderno que pode ser utilizado no controle de lagartas é o chlorantranili-
prole (rynaxypyr), do grupo das diamidas antranílicas, classe toxicológica
III, tarja azul.

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Júlio César de Souza


Figura 20 - Sintomas do ataque da lagarta-das-folhas, Pseudoplusia includens, em
plantas de feijoeiro

Paulo Rebelles Reis

Figura 21 - Sintoma do ataque da lagarta Maruca testulalis em vagem de feijoeiro

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Paulo Rebelles Reis


Figura 22 - Lagartas de M. testulalis que atacam vagem em feijoeiro

Lesmas

As lesmas podem também ocorrer em feijoeiro, em lavoura solteira


ou consorciada com o cafeeiro (Fig. 23).
São moluscos de hábitos noturnos. Alimentam-se de toda a parte
aérea do feijoeiro, principalmente as folhas e as vagens. Ocorrem em épocas
de grande umidade, como na primavera-verão. Na entressafra, sem chuvas,
seus ovos, em diapausa, mantêm-se no solo, aguardando condições ideais
de umidade para a eclosão das lesminhas (QUINTELA, 2002).
Como os ovos permanecem viáveis no solo, mesmo na seca, em
lavouras irrigadas por aspersão, as lesmas poderão ocorrer na presença
de umidade na lavoura.
O controle dessa praga é muito difícil, uma vez que não são mortas
pelos inseticidas convencionais. Se houvesse ocorrência de lesmas todos
os anos, seus prejuízos seriam de grande monta, já que são vorazes. Assim,
seu controle consiste em fazer um bom preparo do solo, a fim de evitar
torrões, que servem de esconderijo durante o dia.

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Paulo Rebelles Reis


Figura 23 - Feijoeiros atacados por lesma

O uso de sacos de aniagem com iscas atrativas à base de metaldeído,


à noite, com o solo seco, atrai e captura lesmas, eliminando-as. Também a
utilização de sacos de aniagem embebidos em soro de leite e distribuídos
na lavoura atrai e captura lesmas, que devem ser mortas mecanicamente
no dia seguinte, logo pela manhã.
Já existem no mercado iscas atrativas que resistem à umidade. Podem
ser aplicadas a lanço, por ocasião da semeadura do feijão.

Percevejo-das-vagens ou formigão

Os adultos do percevejo-das-vagens Neomegalotomus parvus (Wes-


twood, 1842) (Hemiptera: Alydidae) apresentam coloração geral pardo-
escura ou mesmo preta, abdômen escuro e medem entre 10 e 11 mm de
comprimento. Apresentam as pernas posteriores alongadas, com os fêmures
providos de espinhos. Seu aparato bucal é picador-sugador (Fig. 24).
O percevejo N. parvus é fitófago e pode ocorrer nas lavouras a par-
tir da frutificação (vagens). Geralmente, ataca as vagens desenvolvidas e
ainda verdes, e também aquelas em desenvolvimento, deformando-as e
inutilizando-as, ao sugarem suas sementes ainda pequenas e tenras.

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Paulo Rebelles Reis


Figura 24 - Adulto do percevejo-das-vagens Neomegalotomus parvus

Nas vagens, o percevejo introduz o aparato bucal (estiletes) e suga


as sementes. Seu ataque não provoca a queda das vagens.
Este percevejo ataca cultivares de feijão-preto e de cor. Sua ocorrên-
cia é irregular, ou seja, pode ocorrer alguns anos e, depois, desaparecer. O
importante é monitorá-lo na lavoura.
No Sul de Minas, adultos e ninfas foram observados em lavouras
no início do mês de maio.
A importância econômica desse inseto, segundo Souza, Reis e Silva
(2009), resume-se no fato de que, ao sugar as sementes nas vagens, inocula o
fungo Nematospora coryli Peglio, causador da doença denominada mancha-
da-levedura. Os sintomas são manchas nas sementes, deixando-as com um
péssimo aspecto, o que causa perda do seu valor comercial (Fig. 25). Essas
manchas são lisas, salientes e de coloração rosada.
Posteriormente, adquirem coloração alaranjada. Geralmente, na
semente, no centro da lesão de contorno irregular e tamanho variável,
nota-se o sinal da picada do percevejo.

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Júlio César de Souza


Figura 25 - Feijão com sintomas de ataque do percevejo-da-vagem

Os feijocultores devem estar atentos para uma possível ocorrência e


infestação generalizada desse percevejo nas vagens, pois esse inseto pode
causar prejuízo total às lavouras de feijão.
O controle desse percevejo deve ser feito no início da sua ocorrên-
cia no campo, por meio da pulverização de toda a lavoura com um dos
inseticidas recomendados para controle da cigarrinha-verde.

Mosca-branca

A Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) Biótipo B (Hemiptera: Aleyro-


didae) (= Bemisia argentifolii, Bellows & Perring, 1994) é um inseto
vulgarmente chamado mosca-branca (Fig. 26). Todas as outras espécies,
de mesmo nome vulgar, pertencem, na realidade, à ordem Hemiptera, su-
bordem Sternorhyncha, que inclui pulgões e cochonilhas, e não à ordem
Diptera das moscas.
O nome vulgar deveu-se à semelhança desses insetos a uma pequena
mosca-branca, quando as asas estão em repouso.

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Produção de feijão no Sul de Minas 47

Fotos: Paulo Rebelles Reis


Figura 26 - Folha da planta de soja tomada por adultos da mosca-branca Bemisia
tabaci Biótipo B, à esquerda, e adulto da praga à direita

Existem outras espécies de moscas-brancas que atacam uma série


de hospedeiros, como citros, goiabeiras, mandioca, algumas plantas or-
namentais, etc.
Os adultos da espécie B. tabaci Biótipo B são insetos pequenos,
de 1 mm de comprimento, com quatro asas membranosas recobertas por
uma pulverulência de coloração branco-leitosa. Os ovos, em número de
110 por fêmea, são colocados isoladamente na face inferior das folhas,
ficando presos por um pedúnculo curto. Após a eclosão dos ovos, surgem
as ninfas, que apresentam coloração verde-clara, translúcida, de contorno
ovalado e em forma de escamas. As ninfas eclodidas passam a sugar a
seiva, geralmente na face inferior da folha.
Somente se locomovem inicialmente, fixando-se, a seguir, de manei-
ra semelhante às cochonilhas, sugando seiva até a transformação na fase
adulta. O ciclo completo é de, aproximadamente, 15 dias, e a longevidade
das fêmeas dura em torno de 18 dias.
A mosca-branca B. tabaci Biótipo B é um inseto sugador de seiva,
sugando-a continuamente. Tem ação toxicogênica, sendo que os maiores

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48 Produção de feijão no Sul de Minas

prejuízos ocorrem pela transmissão de virose, tratando-se, no caso do fei-


joeiro, da transmissão do mosaico-dourado (VDMF) e do mosaico-comum.
Nos feijoeiros, os sintomas de infestação manifestam-se por um
amarelecimento intenso da lâmina foliar dos folíolos delimitado pela co-
loração verde das nervuras, dando um aspecto de mosaico.
No campo, as plantas infectadas, são identificadas facilmente por
sua aparência dourada. A mosca-branca ataca o feijoeiro desde o estádio
de plântula, sendo que as cultivares suscetíveis tornam-se raquíticas e,
nas vagens, observa-se mancha de mosaico e deformação. Pode ocorrer
numa determinada região em altas populações.
Em soja, Glycine max (L.) Merril, embora a mosca-branca não trans-
mita virose, suas ninfas, em número elevado de população, definham as
plantas dessa leguminosa, ficando a parte aérea totalmente preta, pelo
desenvolvimento do fungo Capnodium sp., causador da fumagina. Esse
fungo de revestimento utiliza como substrato as fezes líquidas da mosca-
branca. Como resultado do ataque, não há o enchimento dos grãos nas
vagens, comprometendo a produtividade da lavoura.
O controle da mosca-branca é muito difícil em região onde ocorre
em altas populações, como nos municípios de Unaí e Paracatu, no Noroeste
de Minas Gerais. Nesses locais, pelos prejuízos causados, é preferível não
cultivar o feijoeiro, já que uma simples picada na planta hospedeira pode
ser suficiente para inocular o vírus do mosaico-dourado.
Medidas para o controle da mosca-branca:
a) durante o ciclo da cultura do feijoeiro, inspecionar a lavoura,
procurando detectar a infestação das moscas-brancas ainda no
seu início, inclusive em plantas daninhas ao redor da lavoura;
b) nas regiões onde se planta soja, deve-se evitar o plantio de feijão
da seca, já que os adultos da mosca-branca migrarão da soja para
o feijoeiro, resultando altas populações. Nesses casos, o controle
químico é muito difícil, oneroso e praticamente inviável, e a perda
nessas lavouras de feijão pode ser total;

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Produção de feijão no Sul de Minas 49

c) o importante na cultura do feijoeiro é livrá-lo do ataque desde a


emergência das plântulas até o florescimento;
d) o controle químico da mosca-branca é realizado pela pulveri-
zação de um inseticida sistêmico do grupo dos neonicotinoi-
des. Esses produtos, uma vez aplicados, controlam simulta-
neamente o tripes, Thrips palmi Karny, 1925 (Thysanoptera:
Thripidae), muito agressivo, e que pode ocorrer em altas
populações. Como o controle químico da mosca-branca visa
matar seus adultos na parte aérea dos feijoeiros, haverá a
necessidade de uma segunda pulverização, 5 a 7 dias após,
visando matar os adultos oriundos de suas ninfas fixadas na
página inferior dos folíolos das folhas. Devem-se realizar as
pulverizações, também, em uma faixa do mato ao redor da
lavoura.
No controle químico da mosca-branca, a utilização de inseticidas
em rotação é importante para reduzir populações dessa mosca e evitar
a seleção de espécimes resistentes. A recente liberação, para comercia-
lização, do inseticida chlorantraniliprole (rynaxypyr) + thiamethoxam
é opção importante para a rotação de inseticidas, pois esse produto tem
demonstrado alta eficiência no controle de adultos da mosca-branca.
Além disso, chlorantraniliprole + thiamethoxam, quando misturados ao
óleo mineral Nimbus (0,25%), têm causado mortalidades significativas de
ninfas, principalmente do primeiro e do segundo ínstares.
Em grandes áreas de plantio de feijão da seca com possibilidade de
ocorrer a mosca-branca, o tratamento de feijão com inseticida thiametho-
xam é importantíssimo, pela sua eficiência, pelo seu controle preventivo
e também por sua praticidade.

Ácaros

Em determinadas situações e condições ambientais, as plantas de


feijão podem ser atacadas por ácaros, principalmente em função da pre-
sença ou ausência de chuvas.

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50 Produção de feijão no Sul de Minas

As principais espécies que podem ocorrer são o ácaro-rajado, em


condições de ausência de chuvas, e o ácaro-branco, em períodos e locais
mais úmidos.

Ácaro-rajado

O ácaro mais comum em feijoeiro é o ácaro-rajado, Tetranychus


urticae Koch, 1836 (Tetranychidae), que ataca as folhas, principalmente
na superfície inferior, onde tece teia e perfura as células para se alimentar
do seu conteúdo. Nos pontos onde rompem as células, aparece uma lesão
necrótica, e o conjunto de todas as lesões dá à folha um aspecto esbranqui-
çado (Fig. 27). Se o ataque for intenso e não controlado a tempo, ocorrerá
desfolha das plantas.
O controle desse ácaro pode ser feito com produtos químicos como,
por exemplo, o diafenthiuron (feniltioureia) (BRASIL, 2014).

Paulo Rebelles Reis

Figura 27 - Folha de feijoeiro atacada pelo ácaro-rajado, Tetranychus urticae

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Produção de feijão no Sul de Minas 51

Ácaro-branco

O ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904)


(Tarsonemidae), ataca as folhas e vagens do feijoeiro e causa deformações,
em especial nos tecidos em crescimento (Fig. 28).
Quando necessário, o controle do ácaro-branco também é feito com
produtos químicos, como, por exemplo, diafenthiuron (feniltioureia), já
citado para o controle do ácaro-rajado, e o enxofre pó-molhável ou em
grânulos dispersíveis em água (BRASIL, 2014).

Paulo Rebelles Reis

Figura 28 - Folha de feijoeiro com deformação causada pelo ataque do ácaro-


branco, Polyphagotarsonemus latus

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52 Produção de feijão no Sul de Minas

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e qualidade para a produção e a comercialização de sementes de algodão,
amendoim, arroz, arroz preto, arroz vermelho, aveia branca e amarela,
canola, centeio, cevada, ervilha, feijão, feijão caupi, gergelim, girassol
variedades, girassol cultivares híbridas, juta, linho, mamona variedades,
mamona cultivares híbridas, milho variedades, milho cultivares híbridas,
painço, soja, sorgo variedades, sorgo cultivares híbridas, tabaco, trigo,
trigo duro, triticale e de espécies de grandes culturasinscritas no Registro
Nacional de Cultivares - RNC e não contempladas com padrão específico,

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Produção de feijão no Sul de Minas 53

a partir do início da safra 2013/2014, na forma dos Anexos I a XXX desta


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Boletim Técnico, n.104, 2015

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Produção de feijão no Sul de Minas 55

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SILVA, E.C.; SILVA FILHO, A.V.; ALVARENGA, M.A.R. Efeito residual da


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Quando o assunto é sua lucratividade,
pelo manejo nutricional inadequado da cultura, bem como por condições climáticas a proteção tem que ser rápida.
adversas.
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