Você está na página 1de 17

Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet

Doenças de aves:

1
Unidades de ensino: 1 biosseguridade na indústria avícola, sendo instruções normativas mais
especificas //2 trata-se do sistema imune, vacinas e vacinações na avicultura.

Bibliografia básica: veterinária e zootecnia – sanidade avícola.

BIOSSEGURIDADE NA INDÚSTRIA AVÍCOLA:

Dentro da avicultura, tem se o plantel comercial que é a base da nossa pirâmide


genética, fundamental para entender onde a biosseguridade se aplica, o plantel comercial são
as aves que são utilizadas apenas para o abate ou consumo, ou seja, não estão ali para a
reprodução, acaba que neste não tem tanta rigidez de biosseguridade, acima do plantel, tem se
as matrizes, avós, bisavós e outros. Sem dúvida nenhuma, a biosseguridade é importante em
todos os patamares da pirâmide, sendo que se torna muito mais exigente quando se trata do
plantel de reprodução.

Biosseguridade na indústria avícola: trata-se de preservar a sanidade das aves, tanto em evitar
a entrada de patógenos, quanto evitar a disseminação deles, de modo que possa minimizar
todos os tipos de prejuízo e formas de transmissão.

Quando se fala em biosseguridade, a princípio é um sistema complexo e dinâmico, visto


que não parte somente de uma medida ou somente um único problema dentro do ambiente de
aves, por exemplo a percepção de algum agente patogênico, quando isso ocorre tem que mudar
todas as medidas. Por essa razão, é necessário fazer quarentena, controle de entrada e saída de
pessoas, isolamento, distanciamento dos galpões, banhos e vazio sanitário, o cuidado é
fundamental, devido à alta densidade animal (pois tem galpões com muitos animais alojados).
Ademais, é importante falar da posição brasileira dentro da produção de aves, porque o Brasil
tem uma posição nesse contexto, isso porque é o maior exportador de carne e frango do mundo,
sendo o terceiro maior produtor. Lembrando que uma doença, gera um impacto econômico
enorme, seja ele qual for, perda de produção, mortalidade, sacrifício de todo o lote, perda de
peso, sendo que tem que considerar todas as formas de impacto, por isso é legal implantar com
infraestrutura a biosseguridade.

O que é?

A biosseguridade trata-se do planejamento e implementação de um conjunto de


diretrizes de normas operacionais, objetivando a proteção dos lotes contra á entrada de micro-
organismos patogênicos. Quando algum patógeno consegue ultrapassar a barreira determinada
pelo Programa, este deve ser revisto e reformulado. Ademais, tudo deve ser
contabilizado/anotado, tem que estar muito bem registrado e documentado, embora seja
trabalhoso, é essencial.

Objetivo: ter a manutenção de planteis livres, ou controlados de microrganismos com impacto


sobre a produção avícola ou deletérios à saúde pública. Lembrando que o Programa de
Biosseguridade, precisa ser amplo e preciso adequado a cada setor da avicultura.

Na prática, nem sempre é possível ter todas as medidas de sanidade adotadas pela
biosseguridade, seja por: impossibilidade econômica do produtor, ou algum eventual
desconhecimento técnico (muitas vezes o produtor não sabe o por quê exatamente de ter que
tomar essas medidas) e também a mera falta de decisão (o produtor simplesmente está
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
acomodado a certos tipos de medidas e não toma frente para aderir outras). Um dos pilares

2
necessários para o programa dê certo é o conhecimento, isso porque cada elemento envolvido
na produção deverá ter um claro e profundo conhecimento nos objetivos da biosseguridade.
Ademais, o Programa depende exclusivamente do tipo de exploração, agentes etiológicos da
região, definição do sistema de criação, tipos de instalações e empresas, pois cada uma tem um
tipo de esquema.

Atualmente, pode se dizer que o mercado tem as suas demandas, tais como: bem-estar
dos animais, redução de preservação do meio ambiente e aumento da produtividade, essas
demandas determinam investimentos em manejo, nutrição, ambiência e boas práticas de
biosseguridade.

A princípio, tem se o uso de promotores de crescimento em rações que são os


antimicrobianos utilizados como melhoradores de desempenho (prevenção de doenças
infecciosas), que por sua vez tem como objetivo ser preventivo, normalmente estão inclusos na
dieta das aves em determinados grupos com baixas doses terapêuticas, fazendo como que essas
aves tenham maior desempenho, este por sua vez tem como mecanismo de ação: controle de
infecção subclínica endêmicas, de modo que possa reduzir o “custo metabólico” da ativação
crônica do sistema imune do animal , também age reduzindo a utilização de nutrientes pela
microbiota intestinal (redução de competição de nutrientes) e também melhora a absorção e
utilização dos nutrientes. Falar que esses promotores são ruins é uma mentira, pois essas aves
tem um bom desempenho com esses promotores nas raçoes, mas estes tem sido combatidos e
não deve se utilizar, devido o fato de tornar as bactérias mais resistentes, não só para as aves,
mas para nos humanos também – instrução normativa numero 1 de 13 de janeiro de 2020 =
proibiu alguns aditivos para essas aves, tais como: tilosina, lincomicina e tiamulina, mas supondo
que o animal fique doente, pode ser que em baixas doses, estes podem ser utilizados com
receita para vias de tratamento, mas não para aditivos de ração, por isso tem que cada vez mais
investir neste de Programa, considerando este aspecto que entra em estudos também.

O programa de biosseguridade
tem 9 elos para ser seguidos, por
isso tem que manter todos elos
alinhados, sendo eles: isolamento,
controle de tráfego, higienização,
quarentena/medicação/vacinação,
monitoramento/registro e
comunicação de resultados,
erradicação de doenças, auditorias
atualização, educação continuada e
plano de contingência.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
ISOLAMENTO:

3
Precisa manter o distanciamento mínimo entre as granjas e o distanciamento entre
granjas e outros estabelecimentos também. Esse isolamento está de acordo com as instruções
normativas, sendo que a mais importante é a 56 de 2007 do MAPA, foi a primeira que veio para
registrar todas granjas com vários pré-requisitos, lembrando que todas as demais instruções são
do MAPA, apesar das dificuldades tiveram algumas modificações por isso foi criada mais para
ter uma adaptação melhor.

- Tem granjas comerciais e granjas reprodutoras, visto que as reprodutoras são bem mais rígidas
quando se trata de distanciamento.

Quando se fala em isolamento tem que ter em mente, a distância de aves, a distância
entre granjas e outros estabelecimentos, barreira vegetal (plantações – arborização), barreira
física (cerca – tela), restrição da entrada de animais domésticos e silvestres, locais para banho e
troca de roupa (principalmente em granjas de produção) e contato dos colaboradores com
outras aves tem que ser evitado

De acordo com as instruções normativas = distância mínima entre o estabelecimento


avícola e outros locais de risco sanitário = tem que estar pelo ao menos 3km, além disso não é
só estabelecimento avícola, mas sim abatedouros e reprodução também. Há limites internos
também, dentro do estabelecimento avícola precisa de ter entre o núcleo (conjunto de galpões
onde aves tem quase a mesma idade) e os limites periféricos da propriedade tem que ser de 200
metros, agora dentro de um núcleo e outro núcleo tem que ser de 300 metros. O núcleo
geralmente tem 5 galpões com aves de diferenças mínimas de idade, geralmente esses núcleos
são cercados (PROVA).

Com relação as cercas de isolamento = se aplica tanto para as granjas reprodutoras,


quanto para as comerciais, nas reprodutoras tem que ser de no mínimo 1.5m de altura, com
afastamento mínimo de 10m e nas comerciais tem que ter a cerca de 1,5m de altura, com
afastamento mínimo de 5m. Ademais, o objetivo dessas cercas é para evitar a proximidade de
animais domésticos (gado bovino, equinos e cães e gatos). Agora no caso de roedores, as granjas
colocam uma parte de concreto por baixo da terra, para evitar essa disseminação de roedores
(rato), podendo ser feito de barra de concreto e/ou metais/alumínio. Além disso, ainda tem o
controle de roedores na parte interna da granja

- Todos os aviários devem ser “pelados”, a tela com malha não deve ser superior a 2,54 cm. O
objetivo dessa tela é impedir a entrada de pássaros

CONTROLE DE TRÁFEGO:

Tudo tem que ter uma única entrada, tem que ser controlado e registrado, muitas
granjas colocam de onde que veio para onde que vai. O controle e registro do trânsito de
veículos e do acesso de pessoas ao estabelecimento, há também a colocação de sinais de aviso
para evitar a entrada de pessoas alheias ao processo produtivo – tudo tem que ser bem
registrado e documentado.

HIGIENIZAÇÃO:

A higienização é sempre um dos principais fatores em qualquer processo, é


fundamental, pois tudo que está ligado ao animal se considera “limpo” e tudo que está ligado
ao exterior “sujo”. Para entrar nessa área limpa, utiliza o rodolúvio (desinfecção de veículos):
procedimentos para a desinfecção de veículos, na entrada e na saída do estabelecimento
avícola, na saída também, isso porque se tiver um agente infeccioso dentro do estabelecimento,
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
assim faz com que este não dissemine. Quando se pensa em trânsito de veículos, o motorista

4
não deve entrar em contato com os funcionários e nem com os animais, os veículos sempre são
estacionados do lado de fora da unidade de produção e no caso de precisar de abastecer a ração
é pela cerca. Quando se trata da fábrica de ração, não deve se pensar somente em qualidade
nutricional, tem que se pensar também nas BPF’s, além disso tem que ter transportes de ração
em veículos próprios e precauções com a entrega de ingredientes, como por exemplo o milho,
sendo que o primeiro aspecto que tem que olhar é a qualidade do grão, milho principalmente,
devido a contaminação por aflatoxinas, os parâmetros de umidade são fundamentais não
podendo passar de 13%, por isso tem que separar e fazer análise de ambos.

Na higienização pessoal, tem que usar roupas e calçados limpos, sendo que a
uniformização é obrigatória e os banhos na entrada e saída de granjas de reprodutoras e
incubatórias, tem até POP do banho e a lavagem adequada das mãos.

- O destino dos animais mortos é adotar procedimento adequado para o destino de aves mortas,
ovos, descartados e esterco é a compostagem (conjunto de técnicas adotadas para estimular a
decomposição de materiais orgânicos).

A princípio, a limpeza e desinfecção dos galpões: elaborar e executar programa de


limpeza e desinfecção a ser realizado nos galpões após a saída de cada lote de aves > tudo
dentro/tudo fora --- vazio das instalações. Tem como função reduzir a quantidade/desafio de
microrganismos patogênicos no ambiente de criação, deve se seguir um programa de execução,
sendo:

I – Retirada de todas as aves;

II – Retirada dos restos de ração dos comedouros;

III – Desmontar ou suspender os equipamentos;

IV – Retirada de toda a cama;

V – Esvaziar e limpar silos;

VI – Cortar a grama ao redor dos aviários;

VII – Varrer teto, paredes, telas e piso;

VIII – Aplicar lança-chamas no piso e ao redor dos aviários;

IX – Eliminar roedores e inseto;

X – Lavagem com água sob pressão (com solução detergente) teto, paredes, piso, cortinas e
equipamentos;

XI – Limpeza das áreas externas;

XII – Consertos e manutenção;

XIII – Desinfecção de todo o ambiente utilizando amônia quaternária, gluteraldeído, ácido


peracético ou formol;

XV – INSPECIONAR;

✓ Vazio das instalações: considerar o período a partir da instalação limpa e desinfetada


de no mínimo 15 dias até o próximo alojamento. Diretamente proporcional á saúde do
lote, manter instalações fechadas durante o período.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
Sempre tem que saber qual o tipo de roedor que está na câmara, pois é necessário

5
manter os registros do programa de controle de pragas, a fim de manter os galpões e os locais
para a armazenagem de alimentos ou ovos livres de insetos e roedores. Ademais, esse controle
de roedores é importante para verificar as perdas das quais incluem: danos a estrutura das
instalações, consumo de ração e contaminação dela com urina e fezes e até contaminação das
aves e do meio ambiente.

✓ Análise da água: Instrução Normativa 56/2007 MAPA;

Realizar análise física, química e bacteriológica da água: análise física e química


anualmente e análise bacteriológica semestralmente para os estabelecimentos avícolas de
produção

ARQUIVO DE DOCUMENTOS:

Todas as granjas que comercializam seu produto têm que ser registradas
independentemente do tamanho do estabelecimento, porém as granjas em até mil aves que
não comercializam o seu produto não precisa de registro.

Precisa deixar arquivado por um período não inferior a 2 anos a disposição do serviço
oficial o registro das atividades do trânsito de aves (cópias das GTA’s), ações sanitárias
executadas, protocolos de vacinações e medicações utilizadas e datas das visitas e
recomendações do RT do médico veterinário oficial.

- Precisa de requisitos necessários para registro de granjas, como: padrões de cerca e


isolamento, requerimento de solicitação ao órgão de registro, Médico veterinário responsável
pelo controle sanitário, planta de localização, planta baixa e memorial descritivo (localização,
isolamento e existência de barreiras / origem dos pintinhos e destino das aves / manejo das
aves, sendo iluminação, ventilação, arraçoamento, água / manejo da cama, esterco etc. (Todas
as medidas higiênico-sanitárias e de biosseguridade adotadas).

PLANO DE CONTINGÊNCIA:
É basicamente o que se deve fazer diante de uma doença aviária ou suspeita de
ocorrência no lote de aves, sendo que é fundamental estabelecer o que está acontecendo > agir
rapidamente > conjunto de ações tomadas nesta situação = plano de contingência. Agora, se há
detectação dos vírus nessas aves, o plano de contingência deve ser acionado, sendo que é
fundamental focar nas doenças de maior prejuízo econômico e de importância na saúde pública.
No caso de ter uma confirmação da suspeita, as amostras que ser coletadas, registrando seu
método de coleta e enviar diretamente para o laboratório, a notificação da suspeita é
determinada pelos órgãos e as medias a serem tomadas são sacrifício, tratamento, restrição da
saída de produtos da propriedade.

✓ SUSPEITA:

• Sintomatologia sugestiva: (sinais respiratórios, nervosos ou digestórios) de Influenza


Aviária ou Doença de Newcastle em qualquer espécie de ave;
• Sinais repentinos e acentuados, tais como: produção, consumo de água ou ração e taxa
de mortalidade;
*Dentro de 72 horas! (IN 36/2012)

✓ NOTIFICAÇÃO:

Médico veterinário, proprietário, produtor e demais envolvidos com a atividade avícola,


denúncia anônima ou ainda pelas próprias autoridades sanitárias locais que trabalham em
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
abatedouros de aves e órgãos competentes. Sendo que para quem se deve notificar são os

6
escritórios locais ou diretamente ao MAPA.

SISTEMA IMUNE E VACINAÇÕES NAS AVES:

ÓRGÃOS LINFOIDES:

Os principais órgãos imunológicos da


ave são divididos em:

✓ Órgãos linfoides primários;


✓ Órgãos linfoides secundários;

É FUNDAMENTAL LEMBRAR DA ANATOMIA


DAS AVES.

Orgãos linfoides primários: timo


(diferenciação de LyT) e Bursa de
Fabricius (diferenciação de LyB);

Órgãos linfoides secundários:


(armazenam os Ly’s principalmente,
porque com a idade eles regridem, além
disso diferenciam outras células
também), sendo que os órgãos
secundários é a glândula de Harder (se
localiza na base dos olhos – importante
para a imunidade local), tonsilas cecais, placas de Peyer e o divertículo de Meckel.

O timo e a Bursa de Fabricius são considerados órgãos linfoides primários porque é neles
que acontecem a dissociação das células imunológicas germinativas em linfócitos. Na Bursa
ocorre a diferenciação em linfócitos B, já no timo LyT. Já nos órgãos secundários, esses linfócitos
que foram diferenciados, serão armazenados, e pode ocorrer a diferenciação de outras células
que não são os Ly’s, como fagocíticas, NK, mastócitos, entre outros.

- Tanto a Bursa quando o timo só vai ser possível ser vista em animais jovens, que ainda não
atingiram a maturidade sexual. Com 15 semanas a Bursa se regride completamente, quanto
mais velho maior a regressão, nela ocorre a diferenciação de LyB que são importantes para
imunidade humoral.

#OBS: ave não tem neutrofilos e sim heterófilos, também não possuem pus e sim material
caseoso

• IMUNIDADE NAS AVES:

1) Imunidade inata (inespecífica): uma forma mais primitiva da resposta imune, é a primeira
linha de defesa do organismo, a maioria desses mecanismos entram em curso logo após o
nascimento com ou sem contato com o patógeno, ainda não tem a especificidade AG-AC por
isso é inespecífica, também não possui capacidade de memória. Ademais, esta pode ser
representada tanto por barreiras físicas e químicas (temperatura), como muco, ph,
peristaltismo, espirros etc., quanto com células fagocíticas, NK.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
1.1) Imunidade adaptativa (específica): são reações induzidas especificamente para combater

7
AG estranhos ao organismo, se expressa para respostas celulares (LyT) e respostas humorais
(AC/imunoglobulinas – LyB).

a) IMUNIDADE HUMORAL:

- IgG: principal Ig encontrada no soro (75%) e principais efetores de imunidade humoral;

- IgM: primeiros a serem produzidos após a estimulação antigênica inicial (2-3 dias em
comparação com 5 a 15 dias para IgG);

- IgA: proteção de mucosas, presente em grande quantidade na bile e vias respiratórias;

2) Imunidade ativa: desenvolvida pela ave durante sua vida --- Reação primaria: desencadeada
pelo primeiro contato, ou seja, aumento rápido de IgM e aumento lento de IgG. No que se trata
do segundo contato envolvera células B de memória.

2.1) Imunidade passiva ou materna: passou da mãe para o animal // Na ave isso é passado
através da gema do ovo embrionado. Tem se uma alta correlação entre o nível de AC maternos
no pinto e o nível de AC da matriz, sendo que não é para vida inteira, a medir que o tempo passa
o AC vai caindo, ou seja, se reduz progressivamente à medida que aumenta a idade, por isso
entra com a vacina. A proteção varia de acordo com a doença, por exemplo é alta contra
gumboro e encefalomielite. Lembrando que essa imunidade passiva varia de acordo com a
doença

TIPOS DE VACINA:

VACINAS VIVAS OU ATENUADAS:

Podem ser vivas ou atenuadas, ambas contém microrganismos vivos, cuja


patogenicidade é atenuada naturalmente ou artificialmente. Sempre se utliza a mesma via de
infecção, mas sem sinais clínicos, sendo que após a aplicação tem que teer uma rápida proteção
– imunidade local.

• Métodos de administração de vacinas:

Vacinaçoes em massa: água de bebida, spray.

As vacinas em água de bebida, geralmente são aplicadas na parte da manhã


(ambiência), a água tem que ter boa qualidade (limpa e fresca), pH entre 5,5 a 7,5, livre de cloro
ou qualquer desinfetante e baixo conteúdo mineral – neutralização do vírus vacinal.

Os procedimentos de água de bebida são de rápida distribuição (máximo 30 minutos),


com tempo de consumo de 1 a 2 horas – depende do vírus), monitoramento por meio de
corantes adicionados à solução vacinal – papo corado, jejum hídrico por 1 ou 2 horas, preparar
a solução vacinal somente com material plástico e não desinfetado, mas limpo e seco e volume
variável com a idade das aves e temperatura ambiente.

A príncipio, se o tempo de consumo da solução vacinal for maior que 2 horas, tem se
estabilidade da vacina – vírus da bronquite menos estável, parte das aves consomem água “sem
vacina”, ou subdosagem = reduzir o volume de solução vacinal ou aumentar o tempo de jejum
hídrico”. Agora se for menor que 1 hora, ocorre desuniformidade na aplicação da vacina // aves
dominantes vacinadas, muitas aves sem acesso à vacina = aumentar o volume de solução vacinal
ou reduzir o tempo de jejum hídrico.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
Outra forma, é a vacinação em spray via usada principalmente para a administração de

8
vacinas contra doenças respiratórias. Usual na conjuntiva, glândulas de Harder, cavidades nasais
e vias respiratórias superiores. Os procedimentos das vacinações em spray são agrupar as aves
no solo, desligar todos os sistemas de vacinação e aquecimento, reduzir a intensidade da luz
(deixa as aves mais tranquilas) e pulverizar todos os animais 2x. Na forma de spray, tenta pegar
todas as áres possíveis, como olho, boca e nariz, nas poedeiras comerciais é uma pratica muito
critica por muitas vezes terem muitos animais na gaiola, em contrapartida essa via spray facilita
muito o manejo e tem um custo baixo.

Individuais: ocular, injetável, membrana da asa;

a) OCULAR: preparar somente a vacina necessária por 1000 doses por vez - rápido
aquecimento devido ao pequeno volume e dividir em frascos de 500 doses/operador.
Os frascos tem que estar na posição vertical, tem que administrar 1 gota/ave sem tocar
o olho, tendo que aguardar alguns segundos para absorção da vacina. PINGA UMA GOTA
E ESPERA O PACIENTE PISCAR > ABSORVEU A VACINA. - Nessa vacina também tem
corante;
b) MEMBRANA DA ASA: molhar a agulha dupla na solução vacinal. Essa vacina na
membrana da asa é específica para a encefalomiolite aviária e bouba aviária. Nesse
prodecedimento utiliza se uma agulha com duas aberturas na ponta > mergulha na
soolução vacinal > acha o local da membrana da asa > perfura a membrana sem tocar
nas penas e nos vasos > verificar a “pega” da asa depois de 6 a 10 dias.
c) INJETÁVEIS: podem ser SC ou IM, normalmente para vacinas inativadas são todas
injetáveis, logo é individual. Pode ser usada para aplicação de certas vacinas vivas e
sistematicamente para aplicação de vacinas inativadas, então antes da aplicação tem
que aquecer a vacina de 38-41°C – colocar em banho-maria ou bolsas térmicas (não
pode ter um aquecimento muito bruto, com isso pode se utilizar o banho maria).

Há vacinas injetáveis in ovo a técnica é realizada no momento da transferência dos ovos


da incubadora para o nascedouro – 18 a 19 dias de incubação. O processo automático: é um
equipamento capaz de verificar 20.000 a 50.000 ovos férteis/hora, o equipamento pode ser
usado para nutrição in ovo – injeção de vitaminas, minerais, lipídeos, enzimas, antibióticos –
pesquisa! A CÂMARA DE AR DEVE ESTAR VOLTADA PARA CIMA. Esse procedimento é importante
contra a doença de Marek, afinal TODO PINTINHO QUE NASCE NO BRASIL, TEM QUE SER
VACINADO CONTRA ESSA DOENÇA.

As vacinas in ovo, tem como vantagens o menor risco de falhas vacinais, maior tempo
para reação imunológica do pintinho, economia de mão de obra, redução da incidência de
síndrome do túnel do carpo (LER) nos trabalhadores e redução do tempo do pintinho no
incubatório. Já as desvantagens, são que é muito elevado o custo da máquina, contaminação
nos ovos (especialmente em matrizes velhas) e biosseguridade.

- Como montar um programa de vacinação?

Tem que verificar a categoria de aves, visando focar nas suas particularidades e seus
diferentes estabelecimentos e tempo de proteção necessário, esse tempo depende de níveis
como doses de vacina, programa, aplicação correta e resposta da ave, se está respondendo bem
ou não, sendo que se estiver negativamente respondendo pode estar com estresse.

Ademais, é fundamental verificar os desafios epidemiológicos presentes na granja, olhar


o custo-benefício das vacinas e métodos de aplicação e imunidade materna.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
VACINAS INATIVADAS OU “MORTAS”:

9
Também tem as vacinas inativadas ou “mortas”, é uma proteção que demora para
ocorrer, mas a sua proteção se prorroga por semanas/meses. São patógenos inativados por
técnicas físicas (calor, UV...). Tem como finalidade, estimular uma resposta sistêmica,
amplificada e prolongada e reduzir as necessidades de revacinações. Suas vantagens, são: não
ter nenhuma patogenicidade residual e desafio de campo, tem a imunidade duradoura e fornece
maior termoestabilidade. Já as desvantagens, são: a pouca imunidade local, risco de reacao no
local de aplicação, custo de produção elevado e a vacinação é obrigatoriamente individual.

• Métodos de administração de vacinas:

Individuais: injetável – subcutâneo ou intramuscular;

- Vacinar somente animais saudáveis.

- O armanezamento dessas vacinas tem que ser em uma geladeira completamente exclusiva e
organizada e com temperatura de 2 a 8ºC. Vacinas vivas, geralmente vem em frascos para
muitas doses, por isso são lifolizada, já as vacinas inativadas são oleosas.

BRONQUITE INFECCIOSA AVIÁRIA:

Quando se trata de bronquite, logo já notamos que é uma doença respiratória e por
falar em doenças respiratórias, temos que ressaltar sua importância na avicultura, isso devido
seu alto poder de disseminação (PROVA), como agravações nos fatores ambientais, sendo:
temperatura – no inverno é mais crítico, qualidade da cama, qualidade do ar principalmente –
ventilação, amônia quaternária (a amônia é um dos principais fatores que podem desencadear
ou agravar um quadro respiratório) e poeira, esses fatores interagem com agentes infecciosos
produzindo quadros clínicos respiratórios.

- Pode ser denominada de BIA (Bronquite Infecciosa Aviária) ou BIG (Bronquite Infecciosa das
Galinhas).

As infecções podem ser mistas, podendo ter interação de vários agentes > isso torna a
identificação do agente primário que desencadeou o quadro clínico difícil, sendo que a
associação de diferentes agentes resultam em quadros mais severos de doenças respiratórias.

A evolução dos quadros respiratórios, podem se manifestar em diferentes fases, apesar


das particularidades de cada enfermidade, de uma maneira geral, a manifestação clínica segue
um curso semelhante, sendo que a fase 1: possui sinais clínicos inespecíficos incluindo apatia, a
fase 2: identificam-se ruídos moderados, tosse e espirros discretos, também apresenta
alterações externas como edemas de pálpebras e sinais de irritação ocular, a fase 3: tem sinais
clínicos mais evidentes, presença de secreções nasais e na traqueia, secreções que evoluem de
serosa á mucosa, elevação da temperatura corporal, eriçamento de penas e prostração e edema
periorbital e lacrimejamento e por último e não menos importante a fase 4: é um processo que
atinge sua fase final, onde as aves evoluem para a recuperação ou seguem para o agravamento
e morte, quando tem quadros clínicos mais complicados, as aves apresentam depressão crônica,
dificuldade respiratória e inapetência, já a morte se relaciona com septicemia decorrente de
infecções secundárias.

• CONTROLE DAS ENFERMIDADES RESPIRATÓRIAS:

Sempre se atentar a biosseguridade (principalmente), manejo, vacinação: desafios locais


e escolha das vacinas, visto que vacinas mais agressivas ou com menores intervalos são
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
indicadas para regiões onde existe o desafio, previnem ou reduzem problemas que podem

10
ocorrer e avalia os desafios por meio de levantamentos sorológicos ou outros exames
específicos. Tem que se atentar também as técnicas de vacinação e todos os tipos de
tratamentos.

Programa de vacinação: são 2 programas e ambos são para poedeiras comerciais. O Programa
1 vacinal, é feito uma dose (spray) no primeiro dia de vida, depois 2,3,4 doses em Bronquite
infecciosa aviária até em 105 dias, sendo que são 3 doses de vacina viva (spray) e 1 dose de
vacina inativada antes de começar a produção, ou seja, antes desses animais começarem a
botar. Já no Programa 2 de vacinação, faz se uma dose a menos, sendo que há doenças que não
utiliza deste programa, pois não está descrito.

• PATOGENIA:

BIA: é uma doença viral aguda, altamente contagiosa que induz alterações respiratórias,
renais (insuficiência renal) e reprodutivas (alteração na casca dos ovos e nos conteúdo dos ovos),
sendo que essa afeta os frangos e galinhas no Brasil e no mundo e é considerada uma das
doenças que mais causam prejuízos à avicultura industrial. Geralmente, não é uma doença que
tem alta taxa de letalidade, porém causa muito prejuízo econômico, devido à alteração dos ovos,
tanto de conteúdo, quanto na sua casca, infertilidade das aves, perda de desempenho pensando
nos frangos, redução do crescimento e aumento da susceptibilidade a infecções secundárias, é
uma doença que está muito disseminada, principalmente em poedeiras comerciais.

Células alvo = epitélio ciliado, sistema respiratório, TGI, tubular renal, oviduto: magno e
no útero, a idade da ave, genética, sexo, qualidade do manejo, do ambiente, doenças
concomitantes e status imune, estão diretamente relacionados com a intensidade e impacto
variáveis conforme a estirpe (como se fosse uma nova espécie viral, podendo causar novamente
danos).

Basicamente falando, ocorre infecção do oviduto de fêmeas em produção, falhas na


síntese de proteína do albúmen – clara aquosa e falhas na formação das cascas.

• ETIOLOGIA:

O vírus da Bronquite Infecciosa (IBV – Infectious bronchitis vírus), pertencendo da família


Coronaviridae, do gênero Coronavírus (grupo 3 – há vários grupos com diferentes, doenças), é
um vírus de RNA fita simples e envelope lipoproteico.

No caso desse vírus a espécie susceptível é o Gallus gallus domesticus sendo que em sua
composição, tem a proteína S que é responsável por absorção e penetração na célula, S1 ligação
aos receptores de ácido siálico, por sua vez possui diversidade antigênica e os sorotipos, sendo
que os sorotipos mais comuns, são: Baudette, Massachusets, Connecticut, Arkansas dentre
outros, sendo que todos esses possuem variantes.

- O vírus sofre mutações e tem grande potencial para surgimento de cepas variantes.

- Proteção cruzada variável entre os sorotipos.

- No Brasil, há estudos que demonstram a presença de variantes na avicultura industrial.

- É um vírus que não é tão resistente, mas dissemina rápido, por isso é importante manter uma
boa nutrição e um manejo adequado.

- Inativadas após 15 minutos à 56°C / Sensível à maioria dos desinfetantes comuns.

• EPIDEMIOLOGIA:
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
Muito difícil fazer essa erradicação principalmente em regiões densamente povoadas

11
com aves de múltiplas idades e em poedeiras comerciais também, isso porque os galpões ficam
juntos. Há sorotipos que tem mais tropismo, sendo que as aves prostradas > diminui ração //
Ave mais jovem > mortalidade mais alta.

A infecção nos primeiros dias de vida, ocorre sinais clínicos respiratórios que são mais
graves que podem ocorrer desenvolvimento anormal do oviduto. Ainda na epidemiologia, há
estirpes vacinas que podem sofrer mutação ou recombinação com IBV do campo. A BIG pode
ser agravada por E. coli, a doença respiratória pode atingir os sistemas respiratório, produtor,
gastrointestinal ou excretor. Lembrando que sua erradicação é extremamente difícil,
principalmente em regiões densamente povoados com aves de múltiplas idades.

• TRANSMISSÃO:

A transmissão horizontal – tem rápida disseminação por aerossol. Na transmissão


horizontal pode ser direta ou indireta. De forma geral, o vírus se replica no epitélio respiratório
e é eliminado em microgotas de muco respiratório durante a expiração. As granjas de múltiplas
idades ou com falhas de biosseguridade terão variantes virais, isso porque superaram a
imunidade induzida pela vacinação.

• SINAIS CLÍNICOS:

Os sinais clínicos manifestam-se após a infecção, quando há problemas respiratórios


causam ciliostase e acúmulo de muco no lúmen traqueal, também aparece prostração, redução
do consumo de ração, espirros, estertores, dispneia, descarga de muco na narina e morte dos
mais jovens.

As AVES JOVENS, possuem infecção respiratória com maior nível de gravidade, com
possibilidade de obstrução traqueal parcial ou total por muco, seguida de asfixia e morte, a
forma respiratória pode evoluir para a forma renal > destruição da estrutura e a função renal >
mortalidade por insuficiência renal.

A morbidade pode chegar a 100%, já a mortalidade é variável, isso porque aumenta


apenas sob a presença de agentes infecciosos secundários, ou seja, tipo uma associação, se tem
BIG + agentes infecciosos secundários = pode ser que ocasione morte, a severidade fica maior.

PODE APARECER SINAIS CLÍNICOS NO TGI, sendo: diarreia, desidratação, deficiente e digestão e
absorção de nutrientes e nanismo infeccioso, ambos serão quadros multifatoriais.

• LESÕES:

Apesar de acometer o oviduto, nem sempre fica tão evidente assim, por essa razão nota-
se uma lesão leve. No que se trata de ter aerossaculite e SCI, é mais difícil de ter somente quando
tem a BIG, mas se estiver associada com outros agentes é mais fácil de ter.

Pode aparecer muco na traqueia (que dificulta a respiração, já que o animal terá que
respirar com o bico aberto), pode ter também alterações renais caracterizadas por perda de
coloração, lóbulos renais e ureteres aumentados com o acúmulo de uratos, atrofia do oviduto e
SCI (associação de MPV E.coli e BI).

• DIAGNÓSTICO:

O Diagnóstico, por sua vez pode ser feito indiretamente, isto é pela detecção de AC
(detecção ou aumento do título de AC) – amostragem pareada. ELISA = não diferencia os
sorotipos e Soroneutralização que detecta os AC produzidos pela fração proteica S1 (sorotipo
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
específica). Isolamento em ovos embrionados (nanismo, enrolamento, hemorragia e morte dos

12
embriões). Cultivo em anéis de traqueia (avaliação da mobilidade ciliar). RT – PCR.

• PREVENÇÃO E CONTROLE:

É legal fazer a limpeza com detergentes e desinfetantes, despovoamento do núcleo para


adequada desinfecção e uniformização das idades das aves, biosseguridade e vacinação, sendo
que dentro desses métodos de prevenção e controle estão disponíveis também as vacinas vivas
do sorotipo Massachussetts (Mass), amostra H120, H90 e H52, já as vacinas inativadas, são
usadas apenas para poedeiras e matrizes após a sensibilização primárias com cepas vivas.

Supondo que tenha o frango de corte (são vacinados nos seus primeiros dias de vida,
com um dia de idade e podem receber um reforço após 10-15 dias, dependendo do desafio) – a
vacina inativada sabemos que o seu objetivo é prolongar a resposta vacinal, então não tem
sentido usar essa vacina, essa por sua vez, é usada para aves de vida longa como poedeiras
comerciais e matrizes reprodutoras na fase de cria e recria, as aves recebem essas vacinas vivas
com 1,3,5 e 10 semanas de idade e uma dose de vacina oleosa (inativada) antes do início da
produção.

Pode se fazer a vacina de forma maçal (água de bebida) e de forma individual (ocular),
também pode ser feito por via spray ou aerossol, isso porque é muito mais eficaz.

A vacinação promove uma resposta imune subprotetora, isso faz com que aumente a
pressão de seleção de vírus mutantes resistentes à imunidade prévia = emergência do IBV’s
variantes. É possível ter controle da BIG em granjas ou núcleos MESMO SEM A VACINAÇÃO
contra BIG, desde que mantenham o programa de biosseguridade, visando sempre o
distanciamento, idade única, vazio sanitário entre lotes e principalmente um manejo exclusivo
e adequado.

(PROVA): O PADRÃO OURO PARA O DIAGNÓSTICO DA BIG É O DIAGNÓSTICO MOLECULAR.

• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:

São doenças que podem interferir no diagnóstico final da BIG, isso porque podem ser
confundidas, como Pneumovirose, Coriza Infecciosa, Doença de Newcastle, Laringotraqueíte e
EDS.

LARINGOTRAQUEÍTE INFECCIOSA DAS GALINHAS:

Causa grandes perdas econômicas, devido a alta taxa de mortalidade e diminuição da


produção de ovos, essa pertence à lista B de Organização Internacional de Epizootia e, portanto,
deve ser notificada ao serviço de defesa sanitária animal, diferentemente da BIA, a BIA não tem
taxa de mortalidade alta e sim rápida disseminação da doença.

O histórico, distribuição e ocorrência dessa doença foi no RJ em 1981 (primeira epidemia


severa), depois ocorreu no Rio Grande do Sul (evidências sorológicas), depois em SP 2003 (sinais
clínicos em poedeiras comerciais – porém está bem controlado), quando chegou em MG foi em
2010 (sul de Minas, em poedeiras comerciais). Depois que passa o primeiro surto, é mais fácil
de se adaptar e ter conhecimento sobre o que a doença causa e quais serão suas demais perdas.

• ETIOLOGIA:

Quem causa essa doença é o Gallid herpesvirus 1 da família Herpesviridae. A galinha é o


hospedeiro primário e natural, mas a doença já foi relatada em faisões e em perus. Quanto a
capacidade de reativação do vírus reativar em reações latentes, isso acaba perpetuando a vida
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
do vírus na natureza, isso porque essa reativação é sensacional para o vírus, sendo que pode

13
permanecer latente no gânglio do nervo trigêmeo ou persistir no trato respiratório, como
infecção inaparente .

• PATOGENICIDADE:

Ocorre a entrada do vírus pela entrada da via respiratória superior, fazendo com que
tenha replicação deste no epitélio da laringe e da traqueia, também sacos aéreos e pulmões,
sendo que algumas cepas podem causar danos severos no epitélio e hemorragia, no que se trata
da sua replicação na traqueia, o vírus irá invadir os terminais nervosos e é transportado ao
gânglio trigêmeo. Lembrando que o vírus pode ser reativado espontaneamente ou induzido por
estresse.

• EPIDEMIOLOGIA:

A principal forma de infecção é por contato direto, sendo que aves com sinais clínicos
respiratórios a transmissão é muito mais rápida, o vírus pode ser transmitido por aerossol, mas
não é a forma mais eficaz, sendo que se difunde mais lentamente que a maioria das doenças
respiratórias das galinhas (rápida dentro do galpão, lenta entre galpões) – não há evidências de
transmissão vertical.

Aves que passam pela doença ou já foram vacinadas podem eliminar o vírus por longos
períodos mesmo sem sintomatologia clínica, na forma aguda essa mortalidade pode chegar até
70%, sendo que esses surtos podem durar em tempos variáveis, mas pode durar de duas as seis
semanas também.

• SINAIS CLÍNICOS:

Quando tem cepas que causam sangue na traqueia, denominamos de forma grave,
podendo apresentar: doença respiratória aguda, secreção nasal sanguinolenta e dispneia
acentuada, já na forma branda, apresenta: conjuntivite, edema dos seios paranasais, traqueíte
leve e descarga nasal persistente e na forma aguda/grave: dispneia severa, tosse, expectoração
de exsudato muco-sanguinolento e morte.

• LESÕES:

A traqueia pode estar com hemorragia intensa, ou seja, lesão típica de caso virulento no
campo e traqueias com diferentes graus de hemorragia e edema de mucosa (Fonte: Back, 2010).

• DIAGNÓSTICO:

Pode ser por histopatológico, onde visualiza as lesões patgnomônicas, sendo traqueíte
fibrino-necrótica com descamação epitelial e formação de inclusões intranucleares – somente
detectadas nos primeiros dias de manifestação clínica.

Realiza se também o isolamento: suabes de traqueia, inoculação em embriões e


confirmação por imunofluorescência, ELISA, PCR. Sorologia: detecção de AC por
soroneutralização, imunofluorescência indireta e ELISA. PCR.

• CONTROLE:

Em todos os casos, vemos que a biosseguridade é fundamental, quando se tem áreas


onde a doença é endêmica podemos utilizar a vacina viva, lembrando que o uso de vacinas é
controlado pelo MAPA – vacina recombinante foi autorizada. A vacina recombinante, possui
genes de duas proteínas do vírus da LTI são inseridos em vírus da doença de Marek ou Bouba.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
Resposta dupla, tem que se atentar ao protocolo vacinal, pois varia de acordo com o vetor, a

14
imunidade passiva tem pouca importância – 1° dia // são duas doses.

METAPNEUMOVÍRUS AVIÁRIO:

Também conhecido como Pneumovírus Aviário (PVA) e Rinotraqueíte dos Perus (TRT),
possui uma distribuição mundial, sendo que acomete perus, frango de corte, poedeiras,
matrizes e galinhas d’angola.

• HISTÓRICO:

Primeiramente foi associado aos perus, em 1980: teve o surto da cabeça inchada em
aves alojadas próximos aos perus e atualmente, distribuição mundial.

• ETIOLOGIA:

É um vírus envelopado com RNA de fita simples.

• EPIDEMIOLOGIA:

Existem quatro variedades (A,B,C e D), sendo o A e B os mais prevalentes, tem ampla
distribuição no país, quando se trata do Brasil, o subtipo A é o mais comum, no entanto tem que
se lembrar das perdas econômicas também, que são em torno de 1 a 3%, isto é, em condições
favoráveis e 20 a 30% quando ocorrem complicações respiratórias ou infecções secundárias.

• TRANSMISSÃO:

A transmissão ocorre em forma horizontal, sendo de forma direta: através do contato


de aves doentes e sadias e da forma indireta: ocorre contaminação da ração, água, cama e
transporte. Ademais, no que se trata da transmissão vertical ainda não foi observada.

Nas aves criadas em gaiola ou criadas separadamente por boxes, a transmissão é alta.
As taxas de morbidade (variável de 1 a 90%) e mortalidade dependem de vários fatores, sendo
que o curso da doença é de 5 a 10 dias, podendo ser de no máximo 6 semanas. Em todos os
casos, pode ser que ocorra infecção assintomática ou restrita ao aparecimento de sintomas
leves.

• PATOGENIA:

Ocorre replicação do vírus no epitélio ciliado do trato respiratório e com a presença do


agente + outros fatores que comprometem a reparação epitelial, assim tem o aumento da
atividade secretória e depressão da defesa local, que por sua vez, faz com que ocorra a
instalação de agentes secundários e processo inflamatório intenso.

• SINAIS CLÍNICOS:

Possui observações clínicas iniciais, como: corrimento nasal, espirros discretos,


tumefação periocular, diminuição do apetite e aumento da mortalidade > o quadro evolui para
um avermelhamento da conjuntiva com inchaço da glândula lacrimal. Após 12 a 14 horas, as
aves apresentam edema subcutânea na cabeça, que se inicia ao redor dos olhos até atingir o
tecido submandibular.

Após 72 horas, pode ser que comece a aparecer a presença de sinais neurológicos,
apatia, torcicolor, ambos resultando em dificuldade motora – as aves mais susceptíveis são os
perus jovens e matrizes pesadas, principalmente na primeira semana de produção, seguido de
frangos de corte e poedeiras.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
• DIAGNÓSTICO:

15
- Não existem sinais clínicos patognomônicos.

- Métodos sorológicos.

- Difícil isolamento do vírus (infecções secundárias).

- Diagnóstico por PCR tem aumentado.

- Envio de material (traqueia, pulmão, cabeça ou suabe) rapidamente sob refrigeração.

• PREVENÇÃO/CONTROLE:

- Controle do ambiente e biosseguridade.

- Medicação não é eficiente.

- Vacinas: as vacinas atenuadas em perus, reprodutoras e poedeiras diminui a ocorrência dos


sinais clínicos. A vacinação de frangos de corte não alcançou o sucesso esperado
(biosseguridade, lavagem e desinfecção de galpões) e Programa de vacina: uma ou duas doses
de vacina viva atenuada associada à vacina inativada no fim da fase de recria (matrizes e
poedeiras).

DOENÇA DE NEWCASTLE:

Hoje quando falamos de doença de Newcastle, dentro das nossas granjas industriais não
tem mais essa doença presente, embora não tenha relatos atualmente, ainda há relatos
existentes, por ter alta mortalidade, é fundamental notificar a presença da doença.

Trata se de uma enfermidade infecciosa viral aguda de rápida difusão e altamente


contagiosa, o vírus por sua vez, infecta uma grande variedade de aves domesticas e selvagens.
É caracterizado por produzir sinais respiratórios, digestivos, nervosos e causar alta mortalidade.
Ademais, é uma doença que causa grandes impactos econômicos pelas despesas com
erradicação, custos com enfrentamento de surtos e perdas de mercado durante a interdição,
uma das características interessantes da doença é que ela é uma zoonose, mas não é grave, isso
porque quando os humanos tem essa doença não tem complicações graves (conjuntivite).

A doença de Newcastle, tem controle oficial pelo MAPA no Programa Nacional de


Sanidade Avícola (PNSA), é uma doença de notificação obrigatória da OIE, devido à importância
econômica no comercial internacional.

• ETIOLOGIA:

É causada por vírus da família Paramyxoviridae, classificado como paramixovirus aviário


1 (APMV-1), sendo que há 9 sorotipos descritos, apenas o sorotipo APMV-1 é o causador aviário
da DN. Porém, existe uma variedade de cepas caracterizadas pela sua patogenicidade e
virulência.

Os vírus velogênicos (grupo 1 e 2), causam sinais e lesões severas. Induzem a


manifestação respiratório e alta mortalidade. Os viscerotrópicos causam diarreia e lesões
hemorrágicas no trato digestivo e os neurotrópicos causam sinais nervosos. Já os mesogênicos
são moderamente patogênicos, podem causar queda de produção de ovos, sinais respiratórios
e nervosos de moderada a baixa severidade e mortalidade baixa. Os latogênicos podem produzir
sinais respiratórios muito brandos ou inaparentes. São estirpes usadas em vacinas, podem
determinar infecções secundárias e diminuição da produção de carne e ovos.
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
• EPIDEMIOLOGIA/TRANSMISSÃO:

16
Possui amplo espectro de hospedeiros. Pombos domésticos podem ser considerados
como hospedeiros. Os humanos (pouquíssimo grave) são suscetíveis e podem apresentar
conjuntivite e transmitir o vírus. A principal transmissão é a horizontal, direta com inalação de
aerossóis respiratórios ou das fezes, ou indireta por utensílios, alimento ou pessoal
contaminado. Já a transmissão vertical ainda não foi comprovada nessa doença.

É uma doença contemplada no PNSA. Rede de laboratórios credenciados que promovem


a vigilância nos principais polos de produção, antes de qualquer suspeita tem que ser
obrigatoriamente notificada – sua vigilância baseia na notificação obrigatória, diagnóstico
laboratorial, assistência aos focos, medidas de biosseguridade e desinfecção, entre outras.
Ademais, desde 1997, não foram relatados surtos em criatórios comerciais. Surtos mais recentes
ocorreram em galinhas e patos de fundo de quintal.

• SINAIS CLÍNICOS E LESÕES:

- Geralmente são sinais clínicos respiratórios e neurológicos, por isso faz se o diagnóstico
diferencial. Podem se confundir com outras enfermidades infecciosas como: bronquite,
laringotraqueíte, coriza, DCR, dentre outras. Há outros fatores que são importantes para a
gravidade da doença como, idade, estado imune, coinfecção com outros agentes e estresse.

Os velogênicos pode vir a ter morte súbita, muitas vezes sem sinais clínicos, além disso
o viscerotrópico pode ter apatia das aves, alterações respiratórias, debilidade, finalizando com
prostração e morte, diarreia esverdeada, alta mortalidade – até 100% especialmente em aves
não vacinadas e lesões hemorrágicas. O neurotrópico pode ter uma doença respiratória severa
acompanhada de sinais neurológicos e a morbidade pode chegar a 100% e a mortalidade
próxima a 50% em aves adultas e 90% em aves jovens. As amostras mesogênicas é bem difícil
de fazer sua diferenciação, doença respiratória, mais comum em aves jovens, baixa mortalidade,
redução da produção de ovos e podem ter sinais neurológicos, mas é bem raro de ocorrer. Já as
lentogênicas, não causam doenças em aves adultas, em aves jovens tem doenças respiratórias
brandas, os sinais respiratórios podem desaparecer em menos de uma semana e pode haver
uma complicação do quadro quando há outras infecções.

• DIAGNÓSTICO:

Realiza se então o isolamento viral e posterior caracterização é o único método seguro


de diagnóstico da DN, as amostras de aves mortas: suabes oro-nasais, pulmão, rins intestinos,
proventrículo e amostras de aves vivas suabes traqueias e cloacais.

Diagnóstico diferencial = em aves muito jovens podem causar sinais neurológicos –


encefalomielite.

Para caracterizar o diagnóstico tem que ter um tempo médio de mortalidade


embrionária: diluições são inoculadas na cavidade do cório alantoide, no caso de estar diante a
uma estirpe velogênica = menos de 60 horas para matar todos os embriões, a mesogênica =
entre 60 a 90 horas para matar e a lentogênica = mais de 90 horas para matar.

✓ Índice de patogenicidade intracerebral (IPIC) em pintos de um dia – uma das formas


para confirmar o caso ou PCR;
✓ Inoculação intracerebral do líquido alantoide infectado;
✓ Exame dos pintos a cada 24 horas por um período de oito dias;
✓ Pintos saudáveis = 0, pintos doentes = 1, pintos mortos = 2;
✓ O IPI é a pontuação média recebida por ave por dia;
Resumo elaborado por Júlia Madureira //@surtavet
✓ Índice de patogenicidade intravenosa em frangos com 6 semanas em áreas livres de

17
estirpes patogênicas de Newcastle;
✓ Vacinação com vacinas vivas preparadas com estirpes não patogênicas (lentogênicas);
✓ Pode ser feita a vacinação no primeiro dia (frangos de corte e poedeiras) e realizar
revacinações periódicas;
✓ Aves de vida longa, revacinação com vacina inativada antes da postura;

PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA (PNSA), tem como objetivos prevenir e


controlar as enfermidades de interesse em avicultura e saúde pública, também define acoes que
possibilitam a certificação sanitária do plantel avícola nacional e favorecer a elaboração de
produtos avícolas saudáveis para o mercado interno e externo, sendo que as principais doenças
de controle oficial são: influenza aviária, doença de Newcastle, Salmoneloses e Micoplasmoses.

Definição de casos: são três tipos de casos, os suspeitos, os prováveis e os confirmados,


sendo que tem um critério de notificação em qualquer caso suspeito.

a) Definição de caso suspeito: aves com sinais respiratórios ou neurológicos ou digestivos


acentuados ou lesões macroscópicas em múltiplos órgãos e aumento de taxas de
mortalidade.
b) Definição de caso provável: constatação pelo SVO de caso suspeito de SRN ou detecção
de AC específicos para APMV-1 não decorrentes de vacinação. No entanto, tem que
aderir as medidas imediatas de Biosseguridade e providências para o diagnóstico
laboratorial (exclusão ou confirmação).
c) Definição de caso confirmado: isolamento e identificação do agente caracterizado
como alta patogenicidade (IPIC ou sequenciamento molecular) em aves domésticas;

Medidas do plano de contigência = vacinação em aves reprodutoras e de postura


comercia, em caso de suspeita: interdição, rastreamento, colheita de amostras, isolamento dos
animais. Em casos de foco: ocorre eliminação de todos os susceptíveis na unidade, destruição
das carcaças e todos os produtos e subprodutos, desinfecção, vazio sanitário, animais sentinela,
comprovação da ausência de circulação viral.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA DOENÇA DE NEWCASTLE = fechar a exportação

Você também pode gostar