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Referência: Almeia, Alfredo Wagner Berno de. Guerra Ecológica nos babaçuais: o
processo de devastação das palmeiras, a elevação do preço das commodities e
aquecimento do marcado na terra na Amazônia. São Luis, Lithograf, 2005.
Por que este processo predatório está se intensificando de maneira tão acelerada,
num período tão curto e afetando uma extensão tão vasta? A elevação geral do preço das
commodities, tem elevado a uma expansão simultânea de grandes empreendimentos
voltados para: pecuária, sojicultura, plantio de dendê, plantio de eucalipto, exploração
madeireira, além de atividades de mineradoras e siderúrgicas, provocando uma
devastação generalizada na Amazônia legal.(Almeida, 2005 p. 33)
Poderemos ter uma visão de conjunto das pressões atualmente exercidas pelas “
novas estratégias empresariais” que privilegiam o mercado de commodities, sobre
a economia do babaçu e dos conflitos socioambientais que envolvem as famílias
agroextrativistas, abrindo uma discussão ampla sobre as formas de luta mais adequadas
para o MIQCB organizar sua resistência ( Almeida, 2005 p. 47)
Uma efetiva negação da atividade das quebradeiras. Tais projetos de fato tem
prescindido do trabalho feminino para a quebra do coco babaçu e extração das
amêndoas, orientando as atividades produtivas tão-somente para a chamada “catação de
coco”, que consiste na simples coleta dos cocos, sem qualquer procedimento de quebra,
envolvendo a participação indistinta de homens, mulheres e crianças, que são
contratados como trabalhadores eventuais. Trata-se, como já foi resultado, dos
denominados catadores de coco, instituídos pelas empresas que o contratam, e assim
chamados pejorativamente, inclusive pelas quebradeiras de coco. (Almeida, 2005 p. 85)
No decorrer da pesquisa, foi constatado que a cata do coco está sendo realizada
em grandes propriedades voltadas para a criação do gado. Nas situações de venda direta,
é o proprietário o responsável por contratar os catadores para catar os cocos, que são
colocados num sacolão a beira da estrada. (Almeida, 2005 p. 118)
Na região em que se situam as vilas são jose é metade, há muitas mulheres que
dependem da atividade do babaçu. Observamos que para algumas delas, o babaçu
representa a única fonte de renda, o que explica o depoimento envergonhado de uma
quebradeira de coco, que diz ter que sido obrigada a “roubar” os cocos dos sacolões,
pois está proibida de coletar nas áreas das fazendas. (Almeida, 2005 p. 119)