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Introdução

O presente trabalho é resultado do resumo feito através do Manual de Desenvolvimento


Motor (DM) Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino à Distância, que
se debruça sobre a unidade V, VI e VII onde constam os seguintes itens: Aptidão
Física, Classificação da Aptidão Física, Factores Reguladores do Crescimento,
Maturação, genética quantitativa e qualitativa, Factores influenciadores do crescimento,
Padrão motor, Habilidade motora, Classificação das habilidades, Modelos
unidimensionais, Níveis de desenvolvimento de movimento, O modelo bidimensional
de Gallahue, Capacidade motora ou física e Teorias e modelos de desenvolvimento
motor.

Metodologia

A metodologia usada para concretização deste trabalho foi a consulta bibliográfica de


manuais em formato electrónicos que se encontram devidamente citados dentro do
trabalho bem como na referência bibliográfica.

Quanto a sua estrutura o trabalho contém elementos pré-textuais (capa e capa de rosto),
elementos textuais (corpo do trabalho) e pós textuais (referência bibliográfica).
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1.0 Aptidão Física

A aptidão física é definida como sendo um conjunto de atributos que as personas têm ou
alcançam e está associada à capacidade de realizar actividade física. A sua avaliação é
feita através de testes específicos e deve ser feita periodicamente, sobretudo quando se
trata de crianças e adolescentes que se encontram em pleno processo de crescimento e
desenvolvimento físico.

1.1 Classificação da Aptidão Física

A AptF pode ser classificada como AptFS e AptF relacionada ao rendimento ou


desempenho atlético. Dentre os componentes da AptFS pode-se citar: a força muscular,
a resistência muscular localizada, a flexibilidade, a resistência aeróbia e a composição
corporal. O ACSM (1996) classifica os componentes da AptFS tendo em conta a
seguinte ordem de factores:

1. Motores (flexibilidade e força/resistência muscular localizada),

2. Funcionais (aptidão cardiorrespiratória),

3. Morfológicos (análise da composição corporal),

4. Fisiológicos e comportamentais.

É também verdade que os componentes da AptFS


procuram abrigar atributos biológicos tais como a
capacidade cardiorrespiratória, força/resistência muscular
e flexibilidade, que possam oferecer alguma protecção ao
aparecimento e ao desenvolvimento de distúrbios
orgânicos induzidos por comprometimento da condição
funcional (MALINA, 2007 citado por FARIAS et al,
2010)
Divisão da AptF em Saúde e habilidades motoras e os seus respectivos componentes.

Saúde Habilidades Motoras (Desempenho Atlético)


Agilidade Agilidade
Equilíbrio Equilíbrio
Coordenação Coordenação
Velocidade Potência, Velocidade Potência,
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Tempo de reação Tempo de reação

2.0 Factores Reguladores do Crescimento, Maturação 1

O crescimento significa divisão celular e consequente aumento de massa corpórea que


pode ser identificada em unidades, tais como, g/dia, g/mês, kg/mês, kg/ano, cm/mês,
cm/ano, isto é, aumento de “unidade de massa” em determinada “unidade de tempo”

2.1 Genética quantitativa e qualitativa2

Genética é a ciência que estuda a variação e a transmissão de características de uma


geração para a outra. Dentro desta definição, a palavra variação se refere a variação
genética; que é o intervalo dos possíveis valores para uma característica e como esta
característica é influenciada pela hereditariedade. Hereditariedade é a transmissão de
características dos pais para sua prole via material genético.

A genética qualitativa aborda aspectos relacionados com a representação das


características de um ser vivo em que há uma distinção bem definida entre fenótipos, tal
como pele negra e branca. Normalmente, um único ou poucos pares de genes estão
envolvido (s) na expressão de caracteres qualitativos. O ambiente normalmente tem um
efeito pequeno em influenciar a categoria do animal.

Exemplos de características qualitativas:

a) Cor da pele, cabelo, olhos, Defeitos hereditários (alto, baixo); Tipo sanguínea.

A Genética Quantitativa é a parte da genética que estuda os caracteres quantitativos, os


quais distinguem-se dos caracteres qualitativos nos seguintes aspectos:

1. Herança poligênica: os caracteres quantitativos são, em geral, regulados por vários


genes, ao passo que os caracteres qualitativos são de herança monogênica ou
oligogênica.

2. Estudo a nível de populações e baseado na estimação de parâmetros: as características


quantitativas são estudadas a nível de população e são descritas através de parâmetros
tais como média, variância e covariância. Os estudos qualitativos são feitos a nível de
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IDEM.
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indivíduos e a interpretação da herança é feita com base na contagem e proporções


definidas pelos resultados observados nas descendências dos cruzamentos.

3. Variações contínuas e efeito do meio: as características quantitativas são as que


exibem variações contínuas (às vezes descontínuas) e são parcialmente de origem não
genética; ou seja, são grandemente afectadas pelo ambiente. A diferença primordial que
existe entre a genética quantitativa e a qualitativa reside no facto da existência de um
gene maior cujo efeito pode ser avaliado em classes discretas, mesmo sob efeito do
ambiente.

2.2 Factores influenciadores do crescimento 3

As influências sobre o desenvolvimento e crescimento são inúmeras, denominados aqui


de factores. O crescimento e desenvolvimento são a resultante final da interação intensa
desses factores; esses são divididos em: extrínsecos e intrínsecos.

Factores ambientais ou extrínsecos

Compreende-se por factores extrínsecos, aqueles ambientais. Os essenciais são:

a) Dieta normal b) Ambiente .

Dieta normal inclui a ingesta adequada de calorias, proteínas, água, lipídios, sais
minerais e vitaminas, definidos como componentes essenciais para um crescimento
satisfatório.

O ambiente englobará as condições geográficas e físicas, condições sócio-econômicas,


urbanização, interação mãe-filho e atividades físicas. Factores intrínsecos já como
factores intrínsecos, teremos a herança e o sistema neuroendócrino. No genótipo do
zigoto encontraremos a determinação do plano para desenvolvimento psíquico e
crescimento futuramente. Determinando mais adiante o fenótipo (genótipo mais
ambiente). Os sistemas nervoso e endócrino interagem de maneira complexa. O
hipotálamo irá regular as secreções hormonais (eixo-hipófise- hipotálamo). Alguns
desses hormônios agem directamente sobre o próprio encéfalo e diencéfalo, alterando
sua atividade e obviamente influenciando no crescimento e desenvolvimento (psíquico)
do indivíduo.

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3.0 Padrão motor4

Grupo amplo ou séries de actos motores desempenhados com graus menores de


habilidade que são dirigidos a alguma meta externa.

Para Gallahue o padrão de movimento envolve elementos básicos de uma certa


habilidade motora. (Correr, lançar). Pode ainda ser definido como:

 A acção motora completa com utilização da musculatura grande do corpo;


 Movimentos que constituem a estrutura básica de certas habilidades motoras
especificas.
 Componentes básicos do movimento que podem ser generalizados para as
necessidades especificas de uma habilidade motora em particular. Ex. marcar um
golo, em queda livre, em movimento ou no chão, uma bola redonda, oval,
pequena, grande, etc.

O padrão motor é equivalente a padrão movimento. Depende das capacidades motoras


globais.

3.1 Habilidade motora

A maior dentre as fases do DM da infância é a fase das habilidades motoras


fundamentais. Tem início por volta do primeiro ano de vida, prolongando-se até,
aproximadamente, os seis ou sete anos, sendo uma fase crítica e sensível a mudanças
que determinarão o futuro do indivíduo.

Segundo Clark (1994):

As habilidades motoras fundamentais aparecem em uma


ampla variedade de desportos, de jogos e de outras
actividade motoras nas quais nos engajamos. No
Basquetebolbol, por exemplo, o jogador corre, arremessa,
recebe, dribla, curva-se e estende-se. Desta forma, o
desenvolvimento desses tipos de habilidades é
fundamental para um posterior trabalho, nas fases quatro e
cinco ou seja: de habilidades motoras específicas do
contexto e habilidosa.
Por essa razão, concordamos com Seefeldt (1980) “ao afirmar que a criança deve
desenvolver adequadamente as habilidades motoras fundamentais; pois, se isto não

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acontecer, ela terá dificuldades de combinar e de modificar estes movimentos em


formas de habilidades mais especializadas, com a ocorrência de uma série de erros de
execução que poderão ser nitidamente visualizados”. Um que deve ser salientado é que,
durante o desenvolvimento dessas habilidades, o indivíduo passa por três estágios
distintos: 1) inicial; 2) elementar; 3) maduro

4.0 Classificação das habilidades

Há uma variedade de esquemas para a classificação das habilidades de movimento.


Tradicionalmente, a maioria tem sido unidimensional e responde por apenas um aspecto
de uma habilidade de movimento em particular. Dois esquemas bidimensionais são mais
compreensivos e nos permitem observar a habilidade de movimento sob dois aspectos
ao mesmo tempo. Ao longo dos anos, este tem sido o modelo defendido pelo autor e
promovido em seus livros (GALLAHUE; CLELAND, 2003; GALLAHUE; OZMUN,
2002).

Modelos unidimensionais

Compreendem quatro maneiras de classificar as habilidades de movimento junto a uma


única dimensão popularmente usadas ao longo dos anos:

Aspectos musculares

Os movimentos frequentemente são classificados como movimentos de coordenação


motora grossa e de coordenação motora fina. Um movimento de coordenação motora
grossa envolve o movimento dos grandes grupos musculares do corpo. A maioria das
habilidades esportivas é classificada como movimentos de coordenação motora grossa,
com exceção talvez do tiro ao alvo, arco e flecha, e alguns outros.

Aspectos temporais

Com base nos seus aspectos temporais, o movimento também pode ser classificado
como discreto, em série ou contínuo. Um movimento discreto apresenta início e fim
definidos. O lançamento, o salto, o chute e o toque da bola constituem exemplos de
movimentos discretos. Os movimentos em série envolvem a performance de um
movimento simples e discreto repetido diversas vezes em uma sucessão rápida

Aspectos ambientais
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Estes aspectos dividem os padrões fundamentais de movimento e as habilidades de


movimento em tarefas motoras abertas ou tarefas motoras fechadas. Uma tarefa motora
aberta é aquela realizada num ambiente onde as condições estão em constante mudança.
Essas condições mutáveis exigem que o indivíduo faça ajustes ou modificações no
padrão de movimento para se adaptar às demandas da situação. Por exemplo, a criança
que participa num jogo que exija corrida e movimentos súbitos em diversas direcções
nunca utiliza exactamente os mesmos padrões de movimento durante o jogo.

A criança precisa adaptar-se às demandas da actividade


por meio de uma variedade de movimentos similares, mas
diferentes. O desempenho de uma tarefa de movimento
aberta, difere, notavelmente, da performance de uma tarefa
de movimento fechada. Uma tarefa motora fechada trata-
se de “uma habilidade motora realizada num ambiente
estável ou previsível onde aquele que a executa determina
quando iniciará a acção” (MAGILL, 2001, p. 7).
Uma habilidade de movimento fechada ou um padrão de movimento fundamental
demanda rigidez de desempenho. Depende mais de um feedback cinestésico do que
visual ou auditivo da execução da tarefa. Um jovem que realiza uma parada de mão,
tenta acertar um alvo, dá um salto vertical está realizando uma tarefa de movimento
fechada.

5.0 Níveis de desenvolvimento de movimento 5


O movimento pode ser classificado de acordo com o seu nível de desenvolvimento nas
seguintes fases:

 Fase Reflexiva de DM: os movimentos são involuntários por natureza e


caracterizados pelo reflexo primitivo e de postura da infância precoce.
 Fase rudimentar de DM: Os movimentos rudimentares são caracterizados pelas
habilidades básicas de movimento da infância e da fase de engatinhar.
 Fase fundamental de DM: tem a ver com a aprendizagem de habilidade de
movimento utilizada por crianças na pré-escola ou nos primeiros anos do ensino
fundamental ou primário.
 Fase especializada de DM: é simbolizada pela aprendizagem de habilidade de
movimento mais complexa de crianças em uma idade mais avançada,
adolescentes e adultos. Embora o desenvolvimento esteja relacionado com a

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idade, deve-se lembrar que não depende dela. Em outras palavras, a idade
cronológica é apenas um indicador geral da fase em que se está na hierarquia de
desenvolvimento de aprendizagem de habilidade de movimento.

6.0 O modelo bidimensional de Gallahue


O modelo bidimensional proposto por Gallahue refere-se a um modelo bidimensional
descritivo de DM que enfatiza:

a) A função intencional da tarefa de movimento como expressa nas três categorias de


movimento de estabilidade, locomoção e manipulação; e

b) As fases de DM expressas por sua complexidade através dos termos fase reflexiva,
rudimentar, fundamental e de movimento especializado.

Modelos multidimensionais

Os modelos multidimensionais para a classificação do movimento permitem a


visualização de uma habilidade de movimento em três ou mais dimensões. Não se
limitam apenas a bidimensionais, mas podem ser visualizados, dependendo do objetivo,
de três, quatro ou mesmo cinco dimensões. Isto é, a habilidade do movimento realizada
no mundo real pode ser observada sob os aspectos:

a) Musculares (grosso/fino),

b) Temporal (discreto, em série ou contínuo),

c) Meio ambiente (aberto e fechado),

d) Funcional (estabilidade, locomoção ou manipulação) e

e) De desenvolvimento (reflexivo, rudimentar, fundamental ou especializado).

7.0 Capacidade motora ou física


Para Fleishman (1972) “é qualidade geral do indivíduo relacionada com a execução de
uma variedade de habilidades ou tarefas”. Em outras palavras, capacidade é a qualidade
de um indivíduo relacionada com o desempenho de uma variedade de habilidades
motoras, tais como força, velocidade, tempo de reação, flexibilidade, equilíbrio, etc.
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7.1 Classificação das capacidades motoras ou físicas


a) capacidades motoras globais: Qualidades caracterizadas por envolver a grande
musculatura do corpo como base principal do movimento. Precisão não é o mais
importante embora coordenação seja essencial ao movimento (ex. Habilidades motoras
fundamentais: correr, lançar, saltar, etc.

b) capacidades motoras finas: Qualidades caracterizadas por envolver e controlar


musculatura pequena do corpo a fim de garantir execução bem-sucedida e elevada em
termos de precisão.

Outra classificação divide as capacidades físicas em coordenativas e condicionais. As


coordenativas se dividem em gerais, especiais e complexas.

Capacidades coordenativas ou perceptivas motoras

São aquelas que permitem organizar e regular o movimento. Se inter-relacionam com as


habilidades motoras, tanto básicas como desportivas, e só se fazem efectivas no
rendimento desportivo por meio da sua unidade com as capacidades físicas.

Para (Le Boulch)

A coordenação dinâmica é a interacção, o bom


funcionamento entre o Sistema Nervoso Central e a
musculatura esquelética no movimento. Em outras
palavras, é uma acção coordenada entre o Sistema
Nervoso Central e a musculatura fásica e tónica. É um
domínio global do corpo, um ajuste dinâmico continuo ao
próximo ou ao médio.

8.0 Teorias e modelos de desenvolvimento motor


Teorias cognitivistas (a perspectiva de piaget)

O trabalho de Piaget (1963, 1995) embora típico de um psicólogo cognitivista teve um


impacto significativo na história do DM.

Os cognitivistas assumem uma influência biológica e


psicológica no desenvolvimento e defendem que as
mudanças ocorrem por incorporação recíproca do
indivíduo e envolvimento. A sua noção estruturada de
desenvolvimento baseava-se no conceito de que as
mudanças ocorrem segundo uma ordem no tempo que é
relativamente fixa e não pode ser ultrapassada, a noção de
estágios ou fases de desenvolvimento (Haywood, 1986).
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Para Piaget estes momentos são descritos como os períodos sensório-motor (0-18
meses de vida), préoperatório (18 meses ao 8º ano), das operações concretas (8-12
anos), e das operações formais (12 – 15 anos). O facto de o primeiro período (sensório-
motor) se basear nas possibilidades de exploração/experimentação das suas próprias
acções no domínio sensorial para a construção do conhecimento e controlo motor, ajuda
a perceber a importância desta teoria na construção do conhecimento do DM.

Teoria de processamento de informação

Entre as teorias de aproximação cognitivistas, a do processamento de informação


constitui uma das mais fascinantes. Marcada pela publicação do livro Mechanisms of
Motor Skill Development por Connoly (1970), esta corrente de pensamento começou
essencialmente por tentar explicações para o comportamento motor e suas mudanças
com base em modelos computadorizados do funcionamento da mente (cérebro). O
controlo motor é explicado pela funcionalidade dos mecanismos de input (percepção),
reconhecimento, codificação, memória, feed back, programação e output (movimento),
sendo que as mudanças se registam pela melhoria (afinação) dos circuitos implicados na
escolha, selecção e realização do movimento, e pelas possibilidades de transfer para
movimento novo.

Teoria da aprendizagem social

Bandura (1977) reforça na sua teoria a importância do papel da observação e da


imitação de modelos e da perspectiva de êxito, na promoção de mudanças no
desenvolvimento. Desta forma enfatiza o conceito de reciprocidade entre o indivíduo e
o ambiente, referindo explicitamente na sua obra que o decurso das mudanças
desenvolvimentais seria extraordinariamente difícil e poderia mesmo tornar-se
imprevisível se o indivíduo apenas confiasse na sua própria experiência ou acções para
aprender.

Fases do desenvolvimento motor

O DM tem sido, ao longo do tempo, utilizado para tentar entender aspectos relacionados
ao desenvolvimento humano. Para tanto, vários estudiosos (Clark, 1994; Gallahue,
1989; entre outros) da área apresentaram modelos de DM, que podem ser visualizados
através de fases ou de estágios. Clark (1994) descreve as mudanças no DM em seis
principais fases:
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 Reflexiva; Pré-adaptativa; de habilidades motoras fundamentais; de habilidades


motoras específicas do contexto; Habilidosa; Compensatória.

A progressão de um período para o outro vai depender das mudanças nas restrições
críticas, onde as habilidades e as experiências adquiridas, no período anterior, servem
como base para a aquisição de habilidades posteriores. Piaget distingue quatro fases de
desenvolvimento:

1ª Fase - da inteligência sensório-motora (vai desde o nascimento até aos 2 anos)

2ª Fase - das representações pré-operatórias (vai dos 2 até 7 anos)

3ª Fase - das operações concretas (vai dos 7 aos 11 anos)

4ª Fase - das operações formais (vai dos 11 aos 15 anos)

Por sua vez, Harrow (1983), idealizou uma taxionomia para o domínio motor que
apresenta os seguintes níveis:

1º Nível - Movimentos reflexos: respostas automáticas e involuntárias que permitem,


por um lado, a sobrevivência do recém-nascido e, por outro lado, a interação do bebe
com o ambiente, o que caracterizará, no futuro, actos voluntários, como no caso dos
reflexos de preensão, tônico do pescoço etc.

2º Nível - Habilidades básicas: actividades voluntárias que permitem a locomoção e


manipulação em diferentes situações, caracterizadas por uma meta geral, servindo de
base para aquisição futura de tarefas mais complexas, como andar, correr, saltar, lançar,
chutar etc.

3º Nível - Habilidades perceptivas: actividades motoras que envolvem a percepção do


executante, através das quais os estímulos visual, auditivo, táctil e cinestésico recebidos
são interpretados pelos centros cerebrais superiores que emitem uma decisão como
resposta, possibilitando o ajuste ao ambiente.

4º Nível - Capacidades físicas: são as características funcionais essenciais na execução


de uma habilidade motora. Quando desenvolvidas proporcionam ao executante uma
melhoria do nível de habilidade. Dentre essas capacidades estão a força, a flexibilidade,
a resistência e a agilidade.
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5º Nível - Habilidades específicas: actividades motoras voluntárias mais complexas e


com objetivos específicos, como a cortada no voleibol, o chute no futebol, o lançamento
à cesta e a bandeja no Basquetebol.

6º Nível - Comunicação não-verbal: actividades motoras mais complexas, organizadas


de maneira que a qualidade dos movimentos apresentados permita a expressão, como na
dança, ginástica rítmica desportiva e até mesmo ginástica olímpica. O esquema abaixo
mostra uma proposta de sistematização de fases de desenvolvimento tendo-se como
base critérios físicos e motores.

Conclusão
Tendo feito o resumo cheguei à conclusão de que a aptidão física é definida como sendo
um conjunto de atributos que as personas têm ou alcançam e está associada à
capacidade de realizar actividade física. A sua avaliação é feita através de testes
específicos e deve ser feita periodicamente, sobretudo quando se trata de crianças e
adolescentes que se encontram em pleno processo de crescimento e desenvolvimento
físico. A AptF pode ser classificada como AptFS e AptF relacionada ao rendimento ou
desempenho atlético. Dentre os componentes da AptFS pode-se citar: a força muscular,
a resistência muscular localizada, a flexibilidade, a resistência aeróbia e a composição
corporal. E que as influências sobre o desenvolvimento e crescimento são inúmeras. O
crescimento e desenvolvimento são a resultante final da interação intensa desses são:
extrínsecos e intrínsecos.

Portanto entre as teorias de aproximação cognitivistas, a do processamento de


informação constitui uma das mais fascinantes, esta corrente de pensamento começou
essencialmente por tentar explicações para o comportamento motor e suas mudanças
com base em modelos computadorizados do funcionamento da mente (cérebro). O
controlo motor é explicado pela funcionalidade dos mecanismos de input (percepção),
reconhecimento, codificação, memória, feed back, programação e output (movimento),
sendo que as mudanças se registam pela melhoria (afinação) dos circuitos implicados na
escolha, selecção e realização do movimento, e pelas possibilidades de transfer para
movimento novo.
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Referência Bibliográfica

GALLAHUE, D. L. A (2002) classificação das habilidades de movimento: um caso


para modelos multidimensionais. R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 13, n. 2 p.
105-111, 2. sem.

GALLAHUE, D. L. (2005) Conceitos para maximizar o desenvolvimento da habilidade


de movimento especializado. R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 16, n. 2, p. 197-
202, 2. sem.

FARIAS, E. S. (2002) Estado nutricional, crescimento físico e atividade física de


escolares de sete a dez anos de idade da Rede Municipal de ensino de Porto Velho, RO.
Dissertação Apresentada ao Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa
Catarina como Requisito Parcial à Obtenção do Título de Mestre em Educação Física
Área de Concentração de Atividade Física Relacionada à Saúde. Florianópolis – SC,.

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E


DESPORTO. (s/a) Desenvolvimento Motor (DM) Universidade Católica de
Moçambique Centro de Ensino à Distância
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1.0 Aptidão Física..............................................................................................................4

1.1 Classificação da Aptidão Física...................................................................................4

2.0 Factores Reguladores do Crescimento, Maturação ....................................................5

2.1 Genética quantitativa e qualitativa..............................................................................5

2.2 Factores influenciadores do crescimento ....................................................................6

3.0 Padrão motor...............................................................................................................6

3.1 Habilidade motora.......................................................................................................7

4.0 Classificação das habilidades......................................................................................8

5.0 Níveis de desenvolvimento de movimento .................................................................9

6.0 O modelo bidimensional de Gallahue.......................................................................10

7.0 Capacidade motora ou física.....................................................................................10

7.1 Classificação das capacidades motoras ou físicas.....................................................10

8.0 Teorias e modelos de desenvolvimento motor..........................................................11

Conclusão........................................................................................................................14

Referência Bibliográfica..................................................................................................15

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