Você está na página 1de 4

Crescimento e maturação

Machado (2007) afirma que o crescimento diz respeito às mudanças na quantidade de substância
viva do organismo, assim como a um aspecto quantitativo medido em unidades de tempo
(cm/ano, g/dia) que enfatiza as mudanças normais de dimensão e que podem resultar em aumento
ou diminuição de tamanho, aspectos que podem variar em forma e/ou proporção.

Para Malina e Bouchard (2002), o crescimento é resultado de um complexo mecanismo celular


que envolve basicamente três fenômenos diferentes:

a) Hiperplasia – aumento do número de células a partir da divisão celular;

b) Hipertrofia – aumento do tamanho das células a partir de suas elevações funcionais,


particularmente com relação às proteínas e seus substratos;

c) Agregação – aumento da capacidade das substâncias intercelulares de agrupar as células

A maturação biológica pode ser definida como todas as mudanças morfológicas e fisiológicas
que acontecem durante o processo de crescimento devido às transformações físicas, psíquicas e
sociais, estabelecendo um elo entre a infância e o final da vida adulta (velhice). Com a criança
vemos algumas transformações, mas este estado se torna mais visível na puberdade.

a) Factores Reguladores do Crescimento e Maturação:

segundo Brasil (2002) os factores reguladores do crescimento e maturação são elementos que
influenciam o processo de desenvolvimento físico, morfológico e funcional de um indivíduo
desde o nascimento até a fase adulta. Eles são fundamentais para determinar o ritmo e o padrão
de crescimento, bem como a maturação biológica. Alguns dos principais factores reguladores
incluem:

1. Factores Genéticos: Segundo (Brasil, 2002) a predisposição genética desempenha um


papel crucial no crescimento e na maturação. Herdamos dos nossos pais informações
genéticas que influenciam características como altura, formato corporal e potencial de
crescimento.

2. Hormônios: Segundo (Machado, 2007) as glândulas endócrinas produzem hormônios


que desencadeiam e regulam o crescimento e a maturação. Durante a puberdade, por
exemplo, ocorre um aumento na produção de hormônios sexuais que resulta em mudanças
físicas e maturação sexual.

3. Nutrição: A ingestão adequada de nutrientes, vitaminas e minerais é essencial para um


crescimento saudável. A desnutrição pode afetar negativamente o crescimento e a
maturação, resultando em atrasos ou problemas no desenvolvimento (Machado, 2007).

4. Ambiente: Factores ambientais, como qualidade do ar, acesso a saúde, condições


socioeconômicas e até mesmo estresse, podem afectar o crescimento e a maturação de
uma pessoa (Halpern & Figueiras, 2004).

5. Actividade Física: O nível de actividade física desempenha um papel importante no


desenvolvimento. A actividade física adequada pode influenciar o crescimento ósseo,
muscular e a saúde cardiovascular.

6. Saúde Geral: Problemas de saúde, doenças crônicas ou condições médicas podem afetar
o crescimento e a maturação de uma pessoa.

7. Estresse: Situações de estresse crônico podem impactar negativamente o crescimento e a


maturação, pois o corpo pode direcionar recursos para lidar com o estresse em vez de
direcioná-los para o crescimento.

b) Aptidão Física em Crianças e Suas Características:

De acordo com (Campos, et al, 2019) a aptidão física em crianças refere-se à capacidade de
realizar actividades físicas de forma eficiente e saudável. Ela é influenciada por factores
genéticos, nível de actividade física, hábitos alimentares e fatores ambientais. Algumas
características importantes da aptidão física em crianças incluem:

1. Força Muscular: A força muscular é essencial para o desenvolvimento adequado das


habilidades motoras e para a prevenção de lesões. Actividades como levantar objetos,
subir escadas e participar de desportos requerem força muscular (Campos, et al, 2019).

2. Flexibilidade: A flexibilidade é a capacidade de mover as articulações em sua amplitude


total de movimento. Manter uma boa flexibilidade ajuda a prevenir lesões e a facilitar a
realização de actividades diárias e desportivas (Campos, et al, 2019).
3. Aeróbica: A capacidade aeróbica está relacionada à resistência cardiovascular. Crianças
com boa capacidade aeróbica tendem a ter mais energia, resistência e melhor saúde
cardiovascular.

4. Agilidade e Coordenação: Habilidades de agilidade e coordenação são essenciais para o


desempenho em atividades esportivas e jogos. Elas também estão ligadas ao
desenvolvimento neuromotor.

5. Composição Corporal: A relação entre massa magra (músculos, ossos, órgãos) e massa
gorda no corpo é importante para a saúde geral. Uma boa composição corporal está
associada a um menor risco de problemas de saúde.

6. Equilíbrio: O desenvolvimento do equilíbrio é vital para a prevenção de quedas e lesões,


além de ser fundamental para o desenvolvimento das habilidades motoras.

7. Habilidade Motora: As crianças devem desenvolver habilidades motoras fundamentais,


como correr, pular, lançar e chutar, para se engajarem em actividades físicas e desportivas
de maneira eficaz e prazerosa (Campos, et al, 2019).

É importante lembrar que crianças têm ritmos de crescimento e maturação variados. Incentivar
um estilo de vida activo, uma alimentação saudável e a participação em actividades físicas
apropriadas para a idade é fundamental para promover a aptidão física e o desenvolvimento
saudável durante a infância e a adolescência.

Referencias bibliográficas

Brasil. M. da S. (2002). Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento


infantil. Brasília: MS.

Campos, A. A. et al. (2019). Avaliação da aptidão física, composição corporal e qualidade de vida
de alunos de uma escola pública. Conexões, v. 17, n. 1, p. 1-13.

Cypel, S. (Organizador). (2011). Fundamentos do desenvolvimento infantil: da gestação aos 3


anos. Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. São Paulo.

Halpern, R.; Figueiras, A. C. M. (2004). Influências ambientais na saúde mental da criança.


Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 2, p. 104-110.
Machado, F. A. (2007). Crianças e adolescentes: factores relacionados ao crescimento,
desenvolvimento e maturação biológica; implicações para a prática de exercício físico. Sa Bios-
Rev. Saúde e Biol. Campo Mourão, v. 2, n. 1.

Malina, R. M.; Bouchard, C. (2002). Actividade física do atleta jovem: do crescimento à


maturação. São Paulo: Roca.

Você também pode gostar