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Crescimento físico,

desenvolvimento fisiológico e
atividades motoras
Acompanhando o processo de crescimento e
desenvolvimento, as características
fisiológicas da criança sofrem profundas
modificações. De um modo geral, há um
aumento nos parâmetros fisiológicos, tais
como volume cardíaco,aco pressão arterial,
arterial
capacidade vital,
vital quantidade de hemácias
(célula que transporta os gases envolvidos no
processo respiratório; glóbulo vermelho) e
hemoglobina (pigmento da hemácia que fixa
o oxigênio atmosférico e sua transferência às
células).
Dimensões corporais e
atividade motora
Muitas funções fisiológicas relacionadas
com as atividades motoras, tais como a
força, velocidade e resistência,
apresentam um crescimento absoluto
com a idade.
Alguns trabalhos demonstraram que
este crescimento está relacionado às
dimensões corporais da criança
(DuRant et alii, 1983; Wirth et alii,
1978).
Isto indica que o aumento
da capacidade de
performance motora pode
ser uma conseqüência do
crescimento físico.
Verificou-se também que a força
(Tanner, 1975) e o consumo
máximo de oxigênio (Mirwald et
alii, 1981) apresentavam um claro
estirão de crescimento na
puberdade.
Contudo, o fato de a performance
motora apresentar o mesmo
padrão observado para o
crescimento físico não exclui a
possibilidade de estar ocorrendo
maturação funcional.

O aumento nas dimensões


corporais não explica
satisfatoriamente as modificações
nas performances motoras ao
longo do crescimento e
desenvolvimento.
Treinabilidade das crianças
Alguns trabalhos não conseguiram
demonstrar qualquer diferença
significativa entre crianças treinadas e
não treinadas na pré-puberdade (Brooks
& Fahey, 1984).
Outros verificaram que havia uma
evolução significativa com o treinamento,
que não poderia ser explicada somente
pelo crescimento físico (Linder et alii,
1983).
Treinamento físico
Em geral, aceita-se que a
capacidade de responder
fisiologicamente ao treinamento físico
começa a se acentuar a partir da
puberdade, razão pela qual esta tem
sido apontada como a fase essencial
para o desenvolvimento das
capacidades físicas (Cumming,
1975).
Todavia, deve-se ressaltar que,
embora a iniciação desportiva
precoce não tenha provocado danos
à criança, há evidência de que isto
não parece favorecer perfomances
futuras.

As diferenças no ritmo de
desenvolvimento e determinantes
genéticos parecem ser as grandes
responsáveis pelo aparecimento de
talentos esportivos infantis.
Estudos a respeito das
influências genéticas sobre a
capacidade de performance,
têm demonstrado que
algumas capacidades, tais
como a capacidade aeróbica
e a composição de fibras
musculares, são dependentes
da hereditariedade.
Outras capacidades, tais
como a força e a
capacidade anaeróbica,
são pouco dependentes
da herança.
Deve-se salientar que a velocidade de
maturação é determinada, em parte,
geneticamente. Assim, a observação
freqüente de que algumas crianças
apresentam maior capacidade para
determinadas performances pode ser
atribuída à maior velocidade na
maturação.

Contudo, esta superioridade


pode desaparecer em estágios
mais tardios do
desenvolvimento.
Implicações do crescimento e
desenvolvimento sobre as atividades
motoras
Como já vimos, o desenvolvimento pode
ser caracterizado por três fases
importantes para a educação física: pré-
puberdade, puberdade e pós-
puberdade.
Até o início da puberdade, o organismo
encontra-se biologicamente imaturo e
começa a sofrer transformações intensas
que se completarão somente na pós-
puberdade.
Há aceleração no crescimento físico
e no funcionamento dos sistemas,
que aumentam a capacidade da
criança de responder às demandas
da atividade muscular.

Comparativamente, o sistema nervoso


encontra-se mais próximo da maturação
plena, o que implica que a capacidade de
processar informações relacionadas com
o controle do movimento está mais
desenvolvida do que a de promover os
ajustes para a atividade muscular.
Em outras palavras, a criança
pré-púbere está mais apta a
desenvolver habilidades e
capacidades perceptivo-motoras
do que as capacidades físicas.

O desenvolvimento dessas
capacidades, em grau adequado
para a performance motora,
depende, além da maturação, da
estimulação, tarefa que cabe à
Educação Física.
Assim, a Educação Física para crianças
pré-púberes deve enfatizar o
desenvolvimento de habilidades e
capacidades perceptivo-motoras,
considerando as limitações impostas à
perfomance pelas capacidades física.

Pode-se dizer que a tarefa


deve estar ajustada à
criança e não a criança à
tarefa.
Durante a puberdade, deve
ser dada especial atenção à
criação de hábitos positivos
frente à atividade motora.

Sua prática regular parece ser


fundamental para a prevenção de
enfermidades relacionadas à falta de
atividade e também para o pleno
desenvolvimento das funções
fisiológicas do organismo.
Isto se torna mais importante se
considerarmos que, na puberdade, há
diminuição da atividade física
espontânea da criança, em geral
bastante elevada na criança pré-púbere.
Antes de completar a puberdade, devem
ser evitadas as atividades que envolvam
grandes sobrecargas sobre o sistema
ósseo-articular e contatos físicos
violentos, pois há riscos de lesões sobre
as cartilagens de crescimento ainda muito
frágeis até este período, as quais podem
ser irreparáveis.
Somente após a maturação
sexual plena, as crianças
poderão ser consideras e
tratadas como adultos.

Finalmente, crianças parecem ser


capazes de regular a intensidade
da atividade muscular de acordo
com suas limitações.
Sensação de cansaço, além de
influenciar negativamente a aquisição
de habilidades motoras, constitui um
importante sinal de que os limites
fisiológicos da criança, e mesmo de
adultos, estão sendo ultrapassados.

Neste caso, é preferível a


deixar descansar em vez de
motivá-la ou estimulá-la a
continuar a atividade.

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