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AULA 3

CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO MOTOR

Profª Tatiane Calve


CONVERSA INICIAL

Nesta aula vamos tratar do processo de crescimento somático,


composição corporal e desenvolvimento na adolescência, abordando fatores
genéticos e ambientais que influenciam as alterações no comportamento motor e
físico nessa fase da vida.

TEMA 1 – CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA DA ADOLESCÊNCIA

Ao final da terceira infância, período em que a criança passa por


estabilidade no processo de crescimento e desenvolvimento estável, inicia-se a
puberdade, início da adolescência.
Adolescência é o período de transição entre a infância e a fase adulta,
caracterizado pelo crescimento físico, cognitivo, socioafetivo, biológico e motor,
influenciado pelas características hereditárias e ambientais. Nessa fase, os
adolescentes passam por mudanças comportamentais e neuroendócrinas, o que
resulta em alterações na aquisição e desempenho de habilidades motoras
fundamentais e especializadas, além de alterações nas aptidões físicas.
No Brasil, o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) considera a
adolescência a faixa etária entre 12 e 18 anos de idade (Brasil, 1990). Segundo
a OMS (Organização Mundial da Saúde), o período etário da adolescência
compreende a faixa entre 10 e 19 anos de idade. Já Silva e Adan (2003)
afirmam que a adolescência dura quase uma década, englobando a faixa etária
entre 12 e 20 anos de idade.
Comumente, considera-se a puberdade como o início da fase da
adolescência; é o período de maior mudança no organismo do indivíduo durante
essa fase. Ao chegar no final da adolescência, o indivíduo torna-se adulto,
momento de consolidação do crescimento, do desenvolvimento motor e da
personalidade (Gallahue; Ozmun, 2005).
Durante a puberdade, há grande aceleração do crescimento, o que é
denominado de “estirão de crescimento” ou “surto de crescimento”, que ocorre
na faixa etária ente 12 e 14 anos aproximadamente, com ganho médio entre 5,0
e 7,5 cm de estatura (SBP, 2016).
Mesmo com grande variabilidade e diversidade nos parâmetros biológicos
que ocorrem durante esse período, Silva e Adan (2003) indicam três fases que
levam os indivíduos até a estatura da fase adulta:

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• Início ou aceleração da estatura: meninas de 9 anos e meninos de 11
anos, aproximadamente.
• Velocidade pico: meninas por volta dos 11 anos e meninos em torno de
13 anos de idade.
• Desaceleração: meninas com aproximadamente 13 anos e meninos por
volta dos 15 anos de idade.

O final do crescimento em estatura acontece aproximadamente entre 16 e


18 anos para as meninas e entre 18 e 20 para os meninos (Silva; Adan, 2003).
É importante ressaltar que, devido à assincronia de maturação nessa fase
da vida, a idade cronológica muitas vezes não é o melhor parâmetro para
classificar os indivíduos. Portanto, para a classificação dos estágios durante o
processo de crescimento e desenvolvimento, a idade cronológica (idade em
anos) não é o único parâmetro utilizado. Outros índices da idade biológica são
frequentemente empregados para a avaliação da maturação, como:

• Idade óssea: aparência radiográfica das epífises dos ossos longos.


• Idade dentária: erupção dentária identificada pela radiografia.
• Idade morfológica: tamanho do indivíduo em peso e estatura.
• Idade sexual secundária: mudança nas mamas, genitália, voz e pelos.

Esses índices são mais precisos na identificação da maturação do


indivíduo, e devem ser levados em consideração para o planejamento e
elaboração de programas de treinamento para adolescentes, com o intuito de
não prejudicar o processo de crescimento e desenvolvimento motor.

TEMA 2 – COMPORSIÇÃO CORPORAL NA ADOLESCÊNCIA

A composição corporal na adolescência sofre significante influência de


fatores genéticos; porém, a nutrição e os aspectos psicossociais também
interferem nas mudanças no corpo do adolescente (Tanner, 1969, citado por
Lourenço; Queiroz, 2010).
Na adolescência, há grande crescimento esquelético, chamado de estirão
de crescimento. No estirão de crescimento, o indivíduo ganha em torno de 20%
da estatura e 50% do peso corporal que terá na fase adulta (Lourenço; Queiroz,
2010).
Durante essa fase da vida, há diferença entre os gêneros, tanto em
relação ao desenvolvimento da estatura, quanto da massa magra. No gênero
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feminino, há diminuição do percentual da massa muscular durante todo o
período puberal. Isso ocorre pois, mesmo que haja ganho de massa magra, há
também aumento de tecido adiposo durante essa fase (Coutinho, 2011).
No gênero masculino, a massa muscular tem um aumento de
aproximadamente 90% do peso corporal, no final da puberdade, devido à grande
influência hormonal, principalmente a testosterona (Coutinho, 2011). Entretanto,
não são somente os hormônios sexuais que influenciam o processo alteração da
composição corporal, mas também o hormônio do crescimento (GH – Growth
Homone) e o IGF-1 (insulin-like growth factor-1) (Boguszeski, 2001).
O estirão de crescimento não ocorre de maneira uniforme no corpo do
púbere, sendo iniciado pelas mãos e pés e depois seguindo para os braços e
pernas. Só então irá se refletir no tronco (crescimento distal-proximal). Dessa
forma, na puberdade, os adolescentes parecem ter um corpo desproporcional,
que volta a ser harmônico no final desse período de desenvolvimento (Lourenço;
Queiroz, 2010).
Como indicado, uma das maneiras mais simples, e muito utilizada para
indicar o crescimento físico, é a medição do peso corporal e da estatura, a partir
da qual pode-se ter uma estimativa da sua medida na fase adulta, utilizando a
fórmula proposta por Tanner (1969, citado por Lourenço; Queiroz, 2010) com as
medidas das estaturas dos pais biológicos (SBP, 2016):

ESTATURA DO PAI + ESTATURA DA MÃE = ESTATURA DO FILHO (+ 6,5 cm)


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ESTATURA DO PAI + ESTATURA DA MÃE = ESTATURA DA FILHA (- 6,5 cm)
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Nesse período da puberdade, meninos e meninas adquirem as formas


características do corpo adulto, fenômeno denominado dimorfismo sexual,
resultado das mudanças esqueléticas, musculares e adiposas (Lourenço;
Queiroz, 2010). Nas meninas, o dimorfismo sexual fica mais visível com as
mudanças na região das mamas e dos quadris; nos meninos, as alterações são
mais aparentes no diâmetro biacromial.
O pico da maturação corporal das meninas está associado com a
menarca (primeira menstruação), e nos meninos coincide com o
desenvolvimento adiantado dos genitais e a pilosidade pubiana (Saito, 1993).

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Da mesma maneira como os ossos, músculos e gordura aumentam
durante a adolescência, a maioria dos órgãos duplicam de tamanho durante o
período puberal.
O período intenso de mudanças corporais, hormonais e psicossociais
pode trazer transtornos alimentares aos adolescentes, o que pode proporcionar
prejuízos irreversíveis à estatura no final dessa fase (Lourenço; Queiroz, 2010).
Os transtornos alimentares mais comuns são:

• Anorexia: transtorno alimentar ocasionando redução ou perda do apetite,


que resulta em extrema magreza.
• Bulimia: transtorno alimentar que provoca grande ingestão alimentar, e
posteriormente faz-se uso de recursos para provocar o vômito ou diarreia;
fica-se longos períodos sem se alimentar ou pratica-se exercícios físicos
em excesso, para impedir o ganho de peso.
• Vigorexia: transtorno dismórfico muscular, provocado por uma
insatisfação constante com o corpo, que afeta principalmente o gênero
masculino, levando o indivíduo à prática exaustiva de exercícios físicos e
uso de substâncias para ganho de massa muscular.
• Obesidade: transtorno alimentar que provoca excesso de acúmulo de
gordura corporal.

A OMS recomenda a utilização de índices que medem o peso (IMC) dos


adolescentes, principalmente para identificar valores nutricionais desse público;
ou seja, é identificado se o peso está adequado para a idade (eutrofia), se o
indivíduo está obeso, com sobrepeso ou magreza extrema.

IMC = PESO
ESTATURA2

Dessa forma, é possível identificar alterações corporais que podem


interferir no processo de desenvolvimento da composição corporal dos
adolescentes, decorrentes de falta de nutrientes, ou até mesmo do uso de
suplementos e anabolizantes.

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TEMA 3 – DESENVOLVIMENTO FISICO E MATURACIONAL NA
ADOLESCENCIA

O início da adolescência é chamado de puberdade, fase em que a


glândula pituitária “informa” às glândulas sexuais que está na hora de aumentar
a secreção hormonal (fatores neuroendócrinos), para transformar a criança em
adulto. A idade em que a puberdade se inicia é determinada pela genética e pelo
ambiente, como por exemplo alimentação e temperatura média.
Esse período é marcado pela maturação sexual, que irá modificar a
composição corporal e as capacidades físicas dos adolescentes.
A maturação sexual é avaliada em cinco estágios, de acordo com o
desenvolvimento das mamas e dos pelos pubianos (meninas), aspectos dos
órgãos genitais e pelos pubianos (meninos) (Tanner, 1962, citado por
Chipkevitch, 2001):

1. Genitais masculinos

o G1 – Pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções infantis.


o G2 – Aumento inicial do volume testicular (>4ml). Pele escrotal
muda de textura e torna-se avermelhada. Aumento do pênis mínimo ou
ausente.
o G3 – Crescimento peniano, principalmente em comprimento. Maior
crescimento dos testículos e escroto.
o G4 – Continua crescimento peniano, agora principalmente em
diâmetro, e com maior desenvolvimento da glande. Maior crescimento
dos testículos e do escroto, cuja pele se torna mais pigmentada.
o G5 – Desenvolvimento completo da genitália, que assume tamanho
e forma adulta.

2. Mamas

o M1 – Mama infantil, com elevação somente da papila.


o M2 – Broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, com
elevação da aréola e papila, formando uma pequena saliência. Aumenta
o diâmetro da aréola, e modifica-se sua textura.
o M3 – Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação de
seus contornos.

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o M4 – Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta
agora forma uma segunda saliência acima do contorno da mama.
o M5 – Mamas com aspecto adulto. O contorno areolar novamente
incorporado ao contorno da mama.

3. Pelos pubianos (ambos os gêneros)

o P1 – Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem


semelhante à observada na parede abdominal.
o P2 – Aparecimento de pelos longos e finos, levemente
pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, principalmente na base do
pênis (ou ao longo dos grandes lábios).
o P3 – Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e
encaracolados, espalhando-se esparsamente pela sínfise púbica.
o P4 – Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região
púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas.
o P5 – Pilosidade pubiana igual a do adulto, em quantidade e
distribuição, invadindo a face interna das coxas.

Nas meninas, a telarca (aparecimento do broto mamário) é o marco do


início da puberdade, que ocorre por volta dos 8 aos 13 anos de idade (Coutinho,
2011). Em seguida, surgem os primeiros pelos pubianos e axilares, fase
chamada de pubarca (Coutinho, 2011). A menarca (primeira menstruação) é um
dos processos mais conhecidos, e ocorre, normalmente, cinco anos após a
telarca.
Para os meninos, o marco da puberdade é o aumento do volume dos
testículos, que ocorre entre 9 e 14 anos de idade, seguido pelo surgimento dos
pelos pubianos e aumento do pênis (Coutinho, 2011).
A semenarca (primeira ejaculação) quando o volume dos testículos chega
a aproximadamente 10 ml, variando também entre 9 e 10 anos de idade. Ainda
em relação aos meninos, o aparecimento dos pelos axiais e faciais ocorre
concomitantemente com o terceiro estágio dos pelos pubianos, enquanto a
mudança no timbre de voz coincide com o quarto estágio da puberdade
(Coutinho, 2011).
Com as alterações hormonais, além das mudanças sexuais secundárias,
a puberdade é marcada pelo desenvolvimento dos órgãos, sistemas e
capacidades físicas, principalmente no gênero masculino. Há aumento da

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eritropoiese, da capacidade cardiorrespiratória e da massa muscular,
proporcionando maior desempenho nas atividades que necessitam de força,
potência e resistência muscular e aeróbia (Saito; Silva; Leal, 2008).
As meninas, apesar de também passarem por modificações biológicas
durante a puberdade, não apresentam grande alterações nas capacidades
físicas. Porém, há uma tendência de a flexibilidade ser aumentada, devido ao
aumento de progesterona durante essa fase.
Outra diferença marcante entre os gêneros está na estatura. Os meninos
também tendem a ter maior ganho até o final da adolescência, devido à
velocidade de crescimento. No gênero masculino ocorre um pico de 10 a 12
centímetros por ano, enquanto as meninas ganham entre 8 e 10 centímetros ao
ano (Lourenço; Queiroz, 2010).
Todas as mudanças ocorridas nessa fase da vida ocorrem sob influências
genéticas e condições ambientais, como etnia, localização geográfica, clima,
condições socioeconômicas, nutrição, saúde, doenças crônicas e treinamento
físico (Tuma et. al., 2011).
Dessa forma, é necessário dar atenção aos estímulos e privações
impostos aos adolescentes.

TEMA 4 – DESENVOLVIMENTO MOTOR NA ADOLESCÊNCIA

Na puberdade, início da adolescência, o corpo do indivíduo passa por


inúmeras mudanças, como já relatado anteriormente. Para os meninos, o ganho
de massa magra propicia aumento de força e resistência muscular. Em
contraponto, as meninas continuam tendo melhor desempenho nas habilidades
motoras finas e na flexibilidade articular e muscular.
Essas características físicas podem interferir na escolha da prática de
esportes; mas, de maneira geral, todos melhoram no desempenho das
habilidades motoras.
Ao chegar na adolescência, espera-se que meninos e meninas estejam
maduros no desempenho das habilidades motoras fundamentais, para que
possam utilizá-las em conjunto para iniciar a aquisição das habilidades motoras
especializadas.
Para adquirir, ampliar e refinar a bagagem motora especializada, Gallahue
e Ozmun (2005), o indivíduo passa por três fases distintas, os estágios

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transitório (7 a 10 anos de idade), de aplicação (11 a 13 anos de idade) e de
utilização permanente (14 em diante).
Levando em consideração os estágios propostos pelos autores
supracitados, os adolescentes se encontram nas fases transitória e de utilização
permanente. No estágio de aplicação, a sofisticação neuromotora, junto com o
desenvolvimento cognitivo (fase das operações formais), proporcionam ao
indivíduo a tomada de decisão durante a aprendizagem e a realização das
tarefas motoras, com base em informações intrínsecas providas do ambiente
(Gallahue; Ozmun, 2005).
O adolescente está, também, no topo do desenvolvimento perceptivo
motor, apresentando maior desempenho em tarefas que utilizam consciência
corporal, espaço-temporal e direcional.
Assim sendo, este é o melhor momento para os professores/treinadores
aplicarem atividades mais complexas, para que os adolescentes possam refinar
suas habilidades motoras nos esportes escolhidos.
No final do estágio de aplicação, os indivíduos são capazes de utilizar
todo o repertório motor aprendido até o momento, que será usado por toda a
vida adulta, o que caracteriza o estágio de utilização permanente (Gallahue;
Ozmun, 2005).
A aquisição e o desempenho de habilidades motoras especializadas são
influenciados pela hereditariedade e por fatores ambientais, como respaldo
financeiro, tempo de prática, equipamentos e locais utilizados apropriados, além
de metodologias de ensino e treinamento.
Dessa forma, é importante ressaltar que nem todos os indivíduos que
possuem bom desempenho nas habilidades motoras especializadas durante a
fase da adolescência terão a possibilidade de profissionalização no esporte
praticado nessa fase da vida. Contudo, poderão dispor do nível de desempenho
permanente para a prática esportiva em nível competitivo (competições
escolares, universitárias, regionais) ou de lazer, com o intuito de manter uma
qualidade de vida saudável, o que o esporte proporciona.

TEMA 5 – PUDERDADE PRECOCE

A puberdade precoce é definida como sendo o aparecimento das


características sexuais secundárias antes de oito anos para o gênero feminino e

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antes de nove anos de idade para o gênero masculino (Lenrethon; Bourguihnon,
2000).
A puberdade precoce pode ser de origem central ou periférica. Na
puberdade precoce central, o problema pode estar associado à ativação do eixo
hipotálamo-hipófese-gonodal (Silva; Adan, 2003). Na puberdade precoce
periférica, também denominada de pseudopuperdade precoce, o eixo
hipotálamo-hipófese-gonodal não está ativado, devido a alterações primárias das
gônodas ou hiperplasia das glândulas supra-ranais (Silva; Adan, 2003).
Além da puberdade precoce, alguns indivíduos iniciam a adolescência na
idade considerada normal, mas o processo ocorre rapidamente, fazendo com
que o estirão de crescimento cesse antes do tempo. Essa passagem rápida da
puberdade, chamada de puberdade acelerada, está associada ao avanço da
idade óssea, diminuindo o ganho da estatura (Lazer et al., 2001, citados por
Silva; Adan, 2003).
Dessa maneira, é necessário fazer o acompanhamento não somente das
características sexuais secundárias, mas também da velocidade dos estágios
subsequentes propostos por Tanner; pois a puberdade acelerada é
caracterizada pela passagem, do indivíduo, do estágio dois para o estágio três
(estágios de Tanner), em um período inferior a um ano e meio.
Outra alteração que pode ocorrer no período da adolescência, em relação
ao processo de crescimento, é a puberdade avançada, muitas vezes confundida
com a puberdade acelerada. A puberdade avançada é caracterizada pela
puberdade normal, que ocorre entre 8 e 9 anos de idade para as meninas e
entre 9 e 10, 15 anos para os meninos, podendo ou não haver a aceleração do
processo de maturação precoce (Silva; Adan, 2003).
Segundo Silva e Adan (2003), a curva de crescimento é um parâmetro
clínico fundamental para avaliar a maturação durante a puberdade, e iniciar
intervenção clínica, se necessário. Testes laboratoriais e de imagem também
são utilizados para o diagnóstico da puberdade precoce e da puberdade
acelerada:

• Testes de esteroides sexuais


• Dosagem de gonadotrofinas
• Teste de estimulação com GnRH (padrão ouro)
• Teste de ultrassonografia pélvica
• Idade óssea
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• Tomografia computadorizada ressonância magnética

Após a identificação da puberdade precoce, é necessário a admissão de


tratamento medicamentoso para bloqueio puberal, os análogos de GnRH
(GnRHa).
Algumas vezes, o tratamento com GnRHa é associado à admissão de GH,
por haver supressão dos efeitos sobre o GH e IGF-1, causando desaceleração
do crescimento.
O tratamento bem-sucedido depende não somente do tipo de
medicamento utilizado, mas também dos indicadores utilizados para a escolha
do melhor tipo de tratamento. Silva e Adan (2003) elencam alguns dos
indicadores para o uso do GnRHa:

• Auxológicos: diferença maior que 5 cm entre a estatura-alvo e a estatura


adulta predita.
• Idade de início da puberdade: puberdade iniciada antes de 5 anos de
idade.
• Relação idade óssea e idade estatural: razão entre a idade óssea e a
idade estatural.

O tempo de tratamento depende da evolução da maturação do indivíduo,


que é diferente para os gêneros feminino e masculino. Para as meninas,
comumente, o tratamento com GnRHa é feito até os 11 anos de idade. Já para
os meninos, o tratamento pode se prolongar até o final da puberdade. Os
resultados do tratamento, que podem ser de longo prazo, são observados na
estatura final, no início da fase adulta.

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REFERÊNCIAS

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<https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2016/09/CrescimentoVe8.pdf>.
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9, maio-jun. 2011.

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Society. Geneva: WHO, 1986.

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