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DESENVOLVIMENTO MOTOR
AULA 1
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essa idade. As características sexuais primárias (mulheres: ovários, tubas
uterinas, útero e vagina; homens: testículos, vesícula seminal, próstata e pênis) e
secundárias (seios nas meninas, pelos pubianos e axilares em ambos os sexos e
pelo facial e crescimento da laringe em homens) apresentam um crescimento
constante e pouco significativo até a pré-adolescência e, durante a adolescência,
há um crescimento rápido.
Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), o desenvolvimento é um
processo contínuo de alterações no nível de funcionamento do organismo do
indivíduo desde a concepção até a morte. Para Haywood e Getchell (2004), é
um processo contínuo de mudanças na capacidade funcional, está relacionado
à idade (sem dela depender) e envolve mudanças ordenadas e sequenciais, que
são resultados da interação entre as características do indivíduo e do ambiente.
Conforme explicam Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), o
desenvolvimento envolve os aspectos biológicos, motores, afetivos, cognitivos e
sociais do comportamento humano. Trata-se de um conceito mais amplo,
podendo ser biológico (processo de diferenciação e especialização das células
de tecidos, órgãos e unidades funcionais) ou comportamental (aquisição e
refinamento de competências nos diferentes domínios: social, intelectual, moral,
emocional e motor conforme a criança interage com o meio).
O desenvolvimento depende da maturação e da experiência. A maturação
é o processo de tornar-se maduro. É uma ordem de progressão que ocorre em
todos os tecidos, órgãos e sistemas do corpo e afeta enzimas, composição
química e funções, pela qual todo indivíduo deve passar. No entanto, o ritmo de
aparecimento dessas características varia de indivíduo para indivíduo. A
maturação pode ser analisada por dois componentes: o timing (momento em que
ocorre determinado evento maturacional) e o tempo (ritmo com que esses
eventos se manifestam, o quão rápido ou lento uma pessoa passa do estágio
inicial de maturação para o estágio maduro).
Já a experiência diz respeito aos fatores externos que podem modificar a
manifestação de várias características predeterminadas geneticamente. Refere-
se ao que foi vivenciado pela criança e que pode afetar o aparecimento de certos
padrões de comportamento. Assim, diferentes oportunidades e estímulos
internos e externos que a criança vivencia contribuirão para sua melhor
capacidade de aprendizagem de determinado movimento.
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O desenvolvimento motor, segundo Haywood e Getchell (2004), pode ser
definido como as alterações de desenvolvimento no movimento contínuo
relacionadas à idade, bem como os fatores responsáveis por essas mudanças.
Como explicam Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), o desenvolvimento motor
é a alteração ao longo da vida do comportamento motor. Essas modificações no
comportamento motor resultam da interação entre as características do indivíduo
(hereditárias, físicas e mentais), as influências do ambiente (fatores vivenciados
de experiência e aprendizagem) e as tarefas ou atividades motoras que induzem
essas mudanças.
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avaliação geralmente é utilizada em pesquisas laboratoriais em virtude do alto
custo e dos efeitos cumulativos da radiação. A maturidade esquelética é o melhor
método para a avaliação da idade biológica ou do status de maturidade. As
estimativas da maturação óssea baseiam-se no pressuposto de que todas as
crianças começam com um esqueleto pré-natal cartilaginoso e têm um esqueleto
totalmente desenvolvido no início da vida adulta. É analisado o progresso de um
osso a partir de sua ossificação inicial, que se calcifica e se remodela até adquirir
a morfologia adulta.
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TEMA 3 – HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR
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4.2 Teoria ambiental
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O estímulo é algo apresentado para o indivíduo como uma bola lançada
em sua direção, ou um som que é produzido. Assim, o ser humano precisa sentir
a presença do estímulo e começar a processar a resposta a ele. Existem três
estágios do processamento de informação: a identificação do estímulo
(percepção sensorial), a seleção da resposta (decisão a ser tomada) e a
programação da resposta (ação).
O feedback é outro conceito bastante discutido nessa teoria. Segundo
Schmidt e Lee (2016) e Magill (2011), o feedback é uma informação sensorial ou
advinda de uma fonte externa que ajuda a pessoa a entender melhor o que está
fazendo de errado no desempenho de uma habilidade esportiva e o que precisa
aprender para melhorar seu desempenho. A teoria do processamento de
informação estuda aspectos da performance, como atenção, memória e efeitos
do feedback nas diferentes faixas etárias para identificar os processos que
controlam e modificam o movimento.
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como eles podem ser expressos); cronossistema (eventos histórico-sociais da
vida de um indivíduo; expressa o momento de vida em que ele se encontra).
Essa teoria visa compreender a dinâmica das relações entre o indivíduo
e a sociedade e se destaca por indicar a influência dos diferentes grupos sociais
na vida de uma criança, determinando o que ela será no futuro.
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Cada período é presumido para contribuir com a aquisição de habilidades
necessárias para o próximo nível. Tendo em vista que o desenvolvimento motor
está relacionado à idade, mas não é estritamente dependente dela, o tempo
gasto em cada período de desenvolvimento varia para cada indivíduo, sendo
altamente dependente de fatores como quantidade de experiência ou instrução,
qualidade de instrução e qualidades inerentes do indivíduo (entre elas altura,
força e velocidade de movimento, que regem a aquisição de habilidades
motoras). O desenvolvimento é uma função de adaptações ao longo da vida à
medida que aprendemos a integrar nossa estrutura pessoal e estrutural às
características funcionais do nosso ambiente.
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indivíduo pode estar em estágios diferentes dependendo da habilidade e
encontrar-se em estágios diferentes de desenvolvimento da mesma habilidade.
A ampulheta pode se inverter. A época desse acontecimento é bastante
variável e depende de diversos fatores sociais e culturais. Segundo Gallahue,
Ozmun e Goodway (2013), no início dos 20 anos, a ampulheta se inverte porque,
nessa fase, há mudanças de comportamento significativas, como ingresso no
mercado de trabalho e aumento das tarefas domésticas e das responsabilidades,
o que diminui o tempo destinado à prática de atividades físicas que conservem
ou aprimorem as habilidades motoras dominadas na infância.
Para os autores, o modelo da ampulheta busca analisar e explicar a
progressão da aquisição de habilidades motoras pelo indivíduo por meio de fases
e estágios. Entretanto, as faixas etárias indicadas para cada fase de
desenvolvimento motor devem ser consideradas como orientações gerais e
servem apenas como forma ilustrativa. Cada pessoa deve ser analisada
individualmente e de forma progressiva.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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é o que foi vivenciado pela criança e os fatores que podem afetar o aparecimento
de características do comportamento motor de um indivíduo.
Verificamos que a idade cronológica somente representa faixas etárias,
não sendo a forma mais adequada de estudar e classificar o desenvolvimento
motor. Existem outras maneiras de classificá-lo e que levam em consideração o
processo de desenvolvimento biológico do indivíduo. Destacamos, ainda, que o
estudo do desenvolvimento motor surgiu no início do século XX e que vários
pesquisadores desenvolvimentistas estabeleceram teorias que o embasaram.
É imprescindível que os profissionais de educação física compreendam o
movimento humano, pois o seu objeto de estudo é o corpo em movimento. Por
isso, é importante entender as classificações e conseguir distinguir a idade e a
fase do desenvolvimento motor em que cada indivíduo se encontra. Ao conhecer
as diversas mudanças que ocorrem no corpo humano do indivíduo ao longo de sua
vida e compreender o processo de aquisição e melhoria das habilidades motoras,
o professor terá maior facilidade para planejar e elaborar suas aulas, tornando-as
adequadas às necessidades de cada momento do crescimento e do
desenvolvimento de seus alunos.
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REFERÊNCIAS
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