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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo ressaltar a importância do desenvolvimento motor na Educação
Infantil, pois é nessa fase que a criança se permite viver todas as experiências possíveis sendo estimulada de
várias formas. O desenvolvimento motor é o processo no qual acontece a maturação do sistema nervoso central
(cérebro), permitindo receber informações de fora assim interagindo com o meio. Esse processo torna a criança
independente, pois através do movimento dos braços ela consegue manipular objetos e por meio de movimentos
mais amplos ela tem a possibilidade de explorar e realizar atividades novas sem medo, aumentando assim sua
visão de mundo, contudo é um processo de mudança complexo e interconectado no qual todos os aspectos do
crescimento e maturação dos órgãos e sistemas de um organismo estão envolvidos.
ABSTRACT: This work aims to emphasize the importance of motor development in Early Childhood
Education, because it is at this stage that the child allows himself to live all possible experiences being
stimulated in various ways. Motor development is the process in which the central nervous system (brain)
matures, allowing it to receive information from outside, thus interacting with the environment. This process
makes the child independent, because through the movement of the arms he can manipulate objects and through
wider movements he has the possibility to explore and perform new activities without fear, thus increasing his
worldview, however it is a process of change. complex and interconnected in which all aspects of the growth and
maturation of an organism's organs and systems are involved.
1 INTRODUÇÃO
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Discentes do Curso de Educação Física, Nível III 2022/III- UNIDEAU – Getúlio Vargas/RS.
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Nos movimentos estabilizadores, a criança é envolvida em constantes esforços contra
a força de gravidade na tentativa de obter e manter a postura vertical. É através desta
dimensão que as crianças ganham e mantêm um ponto de origem na exploração que realizam
no espaço. A categoria de movimentos locomotores, referem-se aos movimentos que indicam
uma mudança na localização do corpo em relação a um ponto fixo na superfície. Envolve a
projeção do corpo em um espaço externo pela mudança de posição do corpo em relação a um
ponto fixo da superfície.
Caminhar, correr, saltar ou pular são tarefas locomotoras. A categoria de movimentos
manipulativos, referem-se à manipulações motoras, como tarefas de arremessos, recepção,
chute e interceptação de objetos, que são movimentos manipulativos grossos. Costurar e
cortar com tesoura são movimentos manipulativos finos. Os componentes manipulativos
envolvem um relacionamento do indivíduo para os objetos e é caracterizado pela força cedida
para os objetos e pela força recebida deles (GALLAHUE & OZMUN, 1995).
2 DESENVOLVIMENTO
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Em síntese, tudo o que fazemos em nosso cotidiano envolve movimento. A nossa
existência depende de movimentos voluntários e involuntários, semiautomáticos e
automáticos como as batidas do coração, da inalação e exalação dos pulmões e para sabermos
como adquirimos o controle motor e a coordenação é preciso entender como acontece esses
processos e como estão divididos as fases de cada criança (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
O desenvolvimento motor é a mudança contínua da parte motora ao longo do ciclo da
vida, provocada pela interação entre as exigências da tarefa motora tendo como princípio os
fatores físicos e mecânicos que seria a biologia do indivíduo hereditariedade na família, e as
condições do ambiente que são definidas como a experiência do indivíduo e a forma como foi
criado. É de extrema importância que a criança seja estimulada para que sejam capazes de
controlar seu próprio corpo, para que isso seja possível é necessária a maturação do sistema
nervoso central (SNC) permitindo que ele receba informações do meio e também para que ele
interaja com ele. Esse estudo perpassa os campos da fisiologia do exercício, biomecânica,
aprendizado e controle motor, assim como os campos da psicologia do desenvolvimento e da
psicologia social (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
No processo de evolução motora destacam-se a motricidade ampla que se refere aos
movimentos que tenham como objetivo obter e manter o equilíbrio em relação à força da
gravidade (movimentos estabilizadores e de mobilidade) e a motricidade fina que se refere a
movimentos manipulativos como prender, chutar e cortar (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
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estudo transversal é medir diferenças de comportamento relacionadas à idade do indivíduo. E
o método longitudinal misto que engloba todos os possíveis pontos de dados necessários à
descrição e/ou explicação tanto das diferenças quanto da mudança ao longo do tempo, como
as funções do desenvolvimento assim como as da idade (GALLAHUE, OZMUN, 2005).
Como pode-se observar na figura 1, de acordo com Gallahue e Ozmun (2005), a
primeira fase chama-se motora reflexiva, ela está dividida em dois estágios, o estágio de
codificação de informações e o estágio de decodificação de informações. Esta fase se inicia
ainda dentro do útero até um ano de idade e é caracterizada por movimentos reflexos
involuntários, que formam a base para as fases seguintes do desenvolvimento motor. A
segunda fase é motora rudimentar e também está dividida em dois estágios, onde o primeiro é
o estágio de inibição de reflexos, e o segundo estágio chama-se pré-controle. Esta fase ocorre
a partir do nascimento até o segundo ano de idade e é durante este período que são realizados
os primeiros movimentos voluntários do indivíduo, que envolvem o controle da cabeça,
pescoço e músculos do tronco, entre outros. (GALLAHUE, OZMUN, 2001).
A terceira fase chama-se motora fundamental, nela acontece o surgimento de diversos
movimentos, correr, chutar, arremessar, receber, saltar, entre outros. Ela está dividida em três
estágios: estágio inicial, que ocorre de 2 a 3 anos, o estágio elementar que acontece de 4 a 5
anos e de 6 a 7 anos, o estágio maduro. A fase motora especializada é a quarta e última fase,
nela vai acontecer o aperfeiçoamento dos movimentos fundamentais é a partir desta fase que
movimentos simples passam a ser integrados; por exemplo, o ato de saltar passa a ser
desenvolvido em atividades mais complexas como pular corda ou desempenhar práticas
esportivas como vôlei e basquete. Essa fase está dividida em três estágios, o estágio
transitório, de 7 a 10 anos, o estágio de aplicação, de 11 a 13 anos e o estágio de utilização
permanente que ocorre a partir dos 14 anos (GALLAHUE, OZMUN, 2001).
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Figura 1. Ampulheta do Desenvolvimento Motor. Fonte: Gallahue e Ozmun (2005)
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ainda geralmente restringidos ou exagerados, embora melhor coordenados. É caracterizado
pela eficiência mecânica, coordenação e execuções controladas, somente possuindo algumas
restrições às atividades que envolvem acompanhamento e interceptação de objetos
(GALLAHUE, OZMUN, 2001).
Compreendemos que a Educação Física tem uma função fundamental na Educação
Infantil, pela possibilidade de proporcionar às crianças uma diversidade de experiências
através de situações nas quais elas possam criar, inventar, descobrir movimentos novos,
reelaborar conceitos e ideias sobre o movimento e suas ações (BASEI, 2008).
No trabalho apresentado foram realizadas leituras em artigos e livros para que fosse
possível descrever a importância do desenvolvimento motor, em conjunto com o
comportamento do indivíduo em meio ao ambiente em que ele vive. Posteriormente foi
realizada uma pesquisa de campo com crianças da educação infantil. A pesquisa de campo, de
acordo com Gil (2002) caracteriza-se por um aprofundamento maior das questões propostas,
estudando um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja,
ressaltando a interação entre seus componentes, utilizando muito mais técnicas de observação
do que de interrogação. Realizando também a maior parte do trabalho diretamente, pois a
experiência direta do pesquisador com a situação de estudo é extremamente importante.
Sucessivamente será realizada uma oficina de atividades com o objetivo de estimular o
desenvolvimento motor em alunos da educação infantil. Serão elaboradas duas brincadeiras,
com o objetivo de desenvolver a coordenação motora fina e ampla. Primeiramente será
executada uma atividade que trabalhe a coordenação motora fina para desenvolver
movimentos delicados como por exemplo o movimento de pinça que no futuro será
fundamental na hora de escrever. A tarefa realizada consistirá em manusear prendedores de
roupa usados como pinça para encaixar na borda de rolos de papel higiênico e vasilhas. Em
segundo lugar será efetuado o trabalho para coordenação motora ampla. Serão desenhadas
formas geométricas e criativas no chão para que as crianças façam o caminho seguindo os
traços, desenvolvendo o equilíbrio, a coordenação motora, a identificação das formas
geométricas e o espaço temporal.
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2.3 Resultados e Discussão
Por meio da oficina realizada foi possível observar que crianças de até três anos estão
na fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento de alguns movimentos. Durante as primeiras
atividades com o objetivo de exercitar a coordenação motora fina, a dificuldade para pegar o
prendedor do lado certo e apertá-lo foi grande, mas com auxílio e incentivo todos
conseguiram encaixar os prendedores nas bordas das vasilhas e rolos de papel higiênico.
No decorrer da segunda tarefa, que consistia em trabalhar a coordenação motora
ampla, grande parte das crianças demonstraram ter conhecimento ou pelo menos já ter ouvido
falar sobre as formas geométricas, conseguindo até mesmo identificar o nome de algumas
delas e comparando com objetos do dia a dia. Ao realizar a atividade nem todos apresentaram
o equilíbrio e a habilidade de transpassar um pé na frente do outro para seguir a fita, mas com
ajuda e motivação todos conseguiram concluir a atividade com êxito. Portanto, a realização
dessa prática evidenciou o quão importante e indispensável é trabalhar o desenvolvimento
motor nesta etapa da Educação Infantil.
Tendo em vista os aspectos observados na oficina realizada para exercitar o
desenvolvimento motor das crianças na Educação Infantil, pode-se notar que a grande maioria
demonstrou um pouco de dificuldade nas atividades de motricidade fina e ampla o que é
comum nessa fase, pois são em tarefas como essas que a criança irá desenvolver novas
habilidades. Cometer erros como esses é fundamental, para que a mesma tenha consciência de
como realizar alguma atividade de forma correta, além de destacar e impedir que o mesmo
erro se repita. Dessa forma a criança terá capacidade para aperfeiçoar cada vez mais a sua
performance na realização de ações esportivas e até mesmo movimentos do dia-a-dia.
3 CONCLUSÃO
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É válido reforçar que o processo do crescimento e desenvolvimento motor do
indivíduo é gradativo desde o nascimento, ressaltando a importância de ter os estímulos
necessários para tal faixa etária, proporcionando-lhe as melhores maneiras de se desenvolver
adequadamente o corpo e a mente.
REFERÊNCIAS
CECH, Donna J.; MARTIN, Suzanne Tink. Motor Development. In: Cech, D. J. and Tink, S.
(eds.), Functional Movement Development Across the LifeSpan-EBook. Elsevier Health
Sciences, p: 45-67. 2011.
SANTOS, Suely; DANTAS, Luiz; OLIVEIRA, Jorge Alberto de. Desenvolvimento motor de
crianças, de idosos e de pessoas com transtornos da coordenação. Rev. Paul Educ Fís, v.
18, n. 1, p. 33-44, 2004.
TANI, G.; MANOEL, E.J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J.E. Educação Física escolar -
Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU EDUSP, 1988.
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