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AULA 1

CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO MOTOR

Profª Tatiane Calve


DESENVOLVIMENTO MOTOR, CRESCIMENTO, APRENDIZAGEM MOTORA E
MATURAÇÃO

CONVERSA INICIAL

Nesta aula faremos a conceituação de desenvolvimento motor,


crescimento físico e maturação biológica, bem como abordaremos diferentes
teorias que embasam os estudos sobre essas três subáreas do comportamento
motor.

TEMA 1 – COMPORTAMENTO MOTOR E ESPORTE

Os temas desenvolvimento motor, crescimento, maturação e


aprendizagem motora são, frequentemente, objetos de pesquisa de diversas
áreas da educação, da saúde e, também, do esporte.
Esses conceitos embasam o entendimento sobre o comportamento motor
do ser humano em diversas fases da vida, levando-se em consideração
características hereditárias e influências ambientais.
Comportamento motor é uma linha de pesquisa da educação física e áreas
afins responsável por buscar conhecimento multidisciplinar sobre conceitos,
metodologias e tecnologias que possam ser utilizados para compreender os
processos de desenvolvimento motor, crescimento físico, maturação física e
aprendizagem motora, em diferentes contextos (Tani et al., 2010).
O comportamento motor é considerado uma área “guarda-chuva”, que
abrange outras áreas adjacentes como desenvolvimento motor, aprendizagem
motora e controle motor.

 Desenvolvimento motor: é a abordagem que busca explicar as mudanças


que ocorrem no comportamento motor de um indivíduo, durante seu ciclo
vital (Tani, 2005).
 Aprendizagem motora: é a área do comportamento motor que pesquisa as
teorias que explicam os processos pelos quais o organismo desempenha
e memoriza os movimentos (Magill, 2000).
 Controle motor: aborda estudos sobre a capacidade do organismo de
regular ou orientar os mecanismos essenciais para a realização do
movimento (Shumwat-Cook; Woollacott, 2003).

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Os estudos realizados pelas áreas que compõem a área de comportamento
motor são feitos em diferentes níveis, ou seja, englobam desde a microscopia,
com estudos bioquímicos, até pesquisas psicossociais (Tani et al., 2010). É
possível realizar pesquisas básicas, em que se estudam os mecanismos de ação
do organismo, e também pesquisas aplicadas, que buscam analisar e explicar os
parâmetros globais do comportamento motor dos indivíduos.
Dessa maneira, a área de comportamento motor busca produzir
conhecimento que contribui para as intervenções na área da saúde (atividade
física, fisioterapia, terapia ocupacional), educação física escolar e esporte de lazer
e de rendimento), influenciando métodos de aquisição, reabilitação e treinamento
das habilidades motoras (Tani et al., 2010).
Na área dos esportes, especificamente, os estudos sobre comportamento
motor influenciam no processo de ensino, aprendizagem e treinamento,
fornecendo conhecimento sobre as características biomecânicos dos esportes
(melhor desempenho motor e menor despendimento energético), aspectos
maturacionais de crianças e adolescentes (treinamento adequado para diferentes
faixas etárias) e processo de prática (condições de prática mais adequada para
cada nível de experiência motora).
Com isso, iniciantes e atletas experientes podem ter melhor desempenho
nos treinos e nas competições.

TEMA 2 – DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento humano é dividido em três domínios principais, sendo


eles o psicossocial, o cognitivo e o físico (Papila, 1999). O desenvolvimento
psicossocial está relacionado com a construção das relações sociais. O domínio
cognitivo é responsável pela capacidade de aprendizagem do indivíduo. O terceiro
domínio, o físico, está relacionado com o crescimento cerebral, com o
desenvolvimento dos canais sensoriais, com a emergência de habilidades
motoras e o funcionamento dos órgãos.
Dessa maneira, o desenvolvimento motor pode ser definido como um
processo sequencial e contínuo de mudanças qualitativas no comportamento
motor do indivíduo durante todo o ciclo vital, levando em consideração
características hereditárias e influências ambientais (Clark, 2007; Gallahue;
Ozmun, 2005; Haywood, 1986; Malina, 1999; Papila, 1999).

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Segundo Gallahue e Ozmun (2005), Papila (1999), Thelen e Smith (1994),
cada ser é único, porém existem padrões em comum das características humanas
em cada período do ciclo vital, alternando entre fases de mudanças e de
estabilidade.
Gallahue e Ozmun (2005) propõem um modelo de desenvolvimento motor,
durante o ciclo vital, denominado a ampulheta, no qual ele elenca a sequência das
fases do desenvolvimento e explica a influência da hereditariedade (fatores
individuais) e do ambiente (fatores ambientais).
As fases do desenvolvimento propostas por Gallahue e Ozmun (2005) são:
fases motoras reflexa, rudimentar, fundamental e especializada.

2.1 Fase motora reflexa

A fase motora reflexa é a base do desenvolvimento motor e é caracterizada


por movimentos involuntários e respostas automáticas. Os reflexos primitivos de
sobrevivência surgem na fase intrauterina e se estendem até o 12 o mês de vida
de um indivíduo (Gallahue; Ozmun, 2005). Nessa fase, a decisão sobre o
movimento ocorre na medula e não em nível cortical e tem por objetivo colher
informações do ambiente, buscar alimento e se proteger.

2.2 Fase motora rudimentar

O início dos movimentos voluntários da criança é denominado fase motora


rudimentar. Gallahue e Ozmun (2005) afirmam que, nesse período da vida, os
movimentos realizados pelas crianças caminham da imperícia e agitação para
movimentos com maior precisão e controle, resultado do desenvolvimento do
córtex cerebral.
Conforme Gallahue e Ozmun (2005), nessa fase, a criança passa por dois
estágios distintos, sendo eles:

1. Estágio de inibição dos reflexos: estágio em que há desenvolvimento do


córtex cerebral e há o início da inibição dos reflexos primitivos de
sobrevivência e emergência de habilidades motoras rudimentares.
2. Estágio de pré-controle: início do desenvolvimento perceptivo motor, que
propicia a recepção de informações sensoriais internas e externas, as quais
são utilizadas para organizar e planejar o movimento voluntário.

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As habilidades motoras rudimentares são divididas em estabilizadoras
(controle da cabeça, do tronco, de sentar e de ficar em pé), locomotoras
(movimentos horizontais e postura ereta) e de controle de objetos (alcançar,
agarrar e soltar) (Gallahue; Ozmun, 2005).

2.3 Fase motora fundamental

A fase motora fundamental é uma das mais importantes para a


aprendizagem e prática esportiva, pois é nessa fase que a criança aprende e
desenvolve habilidades básicas.
Os seus movimentos voluntários ainda são simples; porém, necessitam de
comandos do córtex cerebral para receber, avaliar as informações sensoriais e
planejar a ação motora a ser realizada.
Nessa fase, as influências do ambiente, da tarefa realizada e as
experiências de diferentes práticas são fatores importantes para que novas
habilidades motoras fundamentais sejam adquiridas e refinadas (Cotrim et al.,
2011).
Gallahue e Ozmun (2005) dividem as habilidades motoras fundamentais
em estabilizadoras, locomotoras e de controle de objetos; e em três estágios de
padrões motores, sendo eles:

 Estágio inicial: de 2 a 3 anos de idade;


 Estágio elementar: de 4 a 5 anos de idade;
 Estágio maduro: de 6 a 7 anos de idade.

Quando a criança atingir o estágio maduro da fase motora fundamental, ela


estará preparada para iniciar a prática de esportes, refinando os gestos técnicos
de cada modalidade esportiva.

2.4 Fase motora especializada

A fase motora especializada é caracterizada pela combinação de duas ou


mais habilidades motoras maduras, de forma refinada, para a realização de
tarefas mais complexas da vida diária ou desempenho de habilidades específicas
dos esportes, ginástica ou dança (Gallahue; Ozmun, 2005).
Nessa fase, o sistema neurológico, as características anatômicas e
fisiológicas, assim como comportamento perceptivo-motor do indivíduo já estão
maduros (Magill, 2000) e facilitam a emergência e especialização de novas
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habilidades motoras.
Gallahue e Ozmun (2005) dividem essa fase em três estágios de aquisição
das habilidades motoras especializadas:

1. Estágio transitório: de 7 a 10 anos de idade;


2. Estágio de aplicação: de 11 a 13 anos de idade;
3. Estágio de utilização permanente: acima de 14 anos de idade.

O bom desempenho das habilidades motoras especializadas tem influência


das características hereditárias e dos estímulos ambientais e a dificuldade em
aprender novas habilidades motoras é decorrente da defasagem na
aprendizagem das habilidades básicas.
Dessa forma, a iniciação esportiva deve ocorrer de forma lúdica, com
vivências variadas, sem especializar precocemente a criança e o adolescente.

TEMA 3 – CRESCIMENTO FÍSICO

O crescimento físico é conceituado como sendo alterações quantitativas do


organismo, determinadas biologicamente, influenciando o aumento do tamanho
do corpo como um todo ou de parte desse (Gallahue; Ozmun, 2005; Malina, 1999),
resultado da multiplicação e da diferenciação das células ao longo do tempo
(Guedes, 2011).
Em concordância com as características antes citadas, Gallahue e Ozmun
(2005) citam três características principais do processo de crescimento:

1. Hiperplasia: aumento do número de células com base na divisão celular;


2. Hipertrofia: aumento do tamanho das células com base em suas elevações
funcionais, particularmente com relação às proteínas e seus substratos;
3. Agregação: aumento da capacidade das substâncias intercelulares de
agrupar as células.

Mesmo com a influência genética sendo determinante no processo de


crescimento físico, alimentação, atividade física, estímulos psicossociais e
patologias são fatores ambientais que afetam os níveis de crescimento (Eveleth;
Tanner, 1990 citados por Guedes, 2011).
Para Haywood e Getchell (2004), o corpo cresce como um todo e em partes
e se desenvolve de maneira precisa, ordenada e diferenciada durante as
diferentes faixas etárias do ciclo vital.

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Durante os primeiros anos de vida, o corpo da criança sofre grandes
alterações e ela passa por um período de relativa estabilização do seu
crescimento corporal durante a terceira infância, fase que antecede o crescimento
pubertário (Silva, 2010).
Durante a terceira infância, o menino tende a estar na frente da menina, em
relação a peso e estatura corporal (Malina; Bouchard; Bar-Or, 2009). Com a
chegada da puberdade, a menina, pela maturação biológica mais rápida, passa a
ter uma leve vantagem sobre os meninos, também em peso e estatura (Gallahue;
Ozmun, 2005). No final da puberdade, volta a haver a inversão dos valores de
peso e estatura corporal, sendo que o menino volta a ser mais alto e pesado que
a menina (Silva, 2010).
Entre outras alterações biológicas que possuem diferença entre os gêneros
e se modificam durante as fases de crescimento e desenvolvimento estão as
valências físicas, como resistência aeróbia, resistência muscular localizada, força,
potência e flexibilidade.
Dessa forma, pode-se afirmar que, assim como o desenvolvimento motor,
o crescimento físico é um processo dinâmico, iniciado na concepção, com
alterações durante o ciclo vital que é findado na morte
As pesquisas na área do crescimento físico podem auxiliar professores e
treinadores na escolha da carga de treinamento correta para os alunos/atletas de
diferentes faixas etárias, melhorando o desempenho de cada indivíduo, sem afetar
negativamente a sua estrutura física.

TEMA 4 – APRENDIZAGEM MOTORA

A aprendizagem motora é conceituada como sendo um processo interno


que resulta em alterações relativamente permanentes no comportamento motor
(Magill, 2000), como consequência da prática ou de experiências anteriores,
proporcionando melhora significativa no desempenho motor (Pellegrine, 2000).
O processo de aprendizagem depende de estímulos externos e seu
sucesso está diretamente relacionado com as características dos métodos
utilizados durante o ensino das habilidades motoras (Martins; Ivanov, 2009).
Durante o processo de ensino e aprendizagem de novas habilidades
motoras, o iniciante passa por diferentes fases, até que se torne habilidoso.
Ugrinowitsch et al. (2013) citam as fases da aprendizagem motora
propostas por Fitts e Posner (1967):

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 Estágio cognitivo: é a primeira fase da aprendizagem e é de natureza
cognitiva;
 Estágio associativo: nessa fase a pessoa aprende a associar algumas
pistas ambientais com o movimento executado;
 Estágio autônomo: é o estágio final da aprendizagem. Nesse estágio, há a
automatização da habilidade.

Para que o indivíduo se torne experiente em uma determinada habilidade


esportiva, além do desenvolvimento do seu sistema neuromotor, das suas
características perceptivo-motoras e da maturação das suas habilidades motoras,
o processo de ensino e treinamento também influenciam na sua aprendizagem
motora.
A aprendizagem motora não se mede de forma direta, por se tratar de uma
alteração neurológica. Então, para saber se houve ou não aprendizagem de uma
nova habilidade motora, deve ser aplicado o teste de retenção, feito após um
período sem prática da habilidade a ser testada.
Dependendo do desempenho do indivíduo, é inferida a aprendizagem
motora. A medida de desempenho é dividida em duas categorias (Magill, 2000):

1. Medida de resultado de desempenho: é uma medida quantitativa e indica


o resultado do desempenho.
2. Medida de produção de desempenho: é a medida qualitativa e proporciona
informações sobre a ação do sistema nervoso, dos músculos e das
articulações, durante o movimento.

No Quadro 1 são exemplificados os tipos de medidas de desempenho.

Quadro 1 – Exemplos de medidas de resultado de desempenho e de produção de


desempenho

MEDIDAS DE RESULTADO DE MEDIDAS DE PRODUÇÃO DE


DESEMPENHO DESEMPENHO
Medidas cinemáticas: deslocamento,
Velocidade: tempo
velocidade e aceleração do movimento
Medidas cinéticas: considerações sobre as
Precisão: erros/acertos
forças no estudo do movimento
Magnitude da resposta: altura, distância,
número de tentativas
Latência da resposta: tempo de reação
Outra característica importante da aprendizagem motora é o tipo de prática
oferecido ao aprendiz, que, para ser efetiva, depende do tipo de habilidade a ser
ensinada/aprendida, possibilitando a capacidade de aperfeiçoá-la, aumentar a
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sua consistência e desempenhar a habilidade com economia de esforço (Magill,
2000).
Na aprendizagem da habilidade motora fechada, é necessário que o
aprendiz busque automatização e maior consistência durante a sua realização.
No entanto, para a aprendizagem da habilidade motora aberta, o executante
precisa não somente automatizar os movimentos, mas também diversificar sua
aplicação em diferentes contextos, ampliando as possibilidades de uso da
habilidade aprendida (Magill, 2000).
A aprendizagem motora é caracterizada pela melhora relativamente
permanente do desempenho motor, adquirido por meio da prática ou da
experiência, ao longo do tempo (Magill, 2000).
Durante o período de aprendizagem, existem diferentes condições de
prática, que podem ser alteradas de acordo com o nível do praticante (se iniciante,
intermediário ou experiente).
Magill (2000) cita inúmeras possibilidades de condições de prática:

 Prática inicial: bem no início da prática, quando o aluno está em


desenvolvimento das ideias primitivas da tarefa; procedimentos de
orientação.
 Prática mental: é pedir ao aluno que repita mentalmente as habilidades a
serem aprendidas sem a sua prática real, claramente física.
 Prática progressiva das partes: é dividir a tarefa em unidades significativas,
que possam ser isoladas, para a sua prática por partes. O objetivo é
integrar essas unidades práticas à habilidade total, numa performance
posterior.
 Prática do todo: iniciar a prática pela tarefa como um todo, logo que ela
possa ser executada razoavelmente bem, evitando a prática por partes
isoladas.
 Prática maciça: fornece descanso relativamente pequeno, entre as
tentativas.
 Prática distribuída: exige muito mais descanso, talvez com o período de
descanso entre tentativas sendo tão longo quanto a própria prática.
 Prática randômica: é intercalada, ou misturada, quanto ao período de
prática. De maneira que ele nunca pratique a mesma tarefa em duas
tentativas consecutivas.

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 Prática em blocos: é aquela na qual todas as tentativas de uma
determinada tarefa são completadas antes de se passar para a próxima
tarefa.

Após uma habilidade motora ter sido aprendida, ela pode auxiliar ou
prejudicar a aprendizagem de uma nova habilidade motora ou da mesma
habilidade motora em um novo contexto. Assim sendo, a experiência prévia tem
influência na transferência de aprendizagem e deve ser cuidadosamente avaliada
pelo professor/treinador durante o ensino de uma nova habilidade motora.

TEMA 5 – MATURAÇÃO

A maturação biológica é a modificação sucessiva que ocorre nos tecidos,


sistemas e funções orgânicas até o estágio final de cada fase (Guedes, 2011).
Dessa maneira, a maturação deve ser compreendida como sendo o processo de
amadurecimento pelo qual se atinge o estado maduro (Tanner, 1973, citado por
Guedes, 2011).
O processo de maturação biológica é geneticamente determinado,
sofrendo pequenas influências ambientais. Os estágios maduros de cada fase da
vida de um indivíduo caracterizam o processo de evolução do ser humano, em
que, ao se atingir um nível maturacional, um novo estágio se iniciará.
Portanto, ao atingir o biológico maduro, o sistema é considerado como
período estável (Malina, 1999) e atrativo (Thelen; Smith, 1994) e, a cada mudança
que ocorre durante o processo de desenvolvimento motor e crescimento físico, o
organismo passa por esses estados de estabilidade e instabilidade, que são
caracterizados por mudança de fases (Thelen; Smith, 1994).
As mudanças de fase ou de estágios pelas quais o organismo passa
caracterizam o processo de maturação e evolução do ser humano, que, desde o
nascimento até a idade adulta, passa por uma série de estágios, o que implica o
crescente nível de maturação.
Durante os estágios maturacionais, estão presentes os processos de
especialização e de diferenciação celular. É por isso que informações apenas
quantitativas em relação às dimensões de atributos biológicos podem não refletir
os reais estágios de maturação (Guedes, 2011).
Para verificar o nível maturacional de um indivíduo, pode-se utilizar a idade
cronológica e a idade biológica que ele possui. A idade cronológica é determinada

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pela quantidade, em anos, de vida que a pessoa tem e a idade biológica está
relacionada com o estágio em que os indicadores biológicos se encontram.
Cameron (1998, citado por Guedes, 2011) cita alguns indicadores da
maturação biológica:

 Maturação dental: idade de erupção dos dentes temporários e


permanentes;
 Maturação sexual: idade de aparecimento das características sexuais
secundárias;
 Maturação óssea: idade de ossificação e fusão das epífises;
 Maturação morfológica: idade de alcance de diferentes proporções em
relação à estatura adulta.

Para Guedes (2011), a dinâmica da ocorrência dos estágios de maturação


biológica é semelhante para todos os indivíduos; porém, há uma variabilidade
individual significativa em relação à época em que os mais altos níveis
maturacionais são alcançados. Por consequência, há possibilidade de jovens, de
mesmo gênero, de mesma idade cronológica, possuírem graus de maturação
distintos.
Dessa maneira, se faz necessário que profissionais da educação física e
esportes deem atenção às informações sobre os estágios maturacionais
(aspectos morfológicos e funcionais) de seus alunos e não somente levem em
consideração a idade cronológica para elaborar e aplicar-lhes os treinamentos
físicos, técnicos e táticos.

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REFERÊNCIAS

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PELLEGRINE, A. M. A aprendizagem de habilidades motoras I: o que muda com


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2000.

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