Você está na página 1de 9
Deere Te Ceo eee Cates eee ee tc Técnicas manuais aplicadas Pek ose cmuee est Rte te) ee ane eee Men nes tc) * Lideranga e motivagio de técnicos de futebol ‘ago & movimento ~ novembra/dezemre 2005;2(6) a ARTIGO ORIGINAL Avaliagao da maturacao biolégica de jovens jogadores de futebol Biological maturation assessment of young soccer, ‘players Astrogildo Vianna Oliveira Junior, Esp.*, Karla Jesus Fernandes Oliveira, MSc:"*, Gustavo Casimiro Lopes, MSc.", Josely Correa Koury*, DiSc, Isabel Caldas Jannisio Fragoso*'*, DSc. "Universidad co Estado Rio de Jairo, ** Universi Feral do Rn de Jani *** Universidade Téa de Lisboa Resumo. Asalteragdes biostociis ocorridas durante a puberdade io seguem o ritmo cronoligic € sim sitma biokgico indica. ‘Esta pastcularidade assume maioe elevincia quando tratamos de jovens atletas Visando obscevar « magnitude das diferengas center estes dois sitmmos, buscamos ientificar se existe difereagasignficativa na maturagio biolégica de um grapo de indviduos ‘a mesma faisa esis, x panir de diferentex metodologias pars avaliagio da maturicio biol6gica, Desta forma, foram avaliados guinze jovens (13,4 + 0,3 anos) praticantes de futebol. A maturasio biokigica foi avalindn através da idade esqucktica e do desenvolvimento de earacteres sexunissccundisios (genital, pllos pubianos ¢axilces). Os resultados mostram wma ampla ais. pa idade exqucética (8,6 a 14,8 anos) © uma exzoivel dispersio do grapo pelos estigios IT ao V para genital e pelos pubianos Nos pelos mlares os jovens distribuiram-se nos ts estgios possiveis. Conchiimos que a evalagio da maturagio biokigica & fandsmeatal para catscterizar o desenvolvimento biossocial de jovens entre 12,9 ¢ 13,7 anos Palavra-chaver sturagto biokigics, jover, atta, dade enquelica, ‘tigo recebido em 23 de dezembro de 2008; acelto em 20 de dezembro de 2005. ‘para correspondéncia: Astrogido Vianna de Oliveira Junior, Av. Sao Francisco Xavier, 524 Bl. F,s.8124, Endereco Maracané, 20550-013 Rio de Janeiro Ri, Tol; 21 25877593, E-mail: avojr@uen.br Abstract ago & movimento ~ noverbrc/dazemero 2005;2(6) ‘Blo-socil alteration that occur during puberty do not follow the cheonologialshythm, but an individual biological sythm. This partcuasity assumes greater relevance when sefers to young athletes Aiming to observe the magnitale smong these wo shythms, tis study tees to identify i thee is significant difference in biological maturation of subjects inthe same age-group, evaluated by different methodologies. Filteen young soccer players (86 — 14.8 years old) were evaluated. Biological ‘uturaton was estimated by skeletal age and seal secondary characteristics development (genital, pubic and axillary hai). The seals show vst shletal age amplitude (&.6 to L48 years old) and a setsomible dispersion of the group by stages II to V for ‘ental and pubic hie development The young players were dstabuted inthe te possible axillary hr stages, We conchae that bbologial maniraton is fundamental to characte young biosoil development between 12.9 and 13.7 years ol. Key-words: biological maturation, young, athlete, skeletal age Introducéo Aadolescéncia caracteriza-se por profundas modi- ficagoes biossociais no jovem [1]. Para Malina [2] durante a adolescéneia o jovem vivencia teés process0s interativos: ezescimento, maruracdo e desenvolvimento. Embora se processem simultaneamente e de forma intaincadla, sio fendmenos distintos com caracteristicas bioligieas proprias, o que muitas vezes nao € consi- desado, Segundo o estudo sealizado por Pelaes, Valle eral (3), apesar dos técnicos que participaram dos campeo- nnatos das divisSes misim ¢ infantil promovidos pela Fedesagio de Voleibol do Rio de Janeito (F'VR), no ano de 2004, considerarem importante 0 conhecimento sobre 08 estiigios de maturacio biolégica na elaboracio de um progrima de treinamento ¢ identificarem res- posts adaptativas variadas num mesmo grupo, nfo foi verificada a utilizacio de nenhum tipo de classificacio desses estigios com 0 objetivo de ausiliar a elaboracio do programa de treinamente, ‘Tourinho Filho ¢ Tourinho [4] ressaltam a impor tfincia da identificacio dos estgios de maturacio biol6- ica pata o planejamento de um programa de treina- mento. Ocrescimento ¢ 0 desenvolvimento sio processos ‘complexos que demoram, no ser humano, entre 14 a 20 anos até que se completem [5-7] Para Vander [8], © crescimento é um processo complexo, influenciado pela genética, pela funcio endéceina € por uma variedade de fatores ambientas, inchuindo nutricio e a presenca de doencas. O processo cenvolve a divisio celular ¢ uma rede de sincese protéica através do corpo, mas a estatura de uma pesson é doterminada especialmente, enquanto divisto celular, pelo crescimento 6ssco, particularmente da coluna vertebral e dos membros inferiores, Sio trés 0s processos que regem 0 crescimento (ceescimento hiperts6fico, crescimento hipesplisico © serequo), 0s quis vasiam em termos de predomi nina, de acordo com fie de cesciento em que 0 tmpanismo se encontri, Outros aspects tis como a Imigecio a dferenciagio ox, que estio na oigem fos tecidos ¢ das diferentes estruturas ¢ fangSes, também favemn parte do cresmento (6) arn Feagoso & Vieira [1] nocio de equlibio encrgtico « de establidade 40 longo do processo de ceestimento émuito semelhante ogo de homeostasia FEstes conceitos apresentam normalmente duas dimen- s6es, umn individual ¢ outa reativa a espécie, sendo Ambas fndamentais compteensio dos processos bio Vosicos do crescimento, SHo estes conceit, ou sj pot um lado a nogio de potencilidade (taaget size) € por outro de equlrio enesgéico, de estabiidade ou de homeostasia que conferem a0 paocesso de crest mento oestatto de processoauto-regulado A maturagorefere-se a paogsesso em diecio a rnntusidade ou 20 estado biologicamente mario Nalina [P]sessla anda quese trata dum conceit operacional ‘isto que extdo matcavaiacom o sistema compos inalsido. Emit diflabordar a matucagiobsoligica dissociada do crescimento. Os dois pzocestos ocorrem simultaneamentee sob forte influéncia de aspects bo- Topicos intents, o que toma muito comple dises- ‘minar se um fendmeno esti ocorrendo em funcio da. ‘maturagio ou do cresciment. “Analisando 0s fitos baseados no determinismo biolégico, onde 0 ser vivo nar, aes, mpradus, « more, poderiamos priosizar 0 crescimento, como maior tesponsivel pelos processos ocorsidos na adolescéncia, centzetanta esta aficmativa parece-nos incompleta, povs a ‘matucacio inelui-se no processo biolbgico de forma mais cesclasecedora, jt que explicae justfica oaperfeigoamento de -witias funces necessirias ao estubelecimento da fase adulta, Assim, patece-nos pestinente dizer que o ser vivo nase, crecee? turn, reprod, emelnce © marr. ‘Ao analisar a maturagio devemos considerar dois. contextos: 0 momento € 0 ritmo. O momento refere-se ‘agdo & movimento - novembrojdezemtra 2005;2(6) 4 quando um especifico evento maturacional ocorre, por exemplo, a menarca nas meninas ow o aparecimento dos pélos asilaces nos meninos. Ja o ritmo refete-se & velocidade do progresso maturacional, como por exean- plo, a velocidade na qual um jovem passa pelo desenvolvimento dos pélos pubianos. Zemel (10) nos apresenta uma visio interessante do processo de maturacio quimica. Este processo é “obserrido ao nivel microseépico resulta em alteragies absolutas ¢ clativas das quantidadies dos componentes ‘guimicos do corpo. Ela exemplifica com a época do nascimento, ma qual o cétebeo ¢ outros éagios Formam uma proporsio muito grande, tanto dh massa eomporal ‘agra como da massa corporal total (MCT). Durante a infincia 0 compartimento de massa muscular ‘esquelética expande-se, enquanto que 0 cérebro € os outros érgios continiam a crescer. Entretanto este crescimento ndo impede que eles passem a representar mporcionalmente menos dentro das massas corporis ‘magta ¢ total. Fenémeno semelhante é observado nos ‘ss08 durante o processo de ossifieagio com o aumento do contetido de cileio Durante 0 proceso de maturagio podemos identificar diferentes momentos, cada qual rclacionado a um sistema. Desta forma, « marueacio biolbgica pode ser determinaca a pactir das idades: 6ssea, neural, dental, morfolégica, somatica e sexual. Cada qual apresenta vvantagens e desvantagens metodolégicas, sendo que as mais utlizadas slo: a idade esquelética e a avaliagio através do desenvolvimento dos cacacteres sexusis secunditios, Guedes [11] sesslta que, para que uma metodologia seja eficiente na idemtficacio dos difecentes estigios de manuracdo bioldgica, devem ser satiscitas as segquintes condicdes: refletir mudancas em uma caracteristica biokégica, acancar o mesmo estigio final em todos os individuos, mostrar um continuo aumento de tal forma que disceetos estigios neste continuun possum ser ‘dentificados, set aplicével durante todo processo de ‘matutagéo orginica e ser incependente do tamanho. A maturacio somitica € medida através de ‘vatiiveis antropométricas e de composigio comporal \ maturacdo morfolégica é 2 anilise da massa corporal estatura, tendo em conta os valores de refexéncia para cada idade ctonoligica e sexo. Segundo Beunen Borms [12}, aidade em que ocorre a velocidade méxima de cxescimento € também um bom indicador da ‘maturidade morfologica Nio podemos ignorar que nem todos os indicadores de matusacio biolégica apresentam os ‘mesmos niveis evolutivos & mesma velocidade. A erupgio dentitia € o aparecimento das caracteristicas sexttis esto condicionados A idade, uma é represen tativa de infincia e outta de adolescéncia, existind tame ‘uma dependéncia entre dos c sistemas durante « sua evolugio, ¢ dai considerarmos fises distintas de: maturacio, Utilizado primeisamente por Saunders apad Demigian, Goldstein «7 af [13], a avaliagio da idade dentiria consiste na emersio ou nfo de cada dente como ‘medida de maturidade; existindo variagio em relacio ao sexo. A maturacio dental, via de regra, tem sido. estimada pela tdade com que ocorre a emersio dos dentes temporirics ¢ permanentes, ou pelo niimero de dentes presentes em determinada idade, apesar de fatores extemos influenciarem a erupeio dentiria. O aparecimento precoce da maturagio e a aceleracio do desenvolvimento dentirio devem-se a alteragdes alimentares, Atualmente as téenicas para avaliagio da maturacio dentiria passam pela proposta de Demisjian, Goldstein ¢ Tanner [13], na qual sio utlizados recussos radiogrificos, para se obtes informagbes quanto aos niveis de ossificacio dos dentes antes da sua erupcio, similar aos procedimentos utilizados na maturacio. esquelética ‘A avaliagdo da maruragio biolGgiea através das informacdes relativas & manueacio esqueltica prova- velmente é 4 mais indicada em estudos que envolvam criangas € adolescentes, jf que pode ser aplicada como media avaiativa desde o nascimento aé por volta dos 1718 anos de idade. O desenvolvimento dsseo segue sempre a mesma ordem maturacional, sua osiicagio ‘corre no sentido proximo-istal eno varia em exangas doentes, mal nuttidas ou por euzdes étnicas, sendo, portanto, de validade universal [14] A manuracio sexual & marcada pelas mudancas Fisica biolegicas durante a pubeedade. © resmo puber- dade sefere-se & segunda fase da adoleseéncia, na qual a ‘maturagio sexual se toma evidente. Mudaneas obse viiveis extemamente,peincipalmente 0 apazecimento de pélos pubianos e dos seios nas meninas ¢ 0 aumento do tamanho do pénis ¢ dos testiculos aos meninos, sto consideradas um marco do inicio da pubesdade, pois as ‘mudangasintemas, como aumentos homonais, aumento raul dos ovisos das meninas e das cls testiclaces dos meninos sio fees de serem avaliadas (15 (O desenvolvimento do sistema reprodutivo € um marco visivel dis diversas transformacdes vividas durante 1 adolescéncia. Estas mudangas esto relacionadas com as alteracdes anatdmicas, endécrins, epsicossociais do individun, que sio acompanhacls pelo éstitio da adoleseéncis [16,17] Biologicamente,o surto de erescimento tem inicio antes do desenvolvimento sexual que assinala 0 psineipio da puberdade, sendo «ste periodo earacterizado pela completa formagio dos 308 testiculos, pristata (hos meninos) e ovirios e titero (nas, smeninas). Além disso, nesta fase, hii wm aumento na produciio de horménios que acarretam transformagdes, externas marcantes, como o desenvolvimento dos seios das meninas, 0 aparecimento de pélos pubianos, smudanga nas peoporgbes coxporais, etc A anilise da avaliagio das caracteristic secunclisias caractesiza-se por ser limitada exclusiva mente a0 periodo da adolescéncia, tornando-se um recurso pouco sensivel quanto as altesagSes matura- cionais na idade infanil. Esta avaliagio esti baseada na obsecvagio de: mudanga da voz, desenvolvimento dos Segios genitas, desenvolvimento da mama, idade da rmenacca, pélo pabico e axilar Embora pobre na discriminasio das categoria, a anilise da presenca ow auséncia ¢ das caractersticas dos pélos asilarespode ser um bom método de determinacio de matueagio biol6gica [18], uma ver que o pélo axilae surge, geralmente, pela primeira vez cerca de dois anos depois do comeco do crescimento do pélo pabico, embora possa haver vasagies individuais perfeitamente rnormais na seqjiéncia de transformagies isicas e sexs, nos adolescentes, pois cada incividuo tem wn stmo de desenvolvimento intemo pessoal ‘A maturacio dssea € determinada através de avaliagio clo desenvolvimento das epifises dos ossos da mio e do punho esquerdo, observadas em radio- gtafia. Segundo Tanner [19], a maturagio dssea € amplamente reconhecida como © melhor indicador isolado de maturidade biclégiea € pode ser aplicada como medida avaliativa desde o nascimento até cerca dos 17-18 anos de idade fato das escolas, clubes e demais instituiooes ligadas a0 esporte realizarem competigées usando a idade cronolégica como parimetto de selecio e ‘organizasio dos grupos aumenta muito o risco de fracassoe de contasdes. Fragoso e Fortes [20] eferuaram cortelagaes entre idade dssea, idade cronolégica, vasiveis antropométricas e variiveis de performance motora utilizando uma amostea de criangas entze os 11 ©-05 13 anos. A idade 6ssea apresentou um coeficiente de cnrrelagio de Pearson maiox que a idade cronol6gica com todas as variveis envolvidas no estudo. A idade éssea quando associada com a estatura obteve um, coeficiente de 0,694, enquanto que a cronolégica obteve apenas um coeficiente de 0,576. Se considerarmos as variiveis de performance motora, verificamos que 0 geau de associagio entee a idade dssea e a prova de 10 saltos sucessivos (0,719) & mais elevado que o valor de associacio entze a idade esonol6gica ¢ a mesma prova Este exemplo mostra como a idade dssea é mais representativa que aidade ceonolégica sempre que Giscutimos massa livre de gordura e performance. agho & movimento - novembroidezenbro 2005:2(6) Baster-Jones e Helms [21 fizeram a revisio dos resultados obtidos no estudo longitudinal que acom- panhou o crescimento ¢ o desenvolvimento de 453 jovens atletas britinicos, de ambos os sexos, (TOYA — Training of Young Athletes Study). Foram observados pearicantes de «,1atso modalidades esportivas: ginistic, futebol, natacio e ténis. As quateo psincipais reas anali- sadis foram: contusdes no desporto, crescimento & maturagio, aspectos sociais e psicol6gicos e por ultimo as suas repercussdes fisiolégicas. Neste estudo, os resultados mostririm que o teeinamento trouxe bene- ficios Fisioldgicos tais como o desenvolvimento da poténcia aesdbia, da forca muscular, além de beneficios, no estilo de vida dos atletas e de suas Familias. Apesar de alguns autores sugesitem que 0 desporto competitivo pode trazer efeitos negativos para o crescimento fisico, dda crianca e para. a sua matusacio biolégica, este estudo no evidenciou quaisquer prejuizos para 0 desenvol- vimento dos jovens. A necessidade de se respeitara dade biolégjea ese ainda no fato de ter aumentado muito 0 ntimero de contusées em jovens durante a peta desportiva. Ura das preocupagoes neste imbito diz repeito a0 uso cada ‘yer mais freqiente de traballos contra resisténcia ques durante 0 teeinamento desportivo, quer em situasio recreacional. Muitos autores tém encontrado tantas, contusbes como fraturns, luxagées, hémias discais € pmblemas de menisco (22-24), Segundo Sward [25], 80% dos atletasjovens praticantes de desportos assimétsicos como o tenis, eos angadores de peso e dado, apresentam ‘uma escoliose acentuada. © mesmo autor refere que a coluna, assim como o resto do esqueleto, corre um grande risco de contusdes, durante o ezescimento, psincipalmente durante o salto de erescimento pubertiio, funcio da dissociagio entre a formacio da matsiz dssea e sua mineralizacio, As mesmas dificuldades de interpretacio existem para agucles desportos em que é fivorivel ter Cangas mageinhas e pequenas. A gindstica eo baléestio associndos i reducio da velocidade de crescimento e 0 straso maturacional. Segundo Rowland e Eston [26],além das atletas apresentarem menaccas tardias relativamente fs no atletas, a amenorséia seeundiria, ou a intereupco do ciclo menstrual apds a menavea, esti claramente associad A intensidade dos tcinamentos. desenvolvimento de caractesisticas secuncisias em jovens corredores nio foi reportado, mas obser ‘vagdes na maruraglo esquelética mostram uma ten- déncia 20 atraso [27]. Em contraste, o nivel de ‘maturagio sexual e esquelética de sapazes atletas de algumas equipes e de espostes individuais tendem, com poucas excecdes, a ser adiantado, Entendendo que a identificagio do estigio ‘maturacional é uma informagio importante na pres- ‘80 & rrovimento - noverbre/dezerroro 2008216) ctigio e onientagio do treino desportivo de jovens, ¢ que existem diferentes metodologias para identificagao destes estigios, desenvolvemas o presente estudlo com o objetivo de identificar se existe diferenca significativa ‘na matucacio biolégiea de um grupo de individuos na ‘mesma fuixa etivia, a partic de diferentes metodologias para avaliacio da matusacio biolégica, Tabela I - Caracteristicas da amostra (n =15) Materiais e métodos Neste estudo foram observados 15 jovens do sexo masculino com idades entre 12,9 ¢ 13,7 anos (= 03) atletas de futebol de um importante clube do Rio de Janeieo. Todos os sujeitos eram praticantes de futebol hha, pelo menos, dois anos treinavam no minimo 8 hhowus por semana, ‘ade (ans) ‘massa corporal statu ‘cronotéggea cesquelétion ke) 13,4 0,3 129 +15 aaa +74 329-13, 85-148 208642 ime i fom (kefom) 1611 = 9,3 18,347 120,4~ 175.8 15,7 -24,8 Apés esclarecimento e consentimento dos respon siveis legais, foram realizadas medidas untropométricas as avaliagdes das maturagOes sexual © dssea Figura | - Maturacao sexual segundo caracteres setuais secundarios (Tannaer, 1962). GENITALPELOS PUBICOS. Cr 71 wm 7 a 3 As medidas antropométricas foram realizadas por antropometrista experiente (ISAK nivel 3) conforme deserito por Norton e Olds [28] A avaliaglo da maruracio sexual foi realizada segundo 0s eritérios definidos por Tanner [29], 0 quais basciam-se no desenvolvimentos das caracteristicas sexunis secundasss (Figuta 1), Desta forma, a classificagio dos estigios puber- tisios foi ccalizado a partis da auto-observagio do gran de desenvolvimento do érgio genital ¢ dos pélos pubianos dos meninos, tendo sido estes esclarecidos das caractetisticas de cada estigio, como desecito a seguie Desenvolvimento genital: Estigio I -Pré-adolescente. Testiclos, escaoto e penis «stlo do mesmo tamanho em relacio a fase infantil Esstigio TI - Aumento dos testiculos ¢ do esexDto. A pele do escroto aveemelha-se ¢ much em sua testuta (© aumento do pinis neste estigio € pequeno ou renlum, Estdgio III - Aumento do pénis, 0 que ocoste a principio principalmente em comprimeato, A seguit erescem os resticulos € 0 eserato, Estigio IV - Aumento do tamanho do pénis com ceescimenco na lagu e desenvolvimento da ghande. A seguir © aumento dos tesiculos e do esezoro; ‘escurecimento da pele do esesota Estdgio V - O genital chega ao tamanho ¢ forma de auto, Nio hi aumento depois que o estigio V foi aleangado; isto é, a0 conteiio o tamanho do penis diminui levemente 310 Desenvolvimento dos pélos pubianos: Estigio I - Pré-adolescente, Os pélos sobre 0 pubis no estio tio desenvolvidos quanto os pélos sobre a parede abdominal Estigio I - Crescimento esparso de pélos longos & lecernente pigmentadas, lisos ou Tevemente encara~ colados, aparccem principalmente na base do penis. Estigio HII - Considetavelmente mais escuros, mais, rossos € mais encaeicolados. Os pélos espalham-se sobte ajungio do pais. F neste estigio que 08 pélos ppubianos sio vistos iniialmente em forognatias do corpo inteiz» em preto € branea, Arninjos especiis Sip necessisios para se fotografia o estgio Tl de pélos Estigio FV - Os pélos agora assemelham-se aos do tipo adulto, masa rea coberta é ainda consideravel- mente menor que no adulto, Nao se estende para a parte medial da coxa. -Estigio V - Adulto eo: quantidade¢ tipo, exende-se pana superficie medial da coxa, mas niio acim da ina alba ara avaliagio da maruragio esquelética, A mio ‘€0 punho esquerdos foram posicionados em pronacio sobre o filme, atentando-se para que 0 cotovelo esteja apoiado no mesmo nivel da mio, Tanner ef a. [30] n08 alerta para a importincia do posicionamento da mio ‘uma vez que isso podeei impliear num ingulo de observacio inadequado, 0 qual poder gerar distorcdes na observasio dos 03305. O elxo do dedo médio deve coincidir com 0 exo do antebrago na horizontal. Os dedos devem estar suficientemente afistados apenas para nfo se tocarem. A palma da mio deveri sex levemente pressionada sobre 0 filme. © tubo do naios-X devert estar centrado sobee a cabega do terceiso metacaspo, com uma distincia entee tubo eo filme de 76cm, Foram utlizadas peliculas do tipo uniemulsionadas, fabricadas pela Kodak™. ‘Apés a revelacio das chapas, relizou-se a leiuea ‘da quantidade de centros de ossificacio presentes, do nivel de ossificagio apresentado pelos ossos e do niimero de fuses epifisicias ocorsidas [30]. Os oss0s observados foram: ridio, ulna, metscarpos (I, IIL e V), falanges prosimais (I IT e V), falanges médias (IIe V), flange distal (—, TI ¢ V), (0ss0 grande, unciforme, pisiforme, semilunar, escafdide, trapézio e trapezdide (CARPAL). Na anilise das sadiognafias foi observada otien- tagio de que o filme é a representacfo bidimensional ‘de uma estrutuea tridimensional. Fste fato produz, pela sobreposicio de duas superfcies penetradas pelos taios um maior grau de branqueamento que o observado, pela penetracio de wma iinica superficie. Foi utiizada, ainda como recomendacio de Tannes eral (3, uma ua e/ou um paguimerto para fazer a comparagio dos diimetzos ésseos, nas ocasides em que 0 cxtésio gto & movimento - noversbrafdszembra 2005;2(6) determina que um osso deve ter a metade ou mais do tamanho de um outro. A dlassificagio foi eealizada pela comparagio do ‘sso em questio com a descricio e diagramas expecificos [0}. Se nenhuma caracteristca estivesse presente no oso, deveria sez assumida a classificagio A. As classificagées vasiam de A aT para a maioria dos ossos, com excesiio da ulna que possui seu estigio mais adiantado com a classificacio H. Na aviliagéo da pilosidade asilar sto clasificados Sanives. A tegido axilar foi observada live de vestimentas, com o braco clevado e atentando-se para a adequada lumingsidade do ambiente. A avaliacio dos pélos ailares foi de acordo com Marsudo [31], como a seguir: + Nivel 1 “Auséacia”, quando 0s pélos asilares no ‘stavam presentes em nenhuma forma; + Nivel IT - “Presenga parcial”, quando os pélos asilares se camactetizavam por ser: a) em pequeno ‘timero,b) mais isos, -) opacos, d) finos,¢¢) clazos; + Nive IT “Presenga ta”, quando os pélos axases se ‘amncterizasam por see) em grande nimero, b) mais encaracolados, ¢ bailhantes, d) espessos, ¢¢) eScuros Resultados e discussdes |A Tabela TT aptesenta os dados de idade crono- gia, idle biolbgien e de maturacio sexual dos meninos observados. TTabela II - Kdades cronol6giea @ bioiéyica # estégios de rmaturacao sexual do jovers praticantes de futebol, do sexo masculino (n =45). IDADE MATURAGAO SEXUAL cronolégica esquelética genital pelos pos -_pubianos aullares 134 358 2 a a Be peran m2 3 1 35 uat 4 4 2 Re ag9 3. 3 4 13.5 12,28 0 3 3 2 Be 43a. 2 2 a 337 ja2r 4 4 3 138 az0 4 4 2 43,1 133404 a 2 13.2 wba 4 4 2 434 wes 4 4 2 437 wazo 3 4 1 135 44358 4 2 233 143808 3 2 237 aro 5 5 2 Podemos observar na Tabela TI a diferenga de dispersio entre as idades. A idade biologica apresenta ‘uma vatiacio de 0,8 anos, enquanto a idade esquelética tem vatiagio de 6,2 anos. Esta informacio nos fiz arentar para a heterogencidade num grupo conside- ‘2¢80 & movimento - novembro/dezembro 2005:2(6) ravelmente reduzido de meninos atletas, portanto, submetidos 4 treinamento, © quc, de acordo com 0 ptincipio da individualidade biolégica, deve respeitar as caracterstcas de cada indlvidvo. A vafabilidade maturacional do grupo também se manifesta, embora de forma menos evidente, nas demas lassifcagdes Tanto no desenvolvimento dos pélos pubsanos quanto no desenvolvimento do dryio genital masclino encontramos meninos nos estigo 1, Il, IV e Vy enquanto que no desenvolvimento dos pelos asilares encontramos rmeninos nas ts classifcagdes possves Label HD. Estes dados tomam mais esclarecedores quando ‘observamos a Figura Ile constatamos que a maiosia dos individuos (13 — 87%) possui suas classificagses ‘mais adiantadas entre 0s estigios II ¢ IV, portanto jndicando encontrarem-se na puberdade Tabela Ill - Freqdéncia de individuos por estdglo de maturagdo sexual (n =15). Estésio Maturagao sexual Genta’ Palos pubianos* Palos axlares 1 0 0 6 3 2 8 4 5 1 6 7 2 1 Tanner, 1962 Apenas dois individuos encontram-se no estigio V, equivalente a fase pés-pahere. Quando 0 foco de observacio recai sobre a avaliagio ateavés da pilosidade azila, observamos individuos em todos os tes estigios possiveis, que neste caso abrange da puberdade até 2 pés-puberdade, jé que a pilosidade axilaré um fenémeno tardio na seqincia de eventos maturacionais. Figura Il- Maturacao sexual, considerando-se 0 estégo mais adiantado de cada indivduo. 13% Esta limitagio da avaliacfo através da pilosidade asilar a coloca numa situacio de eestricio quanto a sua utilizagio,jé que seu poder de discriminacio, jf limitado fs fases, atinge apenas duas das teés fuses. Os individuos pré-piiberes poderio estar sendo agrupados com individuos ji na fase inicial da puberdade. Em eezmos de estudos buscando uma descticio inicial de grandes _gupos, esta restricio pode ter um efeito menor na selegio dos individuos, entretanto na descricio de [grupos menores, principalmente para a orientacio de treinamento, entendemos que esta avaliacio no deva set usilizada, Concludes Frente 20s dados apresentados neste estudo, conchuimos pela total relevincia de se avaiar 0 estiigo de ‘maturagio biogica de jovens do sexo museuino, na faa etisia dos 12,9 20s 13,7 anos. Segundo os dados da literatuea, esta faixa ctivia devena abranger apenas indivicuos peé-piberes.O fato de encontearmosindviduos classficados por diferentes metodologias de avaliacio na rmaturapio, nas duns outeasfases subsequentes demonstra, saheterogeneidade a que esti sjeta tal grupo, reforgando a necessidade da utiizacio da avaliagi. (Os métodos utilizados foram suficientemente discsiminat6sios para fundamentarem a conclusio deste estudo, entretanto podemos observar que a idade esque lética, 20 utilizar uma vasivel continua para descrever © fendmeno, apresenta-nos um maior poder de ‘dscriminacio dos individuos, pesando contra ela apenas a necessidade da inchusio de um profissional médieo paca requisicio da radiografia ea propria tealizacio da radiografia. Estas duas dificuldades deverio ser analisadas com teangilidade, considerando-se a selacio custo/beneficio. Pore tratar de um estudo pilloto e com niimero reduzido de individuos, sugerimos que estes dados sejam utilzados com cautela, até que novas investigncées, cenvolvendo uma amostragem maior sejam desen- volvidas Referéncias 1. FRAGOSO, I; VIEIRA, F Moybligis ¢ rscinoto. Couz (Quebad: Faculdade de Mote Hamana, 00,277 p. 2. MALINA,R.AL Growth and maturation: basc panciples and effects of tesning, In: SILVA, M,C MALINA, R. (M(B). Clin and youth in onic spi, Coir Coir Univesity Press, 2004, p. 137-161. 3. PELAES,C.S, VALLE, G.S.et al Maturscio biolgice: aplicagio de conceitos ao treinsmenta de voleibol Seminino. Fi Ballin, x 75, p. 20, 2005, Especial 4. TOURINHO FILHO, 11; TOURINHO, 1 Criangas, BR wdolescentes © atividede fisics: aspectos maturacionsis e ancionais Re pal eu: fy, 12,1. 1, p 71-84, 1998 312 10. 11 43, 18, ARAUJO, C prendicagem moore. (Exercicio © Saide ~ Ensino i istics) Basia: Ministésio da Edueagio/SEED, 1986, MALINA, R. Ms BOUCHARD, C. Groath matertion and plc aciviy, Charnpaign llinois: Human Kinetics, 1991. 501 p BORER, K.T. Theeffects of exescse on growth. Review article. Sports med, v.20, n. 6p. 375-97, 1995. VANDER, A.J; SHERMAN, J. et al. Homan pysobgs the mechanisms of body faction, Bostou: WCB MeGeave- Ha, 1998, MALIN, R. My EISENMANN, J.C. et al Matuity- associated variation in the growth and functional capacities of youth football (socces) players 13-15 years Ean J. Appl Physi Osyp. Pol, 91, n. 56, p. 555- 62, 2004, ZEMIEL, B. Body composition during growth and development. In: Cameron, N. (EA). Homan growth and dclapent. San. Diegor Academic Press, 202. p. 271 204, GUEDES, D. 2; GUEDES, J. E. R. P. Cressimenl composi corporal armor lr de aan adolsones io Paulo: CLR Baliciro, 1997, BEUNEN, Gs BORMS, |, Ginesntsopometsin: tives, desenvolvimento e farur. Rex fas de mos, 4,2. 3, p. 7697, 1990. DEMIRJIAN, A GOLDSTEIN, H.et al Anew system. tof dental age assessment: Hom fi, 45, 0.2, p, 2LL- 27,1973, FRAGOSO, 1; VIEIRA, F Antopometsin Aplicada - Actas do 1° Cio de Conferénia, Cova. Quebrada: FEL, 1999. 105. NUSSEN, PH; CONGER, } J, et al Deemolhinento ¢ _peronatedate da eiansa, Sto Paulo: Habe, 1995. ‘TANNER, | M. Growth af advises. Oxford: Blackwell iemtifie Publications, 1962b. 326 p COLLL, A. S, Intertelagdes entre caracteristicas de -manuragio sexual em adolescentes brasileims I. Sexo feminiso / Intezrelationships between sexwal matscation characteristics in Bevan adolescents IT. Fee, Praia (ie Pans), 6, 2. 2, p. 63-68, 1984 OLIVEIRA JUNIOR, A. V. Estado do omportaments dy rusimente« da maturato seseral em suat relies com a stratfs0 scol en inioesdo Colo Pedr TT na Cid ‘io Rio de Jono. Rio de Juneeo, 1996. 190 p.(Dissertagio de Mestrado). Centco de Educagio © Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janina, GS. Crescimento, desenvolvimento & 15, 2. 21. a 30. 31 ‘acho & movimento - neverbraldezerroro 2008;2(6) ‘TANNER, J-M. Developmental age and the concept of physiological maturity In "TANNER, J N. (2d). Gra 1 aelsene, Oxford: Blackwell Siutic Pubiations, 19626, p. 5393 FRAGOSO, [5 FORTES, M. et al: Adolescence, smoxpholgiealvaabilty and physical activity evaluation Jae VIEIRA, F (Ed). Absteacts of the SIV Wood Conference of the International Accaiaton for the Childs Right Pay Tox Community of pi Lisbon: Facts of Human Kinetics, 1999. p107-8 BAXTERJONES, A, D. G3 HELMS, P J Efleets of tusining at young age: A review of the tsining of young athletes (TOYA) study. Pedic Brie Sine, ¥ 8p. 310-327, 1996. KRUEGER-PRANKE, M; SIEBERT, C. HL et al Sporte-lated epiphysedl injuries of the lower extent An epideriologie study J Sportt Med Pipe Fe, «32, -1yp. 10611, 1992 MICHELI, L J; FEHLANDT JUNIOR, AF Overue injusies 1o tendons and apophyses in childeen and adolescents Ch Spots Med, x. U1, 4, p. 71326. 1992 MAZUR, L. jy YETMAN, R.J- et al Woight-teining injures. Common injures and preventative methods Sports Mose, 16, n. 1, p. 57-63. 1993, SWARD, 1. The thoracolumbae spine in young elite athletes. Curent concepts on the effects of physic] tevining Sports Modiin, x. 13, n. 5, p 357-364, 1992. ROWLAND, A.V; Eston, R. Compaion of sem-to- leg and leg-to-eg (standing) bioelectrical impedance analysis for the estimation of body composition ia 8 to 10- yeatold chldeen. In: HILLS, A. B (Ed). Bags Lomposion aasntent in oildon and adleont, Base Karges, 20, p H-24 MALINA, Ro M. Growth and maturation: normal ‘asiation a effect texining In: GISOLE, C. Vs 1AMB, DLR (EA). Papas esr win ond ports maine Indianapolis Benchmack Press 2 198. p. 223-265. NORTON, Ky OLDS, E. T. (Ede). Anthpomericn. Sydacys University of South Wales Press p. 411, 1996, "TANNER, MC. Physiological changes at adolescence Ins TANNER, JM. (Ed). Growth a adbosens, Oxfont Blackwell Scientific Publications, 1962e:p 156175, TANNER, | M, HEALY, M. Re al Aun of Stall mati and peison of alt ight (TW3 Mato, London: We B. Saunders, 2001, 110 p. MATSUDO, V. K. R. Tess em cidiar do pore. Sto aslo: CELAFISCS, 1987

Você também pode gostar