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CRESCIMENTO

Adolescência
Segundo Marshall e Tanner (1974), este período (adolescência) pode ser caracterizado
pelos seguintes acontecimentos: 1) aceleração intensa e desaceleração do crescimento
esquelético; 2) alteração na composição corporal em virtude do crescimento muscular e
esquelético, e das variações na quantidade e distribuição do tecido adiposo; 3)
desenvolvimento dos sistemas circulatório e respiratório; 4) acréscimo de força e resistência,
mais acentuado nos rapazes; 5) desenvolvimento das gónadas, dos órgãos reprodutores e dos
caracteres sexuais secundários; 6) combinação, ainda não totalmente esclarecida, de alguns
factores que regulam a actividade do sistema nervoso e hormonal que desencadeiam e
coordenam, no seu conjunto, as transformações pubertárias; 7) definição do tipo morfológico
final.
Na adolescência podem distinguir-se duas fases de crescimento distintas: a 1ª fase que
vai desde o fim da 2ª infância até se atingir a velocidade máxima de crescimento em altura
(PVA), a que vamos chamar fase de aceleração da adolescência, ou primeira fase da
adolescência, e a 2ª fase da adolescência, ou fase de desaceleração da adolescência, que vai
desde o PVA até ao terminus da adolescência ou até que se atinja uma velocidade de
crescimento igual ou menor a 0.5 cm por ano.
O aumento brusco da estatura deve-se, fundamentalmente, ao aumento dos membros
inferiores e denomina-se salto pubertário ou da adolescência. Embora este fenómeno seja
constante em todas as crianças, a sua intensidade, duração e idade de ocorrência são muito
variáveis, iniciando-se em média entre os 0 e os 13 anos. A fase de Adolescência começa
geralmente mais cedo nas raparigas (8-19 anos) do que nos rapazes (10-22 anos)

Tronco e músculo cardíaco


Durante a aceleração de crescimento da adolescência dá-se o aumento do diâmetro
transverso do coração, com igual magnitude em rapazes e raparigas. As dimensões do tronco
não acompanham o desenvolvimento cardíaco, do mesmo modo que a região torácica não
acompanha o crescimento dos membros superiores. Em resultado, o aumento das dimensões
cardíacas não significa melhoria da eficiência motora.

Funcionalidade Respiratória
O crescimento em comprimento dos pulmões acontece mais tarde do cardíaco com
magnitude de aceleração semelhante em ambos os géneros. Os membros superiores crescem
proporcionalmente mais que as dimensões torácicas. O peso crescente dos membros
superiores e a enorme fragilidade torácica já descrita, faz com que a criança apresente um
abaixamento permanente dos ombros, diminua a sua amplitude respiratória e se canse com
muita facilidade.

Massa Corporal
Durante o salto pubertário verifica-se uma diminuição relativa da massa corporal, que
depende em grande parte da estatura. A variabilidade da massa corporal total está relacionada
com a variabilidade da composição corporal: massa óssea, muscular, adiposa e residual. Na 1ª
fase da adolescência verifica-se um ligeiro aumento muscular e um aumento esquelético
significativo em ambos os géneros. Em relação ao tecido muscular, o aumento do número de
células é maior nos rapazes do que nas raparigas. Nesta fase parece existir um aumento
proporcionalmente maior do tecido adiposo do tronco em relação ao dos membros.

Adolescência e Atividade Física


Durante a adolescência, a relação entre a massa corporal, estatura, medidas
antropométricas e desempenho motor dependem do tipo de tarefas. Indivíduos com mais
massa corporal apresentam vantagens em tarefas que implicam manipulação de objetos,
enquanto os indivíduos mais leves em tarefas que implicam o transporte do próprio corpo. A
proporcionalidade também vai influenciar o desempenho nas atividades, como a relação entre
o comprimento dos membros inferiores e a estatura, com consequências nas tarefas de
equilíbrio e força. É comum existir um período de grande descoordenação motora, devido ao
crescimento desencontrado nas diferentes estruturas, obrigando o indivíduo a grandes
modificações do esquema corporal num curto espaço de tempo.
Como resultado das alterações cardiorrespiratórias o indivíduo, para além de ficar mais forte,
torna-se mais capaz de suportar cargas físicas elevadas durante períodos mais longos. Ao
longo do crescimento, os rapazes tornam-se progressivamente mais fortes, apesar da força
máxima só ser alcançada quase no fim do crescimento estrutural. Os rapazes que têm a
aceleração de crescimento mais cedo apresentam vantagens, não só em relação às suas
dimensões corporais, mas também na força e na resistência. Alguns rapazes apresentam uma
diminuição da performance durante a adolescência, mas não ocorre em todas as tarefas
motoras ao mesmo tempo. Nas raparigas, as alterações de performance durante o período
anterior e posterior à menarca são relativamente pequenas.

Maturação e Performance

A evidências científicas indicam que a infância é a mais propícia para a aprendizagem e


desenvolvimento de habilidades motoras, devido à rápida taxa de crescimento do cérebro e
sistema nervos central. É vital que neste período a criança seja exposta a um longo leque de
movimentos fundamentais e estímulos para que, esteja mais bem preparada para no futuro
desenvolver habilidades mais complexas.

Treino de força no jovem atleta


O treino de força pode provocar melhorias significativas na força e resistência
musculares, produção de energia, velocidade e agilidade, equilíbrio, estabilidade e
coordenação em jovens atletas, representando uma redução na incidência e gravidade de
lesões. Além disto, tem efeitos positivos na saúde, como a composição corporal, menor risco
de doença cardiovascular, fortalecimento e desenvolvimento ósseo ou desenvolvimento
neuromuscular.

Vantagens
Atuar ao nível das qualidades físicas, que podem estar diminuídas devido à
especialização desportiva e aumento da literacia motora. Aprendizagem de movimentos
complexos e suportar as cargas de treino e competição É importante que o desenvolvimento
da força se inicie em idades mais jovens, pois isso facilitará o desenvolvimento de novas
habilidades motoras, enquanto diminui o risco de lesão, pois o atleta desenvolve maior
controlo sobre o seu corpo.

Força <--> PVA


Pré PVA: Treino que exija maior ativação neural como pliometria e velocidade. A
prescrição de exercícios de força deverá ter como objetivos o ensino da técnica de
movimentos fundamentais com peso corporal, pois em pré adolescentes não se verifica
ganhos de hipertrofia e força.
PVA: Combinar treino neural e estrutural com introdução de treino hipertrófico nos
grandes grupos musculares. Sprints máximos de curtas distâncias (20-40 m).
Pós PVA: Introdução ao treino de força máxima/TPF. Sprints longos (reduzir tempo de
contacto no solo) e treino pliométrico complexo, aumentando a fase excêntrica e o CMAE

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