Importância das capacidades físicas para o movimento humano
Retratar o movimento humano como um objeto aplicado de estudo
à educação física reflete a um conjunto sistemático e articulado de conhecimento, seja “do” “pelo” e “sobre” o se movimentar. Em outras palavras, isso deve estimular as pessoas a fazerem uso de tais saberes em prol deles próprios a partir de uma relação prazerosa, ampla, durável e, ao mesmo tempo, respeitosa aos demais (SOUZA, 2021).
Com base nessa definição de movimento humano, devemos
destacar a importância das capacidades físicas para a vida diária dos sujeitos. Antes de tudo, quando falamos em capacidades físicas, estamos falando em competências condicionantes da vida humana, ou seja, são qualidades físicas que utilizamos diariamente para realizar os mais diversos movimentos: resistência, força, flexibilidade, agilidade e velocidade.
Saber a importância de cada uma delas, seja para a manutenção
corporal ou para uma melhora na qualidade de vida, principalmente em tempos pandêmicos, no qual espaços específicos para a prática de exercícios físicos estão limitados, se torna mais que significativo: é algo fundamental. De forma bem sintetizada, trazemos algumas definições:
• Velocidade: é a capacidade da realizar atividades em um
curto espaço de tempo;
• Resistência: é a capacidade de sustentar e manter o esforço
físico em um grande espaço de tempo;
• Força: é a capacidade de triunfar uma determinada
resistência por meio da ação muscular.
• Flexibilidade: é a habilidade de realizar movimentos na maior
amplitude possível;
• Agilidade: é a capacidade de mudar de direção rapidamente.
Os benefícios fisiológicos de exercícios físicos realizados de
forma regular e programada resultam em adaptações do organismo, de modo a trazer benefícios à saúde e, consequentemente, um aumento nos complementos das capacidades físicas. Importante destacar ainda, que o armazenamento fisiológico seja adaptado para que as pessoas possam realizar atividades do dia a dia sem o cansaço excessivo. Por fim, seja qual for sua atividade preferida, caminhar, correr, jogar bola, nadar, andar de bicicleta, patins, enfim... se movimente!
As capacidades físicas são qualidades próprias de cada indivíduo,
correspondente à parte física corporal do movimento. Estas capacidades podem ser aprimoradas com atividades físicas específicas e, juntamente com as habilidades motoras, integram o desenvolvimento motor.Capacidades físicas ou capacidades motoras podem ser compreendidas como componentes do rendimento físico, são elas que nós utilizamos para realizar os mais diversos movimentos durante a nossa vida. São em um total de cinco: Resistência, Força, Flexibilidade,Agilidade e Velocidade.
(MARQUES & OLIVEIRA, 2001).
A capacidade física ou motora, na perspectiva desse trabalho,
considera que o desenvolvimento das referidas capacidades está intrinsecamente relacionado ao processo de crescimento e desenvolvimento. Para alguns autores, estão relacionadas à fatores genéticos e seu desenvolvimento depende de estímulos (treinamento), e para cada capacidade, existem fases sensíveis para o seu desenvolvimento.
Velocidade:
É a capacidade de realizar as ações vigorosas em um curto
espaço de tempo. Essa capacidade só é utilizada, em geral, em atividades intervaladas, onde sempre há um intervalo entre cada ação. (DANTAS, 2003).
Resistência:
É a capacidade de suportar e recuperar-se da fadiga, ou seja, a
capacidade de manter o esforço físico em um maior espaço de tempo. (FERNANDES FILHO et. al., 2007; GALLAHUE & OZMON, 2005).
Força:
É a capacidade de vencer uma determinada resistência através de
uma contração muscular. Através dela é que conseguimos levantar, saltar, etc. (DANTAS, 2003; FERNANDES FILHO et. al., 2007; GALLAHUE & OZMON, 2005).
Flexibilidade:
É a capacidade de realizar os movimentos articulares na maior
amplitude possível sem que ocorram danos as articulações. Ela é específica para cada exercício, um exemplo são os movimentos das danças. DANTAS, 2003; FERNANDES FILHO et. al., 2007).
Agilidade:
É a capacidade de mudar de direção rapidamente. Ela é
dependente da velocidade e da força. É muito utilizada nos esportes coletivos e nas brincadeiras de “pira” onde as crianças têm de fugir do pegador (DANTAS, 2003; FERNANDES FILHO et. al., 2007; GALLAHUE & OZMON, 2005).
Educação Física escolar, principalmente na educação infantil,
está mais relacionada com as habilidades motoras ou capacidades coordenativas, como: orientação espaço/temporal, equilíbrio, ritmo e outros, embora, as capacidades físicas também estejam envolvidas. Em outras atividades como brincadeiras, jogos, esportes, lutas e danças, quase sempre proposta aos alunos com maior idade, vão recrutar e desenvolver uma ou outra capacidade física ou capacidades condicionais, mas não significa que as habilidades motoras não estejam presentes.
Precisa ser considerado que numa mesma atividade, pode estar
envolvidas várias habilidades motoras e capacidades físicas. Antes de propor um pega-pega, por exemplo, o professor precisa definir o que ele quer com isso. Uma boa estratégia é propor variações, adaptações na mesma atividade, as mudanças podem se constituir num importante recurso metodológico, para isso, o professor precisa assumir essa postura pedagógica, não apenas acreditar que aquela atividade, por si só, vai dar conta de tudo.
Para (THOMPSON, 2005; DARTAGNAN, 2007), citado por Rodolfo
de Azevedo Raiol, Paloma Aguiar Ferreira da Silva Raiol, Maikon Alexandre Tavares Araújo (2010). Considera a importância de propiciar às crianças, as mais diversas experiências motoras, essas experiências serão utilizadas em atividades mais complexas posteriormente, isso significa que as aulas de Educação Física devem conter exercícios, na verdade, brincadeiras ou jogos por conta da ludicidade, que contemplem as mais diversas capacidades motoras como força, flexibilidade, agilidade, resistência e velocidade.
Por mais simplista que sejam os exemplos acima, eles mostram o
quanto tudo está interligado, em sintonia e em interdependência. Precisamos compreender a complexidade envolvida no processo, por mais simples que seja uma corrida, existe tantas outras variáveis envolvidas.
Nos esportes, essas capacidades, estão na maioria das vezes
diluídas nas atividades desenvolvidas, onde há predomínio de uma capacidade sobre outra, é difícil afirmar que numa aula foi trabalhada determinada capacidade física de forma isolada.
As capacidades físicas são interdependentes, a força, por
exemplo, não está apenas no levantamento de peso ou cabo de guerra, mas também na velocidade, no equilíbrio, e outras.
Numa aula de educação Física, precisa ser considerado que todas
essas capacidades e habilidades motoras são inerentes às condições físicas, biológicas dos alunos e que estas, estão sujeitas à intencionalidade ou não do professor. O professor não deve se preocupar em desenvolver as capacidades ou habilidades motoras dos alunos, nem as capacidades e habilidades cognitivas e socioculturais, mas deve mobilizar os alunos agirem intencionalmente, e oferecer todas as condições necessárias para que os educandos usufruam do trabalho corporal de forma a compreenderem melhor o seu corpo e que seja capaz de sentir e compreender todas as capacidades e habilidades motoras como um processo intrínseco, inerente à sua condição de quem corre, brinca, joga, sobre, desce, enfim, de quem aprende o que acontece consigo mesmo, dentro de seu corpo e se diverte, na construção de um conhecimento orgânico e recursivo.
As capacidades coordenativas como uma classe das capacidades
motoras que em conjunto com as capacidades condicionais e as habilidades motoras, permitem retirar rendimento do corpo, e que são determinadas na sua essência através de processos de condução nervosa.
As capacidades motoras são um dos pressupostos necessários
para a aprendizagem e realização de ações motoras desportivas, das mais simples às mais complexas.
Constituem-se como o somatório das possibilidades de expressão
motora de um indivíduo.
Baseiam-se em predisposições genéticas e desenvolvem-se
através do treino/prática desportiva.
Bibliografia:
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Shape, 2003.
FERNANDES FILHO, J. et. al. Perfil Somatotípico e Composição
Corporal de Atletas de Judô Brasileiros Masculinos Cegos e Deficientes Visuais. Lecturas: Educación Física y Deportes. Buenos Aires, v. 11, n. 106, 2007.http://www.efdeportes.com/efd106/atletas-de-judo-brasileiros- masculinos-cegos-e-deficientes-visuais.htm
GUEDES, D. P. Implicações Associadas ao Acompanhamento do
Desempenho Motor de Crianças e Adolescentes. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v. 21, n. esp., p. 37-60, 2007.
MARQUES, A. T.; OLIVEIRA, J. M. O Treino dos Jovens
Desportistas: Atualização de Alguns Temas que Fazem a Agenda do Debate Sobre a Preparação dos Mais Jovens. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v. 1, n. 1, 2001.