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PRÁTICAS DE ATIVIDADES

FÍSICAS E DESPORTIVAS
MÓDULO 2 – METODOLOGIA DO TREINO
METODOLOGIA DO TREINO

 1 – ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO


 2 – PRINCÍPIOS DO TREINO
 3 – FATORES DO TREINO
 4 – ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO
 5 – A FORMA DESPORTIVA E A ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 METODOLOGIA

 A metodologia é o estudo dos métodos. Isto é, o estudo dos caminhos para se


chegar a um determinado fim.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 TREINO

 Preparação regular para a prática de uma determinada atividade;


 Processo que consubstancia a utilização de exercícios com objetivo de desenvolver
um nível mais elevado de uma ou das várias qualidades intelectuais ou motoras.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO


ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO


ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 Os gregos foram os primeiros a pensar na estrutura do treinamento desportivo, tendo em vista os


jogos olímpicos da antiguidade (776 a.C a 393 d.C);
 De acordo com a mitologia grega, Milo de Cróton, foi o primeiro atleta a aplicar a progressão
do treino, já que para treinar força ele erguia e carregava um bezerro todos os dias. Conforme o
bezerro crescia, sua força aumentava e, na época quando o bovino se tornou um touro, Milo de
Cróton já havia se sagrado campeão de luta em várias Olimpíadas, sendo considerado o
homem mais forte do mundo grego
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 A evolução do processo de treino divide-se em sete períodos ao longo da história:


 1º - Período do Empirismo;
 2º - Período da Improvisação;
 3º - Período da Sistematização;
 4º - Período Pré-científico;
 5º - Período Científico;
 6º - Período Tecnológico;
 7º - Período do Mercantilismo Desportivo.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 1º - Período do Empirismo

 Teve inicio nos métodos arcaicos de preparação física das antigas civilizações até o surgimento do
Renascimento (século XV);
 Distinguiam preparação geral da específica, tinham noção da fase do aquecimento, da parte principal do
treino e do retorno à calma, incluindo o banho e a massagem;
 Davam grande importância ao repouso e à alimentação;
 A preparação psicológica era sustentada com sofrimento. Tentavam habituar os atletas à fadiga, induzindo os
atletas ao máximo esforço.
 Percebiam a necessidade de adaptação às condições climatéricas específicas dos locais das competições;
 Davam grande ênfase à hereditariedade;
 Utilizavam já um ciclo de treino, chamado “tetras”, que se aplicava em períodos de quatro dias;
 Para melhoria do rendimento físico, utilizavam diferentes cargas (peso do companheiro, halteres e bolas
pesadas).
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 2º - Período da Improvisação

 Iniciou-se com o renascimento e findou-se com os primeiros jogos olímpicos da era


moderna (1896);
 Principal característica foi a falta de qualidade dos treinos, justificada pelos parcos
conhecimentos acerca da biologia.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 3º - Período da Sistematização

 Teve início nas I Olimpíadas da Era Moderna (1896 - Atenas) e prolongou-se até às XI
Olimpíadas (1936 - Berlim);
 Neste período, evidencia-se a necessidade de planear previamente o ordenamento
e controle as cargas de trabalho a serem ministradas durante o treino,
estabelecendo-se pontos básicos e caminhos a seguir em direção a uma meta
previamente estabelecida;
 Muitos dos métodos de treino surgem nesse período.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 4º - Período Pré-científico

 Iniciou-se nas XI Olimpíadas (1936 - Berlim) e terminou nas XIV Olimpíadas (1948 -
Londres);
 Surgimento das primeiras tentativas de experiências científicas relacionadas com a
preparação física, tendo como fundamentação, as observações empíricas vigentes
até então.
 Prejudicado pela escassez de recursos financeiros motivada pela II Guerra Mundial
(1939-1945)
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 5º - Período Científico

 Teve início nas XIV Olimpíadas (1948 - Londres) e prolongou-se até as XXI Olimpíadas
(1972 - Munique);
 Período marcado pelas evoluções e descobertas das ciências biomédicas;
 Cresce a importância de áreas como a biologia, medicina, fisiologia, a bioquímica, a
farmacologia, etc.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 6º - Período Tecnológico

 Inicia-se nas XX Olimpíadas (1972 - Munique) e vai até as XXV Olimpíadas (1992 -
Barcelona);
 Marcado pelas evoluções na disponibilidade de informações e de conhecimentos.
 Resultados agregados à utilização de melhores equipamentos e instalações
desportivas.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 7º - Período do Mercantilismo Desportivo

 A partir das XXV Olimpíadas (1992 - Barcelona);


 Marcado pelo grande número de competições em todas as modalidades;
 Crescente número de empresas, marcas e valores agregados à prática desportiva.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 FACTORES DETERMINANTES DA MELHORIA DOS RESULTADOS DESPORTIVOS EM


FUNÇÃO DA EVOLUÇÃO DA METODOLOGIA DO TREINO

1. Aumento do volume de treino;


2. Adequação do treino aos objetivos ( Maior Especialização);
3. Desenvolvimento de novos meios de treino e competição;
4. Aperfeiçoamento da organização do treino (Desenvolvimento Científico).
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE TREINO

 CAUSAS DETERMINANTES DA EVOLUÇÃO DA METODOLOGIA DO TREINO

 FATORES DE NATUREZA SÓCIO-CULTURAL E POLÍTICA


 Individuais:
 Atletas;
 Treinadores.
 Coletivos:
 Países;
 Sociedades;
 Federações;
 Clubes.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO
OBJETIVOS DO TREINO E A DEFINIÇÃO DE ALTO RENDIMENTO
OBJETIVOS DO TREINO E A DEFINIÇÃO DE
ALTO RENDIMENTO

 TREINO DESPORTIVO

 Processo pedagógico de natureza complexa que visa desenvolver a aptidão do atleta ou da


equipa para o desempenho desportivo (no quadro específico das situações competitivas)
através da prática sistemática e planeada do exercício, orientada por princípios e regras
cientificamente fundamentadas.
OBJETIVOS DO TREINO E A DEFINIÇÃO DE
ALTO RENDIMENTO

 OBJETIVOS DO TREINO DESPORTIVO

 1. Desenvolvimento específico das aptidões e capacidades;


 2. Desenvolvimento físico multilateral;
 3. Desenvolvimento psicológico;
 4. Assegurar uma preparação ótima da equipa;
 5. Manutenção do estado de saúde do atleta;
 6. Prevenção de lesões;
 7. Aumentar o conhecimento teórico do atleta.
OBJETIVOS DO TREINO E A DEFINIÇÃO DE
ALTO RENDIMENTO

 RENDIMENTO DESPORTIVO

 Resultado, obtido em competição, que expressa as possibilidades máximas individuais


numa determinada disciplina desportiva, num determinado momento de
desenvolvimento do atleta e da época de preparação.
OBJETIVOS DO TREINO E A DEFINIÇÃO DE
ALTO RENDIMENTO

 ALTO RENDIMENTO

 O desporto de alto rendimento é hoje reconhecido como importante fator de


desenvolvimento desportivo. Para além de gozar de um invulgar impacto no plano social,
gera um interesse e entusiasmo pelo desporto que acaba por contribuir para a
generalização da prática desportiva.
 O conceito de desporto de alto rendimento está relacionado com um elevado cariz de
seleção, rigor e exigência e por isso apenas alguns dos melhores praticantes portugueses
se encontram abrangidos por este nível de prática desportiva.
 Efetivamente a lei define alto rendimento como “a prática desportiva em que os
praticantes obtêm classificações e resultados desportivos de elevado mérito, aferidos em
função dos padrões desportivos internacionais”.
ASPETOS
GENÉRICOS
DO TREINO
DESPORTIVO

FUNDAMENTAÇÃO
BIOLÓGICA DO TREINO
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 FUNDAMENTAÇÃO BIOLÓGICA DO TREINO

 A fundamentação biológica do treino assenta na capacidade de adaptação do


organismo, fundamentada pelo ciclo da autorrenovação da matéria viva.
 No treino desportivo, a capacidade de adaptação do organismo é estimulada no
sentido da reorganização estrutural e funcional dos sistemas do atleta, bem como da
elevação das capacidades do mesmo.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 FUNDAMENTAÇÃO BIOLÓGICA DO TREINO

 Todo o ser humano possui uma capacidade funcional bem definida, em função dos
fatores endógenos e fatores exógenos que permitem estabelecer e realçar diferenciações
inter-individuais.
 Fatores endógenos
 Elementos que uma estrutura viva possui no momento do seu nascimento e determinam o
limite superior de capacidades.
 Fatores exógenos
 Representam a influência do meio (alimentação, clima, envolvimento socioeconómico,
afetividade, estruturas desportivas de acolhimento, etc.)
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 FUNDAMENTAÇÃO BIOLÓGICA DO TREINO

 A capacidade funcional do homem é uma propriedade fundamental que se


exterioriza pela elevada capacidade de trabalho do organismo e pela faculdade
acrescida de mobilizar todas as suas capacidades de modo a satisfazer as tarefas da
vida diária, assim como as atividades desportivas.
 A capacidade funcional máxima (aptidões, potencialidades) é o conjunto da
capacidade funcional de reserva (aquilo que se poderá vir a realizar, se as condições
do meio o permitirem, ou pode ser mobilizada graças a importantes esforços de
vontade) mais a capacidade funcional real (aquela que pode ser mobilizada em
esforços normais).
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 FUNDAMENTAÇÃO BIOLÓGICA DO TREINO

 Cada atleta tem um limite individual de


adaptação a cada tipo de carga de
trabalho ou treino, que se vai alterando com
a idade, aumenta até o sujeito alcançar o
seu desenvolvimento máximo e diminui com
o envelhecimento.
 Qualquer pessoa possui, em cada momento,
uma capacidade diferente de adaptação
que corresponde às possibilidades de
resposta aos estímulos de treino – reserva
atual de adaptação.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO
NOÇÃO DE CARGA DE TREINO
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 CARGA DE TREINO

 Carga de treino corresponde ao conjunto dos estímulos a que os atletas se submetem


durante o processo de preparação desportiva.
 A carga de treino determina a grandeza e a intensidade dos processos de
recuperação. Quanto maior for, dentro dos limites fisiológicos, mais intensos são os
processos de recuperação e mais elevada a adaptação conseguida.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 CARGA DE TREINO

 As cargas de treino distinguem-se em dois


conceitos:
 Cargas Externas: trabalho mecânico que um
desportista, tem que realizar e lhe é imposto pelo
exterior.
 Cargas Internas: resposta do organismo ás exigências
exteriores, que lhe são impostas. É o reflexo da relação
entre a exigência imposta pela carga externa e a
capacidade individual do desportista.
CARGA DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINO

 As cargas de treino podem ser classificadas:


 Quanto à Natureza;
 De acordo com a Grandeza;
 Em função da Orientação.
CLASSIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINO

 Quanto à Natureza

 CARGA DE TREINO
 Conjunto de estímulos aplicados ao atleta durante os treinos.

 CARGA DE COMPETIÇÃO
 A participação em competições é um estímulo de treino importante que pode ser objetivado em relação ao seu
número e duração, bem como à tensão emotiva e psicológica de que se reveste. Este tipo de carga assume uma
importância quantitativa e qualitativamente diferenciada consoante a etapa considerada da vida desportiva do
atleta.

 CARGA ESPECÍFICA E GERAL


 A especificidade da carga é definida pela analogia entre os exercícios de treino e a competição, considerando
as caraterísticas espaciais, temporais, fisiológicas, psicológicas, etc., dos movimentos realizados.
CLASSIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINO

 De acordo com a Grandeza

 O grau de solicitação provocado no organismo do atleta


determina que as cargas se classifiquem em:
 Fracas ou de Recuperação: não provocam efeito de treino;
 Médias: mantêm capacidades;
 Fortes: desencadeiam adaptações de sentido positivo;
 Muito Fortes: causam perturbações / danos no atleta.
CLASSIFICAÇÃO DA CARGA DE TREINO

 Em função da Orientação

 Carga Seletiva
 Pretende-se mobilizar um determinado sistema energético, uma dada capacidade motora,
um sistema funcional.

 Carga Complexa
 Procura-se influenciar dois ou mais sistemas energéticos, sistemas funcionais, capacidades
motoras, simultaneamente.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO
COMPONENTES DA CARGA
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 COMPONENTES DA CARGA

 Volume
 Intensidade
 Duração
 Densidade
 Complexidade
 Frequência
COMPONENTES DA CARGA

 VOLUME

 Representa o aspeto quantitativo da carga de treino.


 É expresso pela distância a percorrer (Km), pelo peso total da sobrecarga externa (Kg), pelo
número de repetições dum exercício, pela duração da unidade de treino e respetivo número ao
longo da semana, mês, época, anos.
COMPONENTES DA CARGA

 INTENSIDADE

 Quantidade de trabalho realizado na unidade de tempo.


 Procura medir o esforço efetuado para responder a uma carga de treino.
 As suas unidades de medida são a velocidade em metros por segundo, quilómetros por minuto,
frequência cardíaca por minuto, milimoles de lactato por litro de sangue, watts, peso em Kg,
percentagem da carga máxima levantada, número máximo de repetições (RM).
COMPONENTES DA CARGA

 DURAÇÃO

 Tempo de aplicação do estímulo, sem repouso, nem interrupções, isto é, período de tempo em
que o estímulo atua diretamente sobre o organismo (horas, minutos ou segundos).
COMPONENTES DA CARGA

 DENSIDADE

 Relação entre duração dos períodos de trabalho e os intervalos de repouso. (repetição; série;
intervalo entre repetições e entre as séries).
 Repetição: execução completa de um elemento técnico (acíclicas) ou um percurso com uma
determinada distância.
 Série: conjunto de repetições com as mesmas características e intervalo de repouso.
 Intervalo entre Repetições: período de repouso entre duas repetições.
 Intervalo entre Séries: espeço de tempo entre duas séries.
COMPONENTES DA CARGA

 DENSIDADE

 Os intervalos entre séries e/ou entre repetições podem ser definidas como:

 Completas ou Incompletas (se existir ou não total recuperação do sistema funcional);


 Passiva; Ativas ou Mistas (se existir ou não trabalho de recuperação).
COMPONENTES DA CARGA

 COPLEXIDADE

 Grau de sofisticação de um exercício, isto é, exigências coordenativas, ou nível de dificuldade


de execução da tarefa motora.
COMPONENTES DA CARGA

 FREQUÊNCIA

 Número de repetições de um exercício na unidade de treino;


 Número de unidades de treino realizadas numa semana, numa semana (microciclo), num mês
(mesociclo) ou numa época desportiva (macrociclo).
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 O processo de treino pressupõe a utilização de estímulos distintos que provocam o rompimento


da homeostasia e que conduzam a um processo de adaptação progressiva a novas cargas e,
consequentemente, a novos patamares de rendimento.
 A utilização desses estímulos conduz inevitavelmente (e intencionalmente) a situações de fadiga
controlada, cujo nível está diretamente relacionado com o tipo de carga utilizada e a sua
magnitude.
 Uma gestão adequada da fadiga e da recuperação assegura a obtenção das adaptações
desejadas, específicas ao tipo de estímulo utilizado e que se deseja serem suficientemente
estáveis, de modo a garantirem prestações competitivas cada vez mais elevadas.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 A fadiga desportiva pode entender-se como a impossibilidade de gerar uma força requerida ou
esperada.
 É uma fase do processo de adaptação que vai impedir a produção de lesões irreversíveis.
 Entende-se como recuperação o processo que transcorre após a interrupção da atividade
responsável pelo surgimento de fadiga tendo como função restabelecer o estado de
homeostasia alterado, assim como a capacidade de trabalho físico do atleta.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 O tipo de carga utilizada como estímulo tem associado não só um tempo de estimulação mais
ou menos prolongado, como implicam processos de fadiga e recuperação distintos.
 Por exemplo, se pretendermos desenvolver a resistência aeróbia, necessitaremos de um período
relativamente longo de estimulação sistemática (20 a 40 dias) até obtermos alguns resultados.
Se, pelo contrário, o objetivo for o desenvolvimento da força rápida, os primeiros ganhos
começam a aparecer após um período mais curto.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 Sempre que a homeostasia é


quebrada, os diferentes sistemas
biológicos necessitam de períodos de
recuperação muito variáveis em
função da duração, intensidade e
características da carga.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 Podemos verificar o mesmo em


relação ao tempo de recuperação de
alguns processos metabólicos.
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO
DESPORTIVO

 A FADIGA E A RECUPERAÇÃO

 Em relação às capacidades motoras, o tempo de recuperação também difere entre elas.

CAPACIDADES TEMPO RECUPERAÇÃO


VELOCIDADE 24 HORAS
FORÇA EXPLOSIVA 24-48 HORAS
FORÇA 48 HORAS
VELOCIDADE-RESISTÊNCIA 48-72 HORAS
FORÇA RESISTENTE 48 HORAS
RESISTÊNCIA GERAL 48-72 HORAS
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 EXERCÍCIO DE TREINO

 “O exercício é a repetição sistemática de uma atividade


motora, estruturada e organizada em função de objetivos
precisos, constituindo-se como o principal meio de realização
das tarefas desportivas.” (Queiroz, 1986)
ASPETOS GENÉRICOS DO TREINO DESPORTIVO

 EXERCÍCIO DE TREINO

 O exercício assume-se como a “ferramenta” principal de que o treinador se serve na


preparação dos jogadores e das equipas.
 Em função dos objetivos pretendidos e do nível de aptidão dos atletas a quem se dirige, o
treinador deve realizar a seleção criteriosa dos exercícios, garantindo que sejam eficazes e
eficientes no desenvolvimento do rendimento.
 O processo metodológico do treino desportivo baseia-se então na repetição lógica, organizada
e sistemática de exercícios.
EXERCÍCIO DE TREINO

 ASPETOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO

 A conceção do exercício de treino envolve a resposta a quatro aspetos informacionais:

 Objetivo;
 Conteúdo;
 Nível de desempenho;
 Estrutura.
EXERCÍCIO DE TREINO

 ASPETOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO

 Objetivo

 Este fator depende do nível de desenvolvimento das capacidades do sujeito e do prognóstico da sua
evolução;
 Os objetivos podem ser seletivos (orientados para um aspeto restrito) ou complexos (orientados para
diferentes dimensões que afetam o rendimento).
EXERCÍCIO DE TREINO

 ASPETOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO

 Conteúdo

 Diz respeito à gama de elementos técnicos, táticos e físicos necessários para o cumprimento dos objetivos
enunciados.
EXERCÍCIO DE TREINO

 ASPETOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO

 Nível de desempenho

 Critério de êxito que permite a comparação entre o que se pretendia ver executado e o que realmente
se observa.
 Contribui para o controlo da eficácia do exercício de treino.
EXERCÍCIO DE TREINO

 ASPETOS BÁSICOS DO EXERCÍCIO

 Estrutura

 Reporta à organização que se estabelece a partir da organização dos elementos técnicos, táticos e
físicos definidos;
 Relação de semelhança que os exercícios apresentam em relação à atividade de competição.
EXERCÍCIO DE TREINO

 COMPONENTES ESTRUTURAIS DO EXERCÍCIO

 De acordo com Castelo (1996) as componentes estruturais do exercício devem ser consideradas
no plano fisiológico e no plano técnico - tático.

PLANO FISIOLÓGICO PLANO TÉCNICO-TÁTICO


DURAÇÃO ESPAÇO
VOLUME TEMPO
INTENSIDADE NÚMERO
DENSIDADE FORMA
FREQUÊNCIA
EXERCÍCIO DE TREINO

 COMPONENTES ESTRUTURAIS DO EXERCÍCIO (PLANO TÉCNICO-TÁCTICO)

 Espaço
 Local, dimensões, movimentações, disposição de materiais, distâncias.

 Tempo
 Duração, frequência, velocidade de execução ou deslocamento, duração de ações parciais.

 Número
 Quantidade de atletas implicados na realização ou apoio das tarefas.

 Forma
 Complexidade e intensidade com que são executados os exercícios.
EXERCÍCIO DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TREINO

 A classificação dos exercícios de treino faz-se de acordo com dois critérios fundamentais:

 O conteúdo de treino predominante;


 O grau de identidade do exercício com a realidade da competição
EXERCÍCIO DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TREINO

 Segundo o conteúdo de treino predominante


EXERCÍCIO DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TREINO

 Em função do grau de identidade do exercício com a realidade da competição


EXERCÍCIO DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TREINO

 Dentro do domínio específico do treino dos Jogos Desportivos Coletivos podemos considerar os
exercícios como sendo:
 Exercícios Fundamentais
 Exercícios Complementares
EXERCÍCIO DE
TREINO
 CLASSIFICAÇÃO DOS
EXERCÍCIOS DE TREINO

 Exercícios Fundamentais

 São todas as " formas de


jogo" que incluem a
finalização como estrutura
elementar fundamental. A
divisão destes exercícios
em três formas
fundamentais reflete e
retrata a simplificação da
estrutura complexa do
jogo sem desvirtuar a sua
natureza fundamental.
EXERCÍCIO DE TREINO

 CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TREINO

 Exercícios Complementares

 São todos aqueles que não incluem na sua estrutura fundamental a finalização. Estes podem ser
caracterizados pelas Formas Separadas que incluem um só fator de treino e fora das condições de jogo
ou pelas Formas Integradas que incluem dois ou mais fatores de treino.
 Os exercícios complementares são colocados no treino entre os exercícios fundamentais ou, como
desenvolvimento e aperfeiçoamento de certos fatores específicos (certos momentos da preparação).
 Os exercícios complementares podem ser integrados ou separados.
PRINCÍPIOS DO TREINO
PRINCÍPIOS DO TREINO

 O treino desportivo rege-se por um conjunto de princípios que têm como objetivo
fundamentar a sua execução, de modo a torna-lo mais eficaz.
 Os Princípios do treino são um conjunto de pressupostos, comprovados cientificamente,
em que se baseiam os meios e métodos de treino.
 Devem ter em conta três diretrizes fundamentais: Biológicos, Metodológicos e
Pedagógicos.
PRINCÍPIOS DO TREINO

Biológicos Metodológicos Pedagógicos


Princípio da Relação Ótima entre
Princípio da Sobrecarga Princípio da Atividade Consciente
Exercício e Repouso
Princípio da Especificidade Princípio da Continuidade Princípio da Atividade Sistemática

Princípio da Reversibilidade Princípio da Progressividade Princípio da Atividade Apreensível

Princípio da Heterocronia Princípio da Ciclicidade

Princípio da Individualidade

Princípio da Multilateralidade
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 Referem-se ao conjunto de princípios que têm implícita a adaptação do


organismo humano a esforços bem definidos.

 Princípio da Sobrecarga
 Princípio da Especificidade
 Princípio da Reversibilidade
 Princípio da Heterocronia
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA SOBRECARGA

 Para que se possa produzir uma reação de adaptação, ou seja, para que o treino
seja efetivo, o estímulo utilizado deve superar um determinado limiar de esforço
(Navarro, 2007).
 A base biológica deste princípio alicerça- -se na Lei de Roux Arndt-Schultz que nos diz
que, partindo do princípio de que cada atleta tem um determinado limiar de esforço
e um nível máximo de tolerância, a adaptação vai produzir-se em função do nível de
estímulo que se aplique ao organismo.
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA SOBRECARGA

 Como forma de assegurar o cumprimento deste princípio ao longo da carreira do


desportista, desde a iniciação até ao alto rendimento, o treinador deve:
 Numa primeira fase, promover um aumento do volume anual de trabalho, um aumento do
número de sessões por microciclo e um aumento do número de sessões diárias;
 Em fase mais avançada, deverá aumentar o número de sessões de orientação seletiva,
privilegiar o aumento da intensidade do treino e aumentar o volume de atividade
competitiva.
 Em resumo, numa primeira fase, a sobrecarga é conseguida principalmente pelo
aumento do volume de treino e numa segunda fase pelo crescimento da
intensidade.
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE

 Os efeitos do treino são específicos do tipo de estímulo que se utiliza nas tarefas, ou seja,
específicos do sistema de energia solicitado, do grupo muscular envolvido e do tipo de
movimento efetuado.
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE

 Requisitos para respeitar o princípio da especificidade no treino


PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

Os efeitos ou alterações induzidas no organismo pelo treino são reversíveis e a maior parte
pode perder-se quando o processo de treino é interrompido.
Ainda assim, existem alterações conseguidas através do treino que determinam um novo
patamar de adaptação, com perdas mais ou menos rápidas, em função daquilo que se
treinou.
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE

 Cargas de grande volume e pequena intensidade têm um efeito de treino mais prolongado;
 Cargas de grande intensidade e pequeno volume têm um efeito mais breve;
 As aquisições que levam mais tempo a serem obtidas mantêm-se durante mais tempo;
 O decréscimo dos efeitos de adaptação será tanto maior quanto mais recente e menos consolidados
forem os níveis de adaptação.
PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA HETEROCRONIA

 Existe um desfasamento temporal entre a aplicação da carga e o momento em que se


estabelece o correspondente processo de adaptação. Isto significa que o corpo não se
modifica estrutural e funcionalmente durante o treino.
 Devemos deixar que o corpo recupere e proceda às adaptações necessárias em resposta ao
estímulo imposto.
 Quanto maior for a intensidade de um determinado exercício, mais rapidamente o seu efeito se faz sentir,
mas também mais rapidamente surge a recuperação após a interrupção do esforço.
 Quanto menos intenso e prolongado for o exercício, mais tarde o seu efeito se fará sentir mais também
mais lento será o desaparecimento desse mesmo efeito.
PRINCÍPIOS DO TREINO

Biológicos Metodológicos Pedagógicos


Princípio da Relação Ótima entre
Princípio da Sobrecarga Princípio da Atividade Consciente
Exercício e Repouso
Princípio da Especificidade Princípio da Continuidade Princípio da Atividade Sistemática

Princípio da Reversibilidade Princípio da Progressividade Princípio da Atividade Apreensível

Princípio da Heterocronia Princípio da Ciclicidade

Princípio da Individualidade

Princípio da Multilateralidade
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 Têm como objetivo fundamental orientar e sistematizar a atividade do treinador


na criação de condições favoráveis à adaptação do desportista.

 Princípio da Relação Ótima entre Exercício e Repouso


 Princípio da Continuidade
 Princípio da Progressividade
 Princípio da Ciclicidade
 Princípio da Individualidade
 Princípio da Multilateralidade
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA RELAÇÃO ÓTIMA ENTRE EXERCÍCIO E REPOUSO

 Carga e recuperação estão intimamente ligadas no processo de treino, ou seja, é imprescindível


um determinado período de recuperação após a aplicação de uma carga eficaz (sessão de
treino), de modo a poder aplicar uma nova carga (na sessão seguinte), em condições
favoráveis (Navarro, 2006).
 Em função do modo como for gerida a relação exercício/repouso serão obtidos resultados
distintos. A utilização de uma nova carga antes, durante ou depois de ocorrer a
sobrecompensação, produzirá resultados distintos.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

 Para que ocorram adaptações, é necessário que as cargas de treino sejam aplicadas de forma
sistemática e num continuum ao longo do tempo.
 Os períodos de inatividade devem ser perfeitamente controlados e surgir como intervalos de
regeneração que assegurem as condições para aplicação de novas, e mais elevadas, cargas.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE

 Este princípio pode definir-se pela necessidade de aumentar progressivamente a carga de


treino caracterizada por aumentos do volume, da intensidade, da complexidade dos
movimentos e das exigências de âmbito psicológico.
 Estes parâmetros estão diretamente relacionados com o nível de rendimento do atleta de modo
que, quando este aumenta, as cargas anteriormente aplicadas deixam de ser suficientes para
provocar adaptações. Nesse caso, o atleta entrará num período de estagnação.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE

 O treinador deve promover um aumento da carga de treino à medida que a adaptação à


carga anterior acontece, de forma gradual e controlada.
 A progressão da carga a longo prazo deve respeitar determinados princípios metodológicos:
1º - Aumento do frequência de treino (nº sessões semanais);
2º - Aumento do volume de cada sessão de treino;
3º - Aumento da densidade do estímulo dentro da unidade de treino;
4º - Aumento da intensidade do estímulo;
5º - Aumento da complexidade dos exercícios.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA CICLICIDADE

 Este princípio baseia-se na necessidade de repetir, de forma sistemática e organizada, os


conteúdos do treino específicos a cada modalidade.
 Esta ciclicidade manifesta-se no caráter fásico da adaptação com as suas fases de
desenvolvimento, estabilização e redução, traduzidas na organização dos macrociclos, bem
como nas estruturas organizativas mais pequenas (mesociclos e microciclos).
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE

 De forma sucinta podemos resumir este princípio do seguinte modo,“pessoas diferentes


respondem de modo diverso a um mesmo estímulo de treino” (Hoffman, 2014).
 A escolha dos exercícios de treino, a frequência com que são aplicados, a sua intensidade e
duração, devem merecer uma reflexão muito cuidada, complementada pela verificação do
impacto individualmente causado.
 Além das diferenças individuais na resposta aos estímulos, um mesmo atleta terá uma resposta
distinta em função das condições a que se encontra exposto em cada momento.
 O treinador deve desenvolver programas flexíveis que deem resposta às necessidades individuais
de cada atleta em cada momento.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA MULTILATERALIDADE

 O desenvolvimento de uma capacidade não acontece isoladamente, estando associado ao


desenvolvimento das restantes capacidades.
 Em muitas situações, uma preparação multifacetada consegue melhores resultados em virtude
do desportista dominar uma maior quantidade de movimentos (ter um maior domínio sobre o
seu comporta- mento motor) e, consequentemente, estar preparado para assimilar mais
facilmente técnicas e métodos de treino mais complexos.
 Sabendo-se que todas as aprendizagens se baseiam noutras anteriormente adquiridas, este
princípio é determinante, nomeadamente no treino com praticantes ainda jovens.
PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

 PRINCÍPIO DA MULTILATERALIDADE

 A unidade entre a preparação geral e a preparação específica está em conformidade com a


perspetiva de considerar o organismo do atleta como um todo.
 Matveiev (1986) estabelece três proposições fundamentais:
 INSEPARABILIDADE ENTRE A PREPARAÇÃO GERAL E A PREPARAÇÃO ESPECÍFICA
 INTERCONDICIONALISMO DO CONTEÚDO DA PREPARAÇÃO GERAL E DA PREPARAÇÃO ESPECÍFICA
 INCOMPATIBILIDADE DA PREPARAÇÃO GERAL COM A PREPARAÇÃO ESPECÍFICA
PRINCÍPIOS DO TREINO

Biológicos Metodológicos Pedagógicos


Princípio da Relação Ótima entre
Princípio da Sobrecarga Princípio da Atividade Consciente
Exercício e Repouso
Princípio da Especificidade Princípio da Continuidade Princípio da Atividade Sistemática

Princípio da Reversibilidade Princípio da Progressividade Princípio da Atividade Apreensível

Princípio da Heterocronia Princípio da Ciclicidade

Princípio da Individualidade

Princípio da Multilateralidade
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 Estes princípios realçam a importância dos conceitos de ensino e aprendizagem


no processo de treino e o papel do treinador funcionando como pedagogo.
 O treino é encarado como um processo didático e pedagógico onde a
comunicação é fundamental para assegurar a motivação e integração de
todos os praticantes.

 Princípio da Atividade Consciente


 Princípio da Atividade Sistemática
 Princípio da Atividade Apreensível
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ATIVIDADE CONSCIENTE

 O praticante deve ter consciência dos motivos que o levam a executar uma determinada tarefa
e perceber qual é o objetivo da sua realização.
 O treinador não se deve limitar a mandar realizar o exercício de treino mas deve fornecer ao
atleta informação que contribua para a sua compreensão do processo e o torne um atleta mais
consciente e informado.
 O doseamento desta informação e do envolvimento do atleta deve ser efetuado de forma
gradual, em função do potencial de compreensão do mesmo.
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ATIVIDADE CONSCIENTE

 Harre (1987) estabeleceu um conjunto de regras orientadoras do treinador:


 Conduzir o atleta até ao objetivo de rendimento a alcançar;
 Fornecer ao atleta os conhecimentos estreitamente ligados às tarefas;
 Formular exigências que requeiram reflexão, iniciativa e responsabilidade por parte do atleta;
 Envolver o atleta na preparação, estruturação e avaliação do treino;
 Educar o atleta para que seja capaz de autoavaliar o seu rendimento;
 Confiar responsabilidades pedagógicas aos atletas apropriados;
 Capacitar o atleta para efetuar um controlo consciente dos seus movimentos;
 Estimular a manutenção de registos dos resultados e compará-los com o trabalho planeado e o efetivamente
realizado.
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ATIVIDADE SISTEMÁTICA

 Para aquisição de uma qualquer capacidade específica, os praticantes percorrem um caminho


que deve estar perfeitamente balizado e implicar um aumento gradual em termos de
dificuldade, uma progressão pedagógica.
 Navarro (2006) alerta para a necessidade de serem cumpridos os seguintes passos:
 Orientar o atleta numa perspetiva de longo prazo e planificar cuidadosamente o processo de treino;
 Formular cuidadosamente os objetivos do treino;
 Determinar os pontos principais do processo;
 Definir claramente quais são os fatores de rendimento;
 Ter atenção à ordenação dos exercícios de treino.
PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS

 PRINCÍPIO DA ATIVIDADE APREENSÍVEL

 Este princípio orienta-nos no sentido de organizarmos as cargas de modo que as mesmas


estejam ajustadas às necessidades do praticante. Nem demasiado acessíveis, nem
excessivamente exigentes.
 Segundo Castelo et al. (1986), são quatro as regras a respeitar na elaboração dos exercícios de
treino:
 Partir sempre do simples para o complexo;
 Do conhecido para o desconhecido;
 Do pouco para o muito;
 Do concreto para o abstrato.
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

TREINO
FÍSICO

CAPACIDADES CAPACIDADES
CONDICIONAIS COORDENATIVAS

FORÇA EQUILÍBRIO

RESISTÊNCIA RÍTMO

VELOCIDADE AGILIDADE

FLEXIBILIDADE REAÇÃO
TREINO FÍSICO

 FORÇA

 A força pode ser entendida como a capacidade de vencer resistências através da ação
muscular.
 Quando a fibra muscular é estimulada pelo sistema nervoso, desenvolve tensão. Esta tensão
induz frequentemente uma contração que provoca movimento.
 A manifestação externa desta ação pode ser isométrica, concêntrica ou excêntrica.
TREINO FÍSICO

 FORÇA

 A força apresenta diferentes manifestações com características diferenciadas. De modo


genérico, no quadro desportivo, podemos classificar essas manifestações do seguinte modo:
 Força Máxima
 Valor mais elevado de força que o sistema neuromuscular é capaz de produzir, independente do fator tempo, e
contra uma resistência inamovível.

 Força Rápida
 Mobilização da maior quantidade de força que exercemos o mais rápido possível.

 Força Resistente (ou resistência de força)


 Capacidade de gerar força durante um longo período de tempo.
TREINO FÍSICO

 FORÇA

 Os fatores condicionantes da capacidade de desenvolver força podem-se agrupar em três


grupos essenciais.
 Fatores Nervosos;
 Fatores Musculares;
 Fatores Mecânicos.
TREINO DE FORÇA

 Fatores Nervosos (SNC)

 RECRUTAMENTO DE UNIDADES MOTORAS


 As UM são recrutadas por ordem crescente da sua capacidade de produção de força. As UM de
menores dimensões e de limiar de excitação mais baixo são recrutadas em primeiro lugar.
 FREQUÊNCIA DE ATIVAÇÃO
 A taxa de produção de força pode ser aumentada não só pelo número de UM, mas também pela
frequência com que cada UM é ativada.
 SINCRONIZAÇÃO DA UNIDADE MOTORA
 Pode ser definida como a coincidência temporal na ativação de duas ou mais UM constituindo um
processo de somação temporal. Quanto maior for a capacidade de estimular em simultâneo UM, maior
será a força produzida por um músculo.
TREINO DE FORÇA

 Fatores Nervosos (Ação Periférica)


Estes fatores atuam de forma protetora, e no sentido de melhoria na ação sinérgica, contribuindo para a eficácia da
aplicação de força com consequências para uma maior eficácia e resistência à fadiga.

 FUSO NEUROMUSCULAR
 Informam do alongamento muscular e exercem ação de estimulação dos motoneurónios, promovendo o
encurtamento do músculo excessiva ou intempestivamente alongado (reflexo miotático).
 ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI
 Localizados no tendão, informam sobre a intensidade da contração, induzindo a contração do
antagonista e o relaxamento do agonista (reflexo miotático inverso). A sua estimulação frequente, com o
objetivo de supor- tarem maiores tensões, é uma das bases do treino pliométrico.
 RECETORES ARTICULARES
 Informam da posição relativa da articulação e possuem um caráter preventivo de possíveis lesões,
permitindo analisar o nível de tensão desenvolvido em cada instante com impacto na ação articular (por
exemplo, colocação dos segmentos corporais).
TREINO DE FORÇA

 Fatores Musculares

 MASSA MUSCULAR
 O aumento da secção transversa do músculo constitui um dos fatores determinantes na capacidade de
realizar força. Assim, a hipertrofia (aumento do volume das fibras musculares) e a hiperplasia (aumento do
número de fibras musculares) sejam objetivos perseguidos no desenvolvimento da força.

 TIPO DE FIBRAS
 As fibras musculares designadas por lentas não se transformam em rápidas por ação do treino. No
entanto, as fibras rápidas podem ver alteradas as suas características aproximando-se das lentas por
ação do treino.
TREINO DE FORÇA

 Fatores Biomecânicos

 ALAVANCAS
 Interfixa
 Quando o eixo se situa entre a resistência a vencer e a ação muscular predominante.
 Interpotente
 Quando a força muscular se exerce entre a resistência e o eixo.
 Inter-resistente
 Quando a resistência se coloca entre o eixo e a ação muscular.
TREINO DE FORÇA

 Fatores Biomecânicos

 RESISTÊNCIAS EXTERIORES
 Constantes
 Variáveis
 Progressivas;
 Acomodativas.
 Isocinéticas.
TREINO DE FORÇA

 TREINO DE FORÇA MÁXIMA

 O treino que visa a melhoria da força máxima pode ter dois tipos de orientação.
 Aumento da massa muscular.
 Neste campo, incluem-se as estratégias que pretendem obter um efeito hipertrófico, aumentando a
secção central do músculo.

 Ativação nervosa.
 Fazendo coincidir temporalmente o maior número de unidades motoras através do aumento da
frequência de ativação associada a ações com cargas elevadas e com velocidade de igualmente
elevada.
TREINO DE FORÇA

 MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

 MÉTODOS DA HIPERTROFIA MUSCULAR


 MÉTODOS DA TAXA MÁXIMA DE PRODUÇÃO DE FORÇA
MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

 MÉTODOS DA HIPERTROFIA MUSCULAR

 Estes métodos têm como objetivo o aumento da força máxima através do au- mento da massa
muscular (hipertrofia muscular).
 Enquadram-se nestes métodos diferentes modelos de organização da carga, mas com
caraterísticas comuns:
 Estímulos submáximos (60 a 80%);
 Longa duração (3 a 5 séries com 6 a 20 repetições cada);
 Ritmo moderado de execução;
 Fadiga elevada nas últimas repetições.
MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

 MÉTODOS DA HIPERTROFIA MUSCULAR

 Pretende-se que promovam uma depleção energética que garanta uma estimulação
adequada dos mecanismos de ressintetização, de modo a aumentar a área da secção
transversal do músculo.
 Estimam-se resultados significativos após a realização de dez a doze semanas de trabalho, com
quatro sessões de treino por semana, variando o método utiliza- do a cada dois ou três
microciclos.
MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

 MÉTODOS DA TAXA MÁXIMA DE PRODUÇÃO DE FORÇA

 Estes métodos têm como objetivo aumentar a taxa de produção de força ou força explosiva,
centrando-se na melhoria da capacidade de ativação nervosa, ou seja, no recrutamento, na
frequência de ativação e na sincronização de ativação das unidades motoras.
 Sabendo que as unidades motoras com maior capacidade para produzir força são as das fibras
rápidas, para que estas possam ser recrutadas devem ser utilizadas resistências de valor elevado
(muito próximas do valor máximo individual). E para que se verifique um aumento da sua
frequência de ativação temos de garantir uma grande velocidade de contração muscular.
MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

 MÉTODOS DA TAXA MÁXIMA DE PRODUÇÃO DE FORÇA

 Com a utilização destes métodos, o atleta deverá ser capaz de aumentar a sua força explosiva,
alcançando mais rapidamente valores de força superiores.
 Estima-se que possam ser alcançados resultados significativos após seis a oito semanas de treino,
com uma frequência de quatro sessões semanais.
FATORES DO TREINO

TREINO
FÍSICO

CAPACIDADES
CONDICIONAIS

FORÇA

RESISTÊNCIA
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 Por resistência entende-se a capacidade de manter o equilíbrio funcional e


emocional adequados, na realização de um esforço com a intensidade e duração
de magnitude suficientes para desencadear uma perda de rendimento.
 A resistência permite igualmente uma recuperação rápida após o esforço físico.
 Melhorar a resistência permite adiar a instalação precoce da fadiga, possibilitando a
otimização dos processos de recuperação após esforço (Alves,1996).
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 Podemos distinguir dois tipos de resistência:


 Resistência Geral
 Resistência Específica
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 Resistência Geral
 Não depende da disciplina desportiva;
 Desenvolve o organismo no seu todo;
 Está relacionada com a capacidade de suportar cargas de grande volume ou com grande
frequência, com a superação da fadiga em atividades de longa duração e com rápidas
recuperações após treino e/ou competição tornando o atleta psicologicamente mais forte.
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 Resistência Específica
 Corresponde à manifestação das exigências de uma determinada modalidade ou
especialidade;
 Esta resistência está relacionada com a capacidade de adaptação à estrutura do esforço
em situação competitiva, otimizando as necessidades de corresponder nas dimensões
económica técnica, tática e psicológica.
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 São poucas as especialidades desportivas em que podemos falar apenas de um tipo


de resistência. A maioria implica o desenvolvimento de diferentes tipos de resistência,
de modo a garantir condições para um desempenho competitivo eficaz.
 Daí a necessidade de o treinador ter claras quais as diferentes zonas de intensidade a
treinar, bem como aquelas que se relacionam diretamente com as especialidades
dos seus atletas.
TREINO
FÍSICO

RESISTÊNCIA
Classificação dos diferentes tipos de resistência e a sua relação com o sistema
energético utilizado, adaptado de García-Verdugo (2008).
RESISTÊNCIA

 Os distintos tipos de resistência estão


diretamente ligados com os sistemas de
fornecimento de energia.
 A RDMC está principalmente associada ao
sistema anaeróbio alático;
 A RDC e a RDM I estão relacionadas com o
sistema anaeróbio láctico;
 A RDM II e a RDL I encontram-se numa zona
intermédia aeróbia-anaeróbia;
 As RDL II, II e IV estão associadas ao sistema
aeróbio.
Classificação dos diferentes tipos de resistência e a sua relação com o sistema
energético utilizado, adaptado de García-Verdugo (2008).
RESISTÊNCIA

 O tipo de metabolismo que cada uma delas


utiliza é distinto, sendo quatro as fontes
possíveis de fornecimento de ATP para
realização da atividade muscular:
1. ATP armazenado na célula muscular;
2. ATP gerado a partir de outro composto
fosfatado (creatina fosfato);
3. ATP sintetizado a partir da glicólise;
4. ATP produzido pela via oxidativa.
(Rama, 2016)
Classificação dos diferentes tipos de resistência e a sua relação com o sistema
energético utilizado, adaptado de García-Verdugo (2008).
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 A resistência pode ainda ser classificada em função da sua relação com outros
parâmetros, conforme podemos constatar no quadro:
TREINO FÍSICO

 RESISTÊNCIA

 As adaptações provocadas pelo treino de resistência são relativamente morosas e,


segundo Neumann (1994), ocorrem em estádios distintos:
1. Acontecem as adaptações ao nível motor, com melhoria da eficiência do gesto
técnico e eliminação dos movimentos supérfluos;
2. Adaptações ocorrem ao nível energético com aumento das reservas de glicogénio
muscular;
3. Ocorrem melhorias ao nível das estruturas e sistemas reguladores;
4. Ocorrem as adaptações globais ao nível dos sistemas, verificando-se um ajustamento
funcional e transformações estruturais.
TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA


MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO CONTÍNUO

Este método caracteriza-se pelo facto de o trabalho ser efetuado sem pausas de descanso,
tendo uma duração de 30 minutos ou mais.
Pode ser utilizado com diferentes intensidades e com distintos objetivos:
 Com baixa intensidade promove uma superior economia de movimentos;
 Com intensidades mais elevadas provoca adaptações ao nível dos sistemas funcionais.
É possível utilizar-se duas variantes:
 Uniforme
 Variado
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO CONTÍNUO UNIFORME

 É habitualmente utilizado no início de um ciclo de treino, especialmente nos


desportos cíclicos e especialidades com duração acima dos 60 segundos.
 Pode ser também útil em fases de retoma gradual do treino após interrupção
prolongada, por exemplo, após a recuperação de uma lesão.
 Provoca adaptações ao nível da capacidade aeróbia e, fruto da melhoria da
eficiência energética do organismo, contribui para uma maior estabilidade da
técnica.
 Em função da duração do exercício e da sua intensidade, temos duas formas de
trabalho distintas.
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO CONTÍNUO VARIADO

 É caracterizado pela utilização de diferentes intensidades no decorrer da mesma


tarefa de treino;
 A variação da intensidade pode ocorrer em diferentes graus e ser devida a fatores
externos como o perfil do terreno (ciclismo ou corrida de estrada), a fatores internos
relativos à vontade do atleta ou ser motivada pela planificação efetuada pelo
treinador (Navarro, 1998).
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO CONTÍNUO VARIADO


MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO CONTÍNUO VARIADO

 A variação de intensidade ocorre dentro de parâmetros aeróbios com as partes mais


lentas do exercício a corresponderem à zona do limiar aeróbio.
 Referências para a variação de intensidade no método contínuo variado:
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO FRACIONADO

 O recurso aos métodos fracionados no treino da resistência possibilita a utilização de


intensidades superiores e adaptações diferentes das conseguidas com a utilização
dos métodos contínuos.
 O treino fracionado pode ser de repetições ou intervalado.
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO DE REPETIÇÕES

 Este método utiliza intervalos que permitem a recuperação completa dos parâmetros
de rendimento dos sistemas funcionais implicados utilizando cargas muito intensas.
 Dentro do método de treino de repetições podemos encontrar três variantes:
1. Método de repetições longo;
2. Método de repetições médio;
3. Método de repetições curto.
TREINO DE
REPETIÇÕES
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO INTERVALADO

 Este método tem como caraterística o facto dos intervalos não permitirem uma
recuperação completa;
 Em função da gestão efetuada entre a intensidade e a duração da carga, o mesmo
pode ser dividido em extensivo e intensivo.
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO INTERVALADO

 A variante extensiva utiliza-se com volumes superiores, intensidades mais baixas e


intervalos mais curtos, sendo utilizada em tarefas orientadas para o desenvolvimento
aeróbio;
 A variante intensiva recorre a volumes inferiores, intensidades mais elevadas e
intervalos mais longos, sendo utilizada para o treino da potência aeróbia e para
desenvolvimento da componente anaeróbia (capacidade e potência).
TREINO
INTERVALADO
MÉTODOS DE TREINO DE RESISTÊNCIA

 MÉTODO DE TREINO DE COMPETIÇÃO

 O objetivo deste método de treino foca-se no desenvolvimento da resistência


específica de cada modalidade e especialidade;
 Consequentemente, a carga deve estar estreitamente relacionada com as
caraterísticas físicas, técnicas, psicológicas e táticas dessa mesma especialidade;
 Neste tipo de trabalho é fundamental que sejam associadas à tarefa de treino as
componentes técnicas e táticas utilizadas em competição, de modo a simular as
condições da mesma de forma tão próximo quanto possível.
FATORES DO TREINO

TREINO
FÍSICO

CAPACIDADES
CONDICIONAIS

FORÇA

RESISTÊNCIA

VELOCIDADE
TREINO FÍSICO

 VELOCIDADE

 A velocidade é frequentemente considerada o fator dominante em termos do


rendimento desportivo, expressando-se em diferentes ações motoras relacionadas
com cada uma das modalidades;
 Combinada com as outras qualidades físicas, e diretamente influenciada por elas, a
velocidade é determinante para a qualidade da prestação competitiva do
desportista.
TREINO FÍSICO

 VELOCIDADE

 A velocidade em termos desportivos define-se como a capacidade de conseguir,


com base em processos cognitivos, na força máxima volitiva e na funcionalidade do
sistema neuromuscular, uma máxima rapidez de reação e de movimento, perante
determinadas condições;
 A velocidade enquanto qualidade física pode expressar-se de várias formas: tempos
de reação, velocidade de execução, capacidade de aceleração, velocidade
máxima ou velocidade resistente.
TREINO FÍSICO

 FATORES CONDICIONANTES DA
VELOCIDADE

 A capacidade para atingir


patamares elevados de
velocidade está determinada
por um conjunto de fatores
que se manifestam a
diferentes níveis, nervosos,
metabólicos, neuromusculares
e psicológicos.
TREINO FÍSICO

 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 TEMPOS DE REAÇÃO SIMPLES E COMPLEXA;


 VELOCIDADE DE EXECUÇÃO;
 CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO;
 VELOCIDADE MÁXIMA;
 VELOCIDADE RESISTENTE.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 TEMPOS DE REAÇÃO SIMPLES E COMPLEXA

 A mais rápida resposta conhecida a um sinal é denominada tempo de reação;


 O tempo de reação pode subdividir-se em:
 Tempo de reação simples - Descreve a reação a um único sinal, previamente conhecido,
com um programa de ação já elaborado. Exemplo: partidas das provas de velocidade.
 Tempo de reação complexa - Representa a resposta a um sinal que se desconhece, não se
sabe quando vai ocorrer e para o qual vai ter de ser elaborada uma resposta adequada.
Exemplo: desportos de combate quando há necessidade de reagir a uma ação de um
adversário, e implica a escolha da solução que melhor se aplica à situação apresentada.
METODOLOGIA DE
DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE
VELOCIDADE

 TEMPOS DE REAÇÃO SIMPLES E


COMPLEXA

 O treino da velocidade de
reação deve caminhar do
geral para o específico, de
modo a que o atleta
aumente a sua habilidade
de extração da informação
útil que o rodeia e eliminar
aquela que não é
necessária.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 VELOCIDADE DE EXECUÇÃO

 É a capacidade que o sistema neuromuscular apresenta para efetuar um gesto, com


uma velocidade de contração máxima de um músculo ou grupo muscular.
 Está intimamente associada à força rápida e é uma caraterística dos movimentos
desportivos acíclicos como, por exemplo, um lançamento, um salto, uma partida ou
um remate.
 Depende de dois aspetos fundamentais:
 Resistência a superar para a execução do gesto técnico;
 Força máxima possível de aplicar no momento da ação.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO

 Em muitas especialidades desportivas, a capacidade de aceleração é determinante


para a prestação final. Estão, neste caso, as provas de velocidade em modalidades
como o atletismo, a natação ou a canoagem, onde é fundamental acelerar
rapidamente após a saída de uma posição estática;
 Os fatores musculares (regime de trabalho, tipo de fibra predominante, componentes
elásticas), os fatores nervosos (excitabilidade, capacidade de condução,
coordenação, sincronização) e outros como a idade, o género, o nível de treino, a
motivação, a fadiga ou o nível técnico, são determinantes para a capacidade de
aceleração e, consequentemente, para a velocidade, podendo o seu potencial ser
alterado em função do treino desenvolvido.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO

 O treino da capacidade de aceleração deve ser realizado com recurso a ações


específicas da modalidade praticada, podendo conjugar-se (em alguns exercícios),
com o treino da velocidade de reação, por exemplo, quando faze- mos uma partida
seguida de um percurso em aceleração;
 Entre os cuidados a ter neste tipo de tarefas estão o volume reduzido, intensidade
elevada e intervalos de recuperação bastante alargados.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 VELOCIDADE MÁXIMA

 Também conhecida como velocidade de sprint, corresponde à capacidade de o


sistema neuromuscular vencer o maior espaço possível, através de um esforço
máximo e por uma frequência de movimentos correspondentes.
 O treino da velocidade máxima deve ser realizado com intensidades muito elevadas,
utilizando distâncias que correspondam ao setor de velocidade máxima, nas
distâncias de competição em cada modalidade. Os intervalos devem ser
suficientemente longos, de modo a permitirem uma recuperação completa e a
realização da repetição seguinte nas melhores condições.
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 VELOCIDADE MÁXIMA

 Treino de Velocidade Máxima


METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DAS
VÁRIAS EXPRESSÕES DE VELOCIDADE

 VELOCIDADE RESISTENTE

 Capacidade que possibilita ao praticante manter no tempo os seus regimes de


velocidade máxima ou submáxima.“ (Vieira, 1996)
 O treino da velocidade resistente deve ser aplicado em função das particularidades
de cada modalidade e especialidade;
 O método de treino fracionado é o mais recomendado para trabalhar a velocidade
resistente, realizado com intensidades muito elevadas e tendo como fundação uma
base aeróbia que permita atrasar a instalação de fadiga e acelerar os processos de
recuperação entre séries e entre sessões de treino.
FATORES DO TREINO

TREINO
FÍSICO

CAPACIDADES
CONDICIONAIS

FORÇA

RESISTÊNCIA

VELOCIDADE

FLEXIBILIDADE
TREINO FÍSICO

 FLEXIBILIDADE

 Disponibilidade dos tecidos corporais para permitirem, sem lesão, o movimento de


uma articulação ou grupo de articulações;
 A flexibilidade é condicionada por um conjunto de fatores que podem ser
identificados a três níveis: osteoarticular, muscular e neuromuscular
FLEXIBILIDADE

 FATORES CONDICIONANTES DA FLEXIBILIDADE


FLEXIBILIDADE

 FATORES CONDICIONANTES DA FLEXIBILIDADE


FLEXIBILIDADE

 FATORES CONDICIONANTES DA FLEXIBILIDADE


FLEXIBILIDADE

 FATORES CONDICIONANTES DA FLEXIBILIDADE

 Além destes, existem ainda outros fatores que influenciam a flexibilidade:


 Idade;
 Género;
 Lateralidade;
 Treino de força;
 Fadiga.
FLEXIBILIDADE

 TIPOS DE FLEXIBILIDADE

 Podemos classificar a flexibilidade como:


 Estática ou Dinâmica – em função da existência, ou não, de movimento;
 Ativa ou Passiva – se se trata de uma contração muscular efetuada pelo praticante ou se o
movimento é efetuado por um agente externo;
 Geral ou Específica – quando se refere à mobilidade dos grandes sistemas articulares ou
quando se trata de uma articulação concreta, relacionada com a modalidade do
desportista.
MÉTODOS E MEIOS DE TREINO DA FLEXIBILIDADE

 MÉTODOS E MEIOS DE TREINO DA FLEXIBILIDADE

 MÉTODO ESTÁTICO
 MÉTODO DINÂMICO
 MÉTODO PNF (Facilitação Neuromuscular Propriocetiva)
MÉTODOS E MEIOS DE TREINO DA FLEXIBILIDADE

 MÉTODO ESTÁTICO

 O método estático integra exercícios de alongamento estático baseados na


manutenção, durante um certo período de tempo, de uma determinada posição,
estando associado à noção de isométrico, controlado, suavidade ou alongamento
lento.
MÉTODOS E MEIOS DE TREINO DA FLEXIBILIDADE

 MÉTODO DINÂMICO

 O método dinâmico é composto por exercícios de alongamento dinâmico que


pressupõem movimentos ritmados, balanços e insistências utilizando-se também os
termos isotónico, balístico, cinético ou alongamento rápido para o definir.
MÉTODOS E MEIOS DE TREINO DA FLEXIBILIDADE

 MÉTODO PNF (Facilitação Neuromuscular Propriocetiva)

 Define-se como um método de desenvolvimento da flexibilidade que utiliza o


mecanismo neuromuscular através da estimulação dos propriocetores;
 Este método assenta num conjunto de mecanismos neurofisiológicos, como a
facilitação e inibição, a resistência, a irradiação, a indução sucessiva e a ação
reflexa (Carvalho, 1996);
 Baseia-se na utilização dos reflexos miotáticos (propriocetivos) como promoto- res de
um aumento da flexibilidade.
FATORES DO TREINO

TREINO
FÍSICO

CAPACIDADES CAPACIDADES
CONDICIONAIS COORDENATIVAS

FORÇA EQUILÍBRIO

RESISTÊNCIA RÍTMO

VELOCIDADE AGILIDADE

FLEXIBILIDADE REAÇÃO
TREINO FÍSICO

 CAPACIDADES COORDENATIVAS

 As capacidades coordenativas são determinadas pelos processos de regulação do movimento


que representam qualidades, relativamente consolidadas e generalizadas, do desenrolar destes
processos;
 A posse de capacidades motoras gerais (coordenativas) tem efeitos particularmente positivos
nas fases iniciais de aprendizagem;
 Ter boas capacidades coordenativas é o requisito necessário para a aquisição e
aperfeiçoamento da técnica. A sua existência depende do funcionamento do sistema nervoso
central, no controlo e regulação do movimento.
TREINO FÍSICO

 CAPACIDADES COORDENATIVAS

 O desenvolvimento da coordenação assenta na preparação multilateral realizada durante a


pré-puberdade e puberdade;
 As capacidades coordenativas devem ser vistas em harmonia com as capacidades
condicionais. Só um bom nível condicional permite a execução de um elevado número de
repetições de caráter coordenativo;
 A pré-puberdade é a fase mais importante de desenvolvimento global da coordenação. O
período de adaptação acelerada ao desenvolvimento da coordenação ocorre, nos rapazes,
entre os 9 e os 12 anos, e nas raparigas, entre os 8 e os 11 anos.
TREINO FÍSICO

 CAPACIDADES COORDENATIVAS

 Se os movimentos fundamentais e as técnicas desportivas básicas não estiverem suficientemente


desenvolvidos aos 11-12 anos, dificilmente os jovens atletas expressarão todo o seu potencial.
 Apesar de a coordenação poder ser treinada em qualquer idade, existe um declínio gradual da
sua treinabilidade após os 11-12 anos.
 Na puberdade, parece haver uma ligeira regressão de capacidades durante o pico de
crescimento. Este provoca um aumento dos membros e uma alteração das proporções e
alavancas corporais. Quem pratica desporto, contudo, continua a melhorar.
TREINO FÍSICO

 CAPACIDADES COORDENATIVAS

 Relativamente a este grupo de capacidades não existem métodos de treino específicos e é


muito difícil controlar objetivamente a carga de treino, nomeadamente a sua progressão em
dificuldade;
 Não existem indicações sobre como quantificar a carga, número de séries e repetições. Em linha
de máxima, diremos que o seu treino termina quando surge a automatização dos movimento.
CAPACIDADES COORDENATIVAS

 PRINCIPAIS INDICAÇÕES METODOLÓGICAS

 Fase “Fundamental” (Rapazes 6 – 9; Raparigas 6 – 8)


 Pretende-se o desenvolvimento da literacia física – agilidade, equilíbrio, coordenação e velocidade – através de atividades
desenhadas para melhorar: correr, saltar, lançar, agarrar, passar, pontapear.
 Fase “Aprender a Treinar” (Rapazes 9 – 12; Raparigas 8 – 11)
 Esta é a fase de maior aprendizagem de técnicas, de forma que o desenvolvimento técnico deve ser enfatizado durante
este período.
 As técnicas básicas adquiridas na fase fundamental devem ser desenvolvidas.
 Fase “Treinar a Treinar” (Rapazes 12 – 16; Raparigas 11 – 15)
 Revisitar os movimentos e as técnicas por causa do crescimento durante a adolescência.
 Ser paciente e sensível com os atletas durante e imediatamente depois picos de crescimento.
 As diferentes partes do corpo crescem com diversas taxas – isto pode temporariamente ter um efeito adverso no
rendimento técnico.
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

 TREINO TÉCNICO

 A técnica desportiva pode ser definida como o modo mais eficiente de realizar um determinado
movimento ou ação motora, tendo em consideração os recursos biomecânicos do atleta,
assegurando a maior segurança e precisão, com menor custo energético, na consecução de
um objetivo previsto;
 A técnica pode também ser definida como o procedimento ou conjunto de movimentos que
permitem ao praticante, utilizando as próprias capacidades e as situações externas (reação do
terreno, resistência do meio, peso do adversário, etc.), obter o máximo rendimento desportivo;
 As aquisições e a melhoria da técnica apoiam-se no desenvolvimento dos fatores condicionais e
coordenativos.
FATORES DO TREINO

 TREINO TÉCNICO

 A técnica assume diferentes papéis nas várias modalidades desportivas:


 Desportos de força explosiva (saltos, halterofilismo)
 Caraterizados pela intensidade máxima e curta duração dos impulsos - a técnica possibilita a produção,
no momento exato e no menor tempo possível, do máximo de impulso de força na direção ótima.
 Desportos de resistência (canoagem, ciclismo)
 O objetivo técnico é o incremento da eficácia dos impulsos cíclicos – o papel da técnica é tornar o
movimento mais económico.
 Desportos de exatidão (ginástica, saltos para água)
 A avaliação do rendimento é obtida através da própria manifestação da qualidade técnica.
FATORES DO TREINO

 TREINO TÉCNICO

 Desportos de estrutura complexa (JDC, desportos de combate)


 Requerem o domínio de várias técnicas diferentes, executadas nas mais variadíssimas
condições; nestes casos, a técnica apresenta vários objetivos:
 Precisão do movimento, com intenso empenho da força, e, simultaneamente, elevada economia;
 Execução da ação deve dar a menor informação possível ao adversário, de modo a dificultar-lhe a
resposta.
TREINO TÉCNICO

 EFICÁCIA TÉCNICA

 Podemos resumir os objetivos fundamentais do treino do fator técnico como:


 ECONOMIA – no custo energético associado;
 EFICÁCIA – aproximando a realização do objetivo visado;
 ESTABILIDADE - perante a fadiga e demais fatores adversos;
 VARIEDADE – adaptável a modificações ambientais ou situacionais.
TREINO TÉCNICO

 EFICÁCIA TÉCNICA

 Podemos resumir os objetivos fundamentais do treino do fator técnico como:


 ECONOMIA – no custo energético associado;
 EFICÁCIA – aproximando a realização do objetivo visado;
 ESTABILIDADE - perante a fadiga e demais fatores adversos;
 VARIEDADE – adaptável a modificações ambientais ou situacionais.
TREINO TÉCNICO

 MODELOS TÉCNICOS

 Modelos técnicos são sistemas de gestos organizados segundo um padrão, sujeitos a


evolução constante, que traduzem a forma mais económica e eficaz, respeitando os
limites regulamentares impostos, para a consecução do objetivo desejado.
 Podemos distinguir modelo técnico de estilo;
 O modelo técnico reporta-se a um padrão generalizado e aceite como ideal, que é
eficiente em termos biomecânicos e fisiológicos sem constituir uma estrutura rígida incapaz
de se adaptar às características individuais dos praticantes;
 O estilo identifica-se com a interpretação do modelo técnico pelos indivíduos, com as suas
particularidades, as quais estão determinadas pelas capacidades individuais e
constrangimentos ambientais. No entanto, o estilo não deve desvirtuar as vantagens
evidentes do modelo técnico.
TREINO TÉCNICO

 FASES DO DESENVOLVIMENTO DA TÁCNICA

 PRINCIPIANTE – Fase de coordenação global do movimento


 Nesta fase, a execução do gesto motor é efetuada de forma rudimentar, sendo marcada por diversos erros que
podem ser consubstanciados em interrupções do movimento, deficiente aplicação de força, má orientação dos
segmentos, trajetórias erradas ou pouca precisão dos gestos;
 AVANÇADO – Fase de coordenação fina
 Os erros na execução dos movimentos diminuem e o atleta realiza gestos mais eficientes e precisos, com maior
fluidez, aumentando a confiança com que realiza cada exercício.
 DOMÍNIO – Fase da automatização ou estabilização
 Todos os movimentos são efetuados com precisão e fluidez, apresentando uma elevada consistência, mesmo nas
situações mais difíceis, em função da capa- cidade do desportista para encontrar a melhor resposta em cada
situação que se lhe apresenta.
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

 TREINO TÁTICO

 Podemos definir tática como a seleção e aplicação, criativa e oportuna, de meios, métodos e
formas para enfrentar de modo mais eficiente o seu adversário no decorrer de uma
competição. (Zhelyazkov, 2001)
 Nos desportos individuais, a tática está sobretudo ligada a esta gestão do esforço
(doseamento).
TREINO TÁTICO

PERCEÇÃO
E ANÁLISE
DA
SITUAÇÃO

 FASES DO COMPORTAMENTO TÁTICO


ANÁLISE
SOLUÇÃO
DO
MENTAL
RESULTADO
 O comportamento tático depende do controlo
sequencial e permanente da informação
recolhida durante o desenvolvimento da ação.

SOLUÇÃO
RESULTADO
MOTORA
TREINO TÁTICO

 PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS DO TREINO TÁTICO


FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

TREINO TREINO TREINO TREINO


FÍSICO TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO
FATORES DO TREINO

 TREINO PSICOLÓGICO

 As qualidades e competências psicológicas são aspetos que interferem no desempenho


desportivo qualquer que seja o contexto e nível considerado;
 A prestação desportiva é condicionadas por aspetos intrínsecos e aspetos extrínsecos.
TREINO PSICOLÓGICO

 ASPETOS INTRÍNSECOS

 Conjunto de componentes psicológicas que caracterizam o praticante, algumas das quais tendem a ser
estáveis e dificilmente modificáveis, enquanto outras constituem competências passíveis de modificação
através do treino.
 FUNÇÕES COGNITIVAS: Atenção/concentração, perceção, memória, inteligência;
 PROCESSOS EMOCIONAIS: Estados de ansiedade, de prazer, autoconfiança;
 CARATERÍSTICAS ASSOCIADAS À PERSONALIDADE: Introversão/extroversão, sociabilidade, agressividade;
 ATITUDES, VALORES, CRENÇAS: Aspetos que determinam o modo como a pessoa avalia e se comporta quanto
aos fins e aos meios, associados à sua vida enquanto cidadão;
 PROJETOS PESSOAIS NA VIDA E NO DESPORTO: Como o sujeito estrutura a sua participação no desporto e lhe
dá significado no contexto da sua vida;
 ASPETOS REFERENTES À MOTIVAÇÃO: Motivos de participação, empenhamento, objetivos.
TREINO PSICOLÓGICO

 ASPETOS EXTRÍNSECOS

 Definidos pelo contexto físico e social, onde desempenham uma tarefa ou conjunto de tarefas,
estando limitadas pelos códigos e regulamentos do desporto e condicionadas pelas
caraterísticas do envolvimento onde a prática tem lugar.
 O conhecimento da estrutura e dos processos psicológicos dos praticantes não basta para
entender e preparar a sua prestação. É igualmente necessário ter em conta os fatores da tarefa
que constitui o desporto que pratica, bem como a situação em que ele tem lugar.
TREINO PSICOLÓGICO

 ASPETOS EXTRÍNSECOS

 TAREFA

 TIPO DE CONCENTRAÇÃO (Estreita no livre de 7 metros ou ampla ao iniciar um contra-ataque, no


andebol);
 DECISÃO REGULADA POR FATORES EXTERNOS (vela) ou INTERNOS AO SUJEITO (saltos para a água);
 TEMPO DISPONÍVEL PARA A REAÇÃO (Baixo no ténis de mesa, ou elevado no xadrez);
 COMPLEXIDADE DE ELEMENTOS A PROCESSAR (Baixo no salto em altura, ou elevado no basquetebol);
 NÍVEL DE ATIVAÇÃO PSICOFISIOLÓGICA (Baixo no tiro, ou elevado no halterofilismo);
 COM INTERAÇÃO (futebol) ou SEM INTERAÇÃO (ginástica desportiva).
TREINO PSICOLÓGICO

 ASPETOS EXTRÍNSECOS

 SITUAÇÃO

 Tipo de recinto e contexto físico onde tem lugar a atividade;


 Tipo e dimensão da assistência;
 Nível de impacto mediático;
 Contexto de treino ou de competição;
 Grau de importância da competição em que se insere;
 Grau de conhecimento sobre o envolvimento físico e social específico;
 Pressão temporal;
 Pressão do resultado.
TREINO PSICOLÓGICO

 PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PSICOLÓGICAS

 Motivação
 Autodisciplina
 Auto estima e Autoconfiança
 Formulação de Objetivos
 Atenção e Concentração
 Controlo do Stress e Ansiedade
 Imaginação e visualização mental
ESTRUTURA DO
PROCESSO DE
TREINO
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Planeamento do Treino

 O planeamento é determinante para o sucesso de um programa de treino, definindo o


objetivo final, apontando o caminho, facilitando os ajustes que ao longo desse caminho
possam ter de ocorrer;
 É um instrumento fundamental na gestão do rendimento desportivo e as estruturas da
planificação, as formas de organização do treino e os seus conteúdos conformam uma
estreita relação com a dinâmica de rendimento pretendida (Navarro & Ribas, 2001);
 O planeamento deve ser abordado em três níveis distintos: planeamento a longo prazo (ou
plano de carreira), planeamento plurianual (normalmente associado a um ciclo olímpico)
e planeamento anual (relacionado com uma época competitiva).
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Planeamento do Treino

 Para que o treinador possa avançar para a planificação de uma época desportiva, deve
respeitar um conjunto de passos visando obter informação determinante para a sua
eficácia. Entre eles estão, segundo García Manso et al. (1996), os seguintes:
 Estudo prévio;
 Definição de objetivos;
 Calendarização das competições;
 Racionalização das estruturas intermédias;
 Escolha dos métodos de trabalho; n distribuição das cargas de treino;
 Colocação do plano em ação.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Estruturas de Periodização da Época de Treino

 A periodização do processo de treino representa a forma como são geridos os conteúdos


do treino e a sua carga, mediante a variação entre a intensidade e o volume;
 Existem quatro estruturas distintas no processo de treino: a sessão de treino, o microciclo, o
mesociclo e o macrociclo.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Sessão de Treino

 A sessão de treino é a unidade básica das estruturas de periodização, podendo ser classificada
em função do tipo de tarefas que integram, da forma como é organizada, da magnitude da
carga e da orientação do seu conteúdo (Navarro & Rivas, 2001).
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Microciclo

 Embora se associe habitualmente um microciclo com um período de uma semana de treino, a


sua duração pode ser variável ficando abaixo ou acima desse período de tempo, podendo
oscilar entre os dois dias, como limite inferior, até aos catorze dias, como limite superior de
duração;
 A estrutura de um microciclo é definida pelo número de sessões de treino, pela magnitude da
sua carga, pelas caraterísticas de cada sessão de treino e pela ordem em que as mesmas são
realizadas.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Microciclo

 MICROCICLOS DE AJUSTE - também conhecidos como microciclos introdutórios, têm como


objetivo preparar o organismo para os microciclos de carga mais elevada. São, normalmente,
utilizados no início de ciclos mais alargados, com mudança nas capacidades a desenvolver.
 MICROCICLOS DE CARGA - visam a melhoria da capacidade de rendimento do desportista e
são caraterizados por utilizarem uma magnitude de carga média. Encaixam-se habitualmente
entre os anteriores e os microciclos de choque.
 MICROCICLOS DE CHOQUE (também chamados microciclos de impacto) utilizam cargas de
trabalho muito elevadas com o objetivo de estimular as adaptações do organismo nas
capacidades selecionadas. Em fases de preparação geral são caraterizados por um volume
muito elevado, enquanto em fases de preparação mais específicas a sua caraterística principal
relaciona-se com uma elevada intensidade.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Microciclo

 MICROCICLOS DE ATIVAÇÃO - utilizam cargas específicas muito semelhantes às de competição e são


utilizados em momentos próximos às mesmas. Têm como objetivo afinar a preparação do atleta de
modo a poder competir nas melhores condições.
 MICROCICLOS DE COMPETIÇÃO - são, como o próprio nome indica, aqueles que integram as
competições mais importantes de cada época desportiva e têm uma relação muito próxima com as
necessidades de recuperação do atleta de modo a potenciar o aparecimento de uma
supercompensação o mais elevada possível.
 MICROCICLOS DE RECUPERAÇÃO - tanto são utilizados após a realização de um (ou mais) microciclos
de choque, como forma de permitir a regeneração e prevenir o sobretreino, como são utilizados após
a realização dos microciclos de competição. Caraterizam-se pela utilização de cargas muito baixas
que estimulem a recuperação ativa, bem como por uma diversificação dos exercícios de treino.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Mesociclo

 O mesociclo representa a estrutura intermédia da periodização, agregando um conjunto de


microciclos de direção semelhante. Em função do modelo de periodização utilizado, um
mesociclo pode incluir entre dois a oito microciclos.
 Os mesociclos podem ser classificados como:
 Mesociclos de acumulação;
 Mesociclos de transformação;
 Mesociclos de realização.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Mesociclo
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Macrociclo

 O macrociclo de treino corresponde a um período de preparação composto por diversos


mesociclos e que se conclui com a realização de uma competição para a qual se objetiva um
momento de forma desportiva elevada.
ESTRUTURA DO PROCESSO DE TREINO

 Macrociclo

 Periodização Tradicional Dupla

 O PERÍODO PREPARATÓRIO corresponde a uma fase de aquisição da forma desportiva, o período


competitivo a uma fase de estabilização da mesma, enquanto o período transitório se relaciona com
uma perda temporária de forma, assegurando a recuperação para um novo ciclo de preparação;
 O PERÍODO COMPETITIVO tem como objetivo aumentar o rendimento competitivo do praticante,
utilizando exercícios específicos e recorrendo à competição como um meio adicional de preparação;
 O PERÍODO TRANSITÓRIO, com o objetivo de renovar as reservas de adaptação do atleta,
interrompendo a utilização de cargas de treino elevadas e procurando utilizar meios de recuperação
ativa que conduzam ao estado desejável para iniciar o macrociclo seguinte.
A FORMA DESPORTIVA

 O processo de treino estrutura-se por ciclos que se traduzem numa variação periódica (e
lógica) dos seus conteúdos, ou seja, da sua orientação, dos meios e métodos de treino
utilizados, da relação entre os períodos de preparação geral e específica ou da
dinâmica das cargas;
 A base dessa organização assenta nas fases de desenvolvimento da forma desportiva:
fase de aquisição, fase de manutenção (ou estabilização) e fase de perda temporária.
 A forma desportiva refere-se ao estado de capacidade de rendimento ótimo que o
atleta alcança em cada fase do seu desenvolvimento desportivo graças a uma
formação adequada.
A FORMA DESPORTIVA

 Fase de Aquisição

 Funciona como alicerce onde se apoiarão as fases seguintes e procura promover um aumento
significativo das possibilidades funcionais de cada atleta;
 O trabalho tem, numa primeira etapa, um caráter muito geral, predominando os exercícios de
caráter aeróbio e com um crescimento da carga obtido, essencialmente por intermédio do
aumento progressivo do volume de treino.
A FORMA DESPORTIVA

 Fase de Manutenção

 Nesta fase o objetivo é aperfeiçoar tudo quanto foi conquistado na fase de aquisição;
 O treino é orientado para a competição, que passa a ter um papel fundamental neste ciclo,
procurando-se afinar todas as componentes do mesmo seja ao nível físico, técnico, tático ou
mental;
 A modelização do treino visa assegurar a possibilidade de competir nas melhores condições
possíveis, a intensidade predomina completamente sobre o volume, o treino é cada vez mais
específico relativamente às caraterísticas competitivas da modalidade, abarcando todas as
zonas de intensidade necessárias.
A FORMA DESPORTIVA

 Fase da Perda Temporária

 Tem como objetivo assegurar a regeneração física e mental do praticante, sem perda
significativa em termos funcionais;
 Relacionando-se a forma desportiva com um estado ótimo de preparação, este não pode ser
mantido indefinidamente, do mesmo modo que um estado ótimo obtido numa determinada
época desportiva será sempre desejavelmente inferior ao que se pretende para a época
seguinte;
 A duração desta fase de perda temporária deve ser cuidadosamente deter- minada pelo
treinador e deve estar estruturada de modo que a recuperação do atleta ocorra, pelo menos
em parte, de forma ativa.
 Utilizam-se habitualmente atividades aeróbias de baixa intensidade e sem relação direta com a
modalidade do praticante.
A FORMA DESPORTIVA

 A Forma Desportiva e a Estrutura do Processo de Treino

 Estas três fases estão diretamente relacionadas com os períodos de treino (preparatório,
competitivo e transitório) podendo ocorrer uma, duas ou até mesmo três vezes em cada ano.
A FORMA
DESPORTIVA

 A Forma Desportiva e a Estrutura do


Processo de Treino

 As caraterísticas do treino em cada


um dos períodos estão relacionadas
com o anteriormente exposto, para
cada uma das fases de
desenvolvimento da forma
desportiva.

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