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Escola Básica e Secundária

Padre Manuel Álvares

CURSO TÉCNICO DE APOIO À


GESTÃO DESPORTIVA
Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares
Curso Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

Práticas de Atividades Físicas e Desportivas


Módulo 5 – Futebol
Prof. Thiago Rosa
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Índice

9. FUNDAMENTOS TÉCNICOS E TÁCTICOS PREDOMINANTES NA


MODALIDADE ............................................................................................................................ 4
9.1. Ações Individuais ......................................................................................................... 4
9.2. Ações Coletivas Elementares ................................................................................. 11
9.2.1. Ações Coletivas Elementares do Ataque......................................................... 11
9.2.2. Ações Coletivas Elementares da Defesa ......................................................... 15
9.3. Ações Coletivas Complexas.................................................................................... 19
9.3.1. Ações Coletivas Complexas do Ataque ........................................................... 19
9.3.2. Ações Coletivas Complexas da Defesa............................................................ 22
9.4. Modelo de Jogo .......................................................................................................... 25

Práticas de Atividades Físicas e Desportivas


Módulo 5 – Futebol
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9. FUNDAMENTOS TÉCNICOS E TÁCTICOS PREDOMINANTES NA MODALIDADE

O jogo de futebol caracteriza-se pela operacionalização de ações técnico-táticas,


de defesa e de ataque, visando o desequilíbrio do sistema contrário.

O jogo de futebol apresenta em si mesmo uma lógica interior que determina as


atitudes e comportamentos dos jogadores de uma mesma equipa.

As ações técnico-táticas são os meios de base aos quais os jogadores recorrem,


quer individualmente, quer coletivamente, tanto na fase de ataque, como na fase de
defesa, no sentido de solucionar as situações concretas do jogo.

9.1. Ações Individuais

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9.1.1. Ações Individuais do Ataque

Receção/Controlo da Bola

Ação individual de natureza ofensiva que permite o domínio e controle da bola,


animada de uma determinada energia cinética, ficando dentro do espaço motor do
jogador.

Objetivos:

Permitir ao jogador dominar a bola rapidamente para de seguida assumir


efetivamente a iniciativa de jogo;

Permitir ao jogador ter o tempo e o espaço suficiente para executar as ações


técnico-táticas seguintes, apesar de pressionado pelo adversário.

Condução de bola

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador movimentar-se no


terreno de jogo com a posse da bola.

Objetivos:

Progressão no terreno de jogo, sobretudo em direção à baliza adversária;

Temporizar a ação ofensiva, no sentido de permitir aos jogadores da equipa com


posse da bola organizarem-se, criando as condições mais favoráveis ao evoluir do jogo.

Proteção da bola

Ação individual de natureza ofensiva que se operacionaliza nas atitudes


manifestadas e desenvolvidas pelo jogador com a posse de bola, no sentido de a
proteger de qualquer intervenção sobre ela por parte do(s) adversário(s).

Objetivos:

Assegurar a manutenção da posse de bola e, assim, a iniciativa de jogo;

Temporizar o processo ofensivo por forma a que os restantes jogadores da


equipa com a posse da bola ofereçam melhores soluções táticas para a resolução
daquela situação momentânea do jogo.
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Drible/Finta/Simulação

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador com bola fornecer
um conjunto de informações gestuais no sentido de provocar o desequilíbrio e/ou
ludibriar o seu adversário, de modo a ultrapassa-lo e permitir continuar com a bola para
a execução motora seguinte.

Objetivos:

Libertar o jogador com posse de bola da marcação direta realizada pelo seu
adversário;

Ganhar espaços no terreno de jogo;

Ganhar tempo suficiente para executar uma ação de remate ou desorganizar a


estrutura defensiva adversária.

Remate

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador que a realiza a


procura do objetivo do jogo (golo).

Objetivos:

Introduzir a bola na baliza.

Passe

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador com a posse de


bola, estabelecer um sistema de comunicação material com os seus companheiros de
equipa.

Objetivos:

Estabelecer um meio de colaboração no jogo com os restantes colegas de


equipa.

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Cabeceamento

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador que a executa, jogar
a bola com a cabeça.

Objetivos:

Em conformidade com a situação momentânea do jogo poderá estar relacionada


com:

• Receção da bola;
• Condução da bola;
• Interceção;
• Passe;
• Remate.

Progressão (1º Princípio Ofensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


com posse de bola, coordenando e dirigindo em simultâneo, a realização de todas as
suas ações técnico-táticas na procura do objetivo do jogo.

Objetivos:

Procura do golo;

Conquista de posições mais ofensivas.

Cruzamento

Ação individual de natureza ofensiva que permite ao jogador com a posse de


bola, estabelecer um sistema de comunicação material com os seus companheiros de
equipa, com características especiais, executado no último terço de campo, nos
corredores laterais e dirigido para a zona predominante de finalização.

Objetivos:

Estabelecer um meio de colaboração no jogo com os restantes colegas de


equipa, numa faze terminal do processo ofensivo.

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Desmarcação

Conjunto de ações motoras utilizadas por um jogador, no sentido de se libertar


da ação direta de marcação individual por parte do adversário, para participar de forma
eficaz no processo ofensivo da sua equipa.

Objetivos:

Fugir à marcação individual do adversário;

Tirar partido de uma vantagem espácio-temporal.

Técnicas de Guarda Redes

Conjunto de ações executadas pelo guarda redes no decorrer do processo


ofensivo da equipa.

Objetivos:

Relançar o processo ofensivo da sua equipa;

Participar no processo ofensivo da equipa.

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9.1.2. Ações Individuais da Defesa

Desarme

Ação individual de natureza defensiva que permite retirar a posse de bola ao


adversário.

Objetivos:

Recuperar a posse de bola.

Marcação

Ação individual de natureza defensiva que visa a inutilização de espaços livres


e das movimentações do adversário.

Objetivos:

Evitar que o adversário progrida em zonas vitais do terreno de jogo com a bola
controlada.

Interceção

Ação individual de natureza defensiva que permite a interposição de um


segmento corporal na trajetória da bola, desviando-a da sua direção original.

Objetivos:

Temporizar (retardar) e perturbar o processo ofensivo adversário;

Permitir a recuperação da posse da bola.

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Carga

Ação individual de natureza defensiva, permitida pelas leis do jogo, através de


um contacto físico “ombro a ombro” entre dois jogadores na luta direta pela posse de
bola.

Objetivos:

Utilizar todos os meios legais para perturbar o adversário em posse de bola.

Contenção (1º Princípio Defensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


mais próximo do adversário com a posse da bola, coordenando e dirigindo em
simultâneo, a realização de todas as suas ações técnico-táticas recuperar a posse de
bola.

Objetivos:

Parar o ataque;

Dar tempo para a organização defensiva.

Técnicas de Guarda Redes

Conjunto de ações executadas pelo guarda redes no decorrer do processo


defensivo da equipa.

Objetivos:

Proteção da baliza (evitar o golo).

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9.2. Ações Coletivas Elementares

9.2.1. Ações Coletivas Elementares do Ataque

Combinações Táticas

Coordenação das ações individuais e coletivas de dois ou mais jogadores, numa


certa fase do jogo, com o fim de realizar uma tarefa parcial (temporária) e específica do
jogo, assegurando a criação de condições mais favoráveis, em termos numéricos,
espaciais e temporais.

Objetivos:

Romper o equilíbrio da organização defensiva adversária;

Colocar o jogador com posse de bola, em espaços mais ofensivos e livre de


oposição.

Classificação:

Simples: Quando realizadas a dois jogadores respeitando o binómio - passa e


vai.

Diretas: Quando realizadas por dois jogadores e respeitando o trinómio – passa,


vai e recebe (tabelinha).

Indiretas: Quando realizadas por três jogadores para resolver uma situação
específica do jogo, normalmente associada à grande concentração de jogadores, falta
de espaços livres e centro de jogo organizado defensivamente (triangulação).
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Deslocamentos Ofensivos (Desmarcações)

Ações individuais de natureza ofensiva desenvolvidas no contexto das ações


coletivas, com a finalidade de assegurar em última instância a cooperação dinâmica da
movimentação, no desenrolar do processo ofensivo, para o cumprimento dos objetivos
fundamentais do ataque (finalização, progressão e/ou manutenção da posse da bola).

Objetivos:

Equilibrar ou reequilibrar a ocupação raciona do terreno de jogo;

Criar, ocupar e utilizar de forma eficiente os espaços de jogo.

Classificação:

Quanto à Forma

Diretas: Quando a trajetória do deslocamento é perpendicular à linha final do


campo.

Indireta: Quando a trajetória do deslocamento é diagonal à linha final do campo.

Simétrica/Paralela: Quando a trajetória do deslocamento é paralela à linha final


do campo.

Circular/Complexa: Quando a trajetória de deslocamento é circular ou não


perfeitamente definida ou ainda com várias mudanças de direção.

Quanto ao Tipo:

Apoio: Deslocamento de aproximação ao colega com bola, no sentido de


procurar manter a posse da mesma.

Progressão: Deslocamento de afastamento em relação ao colega com bola, em


direção à baliza adversária.

Rotura: Deslocamento no sentido de provocar o um desequilíbrio na estrutura


defensiva adversária.

Equilíbrio: Deslocamentos no sentido de assegurar o equilíbrio da organização


do processo ofensivo.
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Compensações/Desdobramentos Ofensivos

Ações individuais e coletivas de natureza ofensiva, que visam assegurar


constantemente a ocupação racional do terreno de jogo pelo assumir das funções do(s)
colega(s) que num certo momento de jogo estão envolvidos na realização de outras
tarefas.

Objetivos:

Ocupação racional do terreno de jogo;

Contínua vigilância sobre os adversários;

Repartição equilibrada do esforço dos jogadores.

Temporização Ofensiva

Ações individuais e coletivas de natureza ofensiva, que visam assegurar as


condições mais favoráveis ao cumprimento dos objetivos táticos momentâneos
(temporários) da equipa.

Objetivos:

Ganhar o tempo necessário para assegurar o cumprimento dos objetivos táticos


momentâneos (temporários) da equipa, no processo ofensivo.

Cobertura Ofensiva (2º Princípio Ofensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


(2º atacante) mais próximo do colega com a posse da bola, coordenando e dirigindo em
simultâneo, a realização de todas as suas ações técnico- táticas, no sentido de lhe
proporcionar apoio.

Objetivos:

Apoio ao colega com a posse da bola;

Manter o equilíbrio defensivo.

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Mobilidade (3º Princípio Ofensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


(3º atacante) que dentro do centro de jogo procura assegurar a progressão do processo
ofensivo, coordenando e dirigindo em simultâneo, a realização de todas as suas ações
técnico-táticas, no sentido de criar desequilíbrios na estrutura defensiva adversária.

Objetivos:

Criação de espaços livres;

Rutura no equilíbrio da estrutura defensiva adversária;

Tornar o jogo ofensivo imprevisível.

Espaço (4º Princípio Ofensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude de todos os


jogadores de uma mesma equipa, em posse de bola, no sentido de assegurar uma
determinada organização espácio-temporal, facilitadora do desenvolvimento ofensivo
da equipa.

Objetivos:

Assegurar uma articulação ofensiva em profundidade e largura (organizar e


estruturar a equipa;

“Abrir o jogo” a fim de obter mais espaço para o desenvolvimento das ações
ofensivas.

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9.2.2. Ações Coletivas Elementares da Defesa

Dobra

Ação técnico-tática coletiva de natureza defensiva que manifesta a coordenação


das ações individuais de dois jogadores no sentido de resolver uma tarefa parcial
(temporária) específica do jogo e, assim, assegurar uma maior eficiência nas ações
defensivas.

Objetivos:

Permitir uma maior coesão defensiva;

Reequilibrar numericamente a estrutura defensiva.

Deslocamentos Defensivos

Ação individuais técnico-tática de natureza defensiva desenvolvidos num


contexto coletivo, com a finalidade de assegurar em última instância a cooperação e
coerência dinâmica da movimentação, no desenrolar do processo defensivo, para o
cumprimento dos objetivos fundamentais da defesa (defesa da baliza/recuperação da
posse da bola).

Objetivos:

Ocupar ou reequilibrar a ocupação racional do terreno de jogo;

Ocupar, restringir e vigiar de forma eficiente os espaços vitais à progressão do


processo ofensivo adversário;

Marcar e efetivamente os jogadores posicionados em espaços vitais e que


possam dar continuidade ao processo ofensivo adversário.

Classificação:

De Recuperação Defensiva: Caraterizam-se fundamentalmente por


deslocamentos de recuo em direção à sua própria baliza, no sentido de ocupar a sua
função no método defensivo da equipa.

De Equilíbrio ou Reequilíbrio Defensivo: Caraterizam-se fundamentalmente


por deslocamentos coordenados em função da necessidade de equilibrar ou reequilibrar
a repartição de forças no terreno de jogo.

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Compensações/Desdobramentos Defensivos

Ações individuais e coletivas de natureza defensiva que visam, antes de tudo,


não perder a ocupação racional do terreno de jogo na tentativa de anular a vantagem
do ataque em superioridade numérica e assumir funções de colegas que num certo
momento de jogo estão envolvidos na realização de outras tarefas.

Objetivos:

Ocupação racional do terreno de jogo;

Reequilíbrio da estrutura defensiva.

Temporização Defensiva

São ações individuais e coletivas de natureza defensiva que visam assegurar as


condições mais favoráveis para a recolocação dos jogadores da equipa dentro do
método de jogo defensivo adotado.

Objetivos:

Ganhar o tempo necessário para que os jogadores da equipa se recoloquem


dentro do método de jogo defensivo adotado.

Marcação/Tipos de Defesa

Coordenação das ações individuais de natureza defensiva (com uma forte


dimensão coletiva) desenvolvidas no respeito pelos princípios do jogo e que visam a
inutilização de espaços livres e das movimentações do adversário.

Objetivos:

Evitar que os adversários criem, ocupem e utilizem espaços vitais do terreno de


jogo.

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A Marcação pode ser classificada nos seguintes tipos:

Marcação Individual

O defensor persegue o atacante para onde quer que ele se desloque, dentro do
terreno de jogo.

Marcação à Zona

Cada jogador detém uma zona de ação onde intervém quando a bola ou um
jogador adversário aí se encontram.

Marcação Mista

Cada jogador detém uma zona de ação e, aquando de um ataque adversário, o


atacante que entra nessa zona é marcado individualmente até ao término do ataque.

Cobertura Defensiva (2º Princípio Defensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


(2º defesa) mais próximo do colega que se opõe ao adversário com posse da bola,
coordenando e dirigindo em simultâneo, a realização de todas as suas ações técnico-
táticas no sentido de evitar situações de inferioridade numérica.

Objetivos:

Apoio ao colega que realiza contenção;

Evitar a inferioridade numérica para a sua equipa.

Equilíbrio (3º Princípio Defensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude do jogador


(3º defesa) que, dentro do centro de jogo, procura assegurar o equilíbrio no processo
defensivo, coordenando e dirigindo em simultâneo, a realização de todas as suas ações
técnico-táticas no sentido de assegurar a estabilidade do centro de jogo defensivo.

Objetivos:

Ocupação de espaços livres;

Marcação de jogadores livres.

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Concentração (4º Princípio Defensivo)

Consiste nas normas base de orientação que determinam a atitude de todos os


jogadores de uma mesma equipa, sem a posse de bola, no sentido de assegurar
determinada organização espácio-temporal que permita dificultar o desenvolvimento do
processo ofensivo adversário.

Objetivos:

Assegurar uma articulação defensiva em profundidade e largura (organizar e


estruturar a equipa);

“Fechar o jogo” a fim de reduzir e anular o espaço à equipa adversária para


melhor e mais rapidamente recuperar a posse de bola.

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9.3. Ações Coletivas Complexas

9.3.1. Ações Coletivas Complexas do Ataque

Funções e Tarefas

Este conceito contempla duas noções distintas, mas complementares.

Funções – Ações de ataque normalmente desempenhadas pelos jogadores de


acordo com a sua posição inicial no terreno de jogo.

Tarefas – Ações esporádicas de ataque realizadas pelos jogadores em


consequência de problemas pontuais e ocasionais do jogo. (ex.: a marcação de livres,
cantos ou lançamentos de linha lateral).

Objetivos:

Atribuição de determinados “papeis” a cumprir pelos jogadores, durante o jogo.

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Esquemas Táticos Ofensivos

Forma mais ou menos evoluída das combinações, rígidos e estereotipados,


previamente estudados e treinados para as situações de bola parada.

Objetivos:

Assegurar, em situações de bola parada, as condições mais favoráveis à


concretização imediata de golo.

Assegurar, em situações de bola parada, as condições mais favoráveis à


manutenção da posse da bola.

Circulação Tática Ofensiva

Representa as unidades de organização do jogo da equipa onde previamente se


define a circulação da bola e a circulação dos jogadores (de acordo com trajetórias e
direções previamente definidas) possibilitando formas de entendimento coletivo do jogo,
na sua fase ofensiva.

Objetivos:

Organização coletiva do jogo ofensivo da equipa (permite a sistematização de


alguns “automatismos” da equipa, em termos ofensivos).

Sistema Tático

Forma geral de organização das ações ofensivas e defensivas pelo


estabelecimento de uma estrutura base e pela definição de tarefas e funções, bem como
de certos princípios de colaboração no jogo.

Objetivos:

Definir uma estrutura base da equipa (dimensão estática);

Definir e coordenar um conjunto de missões táticas específicas para os


jogadores da equipa (dimensão dinâmica).

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Métodos de Jogo Ofensivo

Conjunto das ações individuais e coletivas adotadas para imprimir ao jogo de


equipa coerência na movimentação e impor ao adversário as soluções e o ritmo de jogo
mais conveniente em situações ofensivas.

Objetivos:

Criar condições mais favoráveis para a concretização dos objetivos do processo


ofensivo;

Permitir uma contínua instabilidade na organização defensiva adversária;

Desenvolver o maior número de ações ofensivas em direção à equipa


adversária.

Podemos classificar os Métodos de Jogo Ofensivo em três formas básicas


de organização:

Ataque Organizado

Manifesta-se cada vez que, após a recuperação da posse de bola, não é possível
utilizar um eventual desequilíbrio defensivo da equipa adversária.

Contra-Ataque

Manifesta-se sempre que, após a recuperação da posse de bola, se utiliza o


momentâneo desequilíbrio defensivo adversário, resultante da ação ofensiva que este
realizava.

Ataque Rápido

Situa-se num ponto intermédio entre o Ataque Organizado e o Contra-Ataque e


manifesta-se em situações idênticas ao do Conta Ataque, preparando a sua fase de
finalização com a equipa organizada defensivamente.

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9.3.2. Ações Coletivas Complexas da Defesa

Funções e Tarefas

Este conceito contempla duas noções distintas, mas complementares.

Funções – Ações de ataque normalmente desempenhadas pelos jogadores de


acordo com a sua posição inicial no terreno de jogo.

Tarefas – Ações esporádicas de ataque realizadas pelos jogadores em


consequência de problemas pontuais e ocasionais do jogo. (ex.: a colocação dos
jogadores na barreira).

Objetivos:

Atribuição de determinados “papeis” a cumprir pelos jogadores, durante o jogo.

Esquemas Táticos Defensivos

Estratégias, soluções e preocupações especiais na organização de um grupo de


jogadores e/ou toda a equipa, para anular as intenções adversárias aquando da
marcação dos esquemas táticos ofensivos.

Objetivos:

Assegurar, em situações de bola parada, as condições mais favoráveis para


contrariar a concretização de golo, por parte da equipa adversária;

Assegurar, em situações de bola parada, as condições mais favoráveis à


recuperação da posse da bola e desenvolvimento do processo ofensivo.

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Circulação Tática Defensiva

Representa as unidades de organização do jogo da equipa onde previamente se


define a circulação dos jogadores (de acordo com trajetórias e direções previamente
definidas) em função da circulação da bola por parte da equipa adversária,
possibilitando formas de entendimento coletivo do jogo, na sua fase defensiva.

Objetivos:

Organização coletiva do jogo defensivo da equipa (permite a sistematização de


alguns “automatismos” da equipa, em termos defensivos).

Sistema Tático

Forma geral de organização das ações ofensivas e defensivas pelo


estabelecimento de uma estrutura base e pela definição de tarefas e funções, bem como
de certos princípios de colaboração no jogo.

Objetivos:

Definir uma estrutura base da equipa (dimensão estática);

Definir e coordenar um conjunto de missões táticas específicas para os


jogadores da equipa (dimensão dinâmica).

Métodos de Jogo Defensivo

Conjunto das ações individuais e coletivas adotadas para imprimir ao jogo de


equipa coerência na movimentação e impor ao adversário as soluções e o ritmo de jogo
mais conveniente em situações defensivas.

Objetivos:

Criar condições mais favoráveis para a concretização dos objetivos do processo


defensivo;

Permitir uma contínua estabilidade na organização defensiva;

Desenvolver todas as ações defensivas de modo a afastar o jogo das zonas


próximas da baliza.

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Podemos classificar os Métodos de Jogo Ofensivo em três formas básicas


de organização:

Método Individual (Defesa Individual)

Manifesta-se através da utilização da marcação individual.

Método à Zona (Defesa à Zona)

Manifesta-se através da utilização da marcação à zona.

Método Misto (Defesa Mista)

Manifesta-se através da utilização da marcação mista.

Método Zona Pressionante (Defesa Pressionante)

Manifesta-se através da utilização da marcação em zona pressionante.

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9.4. Modelo de Jogo

Conjunto de princípios (comportamentos) que resultam na organização de uma


equipa dentro do contexto do jogo.

Normas que orientam os atletas em cada um dos quatro momentos do jogo de


futebol (Organização Ofensiva, Transição Defensiva, Organização Defensiva e
Transição Ofensiva).

Constituintes do Modelo de Jogo

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