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A história da Aprendizagem Motora no nosso um campo de investigação, assim como para a
meio é ainda muito recente e não seria exagero aplicação dos conhecimentos produzidos nos di-
afirmar que a Escola de Educação Física e Es- ferentes domínios da intervenção profissional em
porte da Universidade de São Paulo foi uma das Educação Física e Esporte. Para alcançar esse
primeiras a criar um laboratório específico (La- objetivo, será feito inicialmente um retrospecto
boratório de Comportamento Motor - LACOM) sucinto da evolução das pesquisas no cenário,
para realizar pesquisas nesse campo de investiga- tanto nacional como internacional, para mostrar
ção. Isso ocorreu em 1988. Atualmente, a Edu- o estado da arte. Em seguida, serão discutidas as
cação Física brasileira já conta com uma rede mais perspectivas e tendências de pesquisa, de nature-
ampliada de laboratórios, de forma que a Apren- za teórica e metodológica, dentre as quais as atuais
dizagem Motora tem uma forte presença, com preocupações que orientam as pesquisas do la-
uma produção científica significativa, nos even- boratório serão também abordadas. Finalmente,
tos e periódicos de reputação na área de Educa- será apresentado aquilo que se visualiza como
ção Física e Esporte. Mais ainda, a sua produção contribuição original do LACOM, desenvolvi-
começa a ser disseminada de forma visível nos do em duas frentes de trabalho: as linhas de pes-
mais importantes periódicos internacionais. quisa e seus desdobramentos, e os esforços para
O objetivo deste texto é basicamente relatar a aplicação dos conhecimentos produzidos nesse
contribuição que o LACOM tem dado para o campo de investigação na intervenção profissio-
desenvolvimento da Aprendizagem Motora como nal em Educação Física e Esporte.

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A Aprendizagem Motora é um campo de e pela publicação de um volume notável de trabalhos
investigação com mais de cem anos de tradição. Há em periódicos científicos de reputação.
um reconhecimento de que os estudos pioneiros Os estudos sobre a aquisição de habilidades
foram de BRYAN e HARTER (1897) e WOODWORTH motoras - preocupação central da Aprendizagem
(1899), respectivamente, sobre a aquisição de Motora - têm mostrado fases peculiares ao longo
habilidades de recepção e envio do código Morse e da história. No início da década de 1970, duas teorias
a relação entre velocidade e precisão em movimentos de controle e aprendizagem rivalizaram-se (a teoria de
manuais. Atualmente, pode-se dizer que a circuito aberto e a teoria de circuito fechado), o que
Aprendizagem Motora é um campo consolidado, ficou conhecido como “debate centralista-periferalista”,
como pode ser verificado pela sua presença cujo foco principal estava na diferença acerca do papel
recorrente nas estruturas curriculares de graduação do “feedback” no controle de movimentos. De forma
e pós-graduação, pela existência e disseminação de resumida, para a teoria do circuito fechado (teoria
laboratórios na maioria das faculdades de Educação periferalista - ADAMS, 1971), a informação sensorial
Física e Esporte das universidades de todo o mundo durante a execução do movimento é crucial, uma

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vez que ela é comparada com uma referência de avaliação que se alicerçava as duas abordagens. O QUADRO 1
armazenada na memória, e caso haja discrepância, essa destaca as principais diferenças entre elas. Para descrever o
informação é levada em conta na correção do movimento “establishment” da área nesse período, é interessante
subseqüente. Em contrapartida, na teoria centralista de considerar a quantidade de artigos publicados, por
circuito aberto (KEELE, 1968), o “feedback” não exemplo, no Journal of Motor Behavior, um dos mais
desempenha papel importante, uma vez que o movimento importantes periódicos da área (incluindo-se artigos sobre
é controlado por um programa motor, o qual age em controle, aprendizagem e desenvolvimento motor). No
nível central e, uma vez acionado, especifica a seqüência e início da década de 1980, de cada quatro artigos, três
o “timing” do movimento, sem necessidade de informação tinham como pano de fundo a abordagem motora e um
sensorial. Essa controvérsia foi resolvida pela aceitação de a emergente abordagem da ação. No final dos anos de
que cada teoria explicava uma determinada categoria de 1980, metade das publicações era em uma abordagem e a
movimentos (ABERNETHY & SPARROW, 1992; BEEK & outra metade, na outra (ABERNETHY & SPARROW, 1992).
MEIJER, 1988; MEIJER & ROTH, 1988). Hoje é consenso a No início da década de 90 do século passado, o número
compreensão de que há fatores tanto centrais como de publicações na abordagem da ação já suplantava os da
periféricos no controle de movimentos, interferindo em abordagem motora (até 1995, com uma proporção de
maior ou menor grau dependendo do tipo de movimento 2:1; de 1996 a 1999, com uma proporção de 3:1; de
- lento ou balístico. Ao final, as duas teorias foram de certa 2000 a 2003, novamente de 2:1). Em suma, de 1989 a
forma acomodadas na teoria de esquema motor (SCHMIDT, 2003, de cada três artigos publicados, dois eram baseados
1975), o que se constituiu um claro exemplo de integração na abordagem da ação. Atualmente, a proporção continua
entre duas correntes teóricas rivais (TANI, 1995). em 2:1, com leve tendência a um aumento nas publicações
Embate mais profundo foi estabelecido a partir do início na abordagem motora, sugerindo um novo equilíbrio.
da década de 1980, na chamada “controvérsia abordagem Além disso, pode-se perceber que em outros periódicos
motora versus abordagem da ação” (MEIJER & ROTH, que contêm seções de comportamento motor, a
1988). Essa última surgiu como rival da primeira, quantidade de artigos na abordagem motora é similar ao
hegemônica até então, o que estabeleceu uma divergência número de artigos publicados na abordagem da ação
não apenas nas possíveis explicações sobre os mecanismos (Human Movement Science, Journal of Sports Sciences) ou
de controle e aprendizagem (como no debate centralista- até maior (Journal of Human Movement Studies, Perceptual
periferalista), mas também na fundamentação teórica em and Motor Skills, Research Quarterly for Exercise and Sport).

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Apesar desse quadro geral mostrar o aumento movimento. Alguns dos fatores estudados nesse
substancial de pesquisas na abordagem da ação período foram a prática das partes e do todo, a prática
quando considerada toda a área de Comportamen- massificada e distribuída, a prática física e mental, o
to Motor, é possível afirmar que, especificamente conhecimento de resultados, a motivação, entre outros
em relação a Aprendizagem Motora, a abordagem (TANI, 1992). Somente a partir da década de 70 do
motora foi e tem sido o “carro-chefe” nos estudos. século passado, com o início da abordagem motora
Dois tipos de pesquisa são desenvolvidos nessa abor- alicerçada na teoria de processamento de informações,
dagem: a) investigação dos mecanismos e processos houve uma escalada de pesquisas sobre mecanismos e
subjacentes à aquisição de habilidades motoras e b) processos subjacentes à aquisição de habilidades
investigação dos fatores que afetam essa aquisição. motoras, destacando-se estudos de operações mentais
Historicamente, maior ou menor ênfase foi e tem que precedem o movimento, como a seleção da
sido dada a um desses dois tipos de pesquisa, de- resposta, a programação do movimento, a avaliação
pendendo das condições operacionais e de erros pelo sistema sensorial, entre outros (MANOEL,
metodológicas viabilizadas pelo avanço teórico e 1995; TANI, 2000). Ocorreu, na realidade, uma
tecnológico de cada momento. mudança de enfoque do estudo das variáveis que
Dos trabalhos pioneiros até a década de 1970, afetam a aprendizagem para a investigação dos
predominaram os estudos sobre os fatores que afetam mecanismos e processos subjacentes à aquisição de
o processo de aprendizagem motora em tarefas habilidades motoras (PEW, 1970). Entretanto, essa
específicas, com ênfase no produto ou na tarefa. Isso transição no foco dos estudos provocou uma certa
porque, nesse período, as pesquisas foram fortemente estagnação das pesquisas em Aprendizagem Motora,
influenciadas pelas correntes teóricas da Psicologia pois o fenômeno de controle motor tornou-se o centro
(behaviorismo e cognitivismo) que eram limitadas para das atenções, concentrando interesses e esforços da
explicar mecanismos internos responsáveis pelo maioria dos pesquisadores durante longo período.

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Conforme ficou evidenciado no tópico anterior, parte da abordagem da ação (SCHMIDT, 1988). Na
a “controvérsia” criada entre as abordagens motora realidade, essa tendência tem se fortalecido mais
e da ação ainda não foi devidamente solucionada e recentemente (LATASH, 1993; SUMMERS, 1992; VAN
não tem sido fácil prever os próximos desdobramen- INGEN SCHENAU, VAN SOEST, GABREELS & HORSTINK,
tos. Para alguns, após a fase inicial do embate teóri- 1995), com a aceitação da existência de alguma for-
co em que as diferenças foram fortemente apontadas ma de representação por parte dos defensores da
e enfocadas, há um movimento em direção a recon- abordagem da ação (BEEK, PEPER & STEGEMAN,
ciliação (COLLEY, 1989; COLLEY & BEECH, 1988; 1995; MICHAELS & BEEK, 1995; SCHÖNEr, 1996).
SUMMERS, 1989, 1992), apoiado fundamentalmen- Apesar dessa situação ainda indefinida no que
te em dois aspectos: na visão de que as duas aborda- se refere aos futuros desdobramentos da contro-
gens não são mutuamente exclusivas, mas vérsia, existe uma constatação de que a aborda-
complementares (PAILLARD, 1986), e na proposição gem da ação tem tido mais sucesso nos campos
de que a ênfase a uma das duas depende fundamen- de Controle Motor e Desenvolvimento Motor,
talmente do nível de organização em que a observa- especialmente em tarefas motoras cíclicas e mo-
ção é feita (VAN WIERINGEN, 1988). No entanto, para vimentos filogeneticamente determinados (veja
outros, essa reconciliação não é tão simples assim KELSO , 1995 e THELEN & SMITH , 1994, como
em virtude das profundas diferenças conceituais e exemplo de obras que sintetizam achados nesses
filosóficas que existem na base dessas abordagens dois campos de investigação). Em Aprendizagem
(ABERNETHY & SPARROW, 1992). De qualquer for- Motora, no entanto, há um reconhecimento de
ma, se não uma reconciliação, uma possível aproxi- que pouco se avançou (BARELA & B ARELA, 2001;
mação poderia ser esperada caso algumas posições MICHAELS & BEEK, 1995) além dos estudos pio-
radicais fossem abandonadas, como por exemplo a neiros desenvolvidos por Z ANONE e K ELSO
negação de qualquer forma de representação por (1992a, 1992b).

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Por outro lado, na abordagem motora, estudos No que se refere a tendências recentes, pode-se
sobre o processo de aquisição de habilidades motoras dizer que as investigações sobre modelação têm fo-
foram retomados com muito vigor a partir do final calizado vários aspectos, tais como as características
da década de 1980, especialmente no que se refere a do modelo (“status” nível de habilidade e/ou está-
fatores que afetam esse processo. Isso ocorreu, fun- gio de aprendizagem), a distribuição temporal da
damentalmente, em razão de uma mudança de pos- demonstração (freqüência relativa e absoluta, antes
tura dos pesquisadores, daquela que via os estudos e/ou durante a prática) e a relação com outros tipos
em Aprendizagem Motora dependentes do avanço de informação (instrução verbal e automodelação),
nos estudos em Controle Motor, para uma outra cujos achados são sintetizados a seguir.
que via esse campo de investigação possuidor de Com relação às características do modelo, os resul-
temas e problemas de pesquisa genuinamente in- tados de LEE e WHITE (1990) e MCCULLAGH e CAIRD
trínsecos, que poderiam ser atacados utilizando-se (1990) mostram que a observação de modelos não
dos conhecimentos produzidos em Controle Mo- habilidosos possibilita aprendizagem semelhante ou
tor, mas sem deles depender (PÚBLIO & TANI, 1993). até superior em comparação à observação de modelos
Dentre esses fatores, alguns têm merecido atenção habilidosos. Por outro lado, também existem estudos
especial, como será visto a seguir. que mostraram que a observação de modelos habili-
dosos e famosos como, por exemplo, atletas de reco-
!"#$%&'()*$+,"-#,-./$#0)12- nhecimento mundial (elevado “status”), conduzem a
uma aprendizagem melhor comparativamente a ob-
Pode-se dizer que um dos aspectos mais intri- servação de modelos sem “status” elevado e do que a
gantes da aprendizagem humana refere-se àquele de automodelação (BOSCHKER & BAKKER, 2002; ZETOU,
aprender mediante observação. Esse processo, tam- FRAGOULI & TZETZIS, 1999).
bém conhecido como modelação, imitação e apren- Em relação à apresentação do modelo, tem-se
dizagem observacional, tem sido foco de muitas verificado que a apresentação controlada pelo pró-
investigações em Aprendizagem Motora nos últi- prio aprendiz possibilita aprendizagem superior do
mos anos. Conforme GOULD e ROBERTS (1982), a que aquela controlada pelo experimentador
aprendizagem por observação diz respeito ao pro- (W RISBERG & P EIN , 2002; W ULF, R AUPACH &
cesso geral pelo qual um observador reproduz as PFEIFFER, 2003). Com respeito à freqüência de apre-
ações exibidas por um modelo. sentação, estudos mostram que a freqüência abso-
As investigações a esse respeito têm sido realizadas luta de apresentação do modelo é mais eficiente para
principalmente com base na teoria de aprendizagem a aprendizagem do que a freqüência relativa
social de BANDURA (1977). De um modo resumido, (FREHLICH, 2002) e que freqüências relativas maio-
pode-se dizer que essa teoria propõe que a observação res são mais eficazes (SIDAWAY & HAND, 1993). Ve-
de um modelo permite que o aprendiz elabore refe- rifica-se, também, que a observação do modelo antes
rências, símbolos ou representações na memória acer- do início da prática e em suas primeiras tentativas é
ca da habilidade motora a ser aprendida. Essa mais eficaz do que somente no início ou durante as
elaboração ou formulação de referências envolve dois primeiras tentativas (WEEKS & ANDERSON, 2000).
subprocessos relacionados à aquisição da resposta - Finalmente, em relação à utilização de demons-
atenção e retenção - e dois subprocessos relacionados tração e de instrução verbal, a associação desses dois
à reprodução da resposta - reprodução e motivação. aspectos tem sido mais efetiva para a aprendizagem
Mais recentemente, as investigações acerca da apren- do que ambos os aspectos isoladamente (ADAMS,
dizagem por observação também têm sido realizadas 2001; MCCULLAGH, WEISS & ROSS, 1989; PÚBLIO,
com base em uma outra abordagem denominada de TANI & MANOEL, 1995).
ecológica (AL-ABOOD, DAVIDS & BENNETT, 2001;
FOWLER & TURVEY, 1978; HODGES & FRANKS, 2002; 3-%4$5'+$%6-,&$,#$/786)&-/,$,9:$$&.)5;<
HORN, WILLIAMS & SCOTT, 2002; SCULLY & NEWELL,
1985). De modo sintético, pode-se dizer que as expli- Um outro fator muito focalizado nas pesquisas
cações para o citado fenômeno referem-se à observa- em Aprendizagem Motora diz respeito ao “feedback”
ção de um modelo possibilitar ao aprendiz a aquisição relativo à informação acerca do resultado da ação
de informações acerca de aspectos invariantes da ha- no meio ambiente, obtido de fontes externas. Esse
bilidade observada como, por exemplo, as caracterís- “feedback” é denominado de conhecimento de re-
ticas topológicas do movimento. sultados (CR) (MAGILL, 1994; SWINNEN, 1996). As

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investigações sobre os efeitos do CR na aquisição eficaz na aquisição de habilidades motoras. Deve-


de habilidades motoras têm sido realizadas em rela- se ressaltar que as pesquisas fundamentadas na
ção a vários aspectos como, por exemplo, grau de teoria de esquema têm se preocupado em verifi-
precisão, interpolação de atividades, faixa de am- car os efeitos das práticas variada-aleatória e cons-
plitude ou tolerância de erro, quantidade de CR tante e as pesquisas conduzidas a partir do
em diferentes estágios de aprendizagem, complexi- princípio de interferência contextual têm focali-
dade da tarefa e, mais intensamente, freqüência zado os efeitos das práticas variada-aleatória, por
(BLISCHKE, MARSCHALL, MÜLLER & DAUGS, 1999; blocos, seriada e de suas combinações.
CHIVIACOWSKY, 2000; LUSTOSA DE OLIVEIRA, 2002; Os resultados dessas pesquisas não têm sido con-
MAGILL, 1994; SWINNEN, 1996; WULF, HÖRGER & clusivos, porém as pesquisas baseadas na teoria de
SHEA, 1999; WULF, LEE & SCHMIDT, 1989; WULF, esquema que mostraram superioridade da prática
SHEA & MATSCHNER, 1998). variada-aleatória em relação à prática constante têm
Em relação à freqüência de CR, tem-se verifi- explicado tais resultados com base na experiência
cado que freqüências menores são mais eficazes variada - resultante da prática aleatória - possibili-
para a aprendizagem do que freqüências altas tar o fortalecimento de um esquema. No caso das
(CHIVIACOWSKY & TANI , 1993, 1997; LUSTOSA DE pesquisas fundamentadas no princípio de interfe-
OLIVEIRA, 2002). Resultados como esses têm sido rência contextual que mostraram superioridade da
explicados no sentido de as menores freqüências prática variada-aleatória em relação às práticas por
possibilitarem ao aprendiz a utilização do blocos e seriada, as explicações referem-se à prática
“feedback” intrínseco que, por sua vez, possibili- variada-aleatória possibilitar distinção e elaboração
ta o desenvolvimento da capacidade de detecção melhores na memória de traços e/ou planos de ação
e correção de erros. Isso reflete em uma menor relativos às tarefas praticadas (BATTIG, 1979; SHEA
dependência em relação ao CR (S A L M O N I , & ZIMNY, 1983), bem como ao fortalecimento do
SCHMIDT & WALTER, 1984). plano de ação em virtude de sua constante recons-
Um aspecto a se destacar é que os estudos sobre trução, fazendo com que ele fique resistente ao es-
CR têm recebido críticas pela utilização de tarefas quecimento (LEE & MAGILL, 1983, 1985).
de aprendizagem relativamente simples e pelo fato Os estudos sobre os efeitos da interferência
da informação fornecida sobre o resultado no meio contextual têm se diversificado em várias frentes. Uma
ambiente ser redundante (KILDUSKI & RICE, 2003; delas refere-se a sua combinação com a teoria de es-
SCHMIDT & YOUNG, 1991). Isso tem gerado pes- quema que, segundo CORRÊA (2001), é um reflexo da
quisas sobre um outro tipo de CR, ou seja, infor- falta de explicações para os demais resultados. Nessa
mação sobre o padrão de movimento (BRISSON & tendência, as preocupações referem-se a qual tipo de
ALAIN, 1996, 1997; MAGILL & SCHOENFELDER- prática possibilita a aprendizagem de construtos pro-
ZOHDI, 1996; SCHMIDT & YOUNG, 1991; TZERZIS, postos na teoria de esquema (programa motor gene-
KIOUMOURTZOGLOU, L AIOS & S TERGIOU , 1999; ralizado e parâmetros), e os resultados têm apontado
ZUBIAUR, OÑA & DELGADO, 1999; WULF, GARTNER, para a prática constante-aleatória (LAI & SHEA, 1998;
MCCONNEL & SCHWARTZ, 2002). LAI, SHEA, WULF & WRIGHT, 2000). Uma outra refe-
re-se a testagem dos efeitos introduzindo-se uma no-
!"#$%#%$&'(')$*&+,-&./)'0&'1$2#,3& vidade metodológica, ou seja, a de estender o número
de tentativas nos testes de transferência para verificar
A prática, ou melhor, a organização da prática na se o chamado “paradoxo” (inversão do desempenho
aquisição de habilidades motoras é também um outro na aquisição e transferência) persiste (MEIRA JÚNIOR
fator intensamente investigado em Aprendizagem & TANI, 2001, no prelo).
Motora. As pesquisas acerca desse fator têm sido reali- No tocante à organização da prática relacionada
zadas em relação à variabilidade de prática e em rela- à natureza da tarefa, as investigações têm
ção à característica/natureza da tarefa de aprendizagem. manipulado especialmente as práticas do todo, das
No que concerne à organização da prática partes e suas combinações (DAVIS, BULL, ROSCOE &
quanto a sua variabilidade, as pesquisas têm sido ROSCOE, 1991). Nessas investigações, as hipóteses
conduzidas com base na teoria de esquema testadas referem-se à organização e à complexidade
(SCHMIDT, 1975) e no princípio de interferência da tarefa, de NAYLOr e BRIGGS (1963), quais sejam:
contextual (BATTIG, 1979). Em ambas, a prática tarefas com baixo nível de complexidade e alto nível
variada-aleatória tem sido proposta como a mais de organização seriam mais bem aprendidas com a

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prática do todo; tarefas com alto nível de da década de 1980 passaram a ser realizadas por
complexidade e baixo nível de organização seriam pesquisadores da Psicologia do Esporte. Várias têm
mais bem aprendidas com a prática das partes e sido as hipóteses formuladas, dentre as quais po-
tarefas com níveis intermediários de organização e dem-se destacar as seguintes: a) as metas específicas
complexidade seriam mais bem aprendidas com a podem regular a ação mais precisamente do que
combinação dos tipos de prática. Quanto aos metas gerais; b) a utilização de metas de curto prazo
resultados, pode-se dizer que essas hipóteses têm sido associadas às de longo prazo podem levar a
confirmadas em vários estudos (BECA, 1989; HIDD, performance melhor do que somente a utilização
1991; MESQUITA, 1981; PÚBLIO & TANI, 1993; de metas de longo prazo; c) para ser eficiente deve-
REMORINO, 1989; SMITH, 1999). se estabelecer metas realísticas e desafiadoras; d) o
Embora essas pesquisas tenham o mérito de estabelecimento de metas de performance pode ser
utilizarem tarefas motoras do mundo real, possuem melhor do que o estabelecimento de metas de re-
também uma limitação quanto à utilização predomi- sultados; e) o estabelecimento de metas individuais
nante de tarefas classificadas como fechadas e discre- pode ser mais efetivo do que o de metas de grupo
tas. Mais recentemente, isso tem provocado o (BUMP, 1989; BURTON, 1992, 1993; HARRIS &
surgimento de uma outra tendência de estudos: in- HARRIS, 1984; LOCKE & LATHAM, 1985). Essas hi-
vestigar os efeitos do método tático (construtivista; póteses têm culminado em pesquisas sobre os efei-
cognitivista; pelo entendimento; situacional- tos do estabelecimento de metas no que se refere a
cognitivo), além dos tipos de prática já citados na aqui- generalidade/especificidade, nível de dificuldade
sição de habilidades motoras esportivas caracterizadas (metas fáceis e difíceis), temporalidade (metas de
por um alto grau de incerteza em suas execuções curto e longo prazos) e designação (estabelecido pelo
(CORRÊA, SABINO DA SILVA & PAROLI, 2002; FRENCH, professor ou pelo aprendiz).
WERNER, RINK, TAYLOR & HUSSEY, 1996; FRENCH, Embora ainda poucas pesquisas tenham sido reali-
WERNER, TAYLOR, HUSSEY & JONES, 1996; GRAÇA & zadas, é possível destacar dois aspectos: o primeiro re-
OLIVEIRA, 1994; HASTIE, 1998; RINK, FRENCH & fere-se a boa parte das investigações conterem
TJEERDSMA, 1996; THORPE, 1990). Nesse caso, a ênfa- problemas metodológicos relacionados, notadamente,
se está na aquisição de habilidades por meio de resolu- ao delineamento experimental, por não envolver tes-
ção de problemas. Os resultados dessas pesquisas têm tes de retenção e/ou de transferência; o outro está rela-
apontado para a superioridade da prática do todo e cionado aos resultados, os quais têm mostrado que
tático em comparação à prática das partes. estabelecer metas é mais eficiente do que não estabele-
cer e que metas específicas são mais eficazes do que
!"#$%&'&()*&+#,-.&-*&#$" metas genéricas no processo de aquisição de habilida-
des motoras (BOYCE, 1990, 1992a, 1992b; CORRÊA,
Finalmente, pode-se destacar um outro fator que SOUZA JUNIOR & PERROTI JUNIOR, 2002; FREUDENHEIM
tem recebido a atenção de pesquisadores no campo da & TANI, 1998; UGRINOWITSCH & DANTAS, 2002).
Aprendizagem Motora: o estabelecimento de metas A par dessas evoluções nas pesquisas específicas sobre
(CORRÊA, SOUZA JUNIOR & PERROTI JUNIOR, 2002; os fatores que afetam a aquisição de habilidades
FREUDENHEIM & TANI, 1998; SCHMIDT & WRISBERG, motoras, algumas discussões mais genéricas têm sido
2001; UGRINOWITSCH & DANTAS, 2002). O estabele- desenvolvidas notadamente no domínio metodológico,
cimento de metas tem sido concebido de diversas for- mostrando as preocupações de pesquisa hoje
mas: uma estratégia motivacional positiva designada predominantes. Sem a intenção de esgotar o assunto,
para melhorar a performance (BURTON, 1992); o ato os seguintes tópicos podem ser apontados como os
de fornecer um padrão específico que serve para mo- protagonistas desse cenário: a) a adoção cada vez maior
tivar os indivíduos a dirigir a ação (BURTON, 1993; de uma abordagem integrada multidisciplinar no
LOCKE & LATHAM, 1985); um meio de desenvolver estudo da aprendizagem motora, envolvendo
motivação e direcionar apropriadamente a atenção sobretudo a Biomecânica, a Neurofisiologia e o
(MOONEY & MUTRIE, 2000) e uma simples identifi- Comportamento Motor; b) o respeito à especificidade
cação do que se deve fazer ou acompanhar, que é basi- da tarefa como um fator preponderante no poder
camente o objetivo da ação ou de uma série de ações explanatório das diferentes abordagens; c) a utilização
(HARRIS & HARRIS, 1984). de tarefas motoras crescentemente complexas
As investigações a esse respeito têm sua origem valorizando a sua validade ecológica; d) a reflexão sobre
na Psicologia Organizacional e Industrial, e a partir precisão de medida, levando-se em consideração a

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variabilidade inerente ao sistema motor; e) a avaliação com a consideração do princípio da


do processo de aprendizagem tanto mediante a complementariedade entre elas, como também pela
utilização de medidas de desempenho diversificadas utilização de critérios qualitativos de desempenho.

!"#$%&'()'*)&+,"&%'(-'!./01
23-43%5%'()'%67-'$")3%3+,"8%5)#9) seleção de músculos têm sido propostos como
-34%#":%(- parâmetros que são adicionados ao programa
motor generalizado para atender às demandas
Duas características marcantes de ações habili- específicas da tarefa, dando uma configuração
dosas são a consistência e variabilidade. A consis- única a cada padrão de movimento. Os
tência é necessária para se alcançar resultados com parâmetros não são representados no programa
confiabilidade, e a variabilidade é fundamental para e são responsáveis pela variabilidade de ações
responder adequadamente às condições ambientais motoras (SCHMIDT, 1980, 1985).
em constante mudança. Portanto, a estrutura res- A característica generalizada do programa motor
ponsável por ações habilidosas deve contemplar es- é entendida como uma solução aos problemas de
sas duas características que, apesar de fundamentais, armazenamento e novidade no controle motor, mas
são aparentemente contraditórias. há também indicações de alguns problemas e limi-
Uma estrutura largamente investigada foi o tações: existem evidências sugerindo que os aspec-
programa motor, mas ficou claro que a sua tos invariantes do movimento podem variar de
conceituação inicial, a qual enfatizava a execu- acordo com o tipo de tarefa a ser executada (por
ção de movimentos na ausência de “feedback” e exemplo, unidirecional ou multidirecional), com as
implicava a existência de programas separados demandas específicas da tarefa (por exemplo, mo-
para diferentes movimentos, é muito restrita para vimentos rítmicos ou de apontar) e com a fase de
responder adequadamente aos problemas básicos aprendizagem (SUMMERS, 1989). Além disso, a am-
de controle motor, respeitando essas característi- bigüidade relativa à definição dos limites para iden-
cas. Em razão dessas limitações, uma outra ten- tificar uma classe de movimentos (SUMMERS, 1989)
tativa para solucionar esses problemas tem sido a e a incapacidade para explicar a gênese dos progra-
idéia de programa motor generalizado proposta mas motores generalizados (BRINKER, STABLER ,
no contexto da teoria de esquema (S CHMIDT , W HITING & VAN W IERINGEN , 1985) têm sido
1975). Basicamente, o programa motor genera- identificadas como potenciais limitações. Finalmen-
lizado é uma representação abstrata de uma clas- te, assumindo que os valores dos parâmetros são
se de movimentos que requer um padrão comum adicionados “a posteriori” para completar o progra-
de movimento. As variações dentro da classe de ma selecionado, surge o problema relacionado à
movimentos são produzidas pela aplicação de maneira com que os parâmetros são decididos e
certos parâmetros ao programa motor generali- deixa aberta a questão sobre a necessidade ou não
zado, antes da sua execução. Esses parâmetros são de um outro tipo de programa para realizar essas
fornecidos por uma estrutura de memória cha- decisões. Naturalmente, isso provoca o problema
mada memória de lembrança, que é uma regra de regressão infinita (para mais detalhes sobre pro-
desenvolvida pelas experiências passadas na apli- grama motor, veja por exemplo, TANI, 2000).
cação dos programas (veja SHAPIRO & SCHMIDT, Levando em consideração essas limitações e inspi-
1982, para mais detalhes). rados nas idéias de organização hierárquica em siste-
De acordo com a visão de programa motor ge- mas abertos (por exemplo, BERTALANFFY, 1968;
neralizado, a consistência do movimento é pos- KOESTLER, 1967; P ATTEE , 1973) e de sistemas
sível por causa de alguns aspectos invariantes que adaptativos complexos (por exemplo, HOLLAND, 1995;
são representados no programa. O “timing” rela- KAUFFMAN, 1992; LEWIN, 1993; WALDROP, 1992), em
tivo, o seqüenciamento e a força relativa têm sido que a coexistência de ordem e desordem numa mes-
identificados como aspectos que permanecem ma estrutura é assumida como um conceito
invariantes ao longo das tentativas. Por outro explanatório fundamental, tem sido proposta a idéia
lado, o tempo de movimento, a força total e a de uma organização hierárquica para um programa

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de ação estruturado em dois níveis: macro e micro habilidades motoras melhor se explicaria se vista
(MANOEL & CONNOLLY, 1995, 1997; MANOEL, como um processo cíclico e dinâmico de instabili-
BASSO, CORRÊA & TANI, 2002; TANI, 1982, 1995). dade-estabilidade-instabilidade, que resulta em cres-
A macroestrutura de um programa de ação refere- cente complexidade. Com esse “background”
se ao padrão que emerge da interação dos compo- teórico, CHOSHI (1978, 1981, 1982), CHOSHI e TANI
nentes, e a microestrutura corresponde aos próprios (1983), TANI (1982, 1989b) e TANI, BASTOS, CAS-
componentes. A macroestrutura, nessa proposta, é TRO, JESUS, SACAY e PASSOS (1992) têm proposto
entendida como orientada à ordem e seria respon- um modelo de não-equilíbrio em aprendizagem
sável pela consistência de ações habilidosas. A motora em que dois processos fundamentais são
microestrutura, por sua vez, seria orientada à desor- considerados: estabilização e adaptação. O primei-
dem, dando origem à variabilidade. Isso significa que ro é aquele em que se busca, como a própria pala-
quando um programa de ação é elaborado, um nú- vra indica, a estabilidade funcional que resulta na
mero de alternativas está disponível em relação a cada padronização espacial e temporal do movimento,
componente que irá constituir a sua estrutura. Visto isto é, na formação de uma estrutura. Movimentos
dessa forma, a microdesordem poderia ser entendida inicialmente inconsistentes vão sendo
como um tipo de redundância do sistema, garantindo gradativamente refinados até se alcançar padrões de
a flexibilidade do programa de ação que, por sua vez, movimento precisos e consistentes. Nesse proces-
resultaria na variabilidade presente nos padrões de so, o elemento fundamental é o “feedback” negati-
movimento. Uma série de estudos tem testado essas vo, ou seja, o mecanismo de redução do erro.
proposições mediante a utilização de uma tarefa motora O segundo é aquele em que se procura adapta-
de reprodução de padrões gráficos (FREUDENHEIM, ção às novas situações ou tarefas motoras (pertur-
1999, FREUDENHEIM & MANOEL, 1999; MANOEL, bação), mediante a aplicação das habilidades já
FREUDENHEIM, BASSO & TANI, 2001; TANI, 1995, 1998; adquiridas. Nesse processo exigem-se modificações
TANI, CONNOLLY & MANOEL, submetido à publica- na estrutura da habilidade já adquirida e sua poste-
ção) e os resultados têm sido muito favoráveis. rior reorganização num nível superior de complexi-
dade. Existem perturbações para as quais a adaptação
!"#$%&&#'()(*+(+,-# se faz pela flexibilidade inerente à estrutura adqui-
rida, ou seja, pela mudança de parâmetros do mo-
A aquisição de habilidades motoras é por natu- vimento. Entretanto, existem perturbações de tal
reza um processo dinâmico e complexo. Entretan- envergadura que por mais que haja disponibilidade
to, as teorias correntes de aprendizagem motora na estrutura, não há condições de adaptar-se. Nesse
explicam apenas uma parte desse processo, qual seja, caso, requer-se uma reorganização da própria estru-
a estabilização da performance que se caracteriza por tura que, quando concluída, reflete uma mudança
um processo homeostático (equilíbrio) alcançado qualitativa do sistema (TANI, 1982).
por meio de “feedback” negativo (ADAMS, 1971; Dentro dessa visão dinâmica do processo de aprendi-
SCHMIDT, 1975). Processos baseados em “feedback” zagem motora, algumas questões a investigar logo se evi-
negativo, ou mecanismo de neutralização do desvio denciam. Se a aprendizagem além da estabilização
(MARUYAMA, 1963), são capazes de manter a estru- pressupõe instabilidade no sistema, é importante investi-
tura ou ordem, mas são incapazes de conduzir a gar-se os mecanismos pelos quais o mesmo se adapta e
uma nova estrutura, visto que para isso, é necessá- isso parece depender de duas condições básicas: quanta
rio desestabilização. A automatização, entendida perturbação é introduzida e quando. Em relação à pri-
como a fase final do processo de aprendizagem meira condição, pode-se especular que se a perturbação
motora pelas teorias correntes (ADAMS, 1971; FITTS, for muito grande, o sistema pode entrar em colapso. Por
1964, 1965; GENTILE, 1972; SCHMIDT, 1975), é um outro lado, se ela for muito pequena, pode ser que não
exemplo típico de estabilização. Considerar a apren- consiga se constituir num agente detonador do processo
dizagem motora como um processo relacionado de mudança em direção a aumento de complexidade do
apenas à estabilização é vê-la como um processo sistema. Portanto, o que se pode conjecturar é a existência
finito que se encerra com a automatização. ou não de um nível ótimo de perturbação. No que se
Recentes metateorias da ciência têm enfatizado refere à segunda condição, o problema é se a estabilização
que, em sistemas abertos, a formação de novas es- constitui um pré-requisito para adaptação e, nesse caso,
truturas pressupõe instabilidade ou quebra de esta- em que nível de redundância a estabilização deve ocorrer
bilidade. Nessa perspectiva, a aquisição de para favorecer a adaptação.

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Alguns estudos têm sido realizados para testar Para responder a essa questão foram realizados
essas proposições. UGRINOWITSCH (2003), utilizan- estudos com a utilização de uma tarefa de controle
do uma tarefa complexa de “timing” antecipatório, da força de preensão manual (dinamômetro digi-
mostrou que a adaptação está relacionada ao tipo tal) (BENDA, CORRÊA, LUSTOSA DE OLIVEIRA & TANI,
de perturbação (perceptiva, motora e perceptivo- 2000) e de uma tarefa de posicionamento linear com
motora) e ao nível de estabilização do desempenho reversão (BENDA, CORRÊA, LUSTOSA DE OLIVEIRA,
(pré-estabilização, estabilização e superestabilização). UGRINOWITSCH & TANI, no prelo). Os resultados
No nível de pré-estabilização do desempenho não é sugeriram que a variabilidade observada antes e de-
possível haver adaptação a uma perturbação, pois pois da estabilização (desvio padrão do erro absolu-
nenhuma estrutura está formada em razão da quan- to em um determinado bloco de tentativas) são de
tidade de prática ser insuficiente para a tarefa utili- naturezas distintas e que o aumento da variabilida-
zada. Com a estabilização do desempenho, é possível de observado após a estabilização não prejudica a
adaptar-se à perturbação perceptiva e motora, mas adaptação à nova tarefa. Os resultados também
não à perceptivo-motora. Finalmente, quando se mostraram que o alcance da estabilização é impor-
atinge a superestabilização, é possivel adaptar-se aos tante para a adaptação e que o aumento da flutuação
três tipos de perturbação. Esses resultados mostra- da variabilidade após a estabilização não caracteriza
ram também que existe uma hierarquia na pertur- inconsistência, mas um possível indicador de redun-
bação, sendo a perceptiva menor e a dância do sistema. Resultados semelhantes foram
perceptivo-motora maior. obtidos por BENDA (2001) num estudo que utili-
As medidas de variabilidade do desempenho zou uma tarefa complexa de “timing” antecipatório.
mostraram mais alguns dados importantes nesse
estudo. Na pré-estabilização do desempenho, a va- !"#$%&'()*&("+&#",("(")*-'-./$
riabilidade não diminuiu na primeira fase do expe- 0&(1"2-3-0"0&'(,$#$%"'
rimento e nem com a perturbação. Quando se
alcançou a estabilização do desempenho, a variabi- O estudo dos fatores que afetam a aquisição de
lidade nas tentativas iniciais e finais da fase de esta- habilidades motoras tem sido conduzido tendo
bilização foi a mesma, mas na fase de adaptação, a como “background” teórico um modelo de equilí-
variabilidade diminuiu logo nas tentativas iniciais, brio de aprendizagem motora. Portanto, ao se abor-
indicando que ela pode ter papéis diferentes em vir- dar a aprendizagem motora na perspectiva do
tude do nível de estabilização. O comportamento processo adaptativo, os efeitos desses fatores neces-
da variabilidade, quando se alcançou a sitam ser reestudados.
superestabilização do desempenho, foi o mesmo da Quando a aprendizagem motora é vista apenas
estabilização durante a primeira fase do experimen- como um processo de estabilização de performance, a
to, entretanto, na fase de adaptação, a variabilidade aleatoriedade, a variabilidade, o ruído, a desordem,
diminuiu. De acordo com esses resultados, há indi- ou seja, os fatores relacionados com a entropia positi-
cadores de que a variabilidade desempenha papéis va são elementos que necessitam ser reduzidos ou eli-
diferentes em razão do nível de estabilização do de- minados por meio de “feedback” negativo para que a
sempenho: na fase inicial é prejudicial à adaptação, estabilização ocorra. Entretanto, quando a aprendiza-
mas após a estabilização do desempenho pode ser gem motora é vista como um processo além da estabi-
fonte de adaptabilidade, o que corrobora a proposi- lização, isto é, como processo adaptativo, esses fatores
ção de TANI (1995, 2000). de desordem necessitam ser reconsiderados (MANOEL,
Novos “insights” podem ser obtidos quando se pensa 1993; MANOEL & CONNOLLY, 1995, 1997; TANI, 1995;
na aquisição de habilidades motoras como um processo TANI et al., 1992).
adaptativo. Geralmente, pensa-se sobre o processo Uma questão que tem sido investigada é se a adap-
adaptativo acontecendo como resultado da ação de algu- tação ocorre em razão da flexibilidade da estrutura
ma força ou entidade externa, ou seja, uma perturbação em forma de regras abstratas ou da flexibilidade por
que provoca, de fora para dentro, mudanças na estrutura meio da redundância do sistema. O problema de
interna do sistema. Mas por que não pensar na emergên- redundância pode ser abordado de duas formas: a)
cia de um padrão como resultado de um processo intrín- como fonte de complicados problemas
seco, ou seja, adaptação às perturbações geradas pelo computacionais que o SNC necessita solucionar, ou
próprio sistema e tentar identificar as condições que pos- seja, o problema dos graus de liberdade (BERNSTEIN,
sibilitam ou facilitam esse processo? 1967); b) como fonte de adaptabilidade, ou seja,

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como uma reserva de capacidade que permite ao a utilização de uma tarefa de controle da força de
ser humano responder à perturbação (TANI, 2000). preensão manual. Quatro grupos foram constituí-
Interpretanto a redundância como fonte de adapta- dos de acordo com o tipo de prática: prática cons-
bilidade (b), têm sido realizados estudos em relação tante, prática aleatória, prática constante-aleatória
a tipo de prática que favorece a sua aquisição. En- e prática aleatória-constante. Os resultados mos-
quanto as teorias correntes têm defendido que a traram que o grupo de prática constante obteve
formação de estruturas flexíveis é favorecida pela melhor desempenho na adaptação, seguido do gru-
prática variada, formulou-se a hipótese de que a po constante-aleatória, confirmando a hipótese
redundância do sistema é favorecida pela prática estabelecida. Resultados semelhantes foram obtidos
constante. Para testá-la, foi realizado um estudo por CORRÊA (2001), num estudo que utilizou uma
(CORRÊA, BENDA, MEIRA JÚNIOR & TANI, 2003) com tarefa complexa de “timing” antecipatório.

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Profissionais de diferentes áreas como técni- são os mesmos que normalmente os profissionais
cos esportivos, professores de educação física, manipulam no ensino dessas habilidades.
dança, artes cênicas e música, fonoaudiólogos, Como foi visto, pesquisas em Aprendizagem
terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, estão Motora têm mostrado que estabelecimento de
envolvidos de alguma forma com o ensino de metas, organização da prática e “feedback” são
habilidades motoras. Faz parte da atuação desses variáveis que influenciam significativamente o
profissionais do movimento planejar, processo de aquisição de habilidades motoras.
implementar e avaliar o ensino de uma varieda- Estudos recentes também têm questionado a su-
de de habilidades motoras. Isso requer tomada perioridade da prática variada sobre a prática
de decisão em relação a vários aspectos como meta constante (CORRÊA, 2001) e tem sido demons-
a ser estabelecida, estrutura de prática a ser ado- trado que, ao contrário do tradicionalmente con-
tada, tipo de instrução e de “feedback” a ser for- cebido, freqüências menores de conhecimento de
necido, ou seja, decisões importantes para resultados são mais eficazes que as maiores
favorecer a aprendizagem, seja de alunos, clien- (CHIVIACOWSKY & TANI, 1993, 1997). Esses re-
tes ou pacientes. Nesse contexto, os processos de sultados apresentam indicativos e sugestões para
ensino e de aprendizagem de habilidades motoras a atuação dos profissionais, bem diferentes da-
complementam-se, como duas faces de uma mes- queles divulgados e sugeridos em livros-textos
ma moeda. Para ensinar é importante saber como clássicos como, por exemplo, S CHMIDT (1991) e
é que se aprende, ou seja, as decisões acerca do SCHMIDT e WRISBERG (2001).
ensino podem ser facilitadas quando se tem co- Apesar dessa clara relação entre a Aprendiza-
nhecimentos sobre o processo de aquisição de ha- gem Motora e o ensino de habilidades motoras,
bilidades motoras, e isso pode resultar em no final da década de 1980 e início da década de
aprendizagens mais efetivas e eficientes. 1990, reflexões sobre o potencial de contribui-
Como foi visto, a Aprendizagem Motora com- ção da Aprendizagem Motora para transformar
preende o estudo dos mecanismos subjacentes ao a prática profissional chegaram à conclusão de
processo de aquisição de habilidades motoras e dos que, ao contrário do esperado, os resultados de
fatores que o influenciam. Portanto, é importante a pesquisas pouco contribuíram para a identifica-
compreensão de que não é objetivo da Aprendiza- ção e solução de problemas no tocante a planeja-
gem Motora produzir conhecimento sobre o ensi- mento e implementação de programas que
no de habilidades motoras. Apesar disso, em princípio, envolviam o ensino de habilidades motoras
os conhecimentos por ela produzidos, especialmente (CHRISTINA, 1989; HOFFMAN, 1990; P ETERSEN,
no que se refere a fatores que influenciam o processo S ANTOS & R EGHELIN , 1991; S CHMIDT , 1989;
de aquisição de habilidades motoras, podem facilitar S TELMACH , 1989; T ANI , 1992). Diante dessa
a atuação dos profissionais do movimento (CANFIELD, constatação, os pesquisadores viram-se desafia-
2001; CHRISTINA, 1989; MAGILL, 1990; TANI, 1992), dos a apontar as razões desse suposto fracasso e a
visto que esses fatores que afetam a aprendizagem propor soluções para o impasse.

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Na realidade, esse impasse não foi exclusivo da MARINOVIC & FREUDENHEIM, 2001). Os conheci-
Aprendizagem Motora, mas se estendeu por toda a mentos produzidos por esse campo de investigação
Educação Física. E nesse contexto mais amplo de dis- têm um enorme potencial para provocar mudanças
cussões, a principal razão apontada foi a de que o substanciais no ensino hoje em desenvolvimento.
movimento disciplinar da Educação Física (HENRY, No entanto, vale lembrar que essas pesquisas visan-
1964, 1978), incluindo a subárea de Aprendizagem do a uma maior integração entre teoria e prática,
Motora, havia ido longe demais no que se refere a ainda são orientadas ao aperfeiçoamento da teoria
busca do “status” acadêmico mediante pesquisas bási- no sentido da testagem de sua validade ecológica.
cas e abandonado a investigação de questões Portanto, a contribuição dos conhecimentos pro-
profissionalizantes (ELLIS, 1988; TANI, 1996). No con- duzidos em Ensino-Aprendizagem de Habilidades
texto mais específico da Aprendizagem Motora, fo- Motoras para a identificação e solução de proble-
ram várias as razões apontadas. Para SCHMIDT (1989), mas mais específicos relacionados às situações reais
a mudança de abordagem daquela orientada à tarefa de ensino ainda tem algumas limitações. Essas limi-
para aquela orientada ao processo (PEW, 1970) acarre- tações poderiam ser solucionadas por pesquisas apli-
tou a realização de estudos com a utilização de tarefas cadas cuja meta é utilizar os conhecimentos
mais simples e, conseqüentemente, experimentos en- produzidos pela Aprendizagem Motora para desco-
volvendo pouca quantidade de prática, cujos resulta- brir maneiras eficientes de ensinar habilidades
dos tinham limitações para serem efetivamente motoras; essas pesquisas podem ser enquadradas no
utilizados na aprendizagem de habilidades mais com- domínio da Pedagogia do Movimento (MAGILL,
plexas. Para CHRISTINA (1989), por sua vez, a supres- 1990; TANI, 1992, 2001). A pesquisa em Pedagogia
são das pesquisas aplicadas foi a principal razão para o do Movimento não tem compromisso com a elabo-
impasse. Ainda, para TANI (1989a, 1992), a principal ração teórica de como o indivíduo aprende, mas
razão foi a adoção do paradigma mecanicista e sim com a solução de problemas reais de ensino-
reducionista da ciência clássica que implicou a simpli- aprendizagem (TANI, 1989a). Nesse sentido, fugin-
ficação excessiva do objeto de estudo e a conseqüente do um pouco das preocupações principais do
perda da validade ecológica dos seus resultados. LACOM, mas com o objetivo de não só aproximar
No âmbito do LACOM, o esforço para pro- a teoria da prática, como também de fazer o cami-
mover uma maior integração entre teoria e prá- nho inverso, ou seja, de produzir conhecimento em
tica tem-se dado em várias frentes. Em 1992, virtude de problemas práticos, pesquisas e propos-
após analisar sugestões apresentadas por diver- tas pedagógicas também têm sido desenvolvidas no
sos autores, T ANI propôs: a) a utilização do laboratório (veja, por exemplo, Freudenheim, 1995;
paradigma sistêmico nas pesquisas básicas e b) TANI, MANOEL, KOKUBUN & PROENÇA, 1988).
a criação de um campo de investigação deno- A maior integração entre teoria e prática
minado de Ensino-Aprendizagem de Habili- constitui-se um enorme desafio e uma necessidade
dades Motoras. Em consonância com essas premente, especialmente considerando a natureza
proposições, as pesquisas básicas desenvolvi- da Educação Física e Esporte como áreas de
das no LACOM têm adotado o paradigma conhecimento de característica profissionalizante
sistêmico, valorizando a validade ecológica das (TANI, 1996). A aplicação de conhecimentos na
tarefas e a complementaridade das medidas em prática é uma ação complexa que depende entre outros
pesquisas desenvolvidas para investigar os me- fatores de características pessoais do professor ou
canismos subjacentes ao processo de aquisi- profissional, da sua formação profissional e até de
ção de habilidades motoras (veja, por exemplo, aspectos sociais que envolvem salário e condições de
F REUDENHEIM & M ANOEL , 1999) bem como, trabalho (TANI, 1992). Portanto, não depende somente
em pesquisas voltadas a investigar os fatores da natureza do conhecimento produzido e de seu
que o influenciam (veja, por exemplo, C ORRÊA , alcance prático. Por isso, o escopo das reflexões e ações
B E N D A & T A N I , 2 0 0 1 ; U G R I N OW I TC H & dos membros do LACOM, no campo da
M ANOEL , 1996, 1999). Aprendizagem Motora, do Ensino-Aprendizagem de
Ainda, várias pesquisas em Ensino-Aprendizagem Habilidades Motoras e até da Pedagogia do
envolvendo a participação integrada de acadêmicos Movimento, para tentar integrar melhor teoria e prática
e profissionais têm sido desenvolvidas (veja, por em Educação Física e Esporte deve ser complementado
exemplo, FREUDENHEIM & TANI, 1998; PÚBLIO & com ações em contextos mais amplos, envolvendo toda
TANI , 1993; P ÚBLIO , T ANI & M ANOEL , 1995; a área de conhecimento.

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A Aprendizagem Motora iniciou suas atividades de ensino de habilidades motoras. Apesar disso, restam
pesquisa no Brasil, de forma efetiva, no início da dé- ainda alguns dilemas, conflitos e desafios (TANI, 2001)
cada de 1980, quando alguns pesquisadores que emanam da própria indefinição da identidade da
retornaram do exterior com doutorado e implanta- Educação Física e Esporte como áreas de conhecimento
ram os primeiros laboratórios de pesquisa. Hoje, ela é (TANI, 1996), esperando por melhores definições. Cer-
um campo de investigação já consolidado no nosso tamente, a solução para esses problemas só virá com o
meio e ocupa um lugar de destaque na área de Educa- próprio amadurecimento sociológico da área como um
ção Física e Esporte, quando considerado o número todo, mediante o estabelecimento de uma base
de publicações, dissertações e teses defendidas. Ela é epistemológica clara. As contribuições dos pesquisa-
também um campo de investigação que tem dado im- dores da Aprendizagem Motora serão imprescindíveis
portantes contribuições para a intervenção profissio- nesse empreendimento, como o foi a de HENRY (1964,
nal, oferecendo subsídios que possam auxiliar na 1978), para dar início ao chamado “movimento disci-
tomada de decisão dos profissionais envolvidos com o plinar” da Educação Física nos EUA.

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