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Maria Esther Maciel é escritora e professora titular de teoria da literatura da


Universidade Federal de Minas Gerais. Publicou, entre outros livros, A
memória das coisas (ensaios, 2004); O livro de Zenóbia (ficção, 2005); O livro dos
nomes (ficção, 2008); As ironias da ordem (ensaios, 2011), Escrever/Pensar o
Animal (org., 2011); A vida ao redor (crônicas, 2014) e Literatura e animalidade
(ensaios, 2016). Tem artigos, contos e poemas publicados em revistas e
jornais de vários países.

Publicou recentemente (2016) o livro Literatura e Animalidade, mas os


temas que aborda nesta obra, entre a zoopoética e a zooliteratura, já vêm de
trás. Nomeadamente o seu texto Pensar/Escrever o Animal: ensaios de
zoopoética e biopolítica (EdUFSC, 2011) e O Animal escrito: um olhar sobre a
zooliteratura contemporânea (Lumme, 2008). Porquê o seu interesse por esta
área?

Cheguei a esse tema graças a uma investigação que desenvolvi, durante


alguns anos, sobre os usos crítico-criativos dos sistemas de classificação do
mundo e do conhecimento, feitos por escritores e artistas contemporâneos
de diferentes nacionalidades. Ao deter-me nas enciclopédias dos séculos
passados para sondar as taxonomias insólitas de Jorge Luis Borges e do
cineasta Peter Greenaway, entrei no mundo fascinante dos compêndios de
história natural e dos bestiários medievais. Quando li A história dos animais,
de Aristóteles, as passagens zoológicas da História Natural de Plinio, o Velho,
as Etimologias, de Santo Isidoro de Sevilha — obras de referência para o
Manual de zoologia fantástica, de Borges — passei a interessar-me também
por outros bestiários modernos e contemporâneos, os quais, por sua vez,
conduziram-me à questão do animal e da animalidade. Foi a partir de 2008
que comecei minhas incursões nessa área, sob uma perspectiva mais ampla
e transdiciplinar, não mais circunscrita às coleções de animais, próprias dos
bestiários. Assim, passei a empreender uma reflexão sobre as inscrições da
animalidade em obras narrativas e poéticas de diferentes contextos, à luz da
filosofia, da antropologia, da biologia e dos estudos culturais. O livrinho O
animal escrito foi um primeiro exercício ensaístico nesse campo. Depois
organizei o Pensar/escrever o animal, que inclui ensaios de vários estudiosos
brasileiros e estrangeiros. Em Literatura e animalidade, retomo e desdobro O
animal escrito, incluindo também reflexões de cunho biopolítico.

Digo ainda que esse interesse acadêmico (e literário) pela questão está
associado também à minha história particular, visto que, desde a infância,
cultivei um grande amor pelos animais e me interessei por eles enquanto
seres sensíveis, inteligentes e dotados de saberes sobre o mundo.

Foi através de Derrida que chegou a este domínio? Ou foi a literatura que a
conduziu até aqui?

Quem me levou à discussão filosófica sobre a questão foi, na verdade, o


escritor J.M. Coetzee, com seu livro A vida dos animais. No capítulo “Os
filósofos e os animais”, ele aborda — sob a voz da personagem Elisabeth
Costello — a maneira como o animal foi marginalizado dentro da tradição
filosófica ocidental. Minha entrada no pensamento de Derrida sobre isso
deu-se imediatamente depois, e nele encontrei uma base teórica consistente
para o enfoque dessa questão que aparece, por vias literárias, na obra de
Coetzee.

A literatura brasileira, pela forma como introduz a natureza na literatura,


também incorpora nela a animalidade? Estou a pensar na escrita de Clarice
Lispector, por exemplo, onde o animal ganha preponderância.

Sim, desde Machado de Assis, a literatura brasileira tem entrado nessa


esfera da animalidade por vias bastante instigantes. Machado, com sua visão
crítica e irônica sobre o cientificismo do século 19 e as filosofias humanistas
amparadas na noção de racionalidade, trouxe para a literatura um enfoque
que poderíamos chamar hoje de biopolítico das relações entre humanos e
não humanos, vide alguns contos e crônicas, como “Conversa de burros” e
“Conto alexandrino”). Ademais, lidou, no romance Quincas Borba, com as
noções de humanidade, animalidade e loucura, a partir do jogo de
identidades embaralhadas entre um homem e seu cão, ambos com o mesmo
nome. Pode pode ser considerado, a meu ver, uma espécie de “pós-
humanista” por antecipação.

No século 20, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e João


Alphonsus foram, sem dúvida, as vozes animalistas mais consistentes. Já a
partir do final do século e ao longo das últimas décadas, vários outros
autores brasileiros exploraram a questão da animalidade em suas obras, sob
diversas perspectivas. Cito, entre outros, Wilson Bueno, Astrid Cabral, Nuno
Ramos, Eucanaã Ferraz, Regina Redha, Sérgio Medeiros.

No caso de Clarice Lispector, pode-se dizer que ela aborda tanto a


complexidade da alteridade animal, como os paradoxos que definem nossas
relações com os bichos. Além disso, mostra, de maneira perturbadora, como
a animalidade do humano se manifesta nessas relações. Digo que os limites
entre humano e não humano no universo literário clariciano são porosos, e
muitas vezes se confundem. A paixão segundo G.H. é, sem dúvida, o ponto
radical dessa experiência. No romance, a mulher enfrenta a alteridade,
digamos, monstruosa de uma barata e leva esse enfrentamento a um
processo de interação visceral com o inseto. É interessante como o contato
entre as duas passa pelo olhar. A mulher fica perturbada pelo olhar da
barata e sente um misto de atração e repulsão pelo inseto, no qual encontra
sua própria identidade. E nesse cruzamento de olhares, que culmina no ato
de comer a barata, a mulher experimenta a travessia das fronteiras rumo à
vida nua, à vida animal.

No conto “O búfalo”, de Laços de família, há também esse processo de troca


de olhares com um animal, o que provoca um estado de vertigem na
personagem que, no caso, é uma mulher que vai ao zoológico em busca de
um possível “ponto de ódio” que lhe permita lidar com uma decepção
amorosa. Mas acaba por encontrar no olhar de um búfalo algo que a vira do
avesso. Mais uma vez, Clarice evidencia que os humanos precisam se
reconhecer animais para se tornarem verdadeiramente humanos.

Há, ainda, galinhas, cães, cavalos na ficção clariciana. É um universo


fascinante. Não à toa esse tema tem despertado tanto a atenção da crítica
acadêmica. Nos últimos anos, várias teses sobre a animalidade em Clarice
foram defendidas nas universidades brasileiras, sendo algumas sobre os seus
livros infantis. Nesse contexto, o cão Ulisses, companheiro de Clarice por
muitos anos, também tem merecido destaque, sobretudo depois da estátua
da escritora com seu cachorro, inaugurada na praia do Leme, no Rio de
Janeiro.

Em que medida é que podemos afirmar que a obra de Derrida L’Animal que
donc je suis combate ou desconstrói um certo discurso logocêntrico na
tradição filosófica?

Sem dúvida, Derrida efetua, em L’Animal que donc je suis (à suivre), uma
apurada desconstrução do humanismo logocêntrico do Ocidente, a partir do
questionamento de toda uma linhagem de filósofos — como Aristóteles,
Descartes, Heidegger e Levinas, entre outros — que converteram o animal
em um mero teorema para justificar a racionalidade e a linguagem humanas
como propriedades diferenciais (e superiores) dos humanos em relação aos
outros viventes. Ele realiza, dessa forma, uma crítica implacável das falsas
oposições que separam a espécie humana das demais espécies,
questionando, passo a passo, os chamados “próprios do homem”
(linguagem, pensamento, riso, nudez, consciência da morte, uso de
utensílios, capacidade de responder, mentir e apagar os próprios rastros,
etc), que serviram não apenas para o estabelecimento de uma radical cisão
entre homem e animal, humanidade e animalidade, como também para a
legitimação das práticas humanas de violência contra os demais viventes.
Essas reflexões vão ser, depois, desdobradas e verticalizadas pelo filósofo
franco-argelino nos seminários que ministrou entre 2001 e 2003, em Paris,
posteriormente reunidos e publicados em dois volumes, sob o título de La
Bête et le Souverain.

Não foi o triunfo do cartesianismo e do seu dualismo que cravou essas


clivagens, de forma duradoura, na tradição filosófica?

Sim, a grande ruptura entre humano e não humano ocorreu com Descartes,
que legitimou a razão como condição da existência e associou o animal à
máquina. Dessa cisão, cujas consequências foram cruéis para os chamados
“seres irracionais”, foi construído um conceito de humano (e de humanismo)
pautado, sobretudo, na exclusão da animalidade do homem. Como evidencia
Derrida em seus textos sobre o tema, essa visão cartesiana incidiu
enormemente na tradição filosófica do Ocidente e ainda se faz ver na
filosofia contemporânea.

Todavia, há também uma tradição da compaixão que esteve sempre


presente e que é recuperada por Derrida ou isso não passa de um mito?

Creio ser a compaixão importante para a revisão do lugar do animal na


esfera do que chamamos vida. A empatia com o outro, os outros (sejam estes
humanos ou não) que compartilham conosco a experiência do mundo não
deixa de ser também um exercício de responsabilidade. Mas a compaixão
circunscrita ao mero sentimento natural de piedade não é suficiente.
Derrida, a meu ver, retoma algo da tradição da compaixão, mas não a elege
como princípio básico de seu pensamento sobre a questão animal, como
Jeremy Bentham e Peter Singer, por exemplo. Aliás, quem tem um artigo
muito interessante sobre a compaixão animal é Márcio Seligmann-Silva, que
percorre essa tradição no pensamento ocidental, mostrando também seus
paradoxos.

Abre o seu livro com uma epígrafe de Maria Gabriela Llansol, em que a
autora diz: Era uma vez um animal chamado escrita, que devíamos,
obrigatoriamente, encontrar no caminho; dir-se-ia, em primeiro, a matriz de
todos os animais; em segundo, a matriz de todas plantas e e, em terceiro, a
matriz de todos os seres existentes. Porquê a escolha deste excerto para o
contexto do seu livro?

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O interessante desse excerto de Maria Gabriela Llansol é a inserção do


animal na própria escrita (poética). O animal deixa de ser objeto temático ou
personagem para se inscrever na linguagem e se confundir com ela. Nesse
sentido, é uma citação que condiz com a ideia de que a linguagem da poesia,
por estar mais intrinsecamente ligada à animalidade, é o espaço por
excelência em que esta se manifesta. Derrida chegou a abordar isso, ao dizer
que “o pensamento animal, se pensamento houver, cabe à poesia”. Assim
como o animal, em sua estranha alteridade e íntima complexidade, desafia o
poder humano de compreensão, a poesia também se furta às explicações
racionais, para se inscrever sobretudo na esfera do corpo e dos sentidos.

Uma das partes do livro é exatamente sobre as relações entre poesia e


animalidade, em que trato das diferentes formas de inscrição do animal na
linguagem poética. Por isso, a escolha da epígrafe de Llansol.

Derrida criou a palavra animot que abre, no pensamento contemporâneo


uma nova linhagem da reflexão, que nos conduz a um pensamento poético.
Isso não bebe em algumas concepções místicas da linguagem?

Derrida questionou o uso feito, pela filosofia predominante no Ocidente, do


singular genérico “animal” para englobar uma multiplicidade de espécies
diferentes, como se um piolho ou um carrapato estivesse no mesmo registro
de um orangotango ou um golfinho. Com o neologismo animot, ele brinca
com isso, pois possibilita que no singular da palavra animal seja ouvido o
plural de animais (animaux). É uma estratégia crítico-criativa, que joga com
as possibilidades sonoras e semânticas da linguagem. O poético, nesse caso,
não está na ordem da transcendência, mas na própria materialidade da
linguagem.

O que é posto em questão, quando ele fala em pensamento poético, é o


pensamento científico e filosófico que se arroga a subtrair dos animais
várias qualidades e faculdades consideradas exclusivas do homem. Mesmo
que exista todo um conjunto de conhecimentos zoológicos, etológicos e
neurocientíficos sobre o mundo zoo, os animais não deixam de desafiar,
com suas peculiaridades enquanto sujeitos, a nossa compreensão. E é nesse
sentido que a poesia possibilitaria, pelo esforço imaginativo e sensorial,
entrar no espaço recôndito da animalidade, ainda que, como observou
Bataille, essa “captura” poética acabe por se revelar uma falácia, ou melhor,
uma ficção, um fingimento (no sentido pessoano da palavra). Isso, graças à
potencialidade da linguagem poética em desviar a linguagem de sua função
primeira, que é a simples comunicação, para torná-la também uma
experiência dos sentidos e da imaginação. No saber poético, a razão não
prescinde da intuição e da sensorialidade. Não vejo isso como uma
concepção mística da poesia, já que ela não se ampara necessariamente na
ideia de transcendência.

Outra das suas influências nesta obra é a de Michel de Montaigne, um autor


que, como diz, no seu livro (p. 35), «pode ser considerado uma referência
importante não apenas para as tentativas recentes de reconfiguração do
conceito de humano, como também para o debate contemporâneo sobre as
políticas da vida.». Porquê?

Seus ensaios “Da crueldade” e “Apologia de Raymond Sebond” foram


precursores de alguns recentes estudos sobre a questão os animais e os
limites do humano. Com o intuito cético de minar a ideia de razão como “o
divino do homem”, Montaigne admitiu formas alternativas de racionalidade
e questionou a hierarquia entre os humanos e outros animais. Em pleno
século 16, criticou a presunção antropocêntrica e defendeu os animais como
dotados de faculdades e habilidades que os levam a “de fazer coisas que
ultrapassam de muito aquilo de que somos capazes, coisas que não
conseguimos imitar e que nossa imaginação não nos permite sequer
conceber”. Associou, ainda, a crueldade dos homens contra os animais aos
atos de crueldade dos homens contra os próprios homens, além de ter
identificado nos atos de aprisionamento e exploração do animal uma
prerrogativa para o processo de escravização de pessoas humanas. Nesse
sentido, ele manifestou, inegavelmente, uma recusa ampla das práticas de
violência contra a vida. Não bastasse isso, afirmou também que entre nós e
as demais criaturas existem relações que nos obrigam reciprocamente,
propondo, dessa forma, o que poderíamos chamar de uma ética da
convivência entre as espécies.

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A sua entrevista com Dominique Lestel, um pensador instigante no


contexto actual dos estudos sobre animais, aborda as diferenças entre o
behaviorismo, que «teve um efeito devastador», nas palavras de DL, e a
etologia, que vem revolucionar a nossa representação do animal e revelar a
complexidade da inteligência animal. A etologia define assim um novo
paradigma científico?

A etologia, como um ramo híbrido da zoologia, vale-se de outras disciplinas,


como a psicologia e a sociologia, para estudar os diferentes tipos de
comportamento animal. Oferece, sim, juntamente com a neurociência, um
novo paradigma científico para o estudo das capacidades cognitivas e das
habilidades animais. Dominique Lestel, filósofo e etólogo, observou estudou
o comportamento dos grandes símios e outras espécies animais. Mas ele não
deixa de fazer críticas à etologia, por considerá-la ainda enraizada num
paradigma realista-cartesiano. Ele afirma, por exemplo, que a etologia “é
incapaz de trabalhar a questão de saber se os animais têm comportamentos
artísticos”, e estaria mais preocupada com a informação do que com a
significação. Ou seja, para Lestel, a etologia não vê os animais como sujeitos
capazes de interpretar outros animais, o mundo em que vivem e a si
mesmos. Daí Lestel ter proposto para a etologia um paradigma alternativo, o
“bioconstrutivista”, que parte da ideia de que “o animal é capaz de inventar o
mundo que habita e que o papel do etólogo inventar formas para dar conta
dessa invenção”. Algo, sem dúvida, muito instigante.

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No mais profundo de si mesmo, o nosso ser rebela-se em absoluto
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