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Introdução
O presente trabalho versa sobre os seguintes pontos: Estádios de raciocínio moral de
Kohlberg; Diferenças individuais; Testes de Inteligência, A importância da memória;
Implicações educacionais da motivação onde vamos tocar nos tipos de motivação, neste
caso Motivação extrínseca e motivação intrínseca; Motivação na sala de aula; Factores e
agentes na socialização; Agentes socializadores do processo de socialização; Papel do
professor na função docente. Para tal o trabalho tem como objetivos:

 Objetivo geral:
 Analisar o domínio moral no contexto de outros domínios sociais.
 Objetivos específicos:
 Descrever a importância da memória no PEA;
 Identificar o papel do professor na função docente;
 Mencionar os principais aspectos das diferenças individuais

Metodologia

Para a realização deste trabalho foi usado o método de consulta bibliografia de manuais
de formato eletrônico e físico que se encontram devidamente citados no trabalho e na
referência bibliográfica.

Quanto a estrutura do trabalho ele contém elementos pre-textuais, elementos textuais e


pôs-textuais.
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1.0 Estádios de raciocínio moral de Kohlberg

Uma das influentes teorias sobre o desenvolvimento moral foi apresentada por
Lawrence Kohlberg, um psicólogo estadunidense que viveu entre 1927 e 1987, e
relacionou o desenvolvimento moral ao desenvolvimento cognitivo da criança.

Ele apontou que por meio de um processo maturacional e interativo, todas as pessoas
têm a capacidade de chegar à plena competência moral. Em seu estudo principal,
entrevistou 72 garotos de 10, 13 e 16 anos dos arredores de Chicago. Apresentava-lhes
uma série de dilemas morais e esses o explicavam como chegavam às soluções, sendo
que chegou a acompanhar alguns dos sujeitos por cerca de 20 anos.

1.1 Teoria dos seis estádios de Kohlberg


Kohlberg investigou o desenvolvimento do raciocínio moral, com base em dilemas.
Com base nestas questões e dilemas, postulou 3 níveis de raciocínio moral cada um
deles subdividido em 2 estádios, perfazendo um total de 6 estádios.

Nível 1: Moralidade pré-convencional:

Neste nível, o indivíduo raciocina em relação a si mesmo e


ainda não compreendeu ou integrou totalmente as regras e
expectativas sociais. Aqui, a criança interpreta o que é
certo ou errado, bom e mau, em termos das consequências
físicas. Toda a acção punida é vista como má, e a acção
premiada é normalmente correcta. De uma forma geral, a
moralidade reduz-se a um conjunto de normas externas, a
que a criança obedece para evitar o castigo.
Estádio 1 (Castigo e obediência).

Aqui, apenas o respeito pela autoridade faz com as crianças sigam as regras, ou seja,
elas tentam não infringir regras que resultem em punição. A criança não tem em conta
os interesses dos outros e, por isso, não equaciona diferentes formas de encarar as
coisas.

Resumindo, a criança não compreende as regas nem a sua necessidade.

Estádio 2 (Individualismo e troca instrumental).

A este nível, há uma orientação egoísta, na medida em que uma acção correta é aquela que
satisfaz as necessidades dele próprio, ou seja, há uma reciprocidade dogmática. Aqui, os
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interesses dos outros já são levados a cabo, mas apenas se satisfizerem as necessidades dele
próprio.

Nível 2: Moralidade convencional:

Neste nível, o justo e o injusto não se confundem mais


com o que leva à recompensa, ou castigo. Define-se pela
conformidade às normas sociais e morais. Assim, o
indivíduo procura viver de acordo com as regras, com o
que é socialmente aceite e compartilhado pela maioria. Em
suma, há uma tendência para agir de modo a ser bem visto
aos olhos dos outros.
Estádio 3 (Expectativas e relações interpessoais mutuas e conformidade
interpessoal)

Neste estádio, o crucial é corresponder às expectativas das pessoas mais próximas, ou


seja, o sujeito deve viver na condição de fazer aquilo que os outros esperam que ele
faça. Assim, sente gratidão pelas figuras de autoridade.

De um modo geral, o indivíduo estabelece relações reciprocas, entre as quais se


desenvolve a confiança, lealdade, respeito e gratidão. Aqui, surge a moralidade do “bom
rapaz”, pois ele trata bem os outros, e espera o mesmo em troca.

Estádio 4 (Sistema social e consciência)

Patente neste estádio, está a obediência pelas leis e pelas figuras de autoridade, ou seja,
as leis existem para serem cumpridas e, por outro lado induzem equilíbrio na sociedade.
Porém, quem não vive de acordo com as regras, isto é, quem as infringe deve ser
punido.

Por outras palavras, o que está correto é cada um cumprir os seus deveres no seio da
sociedade, de modo a manter o bem-estar e a ordem social.

Nível 3: Moralidade pós-consciente:

Este é um nível que apenas alguns atingem, sendo que a


maioria das pessoas fica pelo nível anterior. Neste estádio,
o valor moral das acções aparece vinculado aos princípios
éticos universais (direito à vida, liberdade e justiça). As
normas sociais são entendidas na sua relatividade, cuja
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finalidade é garantir que estes princípios sejam


respeitados. Caso isso não aconteça, as leis devem ser
transformadas e até desobedecidas. Neste nível, a
sociedade não teria sentido se estivesse a serviço desses
direitos individuais fundamentais, que sejam
universalizáveis, reversíveis e prescritivos.
Estádio 5 (Contrato social)

Este estádio é conduzido por uma orientação para o contrato social, para o relativismo
da lei e para o maior bem para o maior número de pessoas. É marcado pela obrigação de
cumprir a lei em função de um contrato social. Aqui, as leis e deveres são baseados em
cálculo do maior bem para o maior número de pessoas. Distingue perspectivas,
coordena-as e começa a hierarquiza-las do ponto de vista de uma terceira pessoa moral,
racional e universal.

Estádio 6 (Princípios éticos universais)

O último estádio é definido por uma orientação para os princípios éticos-universais,


prescritivos, auto-escolhidos e generalizados. Enquanto ser racional, a pessoa percebe a
validade dos princípios e compromete-se com eles. As leis particulares ou os acordos
sociais são normalmente válidos porque se baseiam nesses princípios. Quando as leis
violam esses princípios, agimos de acordo com o princípio. Os princípios são premissas
universais de justiça: igualdade dos direitos humanos e igualdade do ser humano
enquanto indivíduo.

De igual modo ao estádio anterior, distingue perspectivas, mas coordena-as de um ponto


de vista ideal e hierarquiza-as segundo uma perspectiva moral, racional e universal.

2.0 Diferenças individuais

O estudo sistemático das diferenças individuais na psicologia teve e passou por uma
porta aberta por Darwin: a noção de que cada membro de uma espécie era diferente dos
outros. Esta ideia é um dos pilares da teoria de Darwin, já que as diferenças individuais
eram fundamentais para a evolução (adaptação).

A tradição da pesquisa das diferenças individuais na psicologia teve como dois de seus
frutos os testes de personalidade e os testes de inteligência (como o teste de QI).
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A maior contribuição para o início do estudo das diferenças individuais foi de Francis
Galton, um primo distante de Charles Darwin. Galton foi o primeiro a utilizar o método
da enquete e o estudo com gêmeos, e foi o inventor do teste de associação de palavras.

2.1. As origens da teoria das diferenças individuais de Eysenck

Muitos acreditam que a teoria de Hans Eysenck está mais associada ao estudo do
temperamento do que à personalidade. Mesmo assim, entrou para a história como uma
teoria da personalidade. Baseava-se inicialmente na classificação de temperamentos
feitos por Galeno na Grécia antiga: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico

Basicamente, Hans Eysenck propôs que cada ser humano tem características em seu
modo de ser que se mantêm estáveis ao longo do tempo. A configuração do sistema
nervoso de cada um deles é determinante. Isso tem uma genética e uma fisiologia
própria de cada indivíduo e, por sua vez, marca as diferenças individuais.

Hans Eysenck também levou em conta...[ ]

As influências socioculturais na formação da


personalidade. No entanto, sempre deu maior relevância
aos fatores biológicos. Um dos aspectos que o
diferenciaram dos outros psicólogos foi o interesse em dar
uma base empírica às suas teses. Por isso, ele realizou uma
série de experimentos para corroborar a teoria. Com isso,
ele também fez grandes contribuições para a psicometria.

As três dimensões primárias

Hans Eysenck afirmou que existem três dimensões principais da personalidade. Estas
são determinadas pela herança e se manifestam fisiologicamente. Podem ser medidas de
acordo com a reação do sistema nervoso autônomo. Finalmente, chega-se à definição
das três dimensões básicas da personalidade, descrevendo sua estrutura e características.

Essas três dimensões são:

•Extroversão-Introversão. As estas dimensões correspondem traços como vitalidade,


impulsividade, sociabilidade, dinamismo, dominância, dogmatismo e exploração.
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•Neuroticismo-Emoção. Inclui traços como timidez, irracionalidade, emotividade, baixa


autoestima, ansiedade, culpa, emoção e instabilidade.

•Psicoticismo. Compreende características como agressividade, frieza, crueldade,


egocentrismo, frieza e dificuldade em gerar empatia.

Para Hans Eysenck, o desenvolvimento de todas essas características depende dos


processos de excitação e inibição cortical. Em outras palavras, a definição básica dos
traços de personalidade é determinada por fatores biológicos.

Sabe aquela pessoa com quem você trabalha, que quando


te encontra em outro lugar qualquer, que não seja o do
trabalho, te trata com frieza? Talvez você seja essa pessoa!
Provavelmente muitos se referem a esse tipo como “tendo
um rei na barriga“, um “nariz empinado“, e outras
denominações menos favoráveis. Por outro lado, existem
aquelas pessoas que falam com todo mundo, abrem um
sorriso e param para conversar onde quer que encontrem
um conhecido, e sempre têm um programa de fim de
semana para o qual vivem a nos convidar. (ARIAS, 2004).
Algumas pessoas dirão que o primeiro tipo é um tímido ou um antipático e que o
segundo tipo é um simpático ou um ‘cara de pau‘! Em parte tais definições estão certas,
mas só em parte. Psicologicamente falando, essas duas formas de agir apontam para
duas das principais características que definem as diferenças com que os indivíduos se
relacionam com o mundo exterior, são elas: Introversão e Extroversão.

3.0 Inteligência

Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um


indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e
interpretar. A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os
outros animais.

Etimologicamente, a palavra "inteligência" se originou a partir do latim intelligentia,


oriundo de intelligere, em que o prefixo inter significa "entre", e legere quer dizer
"escolha". Assim sendo, o significado original deste termo faz referência a capacidade
de escolha de um indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são
apresentadas.
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3.1 Testes de Inteligência

Teste de Inteligência é um dos tipos de testes utilizados no processo de avaliação


psicológica. Com o teste de inteligência é possível verificar se a pessoa consegue
utilizar os recursos disponíveis no momento para a resolução de problemas e
adversidades do dia a dia. A inteligência vem sendo estudada por décadas, sendo que o
primeiro teste de inteligência citado foi a “escala de inteligência” em 1905 de Binet. Os
diferentes tipos de inteligência são avaliados por meio do teste de inteligência, sendo
inteligência geral, inteligência verbal, numérica, abstrata, visuoespacial, entre outras.

3.2 principais características do teste de inteligência

Existem actualmente diversos tipos de teste de inteligência, pois é possível avaliar


diferentes tipos de inteligência.

O teste de inteligência que avalia o fator geralmente é


constituído de figuras e ao final é obtido por meio dos
acertos erros e omissão a pontuação do candidato. Já o
teste de Inteligência verbal é constituído por palavras ou
frases e a partir da pontuação final é obtida a classificação
do resultado. O teste que avalia a inteligência numérica é
composto por números e operações matemáticas e o
resultado final classifica o sujeito. Quando o teste de
inteligência for composto por diferentes estímulos, o
resultado será obtido ao final do teste (STREY, 2002).
A aplicação do teste de inteligência pode ser feita de maneira coletiva ou individual,
com tempo determinado em pessoas de diferentes escolaridades e idades. A correção do
teste de inteligência pode ser feita por meio do crivo ou pela plataforma on-line.

4.0 A importância da memória

A memória é um processo cognitivo que consiste na retenção e na evocação das


informações, conhecimentos, acontecimentos, expectativas, conceitos, ideias,
sentimentos… a memória é essencial para a nossa sobrevivência, sendo condição da
adaptação ao meio e para aquisição de novas aprendizagens. É a memória que assegura
a nossa identidade pessoal. Se perdêssemos a memória deixaríamos de ser aquilo que
somos, aquilo que somos, que fomos e que seremos depende em grande parte da
memória. É este património individual que nos torna únicos e nos assegura a nossa
identidade pessoal. É a memória que nos permite representar o mundo.
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A memória humana é um elemento fundamental nas


tarefas de compreensão verbal e escrita, no cálculo e
raciocínio. Ela representa um papel indispensável no
sistema cognitivo e poderá ser considerada responsável
por algumas diferenças importantes ao nível do
desempenho dos sujeitos nas tarefas escolares,
profissionais, do dia a dia, na execução e performance das
tarefas a realizar (PIAJET, 1977).
A memória consiste num conjunto de procedimentos que permite ao indivíduo
manipular e compreender o mundo, tendo em conta o contexto e as experiências
individuais. Estes procedimentos envolvem mecanismos de codificação, retenção e
recuperação. Sabe-se que a memória humana possui limitações, isto é, o indivíduo é
apenas capaz de memorizar um número limitado de informações.

Todos os dias recebemos inúmeras informações, as quais são selecionadas (de forma
consciente ou não), para posteriormente serem armazenadas ou eliminadas. É ao
processo de armazenamento das informações que podem ser recuperadas no futuro que
designamos de memória. O termo memória é uma ampla denominação para o elevado
número de processos que formam as pontes entre o passado e o presente.

Sternberg (2000), citado por (ARIAS, 2004) descreve que os psicólogos cognitivos
identificaram três operações comuns da memória: codificação, armazenamento e
recuperação.

◾Aquisição: antes de recordar temos de aprender, sem aprendizagem não há memória.


A aprendizagem pode ocorrer de diferentes formas e depende da atenção que dámos ao
evento ou acontecimento. Através da atenção, ignoramos os estímulos que não têm
interesse para nós e retemos os que consideramos importantes, mas para os conservar é
necessário à sua codificação. A codificação diz respeito à forma como um item de
informação é colocado na memória.

◾Retenção ou Armazenamento: é a capacidade de reter e conservar as informações, e


serão utilizadas sempre que necessário. A retenção pode permanecer por períodos mais
ou menos longos. Para que seja recordada, a experiência codificada tem de deixar algum
registo no sistema nervoso (traço mnésico), este tem de ser armazenado de forma
permanente para permitir a sua utilização futura. A retenção é uma condição necessária
para a recuperação pois não se recorda o que não se sabe.
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◾Recuperação ou Ativação: quando se torna necessário as informações são ativadas e


recuperadas, para as utilizar na experiência presente. É o momento em que o indivíduo
tenta lembrar-se dos conteúdos que armazenou anteriormente. Uma das formas de
recuperar as informações armazenadas é através da recordação, que diz respeito aos
nossos esforços para produzir informação a partir da memória, em resposta a um
determinado estímulo. Os processos de recordação são responsáveis pelo acesso à
informação retida na memória e incluem, entre outros, processos explícitos ou diretos
como a evocação e reconhecimento e processos implícitos ou indiretos como a
reaprendizagem e ativação (priming).

A memória é um fator importante na aprendizagem, ela significa a aquisição, a


formação e a conservação de informações. No fundo gravamos o que aprendemos e
lembramos o que gravamos. É graças à memória que podemos identificar e categorizar
sons, sinais, gostos e sensações, reter e manipular informações adquiridas durante a
nossa existência

5.0 Implicações educacionais da motivação

A palavra “motivação” é, actualmente, uma das mais usadas pelos professores e outros
responsáveis pela educação, em particular a educação formal, para justificar quer o
insucesso quer o sucesso dos alunos, em particular no ensino e na aprendizagem da
ciência escolar. Muitos professores colocam a alegada “falta de motivação” dos alunos
como primeiro obstáculo à compreensão e aprendizagem dos conteúdos escolares.

Curiosamente, grande parte das dificuldades do professor


tem também origem na sua motivação para o
desenvolvimento de um sólido conhecimento profissional,
susceptível de o ajudar na difícil tarefa de diagnosticar os
interesses e necessidades dos alunos e de ter em conta as
diferenças individuais e outros problemas e condicionantes
de aprendizagem (Campos, 1986).
Muitos modelos tradicionais de aprendizagem das ciências, como os emergentes das
perspectivas de autores como Ausubel, Piaget ou Driver, atribuíam as dificuldades dos
alunos sobretudo a características estruturais e funcionais a eles intrínsecas,
dominantemente cognitivas.
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Nos contextos de aprendizagem, como apontam Stipek (1998) e Printrich (2003), “a


motivação pode ser inferida por meio de comportamentos observáveis dos alunos, os
quais incluem o iniciar rapidamente uma tarefa e empenhar-se nela com esforço,
persistência e verbalizações”. Segundo Nieto (1985), a maioria dos psicólogos define
motivação “como um processo que tenta explicar factores de activação, direcção e
manutenção da conduta, face a um objectivo desejado”.

Seja qual for a perspectiva que se adopte, o que sempre se verifica é a existência de dois
tipos de motivação: extrínseca e intrínseca.

5.1 Motivação extrínseca e motivação intrínseca

Na motivação extrínseca, o controlo da conduta é decisivamente influenciado pelo meio


exterior, não sendo os factores motivacionais inerentes nem ao sujeito nem à tarefa, mas
simplesmente o resultado da interacção entre ambos. Na motivação intrínseca, ao
contrário, o controlo da conduta depende sobretudo do sujeito em si, dos seus próprios
interesses e disposições.

A motivação extrínseca está assim relacionada, tal como reforça Tapia (1997), “com
metas externas, ou seja, com situações em que a conduta se produz com a finalidade de
apenas se receber uma recompensa ou se evitar qualquer punição ou castigo”. Nessas
situações, o sujeito preocupa-se sobretudo com a sua imagem, com o seu “eu”.

A motivação intrínseca corresponde, por seu turno, a


situações em que não há necessariamente recompensa
deliberada, ou seja, relaciona-se com tarefas que
satisfazem por si só o sujeito; correspondem-lhe, por isso,
metas internas. Vários autores identificam as metas
externas como metas de rendimento e as metas internas
como metas de aprendizagem (Arias, 2004).
Os alunos com metas de aprendizagem envolvem-se mais facilmente na própria
aprendizagem, de forma a adquirir conhecimentos e desenvolver competências,
enquanto que os alunos com metas de rendimento estão mais preocupados em
demonstrar os seus níveis de competência e com os juízos positivos que deles se possa
fazer.
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5.2 Motivação na sala de aula

Quando os alunos têm como objectivo pessoal o domínio dos conteúdos, e não apenas a
conclusão de tarefas ou o conseguir nota suficiente:

Irão empenhar-se, investir tempo e energia psíquica em


determinadas actividades mentais. Esta postura activa do
aluno deve ser reforçada pelo professor, nomeadamente
com o uso de estratégias cognitivas e metacognitivas, que
incluem desde métodos que levem à compreensão de um
texto, como fazer resumos, esquemas ou levantar questões,
até à gestão do tempo disponível para o estudo
(Boruchovitch, 1999; Pintrich, 2003).
O professor deverá ter sempre um papel decisivo, mesmo que se resuma ao
fornecimento de “incentivos motivantes”. Para isso, é necessário o professor actuar
activamente para melhorar a motivação do aluno, ao mesmo tempo que o ensina a
pensar, como é importante saber ensinar a pensar, ao mesmo tempo que se tenta
melhorar a motivação para aprender).

Do ponto de vista educativo, partilhamos com Neto (1996) a ideia de que o ideal no acto
educativo seria o professor ter em conta a multiplicidade de estilos motivacionais
existentes na sala de aula e ser capaz de adaptar as características dos procedimentos
didácticos a essa multiplicidade. Se existe grande preocupação face à forma como os
conhecimentos prévios dos alunos influem na forma como aprendem e constroem
conhecimento, também devem ser tidos em conta as suas características motivacionais.
Os alunos socialmente motivados, por exemplo, reagem melhor em situações de
aprendizagem em grupo e os curiosos em situações de resolução de problemas. A força
motivadora de determinada estratégia resulta, desse modo, não da estratégia em si, mas
da interacção da mesma com as características individuais dos alunos, nomeadamente
com os seus estilos motivacionais e cognitivos.

6.0 Factores e agentes na socialização


O indivíduo: ser social

Cada indivíduo, ao nascer, segundo Strey (2002, p. 59), “encontra-se num sistema social
criado através de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-relações
sociais”. O homem, desde seus primórdios, é considerado um ser de relações sociais,
que incorpora normas, valores vigentes na família, em seus pares, na sociedade. Assim, a
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formação da personalidade do ser humano é decorrente, segundo Savoia (1989, p. 54), “de um
processo de socialização, no qual intervêm fatores inatos e adquiridos”. Entende-se, por fatores
inatos, aquilo que herdamos geneticamente dos nossos familiares, e os fatores adquiridos
provém da natureza social e cultural.

O ser humano precisa se relacionar com os outros por diversos motivos: por necessidade de se
comunicar, de aprender, de ensinar, de dizer que ama o seu próximo, de exigir melhores
condições de vida, bem como de melhorar o seu ambiente externo, de expressar seus desejos e
vontades.

Essas relações que vão se efetivando entre indivíduos e indivíduos, indivíduos e grupos, grupos
e grupos, indivíduo e organização, organização-organização, surgem por meio de necessidades
específicas, identificadas por cada um, de acordo com seu interesse.

Vivemos em diversos grupos (familiares, de vizinho, de amigos, de trabalho) nos quais


interagimos e crescemos. Os mais diversos grupos sociais influenciam na vida do indivíduo.

O indivíduo tem, para si, claras as características que o diferencia dos demais, como seus fatores
biológicos, seu corpo físico, seus traços, sua psiquê que envolve emoções, sentimentos,
volições, temperamento. Todavia, o indivíduo, como objeto de estudo da psicologia social e da
sociologia, é considerado, segundo Ramos (2003, p. 238), da seguinte maneira:

Indivíduo dentro dos seus padrões sociais, vive em sociedade, como membro do grupo,
como “pessoa”, como “socius”. A própria consciência da sua individualidade, ele a
adquire como membro do grupo social, visto que é determinada pelas relações entre o
“eu” e os “outros”, entre o grupo interno e o grupo externo Então, quando estudamos
sobre o indivíduo, percebemos a forma como ele organiza o seu pensamento, seu
comportamento. Assim, iremos concluir que essa construção e organização ocorrem, a
partir do contato que tem com o outro.

6.1 Agentes socializadores do processo de socialização

Nós fazemos parte de diversos grupos sociais e que é por meio desses grupos que o
nosso processo de socialização ocorre. Temos, então, como agentes socializadores, de
acordo com Savoia (1989), três grupos: a família, a escola (agentes básicos) e os meios
de comunicação em massa.

O primeiro contato que o ser humano tem, ao nascer, é a família: primeiramente, com a
mãe, por meio dos cuidados físicos e afetivos, e, paralelamente, com o pai e os irmãos,
que transmitem atitudes, crenças e valores que influenciarão no seu desenvolvimento
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psicossocial. Num segundo momento, tem a interferência da escola. Geralmente, nessa


fase, o indivíduo já traz consigo referências de comportamentos, de orientação pessoal
básica, devido ao contato inicial com a família.

Já os meios de comunicação em massa são considerados


como agente socializador, diante das inovações
tecnológicas na atualidade histórica, porém nem sempre
eles têm consciência do seu papel no processo de
socialização e na formação da personalidade do indivíduo.
Na família e na escola, existe uma relação didática e, com
a TV, a relação é diferente, visto que a comunicação é
direta e impessoal (SAVOIA, 1989).
O processo de socialização ocorre durante toda a vida do indivíduo

(SAVOIA, 1989); por isso, esse processo é dividido em etapas:

Socialização primária: ocorre na infância com os agentes socializadores citados


anteriormente, que exercem uma influência significativa na formação da personalidade
social;

Socialização secundária: ocorre na idade adulta. Geralmente, nessa etapa, o indivíduo


já se encontra com sua personalidade relativamente formada, o que caracteriza certa
estabilidade de comportamento. Isso faz com que a ação dos agentes seja mais
superficial, mas abalos estruturais podem ocorrer, gerando crises pessoais mais ou
menos intensas. Nesse momento, surgem outros grupos que se tornam agentes
socializadores, como grupo do trabalho;

Socialização terciária: ocorre na velhice. Pela própria fase de vida, o indivíduo pode
sofrer crises pessoais, haja vista que o mundo social do idoso muitas vezes se torna
restrito (deixa de pertencer a alguns grupos sociais) e monótono. Nessa fase, o indivíduo
pode sofrer uma dessocialização, em decorrência das alterações que ocorrem, em
relação a critérios e valores. E, concomitantemente, o indivíduo, nesta fase, começa um
novo processo de aprendizagem social para as possíveis adaptações a nova fase da vida,
o que implica em uma ressocialização.

Todo esse processo de socialização que os seres humanos vivenciam está ligado à
cultura do indivíduo, como também a uma estruturação de comportamentos, à medida
que aprendemos e os internalizamos.
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7.0 Papel do professor na função docente1

Em uma escola de educação integral, a equipe de professores identifica as expectativas e


necessidades de desenvolvimento integral dos seus estudantes e propõe ou articula
oportunidades educativas capazes de atendê-las.

Assim, cabe ao professor:

 Coerência: atuar em sintonia com o Projeto Político Pedagógico da escola,


compreendendo seu papel e cumprindo suas metas.
 Integralidade: compreender o estudante de forma integral, buscando identificar
suas necessidades de desenvolvimento no nível intelectual, físico, emocional,
social, cultural.
 Reconhecimento: conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade
em que a escola e estes estudantes estão inseridos.
 Empatia: acolher as diferenças, reconhecendo que cada estudante é único,
aprende de uma forma diferente e vive em um contexto próprio.
 Tempo Integral: considerar o estudante durante todo o tempo em que está na
escola e não apenas na sua sala de aula.
 Cumplicidade: conhecer as famílias de seus alunos, dialogar com elas e criar
vínculos para fortalecer o seu desenvolvimento integral.
 Colaboração: trabalhar de forma colaborativa com outros professores da escola,
criando comunidades de aprendizagem para compartilhar desafios e propor
estratégias articuladas que respondam às demandas do desenvolvimento integral.
 Relacionamento: estabelecer uma relação mais igualitária e dialógica com seus
alunos, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de
contribuição com seu próprio processo de desenvolvimento.
 Mediação: ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento,
provocando o aluno a aprender a partir de seus próprios questionamentos.
 Aprendizagem: admitir que pode errar e aprender enquanto ensina, inclusive
com seus alunos

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BORUCHOVITCH, E. (2009). A motivação do aluno (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes
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Conclusão

Tendo feito o trabalho cheguei à conclusão que existem três dimensões principais da
personalidade. Estas são determinadas pela herança e se manifestam fisiologicamente.
Podem ser medidas de acordo com a reação do sistema nervoso autônomo. Finalmente,
chega-se à definição das três dimensões básicas da personalidade, descrevendo sua
estrutura e características.

Essas três dimensões são: Extroversão-Introversão. As estas dimensões correspondem


traços como vitalidade, impulsividade, sociabilidade, dinamismo, dominância,
dogmatismo e exploração. Neuroticismo-Emoção. Inclui traços como timidez,
irracionalidade, emotividade, baixa autoestima, ansiedade, culpa, emoção e
instabilidade. Psicoticismo. Compreende características como agressividade, frieza,
crueldade, egocentrismo, frieza e dificuldade em gerar empatia. E que nos contextos de
aprendizagem, a motivação pode ser inferida por meio de comportamentos observáveis
dos alunos, os quais incluem o iniciar rapidamente uma tarefa e empenhar-se nela com
esforço, persistência e verbalizações. Seja qual for a perspectiva que se adopte, o que
sempre se verifica é a existência de dois tipos de motivação: extrínseca e intrínseca.

Portanto a memória é um processo cognitivo que consiste na retenção e na evocação das


informações, conhecimentos, acontecimentos, expectativas, conceitos, ideias,
sentimentos… a memória é essencial para a nossa sobrevivência, sendo condição da
adaptação ao meio e para aquisição de novas aprendizagens. É a memória que assegura
a nossa identidade pessoal. Se perdêssemos a memória deixaríamos de ser aquilo que
somos, aquilo que somos, que fomos e que seremos depende em grande parte da
memória. É este património individual que nos torna únicos e nos assegura a nossa
identidade pessoal. É a memória que nos permite representar o mundo.
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

1.0 Estádios de raciocínio moral de Kohlberg...................................................................4

1.1 Teoria dos seis estádios de Kohlberg..........................................................................4

2.0 Diferenças individuais.................................................................................................6

2.1 As origens da teoria das diferenças individuais de Eysenck.......................................7

3.0 Inteligência..................................................................................................................8

3.1 Testes de Inteligência..................................................................................................8

3.2 Principais características do teste de inteligência........................................................9

4.0 A importância da memória..........................................................................................9

5.0 Implicações educacionais da motivação....................................................................11

5.1 Motivação extrínseca e motivação intrínseca............................................................12

5.2 Motivação na sala de aula..........................................................................................12

6.0 Factores e agentes na socialização............................................................................13

6.1 Agentes socializadores do processo de socialização.................................................14

7.0 Papel do professor na função docente.......................................................................15

Conclusão........................................................................................................................17

Referências bibliográficas...............................................................................................18
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