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1.

Introdução
O presente trabalho o grupo vai discorrer sobre as teorias do Desenvolvimento Moral nas
perspectivas de Lawrence Kohlberg e Jean Piaget que trazem estágios referentes aos
desenvolvimento faseado do ser humano.

2. Objectivo geral: Apresentar os aspectos gerais das teorias de desenvolvimento moral.

2.1. Objectivos específicos:


• Mostrar as definições na perspectiva de Kohlberg e Piaget;
• Indicar o desenvolvimento moral na concepção de Kohlberg.

3. Metodologia: Para a concretização do presente trabalho da cadeira de Psicologia de


Desenvolvimento recorremos aos métodos qualitativo e bibliográfico onde o últiimo culminou
com a consulta de várias obras de diversos autores.

4. Estrutura do trabalho: O presente Bibliografia tem estrutura de um trabalho científico


e na sua mancha gráfica fazem parte os seguintes elementos: capa, introdução,
desenvolvimento do trabalho, conclusão e bibliografia.
5. Desenvolvimento moral segundo Kohlberg e Piaget

5.1. Desenvolvimento moral


A moral constitui a prática dos indivíduos na sua singularidade e a ética é a reflexão teórica é
acção livre voltada ao humano. As normas e os valores não são instituídos pela teoria, mas por
necessidades práticas. A teoria pode contribuir para entender esse processo indagando sobre o
seu significado e voltando a prática para contribuir na sua transformação.

O desenvolvimento moral refere-se ao modo como a criança aprende a determinar o que é certo
e o que é errado, que é (principalmente) a base do princípio da justiça.

5.1.1. Teoria de Desenvolvimento Moral de Jean Piaget


Para este psicólogo, nos seus estudos concluiu que a moralidade se dá principalmente através da
actividade de cooperação, do contacto com iguais, da relação com companheiros e do
desenvolvimento da inteligência humana.
Toda a moral é formada por um sistema de regras e a moralidade consiste no respeito que o
indivíduo nutre por estas regras. Três questões fundamentais para a moralidade:

• Conhecimento da lei
• Origem ou fundamento da lei
• Mutabilidade ou não da lei
Piaget mostrou interesse pelo desenvolvimento moral da criança através da observação de como
é que as crianças interpretavam as regras de jogo dos berlindes. Nas suas observações verificou
que o modo como as regras eram interpretadas variava com a idade da criança.
Segundo Piaget a formação da consciência moral na pessoa segue basicamente quatro etapas:

1. Motor e individual (até os dois anos) – no qual a criança brinca sozinha em função de
seus próprios desejos e hábitos motores. Nesse estágio as crianças simplesmente jogam,
não há nenhuma regra ou lei, é puramente uma actividade motora, sem consciência de
regras.

2. Egocêntrico (dos dois aos cinco anos) – estágio caracterizado pela moralidade de
obrigações, a criança percebe que existem regras que regulam a actividade,
considerando sagradas e invioláveis, fase de respeito absoluto para com os mais velhos,
e as normas são totalmente exteriores entre si.

3. Cooperação (inicia-se por volta dos sete ou oito anos) – verifica-se a moral da
solidariedade entre iguais (adolescentes), o respeito unilateral é substituído pelo respeito
mútuo e começa a desenvolver a noção de igualdade entre todas as normas de conduta
humana, são aplicadas de uma forma rigorosa.

4. Codificação das regras (inicia-se aos onze, doze anos) – a moralidade é de igualdade e
autonomia, com mais destaque para o interesse pelo outro e a compaixão, e a moral
torna-se autónoma. Existe um elevado crescimento de raciocínio abstracto e as regras
são bem assimiladas, discutem muitas vezes quais as regras que vão ser estabelecidas
para uma actividade.

5.1.2. Teoria de Desenvolvimento Moral de Kohlberg


Kohlberg afirma que a teoria dos estágios é um dos pontos centrais da postura cognitivo-
evolutiva e, da mesma forma que o desenvolvimento cognitivo, o moral também ocorre por
meio da evolução de estágios:

1º Nível Pré – Convencional


A moralidade da criança é marcada pelas consequências de seus actos: punição ou recompensa,
elogio ou castigo, e baseia-se no poder físico (de punir ou recompensar) daqueles que estipulam
as normas.
Estágio 1: Moralidade heterônoma – O que determina a bondade ou maldade de um ato são as
consequências físicas do acto (punição). Respeita-se a ordem apenas por medo à punição, e não
se tem consciência nenhuma do valor e do significado humano das regras.
- Trata-se de obedecer à autoridade e evitar o castigo;
- A moralidade é confundida com o castigo: é incorrecta toda a acção que leva à punição e toda
a acção punida é incorrecta.
- A acção é vista como mais incorrecta quanto maior for o dano causado;
- O dever baseia-se nas necessidades externas e objectivas;
- As normas sociais são entendidas à letra e de modo absoluto. O castigo deve ser a reacção
automática à violação da norma.

Estágio 2: Individualismo – A ação justa é aquela que satisfaz as minhas necessidades, a que
me gera recompensa e prazer, e, ocasionalmente aos outros. As relações humanas são vistas
como trocas comerciais. Mais ou menos assim “Tu me gratificas e eu te gratifico”. A pessoa
tenta obter recompensas pelas suas ações.
- As acções são justas e correctas quando são um instrumento que permite satisfazer desejos,
interesses e necessidades do próprio e, por ventura de um outro, entendido de um ponto de vista
individualista e concreto;
- A justiça e a moralidade são questões de pura troca, orientadas por preocupações hedonistas
(satisfação de desejos e necessidades concretas e individuais) e pragmáticas.
- Deve-se retribuir o favor ou presente de alguém apenas pelo facto de esse alguém me ter dado
um presente ou feito um favor.

2º Nível Convencional
Nesse nível a manutenção das expectativas da família, do grupo, da nação, da sociedade é vista
como válida em si mesma e sem muitos questionamentos ou porquês. É uma atitude de
conformidade com a ordem social, mas também uma atitude de lealdade e amor á família, ao
grupo, ao social.

Estágio 3: Expectativas interpessoais mútuas, relacionamentos e conformidade


interpessoal – É bom aquele comportamento que agrada aos outros e por eles é aprovado. De
certa forma, é bom o que é socialmente aceito, aquilo que segue o padrão. O comportamento é
muitas vezes julgado com base na intenção, e a intenção torna-se pela primeira vez importante.
É a busca do desejo de aprovação familiar e social.
- O sujeito deste estágio está preocupado com as normas e convenções sociais;
- Esta preocupação é mais do ponto de vista de uma terceira pessoa (“bom
Marido ”, “bom amigo”, “bom cidadão”) que do ponto de vista social, legal e institucional;
- O sujeito está preocupado em manter a confiança interpessoal e a aprovação social;
- As justificações para uma boa ou má acção têm origens afectivas e relacionais.

Estágio 4: Sistema social e consciência – Há o desenvolvimento da noção de dever, de


comportamento correcto, de cumprir a própria obrigação. Há o desejo de manter a ordem social
especificamente pelo desejo de mantê-la, isto é, por que isso é justo.
- Os comportamentos são tidos como bons se se conformam a um conjunto rígido de regras e o
sujeito cumpre o seu dever, respeita a autoridade e mantém a ordem social;
- É assumido o ponto de vista não de um sujeito individual mas de um “nós, membros de uma
sociedade”, as regras e princípios morais foram interiorizados.

3º Nível Pós-Convencional
Há um esforço do indivíduo para definir os valores morais, para definir conscientemente e
livremente o que é certo e o que é errado, e porquê. Prescinde-se muitas vezes da autoridade dos
grupos e das pessoas que mantém a autoridade sobre os princípios morais.

Estágio 5: Contracto social ou utilidade e direitos – É a tomada da consciência da existência


do outro, da maioria, do bem comum, dos direitos humanos. A acção justa é a acção que leva em
conta os direitos gerais do indivíduo, isto é, o bem comum. Valores pessoais são claramente
considerados relativos, é a lei da maioria e da utilidade social.
- As leis são obedecidas porque representam uma estrutura necessária de acordo social mas a
relatividade das normas é reconhecida;
- As normas podem entrar em conflito com a moral;
- As leis são relativas a uma sociedade;
- Nos julgamentos morais, são tomados em consideração os diferentes pontos de vista;
- Está presente uma perspectiva de transformação da sociedade.

Estágio 6: Princípios éticos universais – O justo e correto é definido pela decisão da


consciência de acordo com os princípios éticos escolhidos e baseados na compreensão lógica,
universalidade, coerência, solidariedade universal. Guia-se por princípios universais de justiça,
de reciprocidade, de igualdade de direitos, de respeito pela dignidade dos seres humanos, por
um profundo altruísmo, pela fraternidade. Os padrões próprios de justiça têm mais peso do que
as regras e leis existentes na sociedade.
- Este último estágio constitui o ideal supremo do desenvolvimento moral e não uma m
realidade empírica;
- A conduta é controlada por um ideal interiorizado que solicita a acção e que é independente
das reacções do outro;
- Este ideal interiorizado representa a crença do sujeito no valor da vida e está marcado pelo
respeito para com o indivíduo;
-Trata-se de princípios universais de justiça, reciprocidade, de igualdade, do respeito pela
dignidade dos seres humanos considerados como pessoas individuais;
- Trata cada pessoa como um fim e não como um meio.
6. Conclusão
O desenvolvimento moral do ser humano inicia-se nas relações que ele estabelece com seu
meio, desde o momento em que nasce. Essas relações são permeadas por valores, princípios e
regras para o convívio coletivo.
7. Bibliografia

BZUNECK, J. Abysco. Desenvolvimento Moral: Avaliação dos Estágios


Kolhbergianos em Crianças e Adolescentes de Londrina, Tese de Mestrado não
Publicada, USP, São Paulo, 1975.

Desenvolvimento Moral: de Piaget a Kohlberg. Trabalho apresentado no


V Encontro Nacional de Professores do PROEPRE, Faculdade de Educação,
UNICAMP, Lindóia, São Paulo, 1988.

FINI, Lucia D.T. Análise do Desenvolvimento Moral em Campinas: UNICAMP-FE,


Dissertação de Mestrado, 1979.

Julgamento Moral de Adolescentes Delinquentes e não delinquentes em


Relação com ausência paterna, São Paulo: USP-Instituto de Psicologia, Tese de
Doutoramento, 1979.

ESPÍNDOLA, M. Z. B.; LYRA, V. B. O desenvolvimento moral em Lawrence Kohlberg.


Lawrence Kohlberg. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

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