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Social e subjetivo como parte de


uma mesma rede de conexões


• EXTRAPOLA A AQUISIÇÃO CONCEITUAL

ALUNO É SUJEITO


MÃO DUPLA – O PROFESSOR TAMBÉM É APRENDIZ


HISTORICAMENTE CONSTRUÍDAS
E CONTEXTUALIZADAS;

• TODAS AS DISCIPLINAS E TODAS AS PRÁTICAS


SUJEITO DE SUA HISTÓRIA





BENEFICIÁRIOS DE
SERVIÇOS
PARES SOCIEDADE COMO UM
TODO

• PARADOXOS
NÃO

RESPEITO E CUMPLICIDADE


AÇÕES QUE POSSAM REVERTER EM
QUALIDADE DE VIDA, JUSTIÇA SOCIAL E DIGNIDADE
HUMANA.

Nesse contexto se insere


o interesse em discutir a relação
da ética com a psicologia.
JUSTIÇA SOCIAL


• SUPERAR A TENDÊNCIA DA SOCIEDADE DE SILENCIAR OS


INCONFORMADOS

• EVITAR GENERALIZAÇÕES

Homens, mulheres, crianças, negros, homossexuais,


índios, portadores de sofrimento mental,
os desprotegidos de modo geral.


PSICOLOGIA:

DIGNIDADE




DEFINIÇÃO DE ÉTICA
E
MORAL

Profª Ms. Cristiane Camargo de Oliveira Brito


RELAÇÕES COTIDIANAS
 Continuamente surgem problemas práticos de
problemas que se apresentam nas relações entre os
indivíduos;
 São problemas cuja solução podem afetar somente
um indivíduo como vários ou grupos sociais;
 O que acontece é que os indivíduos se defrontam
com a necessidade de pautar o seu comportamento
por normas que se julgam mais apropriadas ou mais
dignas de ser cumpridas;
 Portanto, o homem age moralmente e seu
comportamento é resultado de uma decisão refletida;
COMPORTAMENTO HUMANO
 Há o julgamento de acordo com normas estabelecidas:

De um lado:
atos e formas de De outro:
comportamentos dos juízos que aprovam ou
homens em face de desaprovam moralmente os
 Tantodeterminados problemas
atos quanto juízos mesmos
morais pressupõem certas atos.
normas que apontam o que
se deve fazer;
(MORAIS).
COMPORTAMENTO HUMANO
 O comportamento humano prático-moral varia de
uma época a outra e de uma sociedade a outra e
remonta as próprias origens do homem como ser
social;
 Os homens agem moralmente e também refletem
sobre o comportamento prático e o tomam como
objeto da sua reflexão e de seu pensamento;
 Esta reflexão coincide com o início do
pensamento filosófico, na esfera dos problemas
teórico-morais ou éticos;
COMPORTAMENTO HUMANO
 O problema do que fazer em cada situação concreta
é um problema prático-moral e não teórico-ético;
 Definir o que é o bom, é um problema geral de
caráter teórico;
 E a teoria pode influir no comportamento moral-
prático;
 Mas as respostas sobre o que é o bom, variam de
uma teoria a outra (ex: para uns, o bom é a
felicidade ou o prazer; para outros, o útil, o poder, a
autocriação do ser humano, etc.)
COMPORTAMENTO HUMANO
 Problema: como definir a essência ou os traços essenciais do
comportamento moral, à diferença de outras formas de
comportamento humano, como a religião, política, direito,
ciência, etc?

 O problema da essência do ato moral envia a outro problema:


o da responsabilidade;
 Somente falamos em comportamento moral quando o sujeito é
responsável pelos seus atos, mas envolve o pressuposto de
que pôde fazer o que queria fazer (pode escolher entre duas
ou mais alternativas) e agir de acordo com a decisão tomada;
ATO COMPETÊNCIA
Decidir e agir numa situação Problema prático-moral
concreta...
Investigar o modo pelo qual a É da competência da ética
responsabilidade moral se
relaciona com a liberdade e
com o determinismo ao qual
nossos atos estão sujeitos...

Os homens em seu comportamento prático-moral,


não somente cumprem determinados atos, como,
julgam ou avaliam os mesmos → formulam juízos de
aprovação ou reprovação deles e se sujeitam
consciente e livremente a certas normas ou regras de
ação.
O CAMPO DA ÉTICA
 A ética pode contribuir para fundamentar ou justificar certa
forma de comportamento moral;
 ÉTICA é teoria, investigação ou explicação de um tipo de
experiência humana ou forma de comportamento dos
homens, o da moral, considerado na sua totalidade,
diversidade e variedade;
 Ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade.
 Sua missão é explicar a moral efetiva;
 Seu objeto de estudo é constituído pelos atos conscientes e
voluntários que afetam outros indivíduos, grupos ou
sociedade em conjunto.
ÉTICA e MORAL
 Ética → (ethos) grego – “modo de ser” ou “caráter”
enquanto forma de vida também adquirida ou
conquistada pelo homem;
 Moral → (mos ou mores) latim – “costume” ou
“costumes”, no sentido de conjunto de normas ou
regras adquiridas por hábitos;
 “caráter” e “costume” assentam-se num modo de
comportamento que não corresponde a uma
disposição natural, mas que é adquirido ou
conquistado por hábito.
DEFINIÇÃO
 ÉTICA → ciência especulativa, que tem por objeto o estudo
filosófico da ação e da conduta humana, procurando a
justificativa racional dos juízos de valor sobre a moralidade.
 A relação entre Ética e Moral está no comporta-mento
humano com a diferença que a Ética é uma ciência
especulativa, que estuda o compor-tamento moral dos
homens, enquanto que a Moral é o próprio comportamento do
homem junto com seus valores, normas e padrões.

Referência Bibliográfica

- VASQUES, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. (Capítulo I)


CONCEITO DE MORAL
 Existe uma série de morais concretas que se
sucederam historicamente.
 Não há definição de MORAL que englobe todos
os elementos de cada uma dessas morais
históricas.
 Há sim elementos essenciais que permitem
distingui-las de outras formas do
comportamento humano.
Moral é um conjunto de normas, aceitas livre e
conscientemente, que regulam o
comportamento individual e social dos homens.
O NORMATIVO E O FATUAL
Existem dois planos:

a) Normativo → normas ou regras de ação e


pelos imperativos que enunciam algo que deve
ser;

b) Fatual (ou plano dos fatos morais) → atos


humanos que se realizam efetivamente, ou seja,
que são independentemente do que se pensa
que deveria ser.
O NORMATIVO E O FATUAL

 Esses atos se conformam com determinadas normas morais;


 São atos moralmente positivos ou moralmente valiosos;
 Mas o mundo efetivo da moral não se esgota neles: ex o não
cumprimento de uma promessa;→
O NORMATIVO E O FATUAL
 Isso não pode ser considerado moralmente positivos porque
implica na violação de normas morais, ou uma forma de
comportamento errada;
 Nem por isso deixam de pertencer à esfera da moral;
 São atos moralmente negativos, mas têm um significado
moral, ou seja, estão inclusos na esfera moral;
Normativo ↔ Fatual

Toda norma aponta para a esfera dos fatos,


exigindo uma realização.
O NORMATIVO E O FATUAL
 O normativo não existe independentemente do fatual
e sim aponta para um comportamento efetivo;
 Se uma norma não se cumpre, não invalida a
exigência de sua realização;
 O realizado (fatual) só ganha significado na medida
em que pode ser referido (positiva ou
negativamente) a uma norma;
 Portanto, são dois planos que podem ser
distinguidos, mas não completamente separados.
CARÁTER SOCIAL DA MORAL
 A moral possui em sua essência, uma qualidade
social;
 Significa que se manifesta somente na sociedade,
respondendo suas necessidades;
 A sociedade se compõe dos homens e não existe
independentemente dos indivíduos reais;
 A moral, como forma de comportamento humano,
possui também um caráter social;
 Sua função social é regular as ações dos indivíduos
nas suas relações mútuas ou dele com a
comunidade visando a integridade no grupo.
QUALIDADE SOCIAL DA MORAL
Inclui 3 aspectos: ler
a) Cada indivíduo, se comportando moralmente, se sujeita a
determinados princípios, valores ou normas morais;

b) O comportamento moral é tanto comportamento de


indivíduos quanto de grupos sociais humanos, cujas ações
têm caráter coletivo, mas livre e consciente;

c) As ideias, normas e relações sociais nascem e se


desenvolvem em correspondência com uma necessidade
social.
FUNÇÃO SOCIAL DA MORAL:
 A moral tende a fazer com que os indivíduos
harmonizem voluntariamente seus interesses
pessoais com os interesses coletivos de
determinado grupo social ou da sociedade inteira;
 Implica, portanto, uma relação livre e consciente
entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade;
 Desde a infância, o sujeito recebe influência social
através de vários caminhos e a qual não pode
subtrair-se;
 Aos poucos, suas ideias morais e seus modelos de
comportamento moral vão sendo formados;
O INDIVIDUAL E O COLETIVO NA
MORAL:
 Uma parte do comportamento moral manifesta-se na forma
de hábitos e costumes (sociedades primitivas);
 Em sociedades mais desenvolvidas, o costume não
desaparece completamente como forma de regulamentação
da moral;
 Toda nova moral precisa romper com a velha moral, que tenta
sobreviver como costume;
 O progresso moral só vai se caracterizar através do aumento
do grau de consciência e de liberdade e, por
conseguinte, de responsabilidade pessoal no
comportamento moral;
O INDIVIDUAL E O COLETIVO NA
MORAL:
É preciso uma participação mais livre e consciente
do indivíduo na regulamentação moral do seu
comportamento e uma diminuição do papel do
costume como sua instância reguladora.

 Consciência individual → esfera em que se operam as


decisões de caráter moral, mas por estar condicionada
socialmente, não pode deixar de refletir uma situação social
concreta;
 Portanto, individualidade também é um produto social;
O INDIVIDUAL E O COLETIVO NA
MORAL:
É um determinado tipo de relação social que
determinará o gênero de relações entre o
indivíduo e a comunidade, e com isso, o grau de
consciência moral individual.
 Sendo assim, o papel do indivíduo no comportamento moral
varia histórica e socialmente de acordo com cada
sociedade;
 A moral aparece então enraizada nos dois planos: pessoal e
coletivo;
 E os agentes dos atos morais, são somente os indivíduos
concretos.
ESTRUTURA DO ATO MORAL
 Ato moral → ato sujeito às sansões dos demais, ou seja,
passível de aprovação ou desaprovação (ex: denunciar uma
injustiça);
 Nem todos os atos podem receber semelhante qualificação;
 Quando não se pode evitar um ato, ou se não pode prever
suas consequências, este não pode ser qualificado, e
portanto, não é moral;
 Quanto ao motivo do ato moral entende-se que é aquilo que
impulsiona a agir ou a procurar alcançar determinado fim;
ESTRUTURA DO ATO MORAL
 Ato moral → depende também do resultado efetivo e não
apenas da decisão tomada;
 O próximo passo é escolher os meios para realizar o fim
escolhido;
 Nem sempre os meios são bons para alcançar um fim, ou que
o fim justifique os meios;
 Ato moral → consuma-se no resultado, ou seja, na
realização ou concretização do fim desejado;
 Deve-se levar em conta o modo como este resultado afeta os
demais;
ESTRUTURA DO ATO MORAL
 Supõe um sujeito real dotado de consciência moral;
 O agente moral deve responder àquilo que projeta
ou propõe, como também aos meios que são
moralmente bons para se obter um resultado;
 Também o ato moral possui uma qualidade social,
pois além do agente, afeta e tem consequências
para outras pessoas;
ESTRUTURA DO ATO MORAL
 Ato moral → é a totalidade indissolúvel de diversos aspectos:
- motivo,
- intenção ou fim,
- emprego dos meios adequados,
- resultados,
- consequências objetivas;

 Ato moral não pode ser qualificado senão em relação com o


código moral que nela vigora.
SINGULARIDADE DO ATO MORAL
 Não é possível prever todas as vicissitudes da
concretização objetiva de uma intenção;
 Há sempre o risco de que o resultado se afaste da
intenção originária;

 No trajeto, o ato pode adquirir significado moral


negativo;
 Diante desse entendimento, fica evidente que não
se pode determinar de antemão, com toda
certeza, o que se deve fazer em cada caso;
SINGULARIDADE DO ATO MORAL
 Assim, o problema de como nos devemos comportar
moralmente não deixa de apresentar dificuldades quando nos
encontramos numa situação que se caracteriza pela sua
novidade, singularidade ou imprevisibilidade;

 Não se está totalmente desamparado, pois dispomos de um


código moral, onde extraímos o que devemos fazer;
 Quando se confronta a norma com as exigências práticas,
temos uma situação problema que assume a forma de um
conflito de deveres, ou casos de consciência;
CONCLUSÃO- Moral
1) A moral é uma forma de comportamento humano que
compreende tanto um aspecto normativo (regras de ação),
quanto um aspecto fatual (atos concretos);

2) A moral é um fato social, pois só pode ser cumprida na


função social;

3) Ainda que tenha um caráter social, o indivíduo desempenha


papel fundamental, porque exige a interiorização das normas
e deveres, sua adesão íntima das normas estabelecidas na
comunidade;
CONCLUSÃO- Moral
4) O ato moral é unidade indissolúvel dos aspectos que o
integram (motivo, intenção, meios e resultado);

5) O ato moral faz parte de um contexto normativo que vigora


numa determinada comunidade, o qual lhe confere sentido;

6) O ato moral (consciente e voluntário) supõe uma


participação livre do sujeito, que embora incompatível com as
normas, não o é com a necessidade histórico-social que o
condiciona.
CONCLUSÃO
“A moral é um sistema de normas, princípios e
valores, segundo o qual são regulamentadas as
relações mútuas entre os indivíduos ou entre
estes e a comunidade, de tal maneira que estas
normas, dotadas de um caráter histórico e
social, seja acatadas livre e conscientemente,
por uma convicção íntima, e não de uma
maneira mecânica, externa ou impessoal”.

Referência Bibliográfica

- VASQUES, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. (Capítulo III)


Profª Ms. Cristiane Camargo O. Brito
Inicia-se com a parceira da psicologia com outros
saberes ainda no século XIX:
 A formação social era dependente e atrasada;

 O movimento é de busca da modernidade


através da industrialização;
 O modelo é republicano conciliado com a
ideologia liberal e uma economia de base
agrário-comercial e exportadora;
 Houve crescente urbanização com concentração
e definição da região Sudeste como polo sócio
cultural;
 Essa configuração sócio política influenciou o
meio acadêmico intelectual;
 A crença era na liberdade e a supremacia do
indivíduo diante a sociedade;
 Os modelos de produção e consumo exigiam a
padronização da igualdade ao mesmo tempo
que a produção industrial requeria alto padrão
de produtividade;
 Portanto, a Psicologia nasceu em um momento
marcado pelas estratégias de controle de
variedade e produtividade;
 A Psicologia transforma-se em um saber de
forte viés adaptativo;
 Essa busca por padronização e adaptabilidade
se deu em três grandes interfaces do saber
psicológico pré-científico:

- A Psicologia e as Instituições Médicas;


- A Psicologia e as Instituições Educacionais;
- A Psicologia e a Organização do Trabalho.
 Anotar percurso.... Perceber mudanças ...
Mudança do século XIX → gradativa:
 Psiquiatria se delineando mais claramente e
delimitando suas fronteiras com a Psicologia;
 Psiquiatria caracterizada como especialidade
médica;
 Foram criados laboratórios de psicologia em
diversas instituições psiquiátricas;
 Brasil → precárias condições de saneamento e
saúde;
 Medicina → requisitada a fazer profilaxia (evitar
doenças);
 Estava intimamente ligada à questão da Higiene;
 Esta condição foi terreno fértil para estudos e
aplicação dos conhecimentos por meio da
HIGIENE MENTAL;
 Ligas de Higiene Mental → fontes de pesquisa e
prática relacionada à Psicologia;
 Intermediações entre Psiquiatria e Direito → veio
de desenvolvimento da Psicologia por meio da
Medicina Legal e teses de doutorado.
 ALIENAÇÃO → sustentou as intervenções;
 Objeto de estudo → razão (que não pode
situar-se na Anatomia ou Fisiologia);
 Surgiu a concepção de loucura como
organicamente determinada;
Alienação + Organicismo + Degenerescência +
Hereditariedade da Loucura
=
Exclusão do “louco” na
prevenção social da loucura
 Incluía em seu projeto profilático → pobreza,
marginalidade social, crime e loucura;
 Solução → disciplinarização;
 Soma-se os problemas urbanos que tinha como
proposta o processo de industrialização;
 Havia, ao mesmo tempo, uma visão moralizante e
racionalizante da loucura;
 Cabia à ciência Médica e à Psicológica,
contribuírem na identificação desses sujeitos e no
seu tratamento;
 Asilos → para excluir do convívio social, todos
os que não se adaptassem às normas
estabelecidas;
 Eram as ideias majoritárias, mas não foram
unânimes;
 Existiram propostas diferentes...
 Nos Hospícios passou-se a produzir
conhecimento psicológico a partir das práticas
exercidas nos laboratórios criados na época;
 Propicia denunciar a precariedade da
assistência aos doentes mentais;
 Defende a prática científica, centralizando a
assistência psiquiátrica, gerando condições
para o estudo da loucura;
 Ainda assim, havia a preocupação em explicar
a teoria da degenerescência;
 Representou o pensamento psiquiátrico
hegemônico no Brasil;
 Estava diretamente articulado ao processo de
industrialização;
 Gradualmente vai assumindo a preocupação
com tarefas de ordem social, sobretudo no que
diz respeito ao controle da força de trabalho;

 Não trouxe uma contribuição direta para a


Psicologia, mas favoreceu o processo de
autonomia da ciência psicológica.
 Sua administração foi transferida ao Estado e em
1902 nomeia Dr Juliano Moreira como diretor;
 Também foi asilo modelo para o pensamento
psiquiátrico da época;
 Dr Juliano defendeu a ideia de que a origem das
doenças mentais se devia a fatores físicos e
situacionais, como a falta de higiene e falta de
acesso à educação, contrariando o pensamento
racista em voga no meio acadêmico;
 Foi o 1º hospício a tratar da loucura do ponto de
vista eminentemente médico;
 Dr Juliano criou o 2º laboratório de psicologia do
Brasil; portanto contribuiu sobremaneira para o
conhecimento psicológico.
 Foi criada em 1911 e destinada a mulheres;
 Em 1923 foi criado um laboratório de psicologia
que foi transformado em Instituto de Psicologia,
subordinado ao Ministério de Educação e
Saúde Pública;
 Representou imenso avanço em direção ao
reconhecimento da autonomia científica e
prática da Psicologia no Brasil;
 O laboratório favoreceu a formação de novos
psicólogos bem como a difusão do
conhecimento psicológico;
 O laboratório também contribuiu com uma das
primeiras referências da perspectiva
psicoterápica no Brasil;
 Outra contribuição refere-se à organização do
trabalho, com a utilização de testes para fins de
seleção e orientação profissional;
 O psicólogo polonês Waclaw Radecki foi peça
chave para o estabelecimento da Psicologia no
Brasil na direção deste laboratório, favorecendo
a consolidação desta área do saber como
ciência.
 Fundada em 1923 com o propósito de melhoria
ao doente mental;
 A partir de 1926, este objetivo foi cedendo lugar
ao ideal eugênico, à profilaxia e à educação
dos indivíduos;
 A preocupação transferiu-se do “doente” para o
“normal”, da cura para a prevenção;
 Isso favoreceu o raio de ação para a sociedade
como um todo e a ação psiquiátrica para como
prática higiênica apoiada na noção de eugenia;
 Outras ligas foram criadas e juntamente
laboratórios de psicologia;
 Cada liga intensificava uma preocupação, mas
favoreceram para o reconhecimento da
Psicologia como ciência afim à Psiquiatria;
 As ideias buscavam na Psicologia não apenas
fundamentação teórica e corpo de técnicas,
como também prenunciavam um outro tipo de
prática que se aproximava da prática clínica.
 Ulysses Pernambucano conduz a reforma da
assistência a psicopatas em Recife;
 Suas ideias caminham na “contramão” do
pensamento psiquiátrico da época;
 Implantou serviços para doentes mentais não
alienados, com ambulatório e hospital aberto,
serviços para doentes mentais alienados, com
hospital para doentes agudos e colônia para
doentes crônicos;
 Implantou a praxiterapia, criou o Pavilhão de
Observações, o Laboratório de Análises e o
Pavilhão de Hidroterapia;
 Pernambucano foi o pioneiro do movimento
que mais tarde ficou conhecido como Anti-
Psiquiatria;
 Concebia a doença mental como situação
existencial, resultante da dinâmica do processo
psicológico;
 Considerava o sujeito como agente desse
processo e admitia os fatores sociais como co-
determinantes;
 Também se preocupou muito com a formação
de profissionais na área da psicologia.
 Concepção psiquiátrica vigente → estabelecer
ordem urbana, portanto, controlar os
“desordeiros”;
 Psiquiatria busca combater o alcoolismo, jogo,
prostituição e crimes, e articula doença mental
com criminalidade;
 Portanto, Psiquiatria e Direito se integram por
meio da Medicina Legal, da Psiquiatria Forense
e da Criminologia;
 Culminou com a criação do Manicômio
Judiciário no RJ e outras instituições;
 Ao criminoso era imputada a etiologia da
criminalidade, isentando as condições sociais;
 Foi referendada então a noção de saneamento da
sociedade pela exclusão dos “desordeiros”;
 A psicologia foi reconhecida como ciência auxiliar
da Medicina Legal, da Psiquiatria Forense e da
Criminologia, mas só recentemente o psicólogo é
reconhecido no âmbito do poder judiciário.
 Final do século XIX aumentaram o nº de teses
que tratavam de temas psicológicos como
emoção, inteligência e psicofisiologia;
 Coincide com o reconhecimento da Psicologia na
época;
 A Faculdade de Medicina da Bahia tornou-se
grande produtora de pesquisas na área, sendo
considerada um dos mais importantes centros de
pesquisa do país;
 1900 -uma das teses traz a defesa da Psicologia
como propedêutica (matéria inicial) da Psiquiatria;
 Esta ideia justifica a presença de laboratórios de
Psicologia nos hospícios, o que viria a ocorrer
logo depois;
 Essas teses constituem-se numa das mais
importantes evidências da conquista gradativa de
autonomia da produção psicológica no Brasil,
assim como explicita o caráter científico de que
são revestidas;
 Muitas delas constituíram-se em estudo de
natureza estritamente psicológica, diferenciadas
da psiquiatria, contribuindo para a Psicologia.
 A medicina foi um importante substrato para o
desenvolvimento da Psicologia no Brasil;
 A criação de laboratórios de Psicologia nos
hospícios é grande evidência desse processo;
 À produção dos hospícios, somam-se as teses
das Faculdades de Medicina;
 Esta autonomia não ocorreu em função de um
projeto, e sim se desenvolveu e se adequou às
necessidades geradas pelos problemas sociais
brasileiros.
Referência Bibliográfica

- ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil. Leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: EDUC,
2012. (Parte II Capítulo 1)
 Mais história.... Vídeo 2
 A conquista de autonomia pela Psicologia no
Brasil teve na Educação um dos mais importantes
substratos para sua realização;
 O pensamento republicano aliado ao positivismo e
à ideologia liberal, mostrava uma preocupação
com uma educação humanista e cientificista;
 Surge uma corrente educacional que reivindicava
a ampliação do número de escolas e o combate
ao analfabetismo;
 A Psicologia tornou-se necessária como ciência
básica e instrumental para a Pedagogia;
 Ocupou vários setores da sociedade, mas não de
forma homogênea;
 Foram diferenças que se articularam a interesses
diversos, bem como diferentes concepções sobre a
sociedade brasileira e seus rumos;
 Essa proposta de renovação e ampliação
educacional chegou ao nosso país em 1882, pelas
mãos de Rui Barbosa e alcançou o século XX com
outras reformas importantes;
 O movimento da Escola Nova (-passividade)
propôs uma renovação do ensino, na Europa, na
América e Brasil, na primeira metade do século XX;
 A primeira reforma no sistema propôs a substituição
da tendência humanista pela cientificista,
introduzindo disciplinas como a Psicologia e a
Lógica;
 Seguiram-se outras reformas fundamentadas em
ideias europeias e norte-americanas, mas distantes
da necessidade concreta da realidade brasileira;
 O índice de analfabetismo se mantinha alto;
 As primeiras décadas do séc XX foram marcadas
pelo desenvolvimento industrial que exigia
capacitação mínima: ler, escrever e contar;
 Surgiram os primeiros profissionais da educação
com o reconhecimento de que a aquisição da
escrita torna-se imprescindível dentro das
capacidades fundamentais para o indivíduo
(Escolanovismo: proposta de caráter humanista);
 As teorias pedagógicas tiveram então uma
inserção das teorias e técnicas da Psicologia;
 A educação passa a ser reconhecida por alguns
intelectuais como instrumento contra a opressão e
não simplesmente como meio para superar o
atraso econômico;
 Por outro lado, ainda pensava-se que o atraso era
devido à diversidade de raças, e buscava-se a
formação de uma nação forte, baseada em ideais
eugênicos (busca condições mais propícias para
a reprodução e melhoramento da raça humana);
 Esta ideia se aproxima do pensamento
psiquiátrico vigente;
 Várias propostas foram surgindo e tendo como
pano de fundo, os interesses políticos, do
desenvolvimento industrial e científico;
 Juntamente com a proposta de instrução técnica
do operário e a organização científica do trabalho,
está a Psicologia que se preocupa com as
relações entre processo produtivo e diferenças
individuais;
 Fica explícita a articulação entre a defesa da
instrução e as forças industriais emergentes;
 Portanto, o tripé Educação – Trabalho – Psicologia
fazia-se necessário para o processo de
industrialização;
 O Escolanovismo ganhou força na busca de uma
sociedade moderna e a Psicologia fundamenta
esta pretensão de Pedagogia Científica;
 A Psicologia passou a ser o pilar de sustentação
científica para essa concepção pedagógica;
 A Psicologia cuidava dos indivíduos e das
diferenças individuais, do desenvolvimento
psíquico, da aprendizagem, da dinâmica das
relações interpessoais, da personalidade, das
vocações, aptidões, etc.;
 Dentro dessa realidade educacional, a Psicologia
ganhou seu mais importante alicerce para se
estabelecer na condição de ciência, explicitar-se
como campo profissional específico;
 Foi no interior da Educação que a Psicologia
revelou-se como autônoma teórica e prática;- Na
Medicina e na Psiquiatria, esse processo não foi
tão explícito;
 A Educação não pode ser considerada ciência
específica, e por isso, busca as ciências afins que
possam dar-lhes base de sustentação, como é o
caso da Psicologia;
 Isso possibilitou mostrar-se como área específica
de saber;
 A Educação trouxe uma produção que
acompanhava com o que se realizava nos
grandes centros culturais do mundo;
 Escolanovismo e Psicologia contribuíram para um
projeto social para o Brasil, calcado no ideal de
modernização e elevação do país ao patamar das
nações ricas e desenvolvidas;

 As transformações passaram nas relações entre


professor e aluno, no processo ensino –
aprendizagem, na modernização metodológica,
na organização de classes, e no conhecimento e
respeito ao desenvolvimento da criança;
 Nasce um novo conceito de disciplina
determinada por fatores interiores ao indivíduo;
 Essa relação fica explícita na aplicação da
Psicologia às questões relativas ao trabalho;
 Vale lembrar que foram iniciativas diversas que
estiveram presentes nesse processo.

Referência Bibliográfica

- ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil. Leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo:
EDUC, 2012. (Parte II Capítulo 2)
 O trabalho já era visto e entendido como
atividade preventiva de perversões, portanto era
abordado também sob o foco da Moral;
 Essa preocupação fica ampliada no século XIX
em função do processo de urbanização;
 Há a emergência de novas camadas sociais com
a ampliação e a diversificação das atividades
produtivas;
 Essa configuração social gerou conflitos e
situações que exigiam do poder vigente, ações
controladoras de repressão às contestações;
 As primeiras experiências da aplicação da
Psicologia às questões do trabalho, datam da
década de 20;
 A Psicologia se estabelece como ciência com
um conjunto de conhecimentos e práticas
capazes de dar respostas e subsidiar ações
que interviessem nos problemas sociais;
 Tratava-se de um panorama onde se visava a
maximização da produção industrial;
 Começa a haver o fortalecimento dos
sindicatos e associações de trabalhadores;
 Ciência, técnica e progresso tornam-se o tripé
sobre o qual se sustentam as novas ideias sobre
a gestão e força do trabalho;
 Esse projeto de modernização e cientifização dos
processos administrativos estava ligado à
Psicologia que era a fornecedora de
conhecimento e técnicas para a concretização de
tais fins;
 1929 foi criado o Instituto de Organização
Científica do Trabalho com o propósito de
fornecer o sustentáculo para as inovações – o
que foi interrompido pela crise de 29;
 No final de 1930, fundou-se o Instituto de
Organização Racional do Trabalho (IDORT) e a
partir daí, outras instituições se formaram;
 A Psicologia assumiu então, a função de
sustentáculo científico dos novos métodos
administrativos, agindo essencialmente sobre o
fator humano da administração industrial;
 A ênfase foi sobre a seleção de pessoal e
orientação e instrução profissional;
 Portanto, além de fundamentar teoricamente, foi
produtora de técnicas auxiliares nesse processo;
 Nesse âmbito, foi especialmente importante o
‘movimento dos testes’ iniciado na década de 20;
 Os esforços de guerra também tiveram influência
sobre o desenvolvimento da Psicologia,
principalmente no que diz respeito aos processos
seletivos, o que se articula com a aplicação da
Psicologia à organização do trabalho;
 A Orientação Profissional soma-se a esta ideia de
demonstrar a lucratividade da aplicação da
Psicologia;
 Tanto a aplicação da Psicologia ao trabalho como
a utilização dos testes nas escolas, refletem um
movimento mais amplo da sociedade brasileira em
busca da racionalização dos processos que
ocorrem em várias de suas instâncias;
 O propósito é inserir o Brasil no seio do
capitalismo, e com isso, os testes tiveram papel
privilegiado, por selecionar indivíduos, como
também diferenciar individualidades;
 Ainda não se considerava estas características
relacionadas com a história de vida;
 As técnicas ainda se pretendiam objetivas e
isentas de valoração subjetiva;
 Então os testes acabaram por ter a função de
segregar elementos indesejáveis aos
interesses dos detentores do poder
econômico;
 Não se tinha um exercício mais profundo de
reflexão a propósito dos interesses e das
consequências de sua utilização;
 Aos poucos começa então o reconhecimento que
a Psicologia não deve selecionar apenas a
aptidão, mas a personalidade como um todo;
 Muitas outras experiências seguiram na mesma
direção e merece destaque as relativas às
empresas ferroviárias que foram alicerce da
Psicologia aplicada ao trabalho no Brasil;

 O IDORT teve fundamental colaboração neste


processo e funcionou como centro irradiador da
Psicologia Industrial em todas as direções;
 Somam-se as experiências nos processos de
seleção de aviadores para a Aviação Militar, em
conjunto com os Ministérios da Guerra e da Justiça;
 Estas foram as principais colaborações para a
aplicação da Psicologia às questões relativas ao
trabalho;
 Estamos em 1930 e a partir daí, o progresso foi
acelerado, incrementando seu potencial técnico e
inserindo-se definitivamente como campo
aplicado da ciência psicológica no Brasil;
 A Psicologia já se dá na condição de ciência
autônoma para colaborar num projeto amplo,
definindo com clareza, seu campo de ação.
Referência Bibliográfica

- ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil. Leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo:
EDUC, 2012. (Parte II Capítulo 3)
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Davi Hermes Pereira Gomes G2921F8


Gisele Priscila de Oliveira G32881-7
Jancler Pantaleao Aidar Costa G23GBB-9
Lara Ribeiro Silva G2375E-8
Maria Luiza Thome Menezes Castelo Branco T010CH3

TRABALHO DE PESQUISA:
Avaliação Psicológica

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
Davi Hermes Pereira Gomes G2921F8
Gisele Priscila de Oliveira G32881-7
Jancler Pantaleao Aidar Costa G23GBB-9
Lara Ribeiro Silva G2375E-8
Maria Luiza Thome Menezes Castelo Branco T010CH3

TRABALHO DE PESQUISA:
Avaliação Psicológica

Trabalho de Pesquisa apresentado à


disciplina de Psicologia: Ética Profissional

Orientadora: Prof.ª Cristiane Camargo

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 03

2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................ 04

2.1 Caracterização da Avaliação Psicológica.................................................... 04

2.2 Breve histórico............................................................................................... 04

2.3 Questões éticas.............................................................................................. 05

2.4 Posicionamento dos Conselhos de Psicologia........................................... 06

2.4.1 Posicionamento do Conselho Federal de Psicologia.................................... 06

2.4.2 Documentos e códigos.................................................................................. 07

2.5 A Avaliação Psicológica em outros países.................................................. 07

2.5.1 O reconhecimento em outros países............................................................. 07

2.5.2 Testes Culture Free....................................................................................... 08

2.5.3 A Avaliação dos Instrumentos....................................................................... 09

14
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 15
3

1 INTRODUÇÃO

A avaliação psicológica é um conjunto de procedimentos, que tem como


objetivo avaliar, por meio de instrumentos previamente validados para a determinada
função, os diversos processos psicológicos que compõe dado indivíduo. Dentre os
instrumentos utilizados estão: testes psicológicos, entrevistas, análise de dados e
observações.
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Caracterização da Avaliação Psicológica


O psicólogo é o único profissional habilitado para exercer tal avaliação, que
fornece um conjunto de informações a serem, basicamente, interpretadas e
devolvidas. Isso requer uma série de considerações éticas, que buscam a
imparcialidade e a humanização do processo em si.
Por meio de seus procedimentos, muitas questões vêm à tona, para serem
posteriormente, desenvolvidas, através de laudos gerados. O psicólogo deve ter
muito conhecimento e a consciência da influência que um diagnóstico pode trazer
para a realidade do avaliado.
Este diagnóstico pode adquirir na vida do sujeito, um papel muito importante,
tanto no que diz respeito à relação pessoal, quanto para relações sociais. O papel,
experiência e posicionamento do psicólogo, diante de variáveis, especialmente,
humanas, conta muito para que todo o processo seja muito bem desenvolvido.

2.2 Breve Histórico


A avaliação psicológica tem relevância histórica para o desenvolvimento da
Psicologia como ciência e profissão no Brasil, visto que ambas surgiram antes
mesmo, da Psicologia ter legislação que a respaldasse como ciência e profissão.
O caminho da área de avaliação psicológica, no Brasil, passou por algumas
fases: primeiro por grande interesse pelos testes psicológicos, seguido de certo
descrédito pela suposta falta de qualidade e a mais atual, onde surge um novo
florescimento da área.
A Psicologia e a área de avaliação psicológica vêm passando por importantes
mudanças que tem em vista a qualificação da formação profissional, a valorização
das práticas baseadas em evidências científicas e atenção às demandas sociais.
Aprofundando-se um pouco mais na história, os testes psicológicos surgiram
no início do século XIX, seu uso se fomentou fortemente no período das grandes
guerras, especialmente nos EUA.
No Brasil, começaram a ser aplicados, principalmente, para seleção e
orientação profissional.
Anos 60 e 80, não havia muito investimento em avaliação psicológica e
elaboração de testes ou adaptação dos testes já existentes à população brasileira;
5

Nos anos 90, inicia-se uma mudança deste quadro, com o surgimento de
laboratórios em universidades focando esta área até então pouco explorada no pais;
A regulamentação dos testes em 2003 (Resolução n° 2/2003), foi uma reposta
do Conselho Federal de Psicologia a uma demanda da categoria profissional e da
própria sociedade, que muitas vezes acabava prejudicada pelo uso indevido;
Atualmente, existe o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI), onde encontram-se documentos sobre a avaliação de testes
psicológicos feitas pelo CFP, lista de testes com parecer favorável e desfavorável,
além de uma série de outros informativos relacionados ao assunto;
Atualmente também, a avaliação psicológica assume um papel de maior
destaque dentre as funções exercidas pelo psicólogo, com a abertura de novos
campos para a prática, destacando-se entre estes a psicologia no âmbito penal e de
trânsito.

2.3 Questões éticas


O primeiro comportamento ético quando estamos falando sobre avaliação
psicológica, é observar que a avaliação psicológica só poderá ser realizada por um
profissional da psicologia devidamente capacitado para tal por meio do contínuo
aprimoramento profissional, visando assim ter domínio dos instrumentos da
Avaliação Psicológica ao qual efetuará utilização.
O profissional deverá selecionar os melhores instrumentos disponíveis, de
acordo com os objetivos da avaliação e caso utilize testes psicológicos, o mesmo
deverá utilizar os testes disponíveis no SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos), verificando o parecer favorável de tais testes a serem aplicados.
O profissional deverá demonstrar respeito ao ser humano, utilizando
linguagem clara, compatível com a compreensão do sujeito avaliado, informando
sobre o processo que o mesmo será submetido, suas etapas, implicações,
diagnóstico e sigilo profissional.
A avaliação psicológica deverá ser realizada em condições ambientais
adequadas, assegurando o bem-estar do avaliado, a qualidade e sigilo das
informações obtidas e disponibilizando as informações apenas aos que tem o direito
de conhecê-las.
6

Os psicólogos deveram proteger a integridade dos testes aplicados, não


comercializando, fazendo cópias impressas ou digitais, publicando ou ensinando
pessoas que não são psicólogos o processo de avaliação dos testes aplicados.
A falta de ética também se dá por exemplo, no uso de testes psicológicos de
forma isolada, desprovida de um processo, sem uma compreensão e preparo
adequado, gerando conclusões singulares, ou seja, ignorando a complexidade e
dinamismo do ser humano. O fazer do psicólogo está diretamente ligado à qualidade
de vida das pessoas, e sendo assim, a ética é o primeiro preceito desta atuação.
O psicólogo precisa estar preparado e buscando sempre uma permanente
formação tendo em vista os avanços teóricos. Além de sua formação e
conhecimento é necessário que o psicólogo leve em consideração o contexto da
solicitação afim de que possa realizar a interpretação das informações levantadas
com assertividade.

2.4 Posicionamento dos Conselhos de Psicologia

2.4.1 Posicionamento do Conselho Federal de Psicologia


O Conselho Federal de Psicologia instituiu em 2003 o Sistema de Avaliação
dos Testes Psicológicos como uma de suas ações permanentes para qualificar os
métodos e as técnicas empregados no processo de avaliação psicológica. Nesse
processo reuniu um conjunto de profissionais da área que contribuíram com
produções teóricas e metodológicas sobre essa prática privativa do psicólogo
brasileiro.
Foi um marco no avanço da qualidade dos instrumentos utilizados na
avaliação psicológica, bem como na construção de políticas comprometidas com o
rigor científico e ético.
A Lei nº 4.119, de 1962, já determinava, em seu artigo 13, que constitui
função privativa do psicólogo a utilização de métodos e técnicas psicológicas com os
seguintes objetivos: diagnóstico psicológico; orientação e seleção profissional;
orientação psicopedagógica; detecção e problemas de ajustamento. Entretanto, a
partir do crescimento significativo da prática da avaliação psicológica em diversos
campos − como, por exemplo, nos concursos públicos e na obtenção da Carteira
Nacional de Habilitação −, surgiu a necessidade de incluir o tema na agenda política
do CFP.
7

2.4.2 Documentos e códigos

2.4.2.1 Avaliação Psicológica: Diretrizes na Regulamentação da Profissão

Este documento é o produto de um trabalho coletivo da Comissão Consultiva


em Avaliação Psicológica do Conselho Federal de Psicologia, que pretende registrar
os debates produzidos a partir das experiências advindas da operacionalização do
Sistema de Avaliação Psicológica, com ênfase nas conquistas e nos desafios
enfrentados nos últimos anos sobre os dilemas da avaliação psicológica.
1º do art. 13 da Lei nº 4.119/1962. Segundo esse artigo, os testes
psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras
de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ ou
mensurar características e processos psicológicos.
Para os testes psicológicos serem confiáveis, devem ser padronizados e
atender a requisitos de fidedignidade e validade. A padronização refere-se à
necessária existência de uniformidade tanto para a aplicação do instrumento, como
nos critérios para interpretação dos resultados obtidos. A fidedignidade diz respeito à
coerência sistemática, precisão e estabilidade do teste, e a validade reflete se o
teste mede realmente o que pretende medir.

2.5 A Avaliação Psicológica em outros países

2.5.1 O reconhecimento em outros países

O curso de Psicologia e a profissão são extremamente reconhecidos e


valorizados fora do país. Em 2019, as instituições de ensino dos Estados Unidos,
Reino Unido e Canadá lideraram o ranking de Melhores Universidades para cursar
Psicologia.
A área de avaliação psicológica tem uma relevância histórica no
desenvolvimento da Psicologia como ciência e como profissão, tanto no contexto
internacional quanto no nacional. Apesar disso, ao longo de sua história houve
momentos tanto de forte crédito quanto de descrédito científico e popular.
8

A história da avaliação psicológica confunde-se com a história dos testes


psicológicos. Cattell, em 1890, publicou um artigo no qual utilizou pela primeira vez
na literatura psicológica o termo teste mental, referindo-se à descrição de uma série
de testes que eram aplicados em estudantes universitários, na tentativa de
determinar seu nível intelectual (ANASTASI; URBINA, 2000). O próprio Cattell
reconheceu a necessidade de padronizar, controlar a qualidade e as restrições
profissionais quanto à utilização e distribuição dos testes psicológicos.
A avaliação psicológica, como explica Casullo (1996), é um processo que,
mediante um determinado enfoque teórico, explícito ou implícito, procura analisar um
fenômeno real ou simbólico em seus aspectos manifestos e/ou latentes. Toda
avaliação tem como finalidade categorizar, comparar, analisar ou contrastar dados
quantitativos ou qualitativos, obtidos por meio de diversas técnicas.
Em uma pesquisa de 1921, conta que, Cattell organizou, em Nova Iorque, a
Psychological Corporation, pioneira na prática da avaliação psicológica pelo uso de
testes, denominada de mental testing e, posteriormente, de psychological testing. A
expressão psicodiagnóstico foi utilizada, pela primeira vez, por Rorschach, em 1927,
com excelente aceitação (CASULLO, 1996).
Já o termo avaliação psicológica (psychological assessment) surgiu nos
Estados Unidos em 1948, com a publicação da Oficina de Serviços Estratégicos do
Exército. Casullo (1996) destaca que esse trabalho incorporou algo novo na tarefa
de selecionar o pessoal qualificado para ações de alto risco, além de também se
preocupar com o reconhecimento de potencialidades, capacidades e recursos
desses sujeitos e, não apenas com a identificação de aspectos negativos,
deficitários ou mesmo patológicos. Mesmo assim, é comum, atualmente,
encontrarmos diversos questionamentos a respeito do fato de a avaliação
psicológica fincar-se de modo contundente nas enfermidades e nas deficiências do
indivíduo.

2.5.2 Testes Culture Free


Nos Estados Unidos, em um artigo escrito por Frederick B. Davis, ele cita que,
por mais de meio século, psicólogos e outros estudiosos da matéria interessaram-se
pelo fato de que os testes psicológicos, especialmente de inteligência,
provavelmente discriminavam certos subgrupos da população. Os primeiros estudos
de GORDON sobre crianças que vivem em barcos, em canais europeus, e os
9

estudos de WHEELER, sobre crianças montanhesas do leste do Tennessee,


exemplificam investigações desse tipo. Mais recentemente, pôs-se em relevo que os
testes utilizados nas escolas e indústrias americanas, para objetivos práticos
diversos, estariam dando resultados mais elevados em crianças das classes média e
superior do que quando aplicados às de classes inferiores, e, por isso mesmo,
fornecendo resultados mais altos em pessoas brancas que nas de cor.
Não seriam novas essas observações; a análise de testes aplicados a
convocados para a Primeira Guerra Mundial, de 1917 a 1919, revelou situação
similar, há 50 anos. Todavia, intensificou-se o interesse pelo problema, que tem
determinado muitos mal-entendidos. Numerosos esforços estão sendo agora
dirigidos à pesquisa de melhoria técnica nos chamados testes culture-free, ou livres
da influência de situações culturais. Era comum acreditar-se, até algum tempo atrás,
que os testes não verbais, em sua maioria testes de rendimento, de vários tipos,
estariam relativamente isentos de efeitos das vantagens culturais e experiência geral
das crianças das classes média e superior, o que as levariam a se saírem melhor do
que as das classes inferiores, nos testes típicos de inteligência. Entretanto, essa
ideia foi quase inteiramente abandonada, à medida que dados foram sendo
acumulados e analisados.
O teste DAVIS-EELLS GAMES, especialmente preparado para eliminar a
influência da classe social nos escores, não parece ter sido bem-sucedido, a julgar-
se pela documentação recente relativa a seu emprego. Os trabalhos de PAUL
SCHIVARTZ e outros, na preparação dos testes de aptidão a serem utilizados por
crianças da Nigéria, relativamente sem instrução, mostraram que os testes de
percepção de vários tipos não têm 10 A.B.P.A. 5/69 aplicação prática em virtude
deste fato: tais crianças não estavam acostumadas com a apresentação de objetos
tridimensionais, em desenhos de duas dimensões, com os recursos usuais de
perspectiva. Isso põe em relevo que a experiência vital e cultural, anterior, influi de
modo mais profundo do que costumavam crer os próprios psicólogos.

2.5.3 A Avaliação dos Instrumentos

Já internacionalmente, alguns países também realizam avaliações dos seus


instrumentos. Uma edição especial da revista da International Test Comission,
International Journal of Testing em 2012 (volume 12) publicou vários artigos sobre
10

esta temática, apresentando a forma como é feita a avaliação em diversos países.


Evers (2012) apresenta uma descrição breve sobre esses modelos. A seguir,
abordarei algumas dessas formas de avaliação de acordo com buscas que realizei
nos sites das diversas instituições. Nos Estados Unidos, essa atividade é realizada
pelo Buros Center for Testing, organização fundada por Oscar Buros, a partir da
publicação do 1938 Mental Measurements Yearbook. Nesse livro, Buros descreveu
a análise que fez a partir da avaliação de diversos especialistas a respeito de vários
testes de inteligência.
Depois da morte de Buros em 1974, sua esposa continuou apoiando a
organização até o momento em que, após uma disputa por diferentes universidades
norte-americanas, o controle passou para as mãos da Universidade de Nebraska.
Hoje seu diretor é o Prof. Kurt Geisinger, também presidente eleito da International
Test Comission. O Mental Measurements Yearbook foi sendo publicado em
intervalos variados entre dois até nove anos e hoje está em sua vigésima edição. A
cada edição, novos testes são avaliados por avaliadores ad-hoc. Foram avaliados
3.829 testes pelo Buros Center for Testing, entre os anos de 1985 e 2017 (da nona à
vigésima edição), em uma média aproximada de 116 novos testes avaliados por
ano. A organização também possui uma nova publicação chamada Puebras
Publicadas em Espanhol, que revisou 583 testes em língua espanhola e que está na
fase de editoração da segunda edição, da qual parecem muito orgulhosos.
Nessa avaliação, os testes são distribuídos em níveis A, B e C, sendo que
para cada nível é exigido um tipo de formação (aqui não me refiro somente ao curso
de graduação, mas outras qualificações, como cursos e treinamentos de educação
continuada), ou seja, o profissional, ao adquirir um instrumento, deve comprovar
qual é a sua formação ou treinamento. Por exemplo, para o nível A, não há qualquer
exigência. Para o nível B, exige-se que pelo menos o profissional possua
treinamento em administração ética do instrumento, assim como levantamento e
interpretação dos seus resultados, podendo ser de diferentes áreas (Psicologia,
Educação, Terapia Ocupacional e outras). Já para o nível C, exige-se uma formação
qualificada em interpretação de testes relacionados a sua área de formação.
Quem faz o controle da venda são as editoras, orientadas pelas regras
estabelecidas nos Standards for Educational and Psychological Testing (American
Educational Research Association, American Psychological Association, & National
Council on Measurement in Education, 2014). Outro país que avalia seus testes é a
11

Espanha, por meio do Consejo General de Colegios Oficiales de Psicologos. Uma


comissão de oito membros (um do conselho, um coordenador, um de cada uma das
quatro editoras de testes reconhecidas pelo Conselho no país e dois de
universidade) avaliam os instrumentos publicados no país. Essa avaliação ocorre
desde 2012, e no total já foram avaliados 64 testes psicológicos. Uma rápida visão
mostra que os instrumentos têm, em geral, notas altas. No site, não há referência a
restrições de uso para os testes mal avaliados. Na Espanha, os testes também são
divididos em três níveis, tal como nos Estados Unidos. Para o nível A, espera-se
formação e experiência em aplicação do instrumento de interesse. Para o nível B,
conhecimentos sobre Psicometria e formação acadêmica correspondente ao
instrumento de interesse. Somente para o nível C exige-se titulação em Psicologia,
Psiquiatria ou Psicopedagogia. Na Grã-Bretanha, a British Psychological Society
também avalia testes, os quais são submetidos de forma voluntária pelas editoras
(em princípio, elas têm interesse nesse processo para demonstrar que seus testes
são qualificados). Cento e sessenta testes já foram avaliados, por uma equipe de
dois revisores independentes e duas editoras, utilizando os critérios criados pelo
Grupo de Trabalho em Avaliação da Federação Europeia de Associações de
Psicólogos, recentemente revisados (Evers et al., 2013). Os critérios são muito
parecidos com os nossos do Satepsi.
Além de avaliar os testes, a BPS possui um manual que explica quais são os
requisitos que um profissional deve ter para utilizar testes psicológicos. Além disso,
certifica profissionais por meio de três níveis diferentes de certificado: assistente de
testagem, usuário de teste e especialista em uso do teste (só neste caso há
referência ao profissional psicólogo, no qual afirmam que em geral é um psicólogo
experiente, que fez já muitos cursos sobre testes e psicometria). Na Holanda, os
testes são avaliados pelo Comitê Holandês de Teste e Testagem do Instituto
Holandês de Psicólogos desde 2009 chamado de Sistema Cotan. Os testes são
avaliados com três objetivos: informar a qualidade do instrumento aos usuários,
oferecer um feedback aos seus desenvolvedores e informar sobre a qualidade dos
testes aos que estão sendo submetidos a ele.
A avaliação não é cobrada nem dos autores do teste nem das editoras e os
resultados de 841 testes já avaliados estão publicados online em holandês. Eles
possuem guias muito recentes (2017) de uso de testes, baseados em parte nas
discussões da Federação Europeia de Associações de Psicólogos (EFPA). Essa
12

sociedade também oferece um selo de Psicólogo NIP, ou seja, é reconhecido como


um psicólogo especialista em alguma área. Na Alemanha, existe uma norma
chamada DIN no 33.430 (Deutsches Institut fur Normung – Instituto Alemão de
Padronização), que estabelece critérios para processos avaliativos das mais
diversas áreas, assim como requisitos para um bom teste e uma boa testagem. É
ressaltado que esta normatização não é somente voltada para testes psicológicos,
mas sim qualquer forma de avaliação. Os testes são revisados por um Conselho de
Avaliação e Testagem da Associação Profissional de Psicólogos Alemães, chamado
Sistema TBS-TK. As revisões são baseadas nas decisões da EFPA e do sistema
Cotan (da Holanda) e são publicadas online. Desde 2006 até o momento foram
avaliados 38 testes.
Na África do Sul, os testes são avaliados desde 2015. Há um Comitê de
Psicometria no Conselho dos Profissionais de Saúde da África do Sul que avalia os
testes assim como estabelece normas de uso e construção dos mesmos. Existe uma
taxa de avaliação que é cobrada dos editores de testes quando os submetem para
avaliação. Eles publicam uma lista com três categorias de testes: aqueles avaliados
e certificados para uso por profissionais de Psicologia (total de 74 testes), aqueles
liberados para uso por psicólogos, mas não avaliados (133) e aqueles que estão em
processo de desenvolvimento ou adaptação (92) e que não devem ser utilizados
para uso profissional (com intuito financeiro). Somente neste país ficou claro que
alguns testes não são recomendados para uso profissional e que outros podem ser
utilizados, mas somente por psicólogos. Para eles, usar uma medida, um teste, um
questionário que avalie habilidades cognitivas ou intelectuais, atitudes, interesses,
personalidade é considerado um ato psicológico a ser executado somente por um
psicólogo registrado no conselho. Como pode ser visto, a avaliação de instrumentos
no mundo em geral é realizada por profissionais da área de Psicologia, pois é
sempre realizada por profissionais vinculados a uma associação ou a um conselho
profissional de Psicologia. Além disso, é uma atividade relativamente recente, com
exceção dos Estados Unidos. Quanto aos resultados da avaliação dos testes,
podemos perceber que os mesmos são publicados de forma online em praticamente
todos os países (por vezes, é cobrada uma taxa extra para um parecer mais
detalhado).
Essa atitude deixa o processo mais transparente, tentando evitar influência
das editoras/autores dos testes nesse processo ou mesmo interesses financeiros ou
13

de outra ordem. Não foi possível obter a informação de que profissionais podem
utilizar os instrumentos de dois países, Holanda e Alemanha. Porém, tendo em vista
que se baseiam nas regulamentações da EFPA, tanto quanto a Sociedade Britânica,
é de se entender que o que importa no uso é a formação do profissional, o
conhecimento adquirido para o uso do instrumento. A África do Sul, assim como o
Brasil, são os únicos países que restringem o uso dos testes somente para
psicólogos registrados no conselho profissional.
14

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Logo, verifica-se que a prática da AP é delicada, pois envolve difíceis
decisões considerando os seres humanos com igualdade, sem discriminação e ao
mesmo tempo, diferentes psicologicamente. Implica planejamento prévio
considerando demanda e fins, e ainda levar em consideração a complexidade de
cada técnica bem como seus limites. Portanto os profissionais da área sempre
deveram estar alinhados às práticas com olhar ético, embasados nos direitos
humanos.
15

REFERÊNCIAS
Anache, A.A. & Reppold, C.T. (2010). Avaliação Psicológica: implicações
éticas. In Conselho Federal de Psicologia, Avaliação Psicológica: diretrizes na
regulamentação da profissão (pp.57-85). Brasília, DF. CFP.
Conselho Federal de Psicologia (2005). Código de Ética Profissional do
Psicólogo. Brasília, DF. CFP.
Conselho Federal de Psicologia (2010). Avaliação Psicológica: diretrizes na
regulamentação da profissão. 1ª Ed. Brasília, DF. CFP.
Conselho Federal de Psicologia (2011). Ano da Avaliação Psicológica: textos
geradores. 1ª Ed. Brasília, DF. CFP.
Bandeira, D. R. (2018). Uso dos Testes por Psicólogos e Não Psicólogos.
The British Psychological Society. Disponível em: www.psychtesting.org.uk.
Acesso em: 10/10/2021.
American Psychological Association. Consejo General de la Psicología de
España. Disponível em:
http://www.teaediciones.net/portal/recursos/disclaimer/index.html?seccion=normas&
header=1 . Acesso em: 10/10/2021.
Dutch Committee on Tests and Testing (COTAN). Disponível em:
www.psynip.nl/en/dutch-association-psychologists/ activities-nip/psychological-
testing-cotan . Acesso em: 10/10/2021.
Disponível em
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141588092012000200009 .
Acesso em: 08/10/2021.
BANDEIRA, Denise. A Controvérsia do Uso dos Testes Psicológicos por
Psicólogos e Não Psicólogos.
https://www.scielo.br/j/pcp/a/BL56fJZtt5trzJmShQJhnGS/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em: 08/10/2021.
Como ser Psicólogo na França. Disponível em
https://www.destinoprovence.com/como-ser-psicologo-na-franca/. Acesso em:
09/10/2021.
Disponível em
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141588092012000200009 .
Acesso em: 08/10/2021.http://www.bdp-verband.de/
psychologie/testrezensionen/index.html Acesso em: 09/10/2021.
UNIVERSIDADE PAULISTA
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ANA MARIA CARMO SILVA – G197FC7


GLÓRIA KÉVLIN PARRA GONÇALVES - G18EJE1
JAQUELINE DA SILVA TEODORO – T059399
KAMILA STÉFANI DO NASCIMENTO – G3769C0
LUANA PERPÉTUA PINTO PEREIRA – G36BJH5
MARIA ISABELLE RAMOS – G2662G2

TRABALHO DE PESQUISA
DROGAS E REDUÇÃO DE DANOS

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo entender e descobrir mais sobre


drogas e redução de danos, fazendo um breve histórico e caracterização do
tema, trazendo questões éticas relacionadas a ele, como o CFP (Conselho
Federal de Psicologia) se posiciona sobre o assunto, como é tratado em outros
países e qual é a posição do atual governo.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Breve histórico e caracterização do tema.

Redução de danos tem como foco a prevenção de danos ao invés da


prevenção do uso e tem como objetivo reduzir danos ligados ao uso de drogas
em pessoas que não podem ou não quem parar.

O uso de álcool e outras drogas pode alterar seus sentidos e sua


capacidade de decisão quanto ao uso do preservativo e de estratégias de
proteção para uso de drogas. A redução de danos consiste em um repertório
de cuidado, constituído de um conjunto de estratégias singulares e coletivas
voltadas para as pessoas que usam, abusam ou dependem de drogas.
Incluem-se nas estratégias de prevenção a recomendação do não
compartilhamento de instrumentos e a utilização de materiais descartáveis,
inclusive para o uso de silicone industrial e hormônios entre pessoas trans.

O acolhimento, a promoção da saúde e o cuidado nos serviços é um


direito de todas as pessoas, independentemente do uso de álcool e outras
drogas, silicone industrial e hormônios.

Foi na Inglaterra por volta de 1920 que pela primeira vez o tema foi
abordado. O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira apresentou o fato de que
soldados tratados com morfina poderiam ter ficado dependentes de ópioides e
para que não acontecesse um tratamento brusco o estado tinha como
obrigação fornecer as substâncias para diminuir os riscos. Em geral o objetivo
era reduzir danos controlando os efeitos.

Em 1989, no Brasil, mais especificamente no município de Santos- SP, a


redução de danos foi aprovada como estratégia de saúde pública depois de
relacionarem o aumento da transmissão de HIV com o uso inadequado de
drogas injetáveis.

Nos dias atuais grande parte da população não tem acesso a um


tratamento adequado, e com esse conhecimento deu a oportunidade de
práticas dispostas a minimizar riscos que essas drogas tendem a causas.
Para isso é necessário que todos os envolvidos estejam cientes de alguns
pontos como:

 Riscos e consequências do uso de cada droga.


 O que causa esses riscos e consequências.
 Como reduzir os riscos e consequências.

Um resultado seria a tabela feita pela equipe do TripSit com objetivo de


redução de danos durante o consumo. A tabela apresenta as seguintes
categorias:

 Baixo risco e sinergia


 Baixo risco sem sinergia
 Baixo risco e redução
 Cuidado
 Inseguro
 Perigosas

No Brasil segundo um levantamento da Fiocruz em 2018 o álcool é a droga


mais ingerida pelos brasileiros. Segundo eles 66,4% dos brasileiros já
ingeriram ao menos uma vez a bebida alcoólica. E muitas vezes até mesmo
sem conhecimento o álcool acaba sendo ingerido com algum medicamento,
causando além da perca da eficácia do medicamento sérios dados a saúde
pela mistura de drogas.

2.2 Questões éticas


A ética procura acolher as dores, as alegrias, as diferenças e o modo de
viver do indivíduo; busca sempre estar pronto para ouvir a dor do outro sem
deturpá-las ou reduzi-las e contribuir para uma visão mais ampla e uma postura
mais madura do mundo e da sociedade diante das drogas.

Cabe ao psicólogo, planejar sua intervenção de acordo com princípios e


diretrizes do Sistema Único de Saúde.

O código de ética do psicólogo garante em seus princípios que o


psicólogo deve garantir e promover a liberdade, dignidade e integridade do ser
humano. Assim, não há diferenças entre à lei da saúde no Brasil e a prática do
psicólogo na redução de danos.
Porém, ainda há dificuldades na prática por conta da dificuldade entre a
forma como o uso de drogas é visto pelo código civil brasileiro e a ética dos
profissionais de saúde, em observância aos princípios do SUS.

2.3 Como é tratado em outros países.

Em Portugal o governo passou a tratar o consumo de drogas como


questão de saúde pública. Em 1990 Portugal passou por uma epidemia de
dependência em heroína, e assim em 2000 foi criada uma lei no qual dá o
direto de que se o cidadão não conseguir parar o consume de substâncias
deve reduzir os danos.

Os pontos principais que levaram Portugal a ser um caso de sucesso foram:

 A forma de ver o usuário e mudando a visão da sociedade.


 A sociedade deixou de tratar com discriminação e desprezo.
 Passaram a incluir e exigir que os direitos humanos fossem colocados
em ação, priorizando programas de saúde e de cuidados aos usuários.

2.4 Posicionamento do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

De acordo com o posicionamento político do Conselho Federal de


Psicologia relativo à política de drogas:

“O consumo nocivo e dependente de substâncias psicoativas pode


trazer relevantes danos sociais e à saúde da população; porém, em
se tratando dessa questão, é preciso, antes de tudo, atentar para as
múltiplas formas de uso de diferentes substâncias e para o fato de
que nem todas as pessoas que fazem uso de drogas têm problemas
crônicos com seu uso.”
“Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), existem
diferentes padrões de consumo que podem ou não caracterizar o uso
nocivo; portanto uma política pública voltada para a questão das
drogas deve contemplar diferentes estratégias de atenção.”

Em suma, o conselho propõe ações pela defesa de uma política de


drogas que respeite os Direitos Humano; que seja orientada pelos princípios da
Reforma Psiquiátrica e da Redução de Danos; que visa a responsabilidade
pública no cuidado com os usuários e suas famílias; que cria espaços de
diálogos que possibilitem a ruptura com o preconceito e com a exclusão. E
assim favorecendo a composição de práticas que respeitem a cidadania.
E o que são essas ações?

Ampliação de equipamentos de acolhimento e proteção pública para a


população de usuários de drogas como: Unidades de Acolhimento; Programas
de redução de danos, abrigos, centros de convivência e reinserção social.

De acordo com a notícia postada pelo CFP, no dia 12/04/2019, o governo


federal assinou o decreto da nova política nacional sobre drogas, extinguindo a
política nacional de redução de danos. O governo colocou a abstinência como
única política pública ao usuário de drogas.

Segundo Paulo Aguiar, do CFP (2019):

“ É muito ruim para a população, porque aponta a


abstinência como único caminho. E a lógica da redução de danos é o
princípio básico de respeito ao sujeito, sua condição, sua autonomia
preservada, para que ele possa ressignificar a sua relação com a
droga. A redução de danos não se opõe ao alcançar a abstinência. ”

2.5 Governo atual e a política de redução de danos

Em 2019, o governo Bolsonaro divulgou a partir do decreto 9761 uma


nova política de drogas – baseada na abstinência no tratamento de
dependentes químicos e no investimento de comunidades terapêuticas – um
retrocesso relacionado à política de redução de danos.
A grande diferença é que enquanto o programa de redução de danos é
realizado no CAPS AD (Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas),
conta como uma equipe multiprofissional contando com uma equipe
multiprofissional - psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde, as
comunidades terapêuticas são em sua maioria vinculadas a organizações
religiosas. As comunidades terapêuticas contam com uma rotina de oração e
trabalho, se localizam a maioria em áreas urbanas e fazem com que o usuário
se distancie de tudo aquilo que o faça relacionar com o vício. Segundo
reportagem do jornal O Globo de março de 2019, 496 comunidades
terapêuticas vão receber um total de R$ 153,7 milhões por ano do governo
federal.
REFERÊNCIAS
CONSELHO Federal de Psicologia. [S. l.]. Disponível em: https://site.cfp.org.br/.
Acesso em: 19 out. 2021.
FERREIRA, Walace; PEREIRA, Beatriz de Sousa. A “nova” política de drogas e
o fim da redução de danos como retrocesso. Jus.com.br, [S. l.], 2019.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/73925/a-nova-politica-de-drogas-e-o-
fim-da-reducao-de-danos-como-retrocesso. Acesso em: 18 out. 2021.
LINDE, Pablo. Como Portugal se tornou referência mundial na regulação das
drogas. El País, [S. l.], 2019. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/02/internacional/1556794358_113193.ht
ml. Acesso em: 19 out. 2021.
POSICIONAMENTO político do CFP relativo à Política de
Drogas. In: Posicionamento político do CFP relativo à Política de Drogas..
[S. l.], 19 out. 2021. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2014/12/Posicionamento-pol%C3%ADtico-do-CFP-relativo-
%C3%A0-Pol%C3%ADtica-de-Drogas.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.
SOUZA, Lucas Schuster de; CECCHIN, Ricardo. Ética e redução de
danos. Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, [S. l.]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/e-
psico/etica/temas_atuais/reducao-de-danos-texto.html. Acesso em: 19 out.
2021.
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Jhulia Brigatti Guilherme


Larissa Ferrari Sampaio
Lucas Henrique B. Borsato
Karen Karolyne Ferreira de Novais
Maria Eduarda dos Santos Abreu

TRABALHO DE PESQUISA:
Ética e pesquisa com seres humanos

Trabalho apresentado para a disciplina de


Ética Profissional, do Curso de psicologia.

Orientadora: Prof.a Cristiane Camargo M.


Brito

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 03
2 DESENVOLVIMENTO 04
2.1 Histórico e caracterização 04
2.2 Questões éticas relacionadas 04
2.3 Posicionamento do CRPs 05
2.4 Resoluções CNS 06
2.5 Como é tratado o tema fora do país 10

REFERÊNCIAS 12
3

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar um breve histórico e caracterização


sobre a ética e pesquisa com seres humanos, trazendo artigo sobre o tema, presente no
código de ética dos psicólogos, o posicionamento do CRP sobre o mesmo e as resoluções
do CNS 466/2012 e 510/2016.
E por fim uma pesquisa de como é tratado a ética e pesquisa com seres humanos
em outros países.
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Histórico e caracterização da ética e pesquisa com seres humanos.

Ainda nos dias atuais, ouvimos muito sobre as atrocidades ocorridas durante
disputas coloniais, nas guerras territoriais e sobretudo, durante a Segunda Guerra
Mundial. Grupos étnicos foram considerados inferiores e tiveram sua liberdade
invadida por grupos que se intitulavam “superiores”. Esses, que por sua vez, usaram
esses grupos inferiores, como escravos e como cobaias de experimentos científicos.
De forma antiética, os judeus, considerados “raça inferior”, foram submetidos a
pesquisas com hipotermia, modificações genéticas, estudos com armamento e poder
militar. Além de serem dizimados e torturados sem a menor chance de lutar pela
própria sobrevivência.
Como os acontecimentos históricos servem de lição, certas atrocidades jamais
aconteceriam nos dias atuais, pelo menos não de forma legal. Atualmente, após anos
de lutas, a declaração universal dos direitos humanos foi institucionalizada e todo ser
possui direito a viver em condições “favoráveis”.
O conselho de ética surgiu em encontro desses direitos e também como
aprendizado dos acontecimentos anteriores. Hoje, todo profissional deve agir de modo
que respeite a individualidade de cada ser humano. Os avanços científicos e
tecnológicos, só serão permitidos se obedecerem a critérios pré determinados pelo
conselho de ética.

2.2 Questões éticas relacionadas a: ‘’ética e pesquisa com seres humanos’’.

Art. 16 – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades


voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:
a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela
divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos,
organizações e comunidades envolvidas;
b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante
consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação
específica e respeitando os princípios deste Código;
5

c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse


manifesto destes;
d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das
pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem.

EXPLICAÇÃO:
a) Tomar cuidado para não haver algum resultado negativo na realização ou
divulgação;
b) A pessoa não é obrigada a participar da pesquisa. Ela tem que querer;
c) Se as pessoas não quiserem se expor, deve-se garantir o anonimato (em
tudo: Nome, idade, e/ou quaisquer indícios sobre a pessoa).
d) Se as pessoas entrevistadas quiserem saber os resultados da pesquisa,
devemos contar.

2.3 Posicionamentos do crp sobre o tema: ‘’ética e pesquisa com seres


humanos’’.

O CRP (Conselho Regional de Psicologia) declara a participação de seres


humanos em experimentos teóricos e práticos como voluntários a uma dada pesquisa.
Apoiando-se no código de ética desenvolvido e fornecido pelos mesmos.
Testes em humanos são legalizados desde que:
1- Toda pesquisa em Psicologia com seres humanos deverá estar instruída de
um protocolo, a ser submetido à apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa,
reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde.
2- O protocolo, a que se refere o artigo 1º, deverá contemplar:

OS OBJETIVOS;
A justificativa: Cabe ao pesquisador a responsabilidade de justificar a
relevância teórica e social da pesquisa;
Os procedimentos adotados;
As salvaguardas éticas, incluindo-se:
Consentimento informado: Refere-se à garantia de que a participação do(s)
indivíduos(s) é voluntária, que foi (foram) informado(s) e entende(m) com clareza os
procedimentos a que será(ão) submetido(s) e suas consequências; que foi (foram)
6

informado(s) sobre os objetivos da pesquisa e do uso que será feito das informações
coletadas.
Os limites quanto ao uso de informações e os procedimentos de divulgação dos
resultados.
3- É obrigação do responsável pela pesquisa avaliar os riscos envolvidos, tanto
pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de
proteger os participantes e os grupos ou comunidades às quais eles pertençam.
É declarado a total consciência do voluntário perante as consequências da
pesquisa apoiada pelo seu consentimento.

CONFIABILIDADE, SIGILO E USO DE INFORMAÇÕES:


todos os membros da equipe de pesquisa estarão obrigados a conservar em
sigilo as informações confidenciais obtidas na pesquisa, assim como proteger de
riscos os participantes.

DA AUTORIA E COAUTORIA:
Os psicólogos deverão assumir responsabilidade e receber crédito apenas por
trabalho efetivamente realizado ou para o qual contribuíram de forma substancial,
assim como deverão incluir nos créditos das publicações todos aqueles que
participaram da realização do trabalho, identificando a qualidade de cada participação.
Os psicólogos pesquisadores, no que tange à autoria e co-autoria da pesquisa,
deverão se orientar pelos procedimentos consensuais no meio acadêmico e por
legislação aplicável à espécie.
Da divulgação dos resultados:
Quando das comunicações científicas e da divulgação ao público, o psicólogo
pesquisador estará obrigado a vigilância do Código de Ética Profissional do Psicólogo,
especialmente nos artigos que tratam da matéria.
Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

2.4 Resoluções do CNS 466/2012 e 510/2016

CEP (Comitê de Ética em Pesquisa)


7

Manter os direitos e a dignidade dos participantes em pesquisas. Além disso,


contribui para a qualidade dos trabalhos.
CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa)
Está vinculada ao Conselho Nacional de Saúde, e é responsável por elaborar
e atualizar as diretrizes e normas, além de coordenar a rede de comitês de éticas em
pesquisa nas instituições.
RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 pesquisa nas
instituições.
RESOLUÇÃO Nº 510, DE 07 DE ABRIL DE 2016
A eticidade da pesquisa implica em:
a) respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia,
reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e
permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e
esclarecida;
b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais,
individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo
de danos e riscos;
c) garantia de que danos previsíveis serão evitados;
d) relevância social da pesquisa, o que garante a igual consideração dos
interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio humanitário.

AS PESQUISAS:
Deve aceitar incertezas e estar adequada aos princípios científicos.
Só pode ser realizada quando o conhecimento não pode se obter de outro
modo.
Obter consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou do
seu representante legal.
Garantir o bem-estar do participante da pesquisa.
Ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena
(maiores de idade).
Respeitar valores do participante.
Comunicar as autoridades competentes (bem como aos órgãos legitimados
pelo Controle Social) os resultados e/ou achados da pesquisa sempre que estes forem
contribuir para a melhoria de vida da comunidade.
8

Evitar pesquisas em mulheres gravidas.


Ser descontinuada somente após análise e manifestação, por parte do Sistema
CEP/CONEP/CNS/MS que a aprovou, das razões dessa descontinuidade, a não ser
em casos de justificada urgência em benefício de seus participantes.
Devem sempre respeitar os Direitos Humanos.
Os projetos de pesquisa serão inscritos na Plataforma Brasil, para sua
avaliação ética.
Não causar danos aos seus participantes, caso houver, têm direito à indenização
por todas as partes envolvidas na pesquisa.
Analisar os riscos e quão sérios e prováveis ele são, tanto pelos procedimentos
como pela divulgação, se houver, deverá informar imediatamente o Sistema
CEP/CONEP, e avaliar a necessidade de adequar ou suspender o estudo.
Avaliação de riscos com grupos vulneráveis deve ser feita por profissionais com
conhecimento e experiência nestes grupos.
O pesquisador deve dispor de recursos para lidar com as consequências de
seus procedimentos.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


É o estabelecimento de relação de confiança entre o pesquisador e o
participante.
Pode ser realizado por meio de sua expressão oral, escrita, língua de sinais ou
de outras formas que se mostrem adequadas, devendo ocorrer de maneira
espontânea clara, acessível e objetiva. O participante tem a oportunidade de
esclarecer suas dúvidas.
O pesquisador deverá buscar o momento, condição e local mais adequado para
que os esclarecimentos sobre a pesquisa sejam efetuados.
Art. 14. Quando for inviável a realização do processo de Consentimento Livre
e Esclarecido, a dispensa desse processo deve ser justificadamente solicitada pelo
pesquisador responsável ao Sistema CEP/CONEP para apreciação.
§ 1º Quando não houver registro de consentimento e do assentimento, o
pesquisador deverá entregar documento ao participante que contemple as
informações previstas para o consentimento livre e esclarecido sobre a pesquisa.
9

§ 2º A obtenção de consentimento pode ser comprovada também por meio de


testemunha que não componha a equipe de pesquisa e que acompanhou a
manifestação do consentimento.
Detalhar como a pesquisa será feita, de forma clara e objetiva;
Avisar sobre os possíveis desconfortos e riscos. além dos benefícios
esperados.
Garantir a participação voluntária (podendo recusar-se e retirar seu
consentimento em qualquer momento.
Garantir o sigilo e privacidade durante toda a pesquisa.
Uma via do Termo deve ser para o participante.
Garantia de ressarcimento caso o participante da pesquisa tenha tido
despesas.
Garantia aos participantes do acesso aos resultados da pesquisa;
A informação do endereço, e-mail e contato telefônico, dos responsáveis pela
pesquisa;
Breve explicação sobre o que é o CEP, bem como endereço, e-mail e contato
telefônico do CEP local e, quando for o caso, da CONEP.

DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP)


Avaliar protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, com prioridade nos
temas de relevância pública e de interesse estratégico da agenda de prioridades do
SUS.
Desempenhar papel consultivo e educativo em questões de ética;
Elaborar seu Regimento Interno.
DA COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA (CONEP)
Examinar os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos
Registrar e supervisionar o funcionamento e cancelar o registro dos CEP que
compõem o Sistema CEP/CONEP;
Analisar os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, emitindo
parecer, devidamente justificado, sempre orientado, dentre outros, pelos princípios da
impessoalidade, transparência, razoabilidade, proporcionalidade e eficiência, dentro
dos prazos estabelecidos em norma operacional, evitando redundâncias que resultem
em morosidade na análise;
10

Pesquisas com coordenação e/ou patrocínio originados fora do Brasil,


excetuadas aquelas com copatrocínio do Governo Brasileiro;
Projetos que, a critério do CEP e devidamente justificados, sejam julgados
merecedores de análise pela CONEP;
Fortalecer a participação dos CEP por meio de um processo contínuo de
capacitação, qualificação e acreditação;
Coordenar o processo de acreditação dos CEP, credenciando-os de acordo
com níveis de competência que lhes possibilitem ser delegadas responsabilidades
originárias da CONEP;
Analisar e monitorar, direta ou indiretamente, protocolos de pesquisas.

CABE AO PESQUISADOR
Apresentar o protocolo devidamente instruído ao CEP ou à CONEP,
aguardando a decisão de aprovação ética, antes de iniciar a pesquisa;
Elaborar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
Desenvolver o projeto conforme elaborado;
Elaborar e apresentar os relatórios parciais e final;
Apresentar dados solicitados pelo CEP ou pela CONEP a qualquer momento;
Manter os dados da pesquisa em arquivo, físico ou digital, sob sua guarda e
responsabilidade, por um período de 5 anos após o término da pesquisa;
Encaminhar os resultados da pesquisa para publicação, com os devidos
créditos aos pesquisadores associados e ao pessoal técnico integrante do projeto;
Justificar fundamentadamente, perante o CEP ou a CONEP, interrupção do
projeto ou a não publicação dos resultados.

2.5 Ética e pesquisa com seres humanos em outros países

Quando o assunto é pesquisa em seres humanos, andamos em uma linha


frágil, tornando essa avaliação dos projetos de pesquisa antes de sua execução ainda
mais importante, para que se garanta aos participantes da pesquisa integridade e
dignidade. No decorrer da história dessas pesquisas, no entanto, houve uma gama de
episódios perversos e duvidosos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, entre as décadas de 30 e 70 houve casos
que causaram mobilização pública. O caso Tuskegee, principal deles, se tratava de
11

um estudo do desenvolvimento de sífilis em negros, mesmo com a cura da doença já


descoberta. Essa pesquisa durou de 1932 até 1972, e logo após seu término criou-se
o Relatório de Belmont, cuja intenção era identificar os princípios éticos básicos que
deveriam conduzir a experimentação em seres humanos. Os princípios básicos
considerados foram: o princípio de respeito às pessoas, o princípio da beneficência e
o princípio da justiça.
Na Alemanha, em 1931, apesar de o governo já possuir um detalhado
regulamento sobre procedimentos terapêuticos diferenciados de experimentação
humana - que coibiria o abuso e desrespeito a dignidade humana nas pesquisas -
assistimos a um quadro completamente atroz ao longo da Segunda Guerra Mundial.
Na Alemanha nazista eram feitas pesquisas envolvendo seres humanos sem qualquer
limite razoável, fazendo uso das etnias que fugiam ao conceito de superioridade racial.
A comunidade mundial organizou-se para julgá-los como criminosos de guerra, no
Tribunal de Nuremberg em 1947. A partir disso, surgiu o Código de Nuremberg.
O Código de Nuremberg determinava que os experimentos tivessem que apresentar
resultados vantajosos que não pudessem ser alcançados por outros métodos. Além
disso, exigia a realização da experimentação em animais antes de ser feita em
humanos; que os sujeitos da pesquisa tivessem as informações essenciais do
desenvolvimento desta; que houvesse consentimento voluntário da participação na
pesquisa e a não indução à participação; que o sofrimento deveria ser evitado, o risco
minimizado e, na possibilidade de morte, o projeto não deveria ser realizado.
O chile faz referência ao consentimento informado. No mundo e na região, na
última década, instituições para a proteção e educação dos Direitos Humanos foram
criadas na maioria dos países. No Chile, a criação da INDH estava inicialmente contida
nas conclusões do Relatório Rettig (1991) com o objetivo de criar uma cultura de
respeito aos direitos humanos. O INDH nasceu como um espaço que olha, reflete e
revê a história do nosso país com o objetivo de instalar os direitos humanos no nosso
presente e promovê-los com força e permanência no futuro.
A Espanha: autoriza choques elétricos e privatização sensorial em pesquisa.
Fala de " autorização explícita”, sem incluir consentimento informado.
12

REFERENCIAS

https://portal.fiocruz.br/envolvendo-seres-humanos
https://www.scielo.br/j/jpneu/a/5FTVRXmQyYtc6FK9hgRLmdt/?lang=pt
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, código de Ética e Profissional dos
Psicólogos, Resolução nº 2005
https://crpsp.org/legislacao/view/103
https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
http://www.rc.unesp.br/biosferas/Art0057.html
https://www.indh.cl/funciones/
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Igor Matias
Kerolyn Vitória Bonfin
Letícia de Almeida Rubio
Maria Eduarda M. Nogueira
Maria Eduarda dos Santos
Rafael Pastorelli Plaza

TRABALHO DE PESQUISA:
Ética e sexualidade

Trabalho apresentado para a disciplina de


Ética Profissional, do Curso de psicologia.

Orientadora: Prof.a Cristiane Camargo M.


Brito

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 2021


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
3 REFERÊNCIAS

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar um breve histórico e caracterização


sobre a ética e sexualidade, trazendo artigo sobre o tema, presente no código de ética dos
psicólogos, o posicionamento do CRP sobre o mesmo e como é tratado em outros países.
3
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Histórico e caracterização da ética e sexualidade.

No passado, a sexualidade era vista apenas com a finalidade de procriação e


como aspecto biológico (característico do ser/considerado apenas como mais um
instinto), atualmente, o assunto é tratado como sendo algo mais profundo e amplo,
caracterizando também, a identificação e personalidade de cada indivíduo.
Assim, como outras áreas da vida, a área sexual, também é influenciada pela
época, costumes e cultura, sendo assim, é vista e vivida a partir de perspectivas e
ideais diferentes. Ou seja, a sexualidade, não pode ser tratada e discutida como sendo
algo intacto, imutável ou visto diante de um mesmo prisma para todos, considerando
assim, cada realidade distinta.
Porém se faz necessário uma proposta ética que se atenda e se estenda à
todas essas realidades.

A sexualidade abrange toda a pessoa

A sexualidade não se reduz as genitálias, aos impulsos genitais ou


simplesmente ao ato sexual, segundo Freud, há muitos fenômenos sexuais que não
têm nenhuma relação com tais coisas citadas acima, pois também engloba fases orais
e anais ao longo do ciclo vital. Seu discípulo Jung acrescenta as duas manifestações
do espírito humano (feminino e masculino).
Entendemos então que o sexo afeta o ser humano de cima a baixo, de uma
maneira totalitária. Sendo assim, se toda a personalidade do ser humano está
marcada pelo sexo, as diferenças entre os gêneros é algo bastante perceptível em
toda a humanidade, e a sexualidade não está prontamente determinada assim que
nascemos, pois esta, está ligada a um âmbito mais profundo no íntimo de cada ser.
5

Sexualidade é uma realidade dinâmica

Freud também explica que a sexualidade não surge em algum momento da vida
e assim continua permanentemente, mas é algo dinâmico, está em constante
evolução durante a vida de um indivíduo.
A evolução sexual apresenta uma dinâmica interna: é necessário que passe do
interesse centrado em si mesmo ao interesse centrado nos outros, em outras palavras,
do autoerotismo ao alioerotismo. E essa dinâmica repercute na personalidade do
indivíduo, somente quem teve esse desenvolvimento sexual pleno, tem atitudes
maduras diante de si próprio, para com os outros e com o mundo externo no geral.
Se a sexualidade é uma realidade dinâmica, que tem resultados de acordo com
a história de vida de cada indivíduo, é preciso reconhecer que se houver
intercorrências em um dos níveis evolutivos, resultará em falhas de “fixação”,
“regressões” e “imaturidades”. Quando desconhecemos este processo, corremos o
risco de avaliar universalmente a sexualidade e certos tipos de comportamentos
sexuais, ignorando assim, esse dinamismo e subjetividade.

Níveis de profundidade da sexualidade

 Sexo: se refere mais aos caracteres somáticos e à parte biológica da


sexualidade
 Eros: aos elementos psicológicos
 Filia: representa o amor interpessoal (podendo ser um contexto familiar,
escolar, de trabalho ou comunidade)
 Ágape: entende o amor humano como resposta amorosa do deus do amor.
(conexão com a natureza, a humanidade e o universo.)

Cada um desses níveis de profundidade, vai aparecendo com maior ou


menor frequência ao longo da vida do indivíduo, dependendo do nível sexual
evolutivo que esta pessoa estiver passando.
Exemplo: Quando um adolescente chega a puberdade, a primeira coisa que
aparece não é o desejo sexual em si (sexo), mas a inclinação de pensamentos,
atenção e a maneira de olhar para o outro (eros).
6

2.2 Questões éticas relacionadas a: ‘’ética e sexualidade.


A responsabilidade da prevenção e de ambos os sexos, porem podemos ver
uma grande diferença de como esse assunto e tratado, geralmente o sexo feminino
fica culpado por tudo que acontece, segundo relatos de meninas da faixa etária de 14-
17 anos, quando as meninas ficam gravidas a culpa e delas por não ter se cuidado. O
impacto da gravidez geralmente e mais para o lado do sexo feminino, fazendo com
que mude tudo na vida dela com a maternidade, dores no parto, preocupação com o
bebe e outras preocupações.
Na perspectiva da diferença entre os gêneros, podemos observar em perguntas
do tipo: “Como os jovens percebem o homem que tem relações sexuais com uma
mulher no primeiro encontro? ” Isso parece não constituir um problema, algo passível
de ser questionado. De modo semelhante, em outro debate quando um menino
criticou as “mulheres que abrem as pernas para qualquer um”, a possibilidade de
homens terem um comportamento semelhante não foi nem mesmo cogitada, quando
muito, os homens foram criticados por se interessarem por esse “tipo de mulher”.

Heteronormatividade e homofobia
A sociedade envolvente articula-se de variados modos na tentativa de “fixar”
uma identidade sexual normal e duradoura juntamente as identidades de gênero, ao
estabelecer um único modelo não consideram a diversidade no exercício das
sexualidades, silenciam aqueles não representados por esse ideal. Sustentam uma
noção singular de sexualidade, apenas um modo adequado, legítimo e sadio de
vivenciá-la, conforme Goellner (2008). Desde muito cedo brincadeiras, gestos,
apelidos e piadas são aprendidos para diminuir os que não se encaixam dentro desses
discursos. Para aqueles (as) que se encontram com interesses/desejos divergentes
desse padrão normativo, resta a segregação e o silêncio.

2.3 Posicionamentos do crp sobre o tema: ‘’ética e sexualidade”.

Nos psicólogos, independentes da área que atuamos, somos frequentemente


interpelados por questões ligadas a sexualidade e relacionadas ao gênero. Sabemos
7

que cada indivíduo tem sua subjetividade, fazendo com que cada pessoa tenha sua
sexualidade e identificação de gênero.
O CFP tem mantido sua palavra em publicar diversas outras resoluções que
versam sobre variados temas, como elaboração de documentos psicológicos, a
questão racial, dentre outros fundamentadas em argumento científicos, respaldado no
princípio da laicidade e dos direitos humanos, longe de qualquer ideologia político
partidária ou de uma ordem.

2.4 Ética e sexualidade em outros países

Como o assunto é tratado no mundo


Atualmente, apenas dois estados norte-americanos (Califórnia e Louisiana)
impedem as escolas de falarem de suas crenças religiosas a respeito da sexualidade.
A maioria dos estados – incluindo, atualmente, o Colorado – permite que se dê ênfase
à abstinência como único método infalível contra doenças sexualmente transmissíveis
e a gravidez precoce.
Em nove países do mundo, contento três latino-americanos, existe uma
proteção constitucional contra a diferença por orientação sexual de forma explícita ou
por decisão da Justiça.
São: África do Sul, Bolívia, Equador, México, Nepal, Portugal, Suécia, Fiji e
Suíça. Esses são considerados os países com maior proteção legal.
Criminalização
A ILGA também conseguiu dados sobre as chamadas "terapias de conversão".
Só três países do mundo que as bloqueiam explicitamente: Brasil, Equador e Malta.
Além disto, na América Latina, a Argentina proíbe que os psiquiatras pratiquem
"serviços" para alterar a orientação sexual das pessoas e o Uruguai proíbe qualquer
diagnóstico de saúde mental com foco na orientação sexual e na identidade de
gênero. Hoje em dia, 26 países reconhecem em todo o mundo o casamento entre
pessoas do mesmo sexo. Na América Latina são Argentina, Brasil, Colômbia, México
e Uruguai.
8

Em diferentes países, houve decisões favoráveis em tribunais.


Em uns casos, as leis protetoras ajudaram na mudança social que já era
evidente. Mas em outros casos, foram as tipícas regras que atuaram como agentes
da mudança.
Nesse segundo grupo, estão países como o México e a Argentina, de acordo
com Mendos.

REFERENCIAS

VIDAL, Marciano; Ética da sexualidade. São Paulo: Loyola, 2002. Disponível em:
https://books.google.com.br. Acesso em: 18 out. 2021.
Altmann, Helena e Martins, Carlos JoséEducação Sexual: ética, liberdade e
autonomia. Educar em Revista [online]. 2009, n. 35 [Acessado 22 outubro 2021] , pp.
63-80. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-40602009000300006>. Epub
10 Mar 2010. ISSN 1984-0411. https://doi.org/10.1590/S0104-40602009000300006.
Educação infantil como meio de prevenção ao abuso sexual - Jus.com.br | Jus
Navigandi.
https://sexualidadeescola.furg.br
UNIVERSIDADE PAULISTA

ALINE DO PRADO
ANA BEATRIZ ABATE DA ROCHA
ANAJARA BARBOSA DE JESUS
GABRIELLE DOS SANTOS ALVARENGA
LAURA DE MELLO ROSA
MARIA EDUARDA DE MELO SILVA

JUSTIÇA TERAPÊUTICA
Ética Profissional

São José do Rio Preto


2021
ALINE DO PRADO
ANA BEATRIZ ABATE DA ROCHA
ANAJARA BARBOSA DE JESUS
GABRIELLE DOS SANTOS ALVARENGA
LAURA DE MELLO ROSA
MARIA EDUARDA DE MELO SILVA

JUSTIÇA TERAPÊUTICA
Ética Profissional

Trabalho apresentado a disciplina de Ética


Profissional na Universidade Paulista – UNIP, pelo
curso de Psicologia.

Orientador: Prof.ª. Ms. Cristiane Camargo de Oliveira Brito.

São José do Rio Preto


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO TEMA ....................................... 4
3 QUESTÕES ÉTICAS ................................................................................ 6
4 POSICIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DE CONSELHO ............................. 7
5 ANÁLISE NO ÂMBITO INTERNACIONAL ............................................... 9
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO TEMA...................................................... 11
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 12
3

1 INTRODUÇÃO

Trabalho realizado pelos alunos do segundo semestre do curso de Psicologia,


para a disciplina de “Ética Profissional”, com o intuito de apresentar o tema “Justiça
Terapêutica” em âmbito nacional e internacional, discutindo seu contexto histórico-
social, bem como as questões éticas envolvidas e a posição dos Conselhos regional
e federal de psicologia em relação ao tema.
4

2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO TEMA

A Justiça Terapêutica, nova proposta de alternativa criminal nascida nos


Estados Unidos da América e já adotada em alguns estados brasileiros,
originalmente pelo Departamento de Estado do Rio Grande do Sul, consiste em um
conjunto de medidas dirigidas ao juiz dos criminosos envolvidos ao fazer uso de
medicamentos, receber tratamento ou outro tipo de terapia de acordo com o grau de
ingestão, desde que atendidos os requisitos legais; desta forma, procure evitar o uso
da privação de liberdade e possibilitar a melhor reeducação e reintegração possível
desse infrator. Aplica-se nos delitos de menor potencial ofensivo, tais como: porte de
drogas para uso próprio, embriaguez no volante e direção perigosa, além de outros
delitos cujo infrator seja abusador de álcool e drogas (ex.: ameaça, resistência,
desacato, etc).
Antes da criação do programa de Justiça Terapêutica, as pessoas
apontadas como autores de infração de menor potencial ofensivo
envolvidos com o crime de porte de entorpecente para uso próprio e
aquelas acusadas de praticar o crime de embriaguez no volante eram
encaminhadas para prestar serviços comunitários, pagar multas ou cumprir
condições gerais da suspensão condicional do processo, sem qualquer tipo
de medida ou pena que permitisse fazê-los refletir sobre o problema com o
consumo de drogas e álcool (MORAES; ).
O Programa de Justiça Terapêutica, por sua vez, surge como uma pena
alternativa para auxiliar no tratamento de dependentes de substâncias psicoativas. O
intuito é tratar a raiz do problema que levou o indivíduo a cometer as infrações e
auxiliar no processo de reinserção social, encaminhando-o para grupos de apoio
mútuo e, a depender do nível do vício, comunidades terapêuticas residenciais, onde
será oferecido tratamento acompanhado por uma equipe multiprofissional qualificada
e autorizada pelo Ministério Público. Além disso, aquele que opta pelo Programa ao
invés de dar continuidade ao processo penal, não terá antecedentes criminais em
seu registro – fato que leva muitos indivíduos a aderirem a Justiça Terapêutica.
A dignidade da pessoa humana, visto que as drogas prejudicam o bem-estar
individual, a saúde pública e uma qualidade de vida saudável; ou seja, os narcóticos
afetam drasticamente a saúde do indivíduo que passa a levar uma vida degradante
e sem dignidade, como se fosse um escravo.
Levando em conta os objetivos e outros elementos conceituais essenciais,
Justiça Terapêutica pode ser conceituada como o programa de justiça que inclui
5

uma série de medidas que visam a possibilidade de dar a infratores, consumidores,


usuários abusivos ou dependentes químicos, com exceções, a oportunidade de
entrar e permanecer estar sob tratamento médico ou receber algum outro tipo de
medida terapêutica em substituição à continuidade do processo penal ou uso de
detenção quando for cometido crime de menor potencial ofensivo relacionado ao uso
de drogas.
A justiça terapêutica é, portanto, a melhor forma de garantir a reintegração
efetiva dos usuários de drogas que cometeram um crime em decorrência disso, nos
casos em que a lei o permite. Pois, ao capacitá-lo a enfrentar o problema que o leva
ao crime, a punição atuará como cura para o crime e não apenas como punitiva que
reduz a recaída no uso de drogas, promove a pacificação social e se expõe como
alternativa ao encarceramento.
6

3 QUESTÕES ÉTICAS

A Justiça Terapêutica tem sido motivo de discussões para Conselhos de


Psicologia na medida em que se envolve questões Éticas. Entrando em sintonia com
a culpabilização do indivíduo pela sua miséria: culpado pela miséria e pelo crime, no
caso da Justiça Terapêutica, o sujeito ganha um lugar de doente, além do que já
tinha como criminoso, e nesse modelo, está subjacente a concepção de sujeito
como passivo, e não ativo, sujeito de direitos, capaz de planejar e executar suas
ações de cidadania e também o modelo encara a saúde como um dever do Estado,
a ser imposto, mais do que como um direito do cidadão. O psicólogo, nesse
contexto, enfrenta ainda a questão ética da quebra constante do sigilo do
tratamento, pois tem necessidade de relatar obrigatoriamente quando o paciente sai
da abstinência. E o que deveria ser exceção, acaba, então, sendo regra. (Capella,
et al.)
Assim, o psicólogo inserido no programa da Justiça Terapêutica se depara
com questões éticas como o posicionamento perante o tratamento do consumo de
substâncias ilícitas, tendo esse consumo como algo que a priori seja dado como
patológico e, também, como uma conduta que o sujeito necessariamente queira
suprimir. Além disso, o consumo de drogas não afeta diretamente nenhum bem
jurídico coletivo.
Com isso, o Conselho Federal de Psicologia manifesta-se no sentido de que o
Psicólogo não pode atuar como agente executor de penalidade a ser aplicada ao
indivíduo, dizendo que a saúde não pode ser encarada como um dever, ferindo,
dessa forma, o Princípio VII do Código de Ética do Psicólogo, mas sim como um
direito. Dessa maneira, é imputada ao terapeuta grande parte da função repressiva
do Estado em relação às drogas, colocando-o diante de inúmeros questionamentos
de natureza ética.
7

4 POSICIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DE CONSELHO

A atuação neste contexto, como visto anteriormente, gera debates de


natureza ética. É essencial que o psicólogo realize seu trabalho de forma a respeitar
os Princípios Fundamentais de seu Código de Ética, embasando-se nos valores
previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Nas diretrizes do Congresso Nacional de Psicologia – instância máxima de
deliberação do Sistema Conselhos de Psicologia (regionais e federal) – é dito:
O Sistema Conselhos de Psicologia continue realizando ações pela defesa
e implementação de uma política de álcool e outras drogas que respeite os
Direitos Humanos, orientada pelos princípios da Reforma Psiquiátrica e da
Redução de Danos, objetivando a responsabilidade pública no cuidado com
os usuários e suas famílias e criando espaços de diálogos que possibilitem
a ruptura com o preconceito, com a exclusão e com as práticas de
internação forçada (involuntárias, compulsórias e demais formas contrárias
à vontade do sujeito) e favoreçam a elaboração de práticas norteadas pelo
respeito à cidadania (Conselho Federal de Psicologia, 2019).
Além disso, o Conselho Regional de Psicologia mostra-se a favor da atuação
da psicologia em conjunto com a Justiça, pois trata-se de uma forma de garantir o
acesso do indivíduo aos seus direitos básicos, trabalhando em favor da vida e
dignidade humana, como previsto no Código de Ética da profissão e da própria
Constituição do país. Em (ARANTES, 2019), afirma-se que não é possível evitar o
sofrimento, mas é possível remediar a autodestruição através de uma rede de apoio
protetiva. É essa a ideia principal dos programas de Justiça Terapêutica: oferecer
apoio aos indivíduos através da reconexão com familiares, interações em grupos de
apoio mútuo e também na convivência em comunidades terapêuticas, ao mesmo
tempo que a doença da dependência química é tratada por profissionais qualificados
e devidamente registrados nos órgãos do conselho.
No entanto, há uma ressalva do Conselho Regional tratando-se de
Comunidades Terapêuticas, que são as instituições de tratamento para dependentes
químicos em regime de residência. Uma vez que Comunidades Terapêuticas são
frequentemente ligadas a instituições religiosas, observa-se um cuidado com ênfase
em práticas espirituais, o que gera uma discussão sobre seu caráter ético. E ainda,
apesar do indivíduo não estar inserido no sistema carcerário, ele terá a privação da
liberdade e exclusão do convívio social, pois será forçado a permanecer nas
facilidades da Comunidade caso seu tratamento envolva a internação.
8

Uma vez admitido, o dependente será submetido a trabalho forçado,


eventuais práticas de violência como forma de punição e contenção, negação ao
direito de privacidade e comunicação com o mundo exterior e imposição religiosa
(OTSUKA; PRADO; CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA, 2019). Dessa
forma, observa-se uma série de violação de direitos que vai contra os princípios
formadores do Código de Ética do psicólogo e contra princípios da Declaração
Universal dos Direitos Humanos. Somado a isso, percebe-se o caráter manicomial
dessa medida, na qual o sujeito é isolado e silenciado dentro da instituição.
Dessa forma, entende-se que a Justiça Terapêutica, em teoria, traz benefícios
e resultados. Por outro lado, a medida de internação em Comunidades Terapêuticas
caracteriza uma série de violações de direitos, com ações manicomiais e higienistas,
das quais um psicólogo não poderia compactuar, como dito pelo próprio (OTSUKA;
PRADO; CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA, 2019):
Nessas instituições, ignora-se a Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948), da qual o Brasil é signatário, a Lei da Reforma Psiquiátrica ou Lei
10.216 (2001), o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e,
especificamente no que concerne à prática da Psicologia, o Código de Ética
Profissional do Psicólogo (2005).
9

5 ANÁLISE NO ÂMBITO INTERNACIONAL

O Brasil tem se mostrado escasso perante a Justiça Terapêutica, pois deve-


se considerar a necessidade de oferecer um atendimento adequado aos presos,
sejam eles por doenças mentais ou por dependência química, como o exemplo
citado em um artigo da revista Veja.
Recentemente, um caso chocou o país: o Ajudante Geral Diego Ferreira de
Novais, de 27 anos, foi preso após ser acusado de masturbar e ejacular em uma
mulher dentro de um ônibus na capital paulista. O rapaz foi solto no dia seguinte,
após a realização de uma audiência de custódia. Porém, alguns dias depois, o
homem veio a ser preso novamente, acusado de esfregar o pênis em uma mulher e
impedir sua fuga.
O delegado optou por realizar uma instalação de incidente de insanidade
mental e afirmou em entrevistas que Diego representa um risco para a sociedade,
sendo que estamos nos referindo a um cidadão que possui 17 passagens pela
polícia, incluindo 4 prisões por estupro e outras 13 por importunação ofensiva ao
pudor e ato obsceno, dessa forma pode-se refletir sobre quais medidas foram
tomadas com relação a esse tipo de criminoso, já que sua prisão não refletiu em
nenhuma mudança positiva. Se Diego tivesse sido ajudado com terapias, será que
haveriam tantas reincidências por parte do mesmo?
Em outros países como o Estados Unidos foram adotadas práticas como
Mental Health Courts e Drug Courts, algo como Tribunais de Saúde Mental e
Tribunais de Drogas. Nos casos encaminhados aos Tribunais de Saúde Mental, são
realizadas avaliações médicas para a definição da pena e, caso seja necessário, de
um plano de tratamento e monitoramento judicial dos criminosos. Trata-se de uma
medida que prioriza a segurança da sociedade, ao mesmo tempo em que avalia a
saúde mental dos infratores, procurando tratar também problemas que contribuam
para a ocorrência da conduta criminal.
Os Tribunais de Drogas têm objetivo similar. Também contando com
avaliações de profissionais de saúde, eles oferecem a possibilidade de uma
sentença combinada com tratamento para infratores usuários de drogas, com
possíveis transtornos mentais.
10

Estes projetos são exemplos claros de como a justiça pode agir para evitar o
simples encarceramento de portadores de doenças mentais ou dependentes
químicos e tornar a sociedade mais segura em breve, ajudando os transgressores
em sua reabilitação e ressocialização, ao tentar identificar e tratar possíveis causas
de comportamentos criminosos. Para isso, a união entre os sistemas de saúde e
judiciário é fundamental.
Na Suécia, por exemplo, país tido como modelo na questão das drogas, há
uma espécie de Justiça Terapêutica na previsão legal de obrigar pessoas que
representem uma ameaça à própria saúde e a de terceiros a se submeterem a até
seis meses de internação.
No Chile, segundo a psiquiatra Gilda Pulcherio, a taxa de reincidência (novo
crime em um período de cinco anos) daqueles que concluem o tratamento
compulsório diminui para, no máximo, 29%, enquanto cerca de 48% dos que não se
tratam voltam a cometer crimes. Estudos norte-americanos, australianos e
escoceses também apontam redução da taxa de reincidência dos infratores que
concluem satisfatoriamente a terapia oferecida.
No Brasil, não há dados. Pulcherio esclarece ainda que, embora haja
posicionamentos divergentes quanto à Justiça Terapêutica, a Organização Mundial
da Saúde considera ético e legalmente justificado o tratamento determinado por via
judicial, desde que observadas as garantias individuais e respeitado o devido
processo legal.
Percebe-se, dessa forma, que a Justiça Terapêutica em outros países tem
refletido retornos positivos significativos. É possível notar que indivíduos com
dependência química e doenças mentais submetidos a tratamentos e
acompanhamento profissional têm menor reincidência de seus crimes.
11

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO TEMA

A quem, de fato, destina-se o Programa de Justiça Terapêutica? Ao indivíduo


que recorrerá a essa alternativa por falta de recursos para arcar com as despesas e
honorários envolvidos no processo penal, por exemplo. Em (RIBEIRO, 2007 p. 54)
destaca-se que a Justiça Terapêutica, assim como as demais penas alternativas,
apesar de veiculada como uma solução moderna ao encarceramento e aos delitos
considerados de pequeno potencial ofensivo, atinge, via de regra, aquela mesma
população já marginalizada pelas políticas sociais/econômicas/penais.
Submeter esse indivíduo a uma pena alternativa com enfoque na abstinência
às drogas, além de medidas disciplinares rígidas, pode não trazer benefícios para a
sua saúde mental, dificultando ainda mais seu tratamento contra a dependência de
álcool e drogas. Especialmente em casos de direcionamento para Comunidades
Terapêuticas residenciais, percebe-se que, apesar de não haver inserção no sistema
carcerário, o indivíduo, ainda assim, é privado da liberdade. Neste contexto, ainda
destaca-se a atuação do psicólogo, que tem a obrigação de redigir relatórios
constantes, detalhando o tratamento do dependente - relatório que será enviado ao
juiz e ele sim julgará se a intervenção está progredindo ou não.
O Programa de Justiça Terapêutica é espelhado no Estatuto da Criança e do
Adolescente - sendo, inclusive, aplicada a jovens e adolescentes infratores sob
influência de drogas e álcool - e visa a reinserção social e o fim da dependência
química. No entanto, percebe-se inúmeros relatos de violações de direitos dentro
das instituições, muitas delas autorizadas pelo próprio Estado, contra estes
indivíduos. Nota-se, portanto, que apesar dos resultados positivos do Programa e
queda nos índices de reincidência, ainda há brechas e falhas dentro do sistema.
12

REFERÊNCIAS

ARANTES, Esther; CRP 06, Conselho Regional de Psicologia da 6ª


Região (Org.). Como a Psicologia pode contribuir com a Justiça e como se manter
uma ciência autônoma nessa interface?. Cadernos temáticos CRP SP, v. 30.
Disponível em:
https://www.crpsp.org/uploads/impresso/2740/gI1ISttfLiwzS63F0pVcQHMfmcq-
V6bU.pdf. Acesso em: 20 out. 2021.

BARBOSA, Fernanda Silveira; CAPELLA, Nithiane. Justiça Terapêutica. UFRG |


Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://www.ufrgs.br/e-
psico/etica/temas_atuais/justica-terapeutica-texto.html. Acesso em: 20 out. 2021.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Artigo n. 101, de 12 de julho de


1990. Diário Judicial Eletrônico. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603634/artigo-101-da-lei-n-8069-de-13-de-
julho-de-1990. Acesso em: 19 out. 2021.

CFP, Conselho Federal de Psicologia (Org.). POSICIONAMENTO POLÍTICO DO


CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA RELATIVO À POLÍTICA DE DROGAS..
Conselho Federal de Psicologia. Disponível em:
https://www.crpsp.org/impresso/index?categoria=3. Acesso em: 20 out. 2021.

LARANJEIRA, Ronaldo. A Justiça Terapêutica pede espaço no Brasil: A Justiça


Terapêutica, que busca dar atendimento adequado a presos com doenças mentais
ou dependência química dentro do sistema carcerário, ainda é rara Leia mais em:
https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/a-justica-terapeutica-pede-espaco-no-
brasil/. Veja, 20 set 2017. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-
medico/a-justica-terapeutica-pede-espaco-no-brasil/. Acesso em: 20 out. 2021.

MORAES, Adriana. Justiça Terapêutica: parceria entre os sistemas da justiça e


saúde. UNIAD - Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas. Disponível em:
https://www.uniad.org.br/wp-content/uploads/2015/07/Texto_Justica_Terapeutica_-
_16_-_07_pronto.pdf. Acesso em: 20 out. 2021.

PONTAROLLI, André Luís. Justiça Terapêutica. Ministério Público do Paraná.


Disponível em: https://criminal.mppr.mp.br/pagina-518.html. Acesso em: 20 out.
2021.

PRADO, Annie Louise Saboya; OTSUKA, Ed; CRP 06, Conselho Regional de
Psicologia da 6ª Região (Org.). Comunidades Terapêuticas: espaço árido para o
cuidado e fértil para violações de diretos humanos. Cadernos temáticos CRP SP :
Álcool e outras drogas: subsídios para sustentação da política antimanicomial
13

e de redução de danos, São Paulo, v. 30, 2019. Disponível em:


https://www.crpsp.org/impresso/index?categoria=3. Acesso em: 20 out. 2021.

RIBEIRO, Fernanda Mendes Lages. Justiça Terapêutica Tolerância Zero:


arregaçamento biopolítico do sistema criminal punitivo e criminalização da
pobreza. . Rio de Janeiro, 2007 Dissertação (Políticas Públicas) - Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em:
https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/14872. Acesso em: 20 out. 2021.

SENADO FEDERAL. Apesar da falta de vagas, lei já prevê Justiça


Terapêutica. Senado Federal. Disponível em:
https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/dependencia-
quimica/tratamento-para-dependentes-quimicos/apesar-da-falta-de-vagas-lei-ja-prev-
justica-terapeutica.aspx. Acesso em: 20 out. 2021.
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto
Graduação de Psicologia

Julia Morandi - G214FC9


Riey Gonçalves de Assis - F3408A9
Pedro Henrique Rodrigues - n711140
Alex Junio Barbosa Lima - G243DJ1
Phietra Amanda de Paiva Falopa - g2810c4
Caique Junio dos Santos Cardoso - G383JG7

TRABALHO DE PSICOLOGIA:
Direitos Humanos na Psicologia

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 03

2. CONTEXTO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS... 04


2.1. John Locke......................................................................................... 04
2.2. Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos......... 04
2.3. Revolução Industrial......................................................................... 04
2.4. Breve reflexão sobre a história........................................................ 04

3. O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS.................................................. 05


3.1. Definições sobre os direitos humanos............................................ 05
3.2. Quais são os Direitos Humanos....................................................... 05
3.3. Questões éticas relacionadas aos Direitos Humanos 10

4. COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS................................................... 11

5. DIREITOS HUMANOS NO MUNDO......................................................... 12


5.1. Quem segue os Direitos Humanos.................................................. 12

6. CONCLUSÃO........................................................................................... 13

REFERÊNCIAS................................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO
O trabalho a ser apresentado é sobre o papel da Psicologia nos Direitos
Humanos, onde dissertamos sobre o contexto histórico de sua criação, sobre a
publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e o posicionamento do
Conselho Federal de Psicologia (CFP). O objetivo dessa apresentação consiste na
interpretação e compreensão dos artigos presentes na Declaração Universal dos
Direitos Humanos, a importância do Código de Ética, os acontecimentos históricos
que levaram a criação dos Direitos Humanos, a relevância do papel do psicólogo
para afirmar esses direitos e como os Direitos Humanos são vistos no mundo.
2. CONTEXO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
2.1 John Locke
No século XVI, John Locke apresentou sua teoria sobre os direitos naturais,
que de forma resumida, expressava que os homens teriam direito à vida, liberdade e
propriedade privada.
2.2 Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos
O século XVII foi marcado por duas importantes revoluções influenciadas pelo
iluminismo, de forma que alguns direitos começaram a ser garantidos como o direito
à propriedade privada, o direito à liberdade, fraternidade e à igualdade. Mas
novamente, esses direitos só diziam respeito aos cidadãos homens.
2.3 Revolução Industrial
Na segunda metade do século XVIII, a primeira revolução industrial começou,
substituindo a manufatura e dando início a produção em massa. Em tese, os novos
meios de produção eram benéficos para a economia do país, mas infelizmente,
exigia cargas horárias de trabalho intensas, explorando os operários.
2.4 Uma breve reflexão sobre a história
Nos acontecimentos históricos citados acima, fica explicita a indubitável
necessidade da criação de direitos mais abrangentes, de modo que nenhum
contribuinte da sociedade se sinta inferior por fazer parte de alguma minoria. Os
seres humanos, sem distinção de cor, gênero e religião, merecem os mesmos
direitos e a discriminação e preconceito não podem mais se perpetuar pelas
gerações.
3. O QUE SÃO OS DIREITOS HUMANOS

3.1 Definições sobre os direitos humanos


Segundo Herkenhoff:
São direitos garantidos ao homem por sua condição humana, capazes
de assegurar a dignidade de sua condição e que [...] não resultam de
uma concessão da sociedade política. Pelo contrário, são direitos que
a sociedade política tem o dever de consagrar e garantir
(HERKENHOFF, 1994, p. 31).
De forma prática, são normas que reconhecem e protegem os direitos de todos
os seres humanos. Eles regem o modo como os seres humanos individualmente
vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações
que o Estado tem em relação a eles.
3.2 Quais são os Direitos Humanos
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as
liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição
política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma
pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo
próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais
que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e
pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para
decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.
Também não será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da
prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e
reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais
interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência
dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o
próprio e a esse regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar
e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar
uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração
e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito
à proteção da sociedade e do Estado.
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade
com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência
e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a
liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo
culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse
direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação
pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu
país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do
seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade
de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego,
a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa
e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles
ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação,
vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e
direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de
seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência
especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão
da mesma proteção social.
Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita,
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será
obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como
a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser
humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais
ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da
manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução
que será ministrada a seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida
cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico
e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e
materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da
qual seja autor.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o
livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará
sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser
exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
3.3 Questões éticas relacionadas aos Direitos Humanos
Segundos os Princípios Fundamentais do Código de Ética, o papel do psicólogo
perante aos direitos humanos deverá ser embasado na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, buscando promover a saúde
e a qualidade de vida, eliminando quaisquer formas de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. Deverá atuar com responsabilidade
social analisando a sociedade de forma crítica, buscando sempre o aprimoramento
profissional.
4. COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS
A comissão dos Direitos Humanos faz parte do Conselho Federal de Psicologia
(CFP) e foi criada em 7 de agosto de 1997. Tem como objetivo debater sobre os
processos de exclusão enquanto fonte de produção de sofrimento mental; intervém
situações onde existem violação dos direitos humanos; incentivar a reflexão e o
debate sobre os direitos humanos e participar das lutas dos direitos humanos na
sociedade brasileira.
5. DIREITOS HUMANOS NO MUNDO
5.1 Quem segue os direitos humanos
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, o medo de um próximo conflito
influenciou na criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e posteriormente
na criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, onde 193 países
aceitaram implantar os 30 artigos propostos pela declaração.
Mesmo que 193 países sejam signatários da declaração, alguns não cumprem
o que foi proposto. Um exemplo disso é o Afeganistão, que ignora os direitos das
mulheres e provoca conflitos armados, ameaçando a vida de milhares de pessoas.
Perante essa situação, a ONU procura de todas as formas auxiliar os inocentes
na crise humanitária no Afeganistão. Infelizmente para travar essa crise a ONU
precisaria de cerca de 600 milhões de dólares. Para tentar amenizar, a ONU envia
profissionais da área da saúde e paga profissionais de saúde afegãos.
6. CONCLUSÃO
Reunindo os fatos citados acima conseguimos concluir que os direitos humanos
e o papel do psicólogo perante a eles é de extrema importância.
Os psicólogos precisam ser éticos proporcionando a reflexão do que são os
direitos humanos e mostrando de forma clara e crítica a quem eles pertencem.
O psicólogo tem a missão de garantir que todos os seres humanos,
independente de cor, classe social, gênero, identidade de gênero e religião, se sintam
seguros e dignos de participar e contribuir para a sociedade, apontando o contexto
histórico-cultural e explicando os pilares ainda perpetuados do preconceito e da
discriminação, bem como a diferença entre esses dois termos.
REFERÊNCIAS
SILVA, Daniel Neves. "Independência dos Estados Unidos"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/independencia-estados-
unidos.htm. Acesso em 13 de outubro de 2021.
SILVA, Daniel Neves. "Revolução Industrial"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-
industrial.htm#:~:text=A%20Revolução%20Industrial%20foi%20o,processo%20de%
20formação%20do%20capitalismo. Acesso em 13 de outubro de 2021.
O que pode a Psicologia na defesa dos Direitos Humanos? Conselho Regional de
Psicologia, 2018. Disponível em: http://crp16.org.br/o-que-pode-a-psicologia-na-
defesa-dos-direitos-humanos/. Acesso em: 13 de outubro de 2021.
DIREITOS humanos. Conselho Regional de Psicologia. Disponível em:
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/cartilhas/direitos_humanos/fr_direitos.as
px. Acesso em: 13 de outubro de 2021.
PEREIRA, Maria Lúcia Toralles. "Ética e Direitos Humanos"; Scielo Brasil. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/icse/a/nHqGVDVC5LkJ96wJyFwR8VK/?lang=pt. Acesso
em: 13 de outubro de 2021.
CÓDIGO de Ética. Conselho Federal de Psicologia, 2005. Disponível em:
https://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/. Acesso em: 13 de outubro de 2021.
AFEGANISTÃO. Nações Unidas. Disponível em:
https://news.un.org/pt/tags/afeganistao. Acesso em: 13 de outubro de 2021.
COMISSÃO de direitos humanos. Conselho Federal de Psicologia. Disponível em:
https://site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos/. Acesso em: 13 de outubro
de 2021.
1

UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

UNIDADE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

PSICOLOGIA - ÉTICA E QUESTÕES ÉTNICAS

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021

ANA PAULA CASTRO MENDES


2

ANIELE CRISTINA REBOUÇAS


BRUNA JANUÁRIO GOULART
CAMILLY PEREIRA DA SILVA
CANDIDO DE MELLO CORDEIRO
CLAUDINEI MANOEL DA SILVA
SAMARA APARECIDA DAMIÃO DE PAULA

PSICOLOGIA - ÉTICA E QUESTÕES ÉTNICAS

Trabalho apresentada a
Universidade Paulista como
requisito parcial para obtenção da
nota da disciplina Ética Profissional

Orientador: Professora Dra.


Cristiane C. de Brito

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
3

SUMÁRIO

RESUMO..............................................................................................................4

RELAÇÕES RACIAIS...........................................................................................5

POVOS TRADICIONAIS.....................................................................................10

CÓDIGO DE ÉTICA............................................................................................18

CONCLUSÃO.....................................................................................................21

REFERÊNCIAS..................................................................................................22
4

RESUMO

Nas últimas décadas, no Brasil, contribuições teóricas da Psicologia no campo


das relações raciais têm se intensificado. O debate contemporâneo e analítico sobre
racismo no Brasil, a identidade negra e o sofrimento psíquico, estudos sobre
branquitude e branqueamento, a compreensão das desigualdades raciais e o debate
em torno dos povos e comunidades tradicionais no Brasil é de suma importância para
desenvolvimento do acadêmico para atuação futura como psicólogo de acordo com a
ética profissional e como agente promotor dos Direitos Humanos. Esse trabalho tem
a intenção de instruir e discutir psicologia, ética e questões étnicas.

Palavras Chave: Psicologia, Ética, Etnias, Relações Raciais, Povos Tradicionais


5

RELAÇÕES RACIAIS

“Muitas mulheres negras sentem que em suas vidas existe pouco ou


nenhum amor. Essa é uma de nossas verdades privadas que raramente é
discutida em público. Essa realidade é tão dolorosa que as mulheres negras
raramente falam abertamente sobre isso.” bell hooks

É consenso considerar que o racismo é uma ideologia complexa,


sistêmica violenta, que penetra e participa da cultura, da política, da ética,...,
enfim, da vida subjetiva, vincular, social e institucional das pessoas. Trata-se de
uma estratégia de dominação.

Sales, um dos entrevistados de Neusa Souza, mencionou: “eu sinto o


problema racial como uma ferida. É uma coisa que penso e sinto todo tempo. É
um negócio que não cicatriza nunca.

O negro lança-se consciente ou inconscientemente, na cruel e incansável


tarefa de ser o melhor: a mais bonita, o melhor aluno, o mais sensual, a melhor
trabalhadora...

Assumindo por pressão social racista o lugar do inferior, ou, reativamente,


o do superior, há um aprisionamento e estreitamento do campo psíquico e do
modo de vida. Aliás, há uma representação hegemônica enganosamente positiva
quanto à sexualidade de negros e negras, como se fossem os mais potentes.
Todavia trata-se de um estereótipo. Propaga a imagem de que os homens negros
são tarados e, por isso violentos, e as mulheres negras prostitutas.

Quando acorda – isso às vezes nem é consciente -, a(o) negra (o) já se


prepara para viver uma luta cotidiana, porque vários assédios raciais irão
acontecer ao longo desse dia. Mesmo que acredite que as ameaças racistas não
se cumprirão, isso não faz com que desapareça o pavor de viver a humilhação.

Pois seu corpo carrega o significado do execrável que incita e justifica a


violência racial. O racismo sobrevive num “vir a ser interminável. Você dorme e
acorda, e ele está presente.
6

Maria Lúcia da silva (2004) ajuda-nos a compreender que a população


negra vive em estado de alerta protegendo-se de um terror que pode vir a
qualquer hora e em qualquer lugar.

De maneira geral, além de hipersexualizados, eles são vistos como


bandidos e elas como corpo. Não por acaso jovens negros de baixa renda e baixa
escolaridade compõem a maior parcela da população carcerária brasileira e elas
são as mais violentadas.

Mesmo que haja arranjos específicos na forma como o racismo se


expressa contra homens negros e mulheres negras, há um comum: negros e
negras são matáveis. A grande maioria assassinada no brasil é negra.

As(os) psicólogas(os) em sua grande maioria continuam distanciadas(os)


das discussões referentes ao fato do racismo humilhar, manter o(a) negro(a) na
situação de pobreza e subalternização e perpetuar a imagem falaciosa de que
essa é uma população transgressora e danosa.

À psicologia cabe contribuir para o desmantelamento dessa modalidade


de dominação. Falar de racismo não significa desconsiderar que há pessoas
brancas que sofrem e sofrem muito. Não se trata de mensurar o imensurável, mas
de ressaltar que o racismo produz um sofrimento específico, histórico e coletivo
que, no brasil, é vivido principalmente por negros e indígenas.

Antes de pensar a Psicologia em políticas públicas com atenção às


relações raciais, é importante refletir sobre algumas perguntas que servirão para
uma contextualização inicial que ajude a pensar como a Psicologia pode contribuir
para a efetiva igualdade racial.

A(o) profissional da Psicologia se dispõe a usar seu instrumental para


atender as necessidades da sociedade brasileira. Considerando-se as relações
raciais, quem é essa sociedade? Quais seus personagens? Quais suas
necessidades? Quais os pactos éticos assumidos pelas(os) psicólogas(os)
envolvidos nessa prática com compromisso social? Quais os recursos teóricos e
técnicos para atender efetivamente a essas demandas? Você sabe os efeitos
psicossociais do racismo na constituição da subjetividade? Como psicóloga(o),
você já pensou em como o racismo pode afetar nas diversas áreas da vida e do
7

cotidiano de negras e negro(a)s brasileiras(os) e, ao mesmo tempo, privilegiar


pessoas brancas? Você já pensou que, como formador(a) de opinião, é uma
pessoa privilegiada para contribuir com a luta antirracista?

(a) Diagnosticar a Discriminação Institucional Pode-se ter este


diagnóstico a partir de algumas questões centrais:

Os projetos/programas da instituição ou da área contemplam a


perspectiva racial?

Busca-se garantir que o perfil racial das(os) funcionárias(os) seja plural?

Procura-se assegurar que o perfil racial das chefias contemple


negras(os)?

Preocupa-se em contemplar a perspectiva negra na concepção,


implementação e monitoramento dos projetos/políticas?

Os materiais de comunicação, os processos de formação, os


instrumentos e metodologias, os serviços, os produtos, o orçamento da instituição
consideram e incluem as questões raciais?

Ou seja, o diagnóstico da discriminação institucional, pode ter, como


ponto de partida, o levantamento da história da instituição com as relações raciais
e com pessoas negras; pesquisas nos processos de recursos humanos; o censo
de funcionárias(os), o levantamento de práticas da organização com a
comunidade, parceiros, bem como a investigação a respeito do perfil da clientela,
dos fornecedores, dos prestadores de serviços em geral. Com base nesse
diagnóstico, é possível identificar a discriminação institucional e os elementos que
obstaculizam a igualdade de oportunidade e tratamento, e traçar um plano de
ação para democratizar a instituição. Esse plano de ação pode ser construído,
discutido e implementado assegurando corresponsabilidade das(os)
funcionárias(os), gestoras(es), parceiras(os) e usuárias(os).

Para continuar a ilustrar o racismo institucional, traremos mais alguns


exemplos pontuais:
8

● A sub-representação de negros(as) e indígenas em cargos de


poder formal, como no Congresso Nacional, nos ministérios, nas
empresas e instituições públicas e privadas.
● Na política e serviços de saúde: O não investimento no combate
a doenças e agravos mais prevalentes na população negra,
levando a alta morbimortalidade por condições que poderiam ser
evitadas por meio de políticas públicas eficazes.
● Na política e serviços educacionais: o não reconhecimento
das(os) líderes e das diversas formas de resistência negra à
escravização e a não consideração destes como parte relevante
do conteúdo a ser trabalhado nas aulas de história.
● Na política e serviços educacionais e culturais: A manutenção da
percepção errônea e limitada da cultura negra como folclore, não
valorizando a relevante contribuição dessa população à cultura
brasileira.
● Na política de ensino superior: o número de negras(os) na
universidade que é inversamente proporcional a seu quantitativo
populacional, uma vez que a sociedade brasileira é formada por
uma maioria negra; a exigência de que, para o ingresso na
graduação e na pós-graduação, haja o domínio de línguas
estrangeiras, quando sabemos que nas escolas públicas (onde a
maior parte da população negra e indígena estuda) aprende-se
de forma precária o inglês e não o francês, italiano ou alemão,
línguas muitas vezes necessárias para se fazer mestrado e
doutorado na maior parte das universidades públicas brasileiras.

Ainda nesse processo de detalhamento e aprofundamento do conceito de


racismo institucional, tomemos como analisador o número escasso de negras(os) na
universidade. Ao tentar se atribuir essa realidade ao racismo surgem especulações,
baseadas em casos isolados, de que isso não seria um problema social, pois
existiriam pessoas que não estariam aptas para entrar na universidade ou, ao
contrário, quando, apoiados no dado de alguns negros(as) ingressam na universidade,
ressaltam que aqueles que não entraram não se esforçaram. Esse discurso, ao
propagar a ideia enganosa do mérito, desconsidera que, em função principalmente do
9

racismo, os negros(as) têm acesso às escolas públicas de pior qualidade, ou seja,


aprendem menos, bem como que o racismo causa (ou pode causar) insegurança e
sofrimento psíquico, o que pode dificultar significativamente o desempenho do aluno
no ato de prestar vestibular. Do mesmo modo, diante, por exemplo, de programas
governamentais de reparação, como o de cotas raciais, alguns segmentos da
população logo reagem dizendo que as cotas irão diminuir a qualidade das(os)
profissionais formados, entretanto, os estudos realizados por universidades que
adotaram o programa de cotas apontam o contrário (Machado, 2004).

Há trabalho de enfrentamento ao racismo que o profissional de Psicologia deve


realizar, seja no atendimento individual, familiar, grupal, comunitário, de
acompanhamento terapêutico, institucional (em escolas, serviços de saúde, de
assistência social, jurídica etc.), ou mesmo quando atua como supervisor clínico e/ou
institucional ou quando trabalha no setor de recursos humanos ou na gestão e
formulação de políticas públicas ou privadas, dentre outras modalidades de atuação.
10

POVOS TRADICIONAIS

CREPOP . A indicação inicial apontava a elaboração de uma única referência


técnica para povos tradicionais, indígenas e quilombolas.

No que tange à diversidade de povos tradicionais, foco deste documento, não


estão incluídos nesse rol os povos indígenas e quilombolas, entendendo a
necessidade da elaboração de referências específicas para eles, frente às
particularidades e demandas próprias de cada um desses povos. Portanto, para este
documento de referência, estão sendo considerados os demais povos tradicionais

A saber: povos ciganos, povos e comunidades de terreiro e de matriz africana,


faxinalenses, catadoras de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu, comunidades
pantaneiras, pescadores e pescadoras artesanais, caiçaras, extrativistas, povos
pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto e
comunidades extrativistas do cerrado, dentre outros.

A construção de referenciais técnicos para atuação da Psicologia junto à


heterogeneidade de povos que compõem o Brasil convoca à categoria para um olhar
atento, respeitoso e crítico, exigindo da(o) profissional um diálogo constante com a
variedade de políticas públicas que existem para garantir os direitos de todo cidadão.
As especificidades de cada povo exige o desenvolvimento de um cuidado integral, na
busca pela minimização das condições de vulnerabilidade dessas populações,
delineando, portanto, o papel imprescindível da(o) psicóloga(o), como afirma um dos
princípios fundamentais do Código de Ética do Psicólogo:

Instrumento técnico, ético e político por demarcar os compromissos da


Psicologia na garantia de condições de vida dignas a todos os povos que constituem
a sociedade brasileira.

“A estrada do político não foi feita pro roceiro Só serve pra o levar no dia de ir
limpar o lixo dos forasteiros E a cultura é esmagada, como se deu tantas vezes.” (Luís
Perequê, Parati — RJ)

De acordo com a definição que consta na Política Nacional de Desenvolvimento


Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNSPCT), aprovada pelo
Decreto n.º 6.040 de 7 de fevereiro de 2007, são:
11

Grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais,


possuidores de formas próprias de organização social, ocupantes e usuários de
territórios e recursos naturais como condição à sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas
gerados e transmitidos pela tradição (BRASIL, 2007, p. 1).

No caso das populações não-indígenas a diversidade dos grupos também é


geográfica, linguística, econômica, social, cultural e religiosa, muito embora eles
tenham em comum modos de vida cujas relações se dão com as terras
tradicionalmente ocupadas e com a preocupação com o uso de recursos naturais de
forma sustentável.

Como exemplo de populações não-indígenas, reunimos: quilombolas, caiçaras,


jangadeiros, caboclos/ribeirinhos amazônicos, sertanejos/vaqueiros, caipiras,
açorianos, varjeiros (ribeirinhos não amazônicos), pantaneiros, pastoreio (campeiro),
pescadores, sitiantes e praieiros, ciganos, pomeranos, afro-religiosos, quebradeiras
de coco babaçu, seringueiros, castanheiros, povos dos faxinais, dos gerais e dos
fundos de pasto, retireiros, geraizeiros, vazanteiros e minorias étnicas como grupos
de imigrantes e comunidades de diásporas, dentre outros (CNDH, 2018).

Apesar da importância desses povos para a manutenção das ancestralidades,


das cosmovisões e da tradicionalidade dos saberes, da diversidade sociocultural,
como também para a própria preservação e conservação da nossa biodiversidade,
enfim, para a vida, com exceção dos territórios indígenas e quilombolas, os demais
gru-pos não possuem legislação específica no Brasil para demarcação dos seus
territórios ou que assegure o direito de uso (CNDH, 2018

Capitalismo financeiro, o neoliberalismo e o neoconservadorismo de caráter


classista, sexista e racista, em do lucro desenfreado e do risco e destruição do bem-
comum.

Psicologia Brasileira, com seu histórico de compromissos sociais e ético-


políticos, não tem se furtado, desde o processo de redemocratização do país, ao
debate e inclinação do seu posiciona-mento em relação às necessidades da grande
maioria da população brasileira e na defesa dos direitos humanos e dos direitos
sociais.
12

Ação técnica quanto política de diversos atores sociais e institucionais para que
tais direitos se concretizem em políticas públicas materializadas por planos nacionais,
programas e projetos, relativos à:

• participação ou autonomia na gestão de áreas para a conservação da


natureza;

• manutenção e valorização da cultura, que se expressa como reivindicação


contemporânea e resistência da tradição sob lutas que configuram as distintas
identidades coletivas;

• regularização fundiária de redistribuição e reconhecimento das comunidades


tradicionais;

• garantia ao uso das sementes tradicionais e crioulas para a segurança


alimentar e nutricional;

• prevenção e promoção da saúde;

• produção agrofito-industrial de plantas medicinais, com a garantia da


repartição de benefícios oriundos de conhecimentos tradicionais sobre o uso de
fitogenéticos para produtos farmacológicos e fitoterápicos, tão cobiçados pela
indústria farmacêutica e disputados em patentes e propriedade intelectual;

• valorização do modo de vida diferente da sociedade geral, que contém


elementos diferentes e de grande importância para o bem viver, verdadeiramente
sustentáveis, no mundo contemporâneo.

Disputa, o que exige situar-se diante de uma rede ampla de atores sociais e
institucionais e os inúmeros conflitos de interesses em jogo que envolvem os territórios
de vida desses povos.

Apropriar-se desse debate é fundamental para que nossa categoria profissional


possa se instrumentalizar desses marcadores legais e dos conceitos, fundamentos
teóricos e epistemológicos,

Dialogando com cosmovisões e epistemologias plurais, de modo a qualificar


seu campo de ação profissional junto aos povos e as comunidades tradicionais
13

Diante da dinâmica histórica e posição de resistência dos povos e comunidades


tradicionais no passado e no presente, com a expansão capitalista e seu modo próprio
de conhecimento do mundo e suas epistemes, torna-se necessário ao exercício e
atuação profissionais das (os) psicólogas (os) ações compromissadas ético-
politicamente com as especificidades dos povos e comunidades tradicionais, que
culmina na realização da ciência e da profissão aliada a estas realidades.

Alianças estas que promovam uma Psicologia que seja construída nas
comunidades e não para as comunidades, mais em ações de acompanhamentos
psicossociais do que de intervenções psicológicas.

“Nós queremos o território para nascer, viver, germinar e morrer.” Dona Dijé

Desta feita, é importante no âmbito dos serviços socioassistenciais e no


trabalho social junto a estas populações no âmbito do SUAS, a(o) profissional da
Psicologia ter como principal balizador de sua atuação a proteção e a promoção dos
modos de criar, fazer e viver que caracterizam os povos e comunidades tradicionais
no Brasil. Neste caso, toda intervenção deve ser resultado de um processo de diálogo
e negociação que resulte na criação de alternativas onde o acesso às ações das
políticas públicas não venham a ferir a integridade do direito à autodeterminação e
modo de vida destas populações. Cabe, portanto, nos mais diversos âmbitos dos
serviços do SUAS, considerar que:

1. O trabalho social deve ultrapassar a noção de família e alcançar a


coletividade, e deve ser permeado pela observação cuidadosa do território e realidade
social local.

2. A vigilância sócio-assistencial faça o diagnóstico sócio-territorial


considerando a presença dos Povos e Co-munidades Tradicionais. Deve-se ler a
respeito, buscar conhecer quem são esses povos e as principais características
socioculturais: modo de vida, organização social e política, tradições e cultura,
principais formas de sustento e economia, quais são suas visões de mundo, laços de
confiança e solidariedade, os significados de família, relações familiares e redes de
parentesco, seus valores éticos e morais.

3. É relevante que a gestão faça articulação com a rede de proteção social local
no que se refere aos direitos de cidadania, em especial com órgãos governamentais
14

como FUNAI e INCRA (que possuem coordenações locais), Defensorias Pública,


Cartórios, e entidades não governamentais de defesa de direitos, Conselhos Locais,
e Ministério Público Federal (conforme determina o artigo 129, inciso V, da
Constituição Federal) em caso de se deparar com assuntos que requerem intervenção
judicial para garantia de direitos.

4. A Proteção Social Básica pode também usar os dados do Cadastro Único


para Programas Sociais a fim de obter informações iniciais sobre a presença de
famílias de Povos e Comunidades Tradicionais no território. A partir desses dados é
possível saber quais as principais características socioeconômicas das famílias já
cadastradas. Isso permitirá dar um atendimento mais próximo e personalizado.

5. Importante ainda verificar se há famílias de povos e comunidades em


situação de pobreza e extrema pobreza, no município em que atendem, a fim de
inscrevê-las no Cadastro Único para que se tornem visíveis aos programas e políticas
sociais que o utilizam.

6. Os CRAS podem incentivar as manifestações culturais típicas dos povos


tradicionais, propor rodas de conversa sobre o tema, promover ações, como
dinâmicas e palestras, voltadas às especificidades dos PCT, dentre outros. É
importante ressaltar que as atividades não devem estereotipar as tradições culturais.
E muito menos reduzir a compreensão desses povos à festas e rituais.

7. As ações podem ser de caráter individual ou coletivo,devendo ser


executadas de acordo com a cultura e os interesses de cada povo. A Assistência
Social não podeinferir e deduzir como, onde e de que forma devem viver os povos
tradicionais.

8. O princípio norteador do atendimento às famílias oriun-das dos Povos e


Comunidades Tradicionais é o respeito à identidade étnica e a autodeterminação,
respeito às 98 Conselho Federal de Psicologia tradições e manifestações culturais, às
formas próprias de organização social, às formas de cuidados com as crianças, às
formas de sustento e economia, respeito à religiosidade e à situação de intolerância,
quando for o caso. (BRASIL, 2019, p. 14-16).
15

Entretanto, para a atuação das(os) psicólogas(os) sinalizamos alguns


princípios e preocupações para uma abordagem ético-política e teórico-prática mais
sintonizada com os povos e as comunidades tradicionais, como:

1. Respeitar a consciência de sua identidade étnica; o direito à identidade


étnica e pertencimento cultural, linguístico e territorial;

2. Planejamento e execução de ações com a participação do povo e


comunidades tradicionais; Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) com
Povos Tradicionais;

3. Não empregar nenhuma forma de força ou de coerção que viole os direitos


humanos e as liberdades fundamentais dos povos interessados;

4. Reconhecer e proteger os valores e práticas sociais, culturais, religiosos e


espirituais próprios;

5. Respeitar a integridade dos valores, práticas e instituições desses povos;

6. Consultar os povos interessados, mediante procedimentos apropriados e,


particularmente, através de suas instituições representativas, cada vez que sejam
previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis deafetá-los diretamente;

7. Assegurar o suporte necessário para que seus costumes sejam


conservados;

8. Reconhecer o pertencimento e a relação desses povos com o território, os


direitos de propriedade e de posse sobre as terras que tradicionalmente ocupam;

9. Garantir a participação voluntária de membros dos povos interessados em


programas de formação profissional de aplicação geral, e também nas instâncias de
Controle Social, como os Conselhos de Assistência Social;

10. Os povos tradicionais têm direito, sem qualquer discriminação, à melhoria


de suas condições econômicas e sociais, especialmente nas áreas da educação,
emprego, capacitação e reconversão profissionais, habitação, saneamento, saúde e
seguridade social” (BRASIL, 2019,p. 13-14).
16

Diante do caminho percorrido até aqui elencamos alguns elementos


necessários para a atuação da (o) psicóloga(o) junto às comunidades tradicionais:

• Conhecer o processo histórico, socioeconômico e religioso das comunidades


tradicionais no Brasil, e mais especificamente a cosmovisão das comunidades
tradicionais; perceber que a realidade nacional se pauta em ignorar a historicidade
das comunidades tradicionais e insiste em marginalizar e desqualificar seus saberes;

• Assumir a multiplicidade das comunidades tradicionais existentes no território


brasileiro e reconhecer suas particularidades regionais, ressaltando as competências
e identificando as limitações que os territórios as impõem.

É preciso considerar que tal multiplicidade implica diretamente nas


possibilidades de subjetivação dessas comunidades e seus pertencentes, ainda que
a relação com o território onde se localizam as comunidades implica diretamente no
modo de ser e viver de seu povo.

• Aproximação e entrada nas comunidades onde vai atuar,a partir das políticas
públicas de saúde, educação, trabalho, segurança, lazer, cultura etc.

• Assumir postura colaborativa e de diálogo com a comunidade, seus


participantes e lideranças, numa perspectiva intersetorial e interprofissional,
valorizando os saberes da comunidade, inclusive em seu sentido mediúnico;

Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) com Povos Tradicionais:

• A profissional da Psicologia não deve se ater apenas a escuta qualificada e o


acolhimento, mas sim uma postura de implicação com a realidade na qual está
inserida, na participação em um trabalho colaborativo centrado nas necessidades da
comunidade, que facilite processos coletivos de desenvolvimento e fortalecimento da
comunidade.

• Buscar aportes legais e éticos para a atuação das(os) psicólogas(os) nas


comunidades tradicionais que regulam a atuação dos mesmos, de forma nítida,
implicando-os de forma legal as responsabilidades éticas de suas qualificações para
atuação em espaços comunitários tradicionais.
17

Os povos e comunidades tradicionais no Brasil viveram um processo lento e


constante, em termos de reconhecimento e de conquista de direitos, principalmente
nas últimas décadas, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. Tais
direitos foram concretizados no acesso às políticas públicas, aos recursos públicos e
no reconhecimento de territórios e das diferentes culturas e modos de existir, como
resultado também de um novo protagonismo político de seus diversos grupos e de
uma importante e eficaz construção de alianças com diversos segmentos da
sociedade brasileira.

Ocorre que, durante os últimos anos, vivemos um forte retrocesso político e


institucional, que implicou em redução de políticas públicas e de recursos públicos
para os segmentos mais vulneráveis da sociedade, na redução dos espaços de
representação e de controle social e de redução significativa da interlocução do
Estado brasileiro com os povos e comunidades tradicionais. Tal retrocesso ficou ainda
mais intenso a partir da posse do atual presidente da República, defensor de uma
agenda política, econômica e social declaradamente oposta àquela defendida pelos
povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais.

Neste sentido, tem sido reduzido a esses povos e comunidades o


reconhecimento territorial, o acesso às políticas públicas e aos recursos públicos.
Como também tem sido fragilizada a sua representação política assim como a sua
força no controle social, o que significa uma infração cada vez maior, por parte do
Estado brasileiro, das determinações estabelecidas pela Constituição, assim como
pela Convenção 169 da OIT.

Uma nova Psicologia pode ser elaborada, tendo também como espaços de
produção teórica as escolas, as universidades, os espaços públicos, as políticas
públicas, as redes sociais e as mídias alternativas. Ou seja, onde se debate o país,
diretamente com seus povos e suas comunidades trazendo e expondo suas
demandas e propostas, suas contradições e conflitos, suas potencialidades e seus
limites.

CÓDIGO DE ÉTICA:

Princípios fundamentais:
18

II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das


pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e


historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.

VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os


impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se
de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste código.

Das responsabilidades do psicólogo

Art. 2º - Ao psicólogo é vedado:

a) praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;

b) Induzir convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de


orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas
funções profissionais;

c) utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas


como instrumento de castigo, tortura ou qualquer forma de violência;

e) ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou


contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços
profissionais;

Art. 3º - O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma


organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas
nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste código.

Parágrafo único: existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar


serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente.

Resolução CFP N.º 018/2002

Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à


discriminação racial.
19

Considerando que o preconceito racial humilha e a humilhação social faz sofrer;

Resolve:

Art. 1º Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão contribuindo


com o seu conhecimento para uma reflexão sobre o preconceito e para a eliminação
do racismo.

Art. 2º - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a discriminação ou


preconceito de raça ou etnia.

Art. 3º - Os psicólogos, no exercício profissional, não serão coniventes e nem se


omitirão perante o crime do racismo.

Art. 4º Os psicólogos não se utilizarão de instrumentos ou técnicas psicológicas para


criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação
racial.

Art. 5º - os psicólogos não colaborarão com eventos ou serviços que sejam de


natureza discriminatória ou contribuam para o desenvolvimento de culturas
institucionais discriminatórias.

Art. 6º - os psicólogos não se pronunciarão nem participarão de pronunciamentos


públicos nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar o preconceito
racial.
20

CONCLUSÃO

O presente trabalho buscou contribuir para o entendimento das questões


etnico raciais no Brasil. Nota-se que a produção de trabalhos sobre o tema é de
fundamental importância para a diminuição das desigualdades e promoção dos
direitos humanos . Em pleno século XXI o Racismo ainda encontra-se de maneira
estruturada, causando sofrimento, exclusão, violência e morte. É Dever ético da
sociedade e do profissional de psicologia informar-se sobre o tema e aplicar em sua
prática profissional os preceitos éticos acima elencados.
21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação de


psicólogas(os) para a atuação de psicólogas(os) com povos tradicionais / Conselho
Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia e Centro de Referência
Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. —— 1. ed. —— Brasília : CFP, 2019. 128
p. ; 21 cm.

Conselho Federal de Psicologia Relações Raciais: Referências Técnicas para atuação


de psicólogas/os. Brasília: CFP, 2017.

RESOLUÇÃO CFP N.o 018/2002 Estabelece normas de atuação para os psicólogos


em relação ao preconceito e à discriminação racial. Disponível em
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2002/12/resolucao2002_18.PDF . Acesso
em 30 out. 2021.

O Método Paulo Freire. Disponível em:


http://m.fazerpedagogia2.webnode.com.br/pensadores/2/?utm_source=pocket_mylist
Acesso em: 30 out. 2021.

https://mst.org.br/2019/05/09/dandara-dos-palmares-e-luisa-mahin-heroinas-da-
patria-heroinas-do-povo-brasileiro/ Acesso em 30 out. 2021.

https://numbuntu.unifesspa.edu.br/index.php/1ultimas-noticias/234-exposicao-
movimento-negro-no-brasil-visibilidade-e-resistencia-parte-01 Acesso em 30 out.
2021.

Tenário, Cibele. Indígenas inspiradoras: conheça a história de cinco mulheres.


Disponível em https://memoria.ebc.com.br/cidadania/2016/04/dia-do-indio-cinco-
historias-de-mulheres-inspiradoras Acesso em 30 out. 2021.

Psicologia e relações Raciais. Conselho regional de psicologia 3ª região - BA.


Disponível em:
http://www.ammapsique.org.br/baixe/Guia%20Psicologia%20e%20Rela%C3%A7%C
3%B5es%20Raciais%20-%20CRP%20BA.pdf Acesso em 30 out. 2021.
22

Psicologia ciência e provissão. Disponível em: //www.scielo.br/j/pcp/i/2020.v40nspe/


Acesso em 30 out. 2021.

Playlist. Psicologia - Ética e questões étnicas. disponível em


https://youtube.com/playlist?list=PLipIA7aSUYDjc-9_5LSdcLHTHkcS0JdvH Acesso
em 30 out. 2021.
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

David Wesley Moreira Rosário


Isabelle de Boni Sampaio
Isadora Shinagava Cruz
Isayny Miranda de Lima
Jessica de Paula Boff
Karen Letícia Selim
Milena de Carvalho Ramos da Silva

PSICOLOGIA E LUTA ANTIMANICOMIAL


Ética Profissional

Trabalho apresentado para a disciplina


de Ética Profissional, do Curso de psicologia.

Orientadora: Prof.ª a Cristiane Camargo M. Brito

São José do Rio Preto


2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO TEMA .................................... 4
3 QUESTÕES ÉTICAS RELACIONADAS.................................................. 5
4 POSICIONAMENTO DOS ORGÃOS DE CONSELHO..........................7
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO TEMA....................................................... 8
6 ANÁLISE NO ÂMBITO INTERNACIONAL..............................................9
REFERÊNCIAS..........................................................................................
1 INTRODUÇÃO
Trabalho realizado pelos alunos do segundo semestre do curso de Psicologia,
para a disciplina de Ética Profissional. Este trabalho pretende contribuir com a
discussão acerca da Reforma Psiquiátrica e a luta antimanicomial. Assim, o objetivo
geral do trabalho é analisar a desinstitucionalização das pessoas com transtornos
mentais e a inserção na rede de atenção à saúde mental.
2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO TEMA

O Movimento da luta Antimanicomial se teve início em 1970 onde


questionamentos sobre as assistências psiquiátricas oferecidas começaram a serem
questionadas. A estrutura manicomial se mostrava desumana e ineficiente, colocando
como um local de sofrimento e dor onde os pacientes sem direito a defesa, são
submetidos a maus tratos, privação de liberdade, direitos a cidadania e a participação
social.
Em 1960 instituições passaram a tratar manicômios como locais de
“Fabricação de Loucura”, visando muito mais fins lucrativos e econômicos para manter
ainda mais clientes e pacientes do que um tratamento adequado com priorização dos
indivíduos presentes.
De acordo com a Oda, A. M. G. e Dalgalarrondo os primeiros registros que
se tem de instituições Psiquiátricas foram entre 1846 e 1889, onde os documentos
eram lidos nas Assembleias Legislativas, Instituições governamentais e que
pertenciam a igrejas como “Santa casa Misericordiosa”, ou Hospício Alienado D. Pedro
II.
A partir de 1881, os médicos passaram a assumir a direção do hospício. Com
a proclamação da República, o então denominado Hospício Nacional de Alienados
passou a ser controlado pelo Estado e não mais pela Santa Casa, como era antes.
Com base na percepção do estigma das pessoas com sofrimentos mentais
vista pelo preconceito que é causado por sua condição por familiares, a sociedade e
por si mesmo, uma reforma no sistema de saúde mental era necessária, foi pelo
Psiquiatra Franco Basaglia, o Diretor do Hospital Psiquiátrico Goriza, que com sua
ampla convivência resolveu fazer mudanças nas práticas, o movimento ficou
conhecido como “negação a psiquiatria”, responsável por dar origem a luta
manicomial.
Profissionais da área de saúde como a Psiquiatria, Psicologia, Enfermagem,
Saúde Publica e os Serviços Sociais passam a integrar na luta por um país sem
Manicômios, colocando em pauta os Direitos Humanos, além da luta para os garantir
colocando questões importantes.
3 QUESTÕES ÉTICAS

"As pessoas portadoras de um transtorno mental têm direito a ter uma atenção
adequada de saúde. Trancá-las em um presídio, ou seja, em um manicômio, é o
mesmo que ferir os direitos fundamentais de uma pessoa. A luta pela reforma
psiquiátrica é a luta também pelo respeito à diferença". Coordenador de Saúde Mental
da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Renato Canfora.
Direitos da Pessoa Portadora de Transtorno Mental:
A Lei nº 10.216 prevê em seu artigo 2º:
“Nos atendimentos em Saúde Mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus
familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados
no parágrafo único deste artigo”
I - Ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II - Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - Ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade
ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - Ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - Ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Em casos de extrema necessidade de internação, a mesma deve ser breve e
encaminhada a um local de tratamento especifico e especializado na Rede de Saúde,
como citado na lei anteriormente. Porém muitas instituições não promovem o retorno e
convivência social do indivíduo, não promovem o processo terapêutico individual com
a participação familiar, com alternativas de dar continuidade ao tratamento após a
saída.
Há ainda internações involuntárias, sem notificação do Ministério Público, no prazo de
72 horas “contenções medicamentosas” sem avaliações ou prescrição médica, ferindo
a Lei nº10.216/01 Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira
Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira

“Tenho a convicção de que estes alienados só são tão intratáveis porque os


privamos de ar e liberdade, e eu ouso esperar muito de meios completamente
diferentes. ” Scipion Pinel
Se teve início nos anos 70 com o objetivo de formulação, questionamento e
transformação no modelo asilar julgando inadmissível as formas que eram conduzidos
os modelos Hospitalocêntrico com a violência, falta de higiene e tratamentos
desconsideráveis, porém, o setor previdenciário apresentava-se em crise financeira
devida aos gastos com contratação de hospitais privados, auxílio-doença e
aposentadorias decorrentes de distúrbios psiquiátricos.
Holocausto Brasileiro
Holocausto, o hospital de Barbacena, um hospital psiquiátrico com cerca de
oito milhões de metros, denominando-se de Hospital Colônia aonde mais de 60 mil
pessoas vieram a óbito no século XX por condições de extrema precariedade, sem
atendimento médico de qualidade nem saneamento básico e, submetidos a técnicas
de dor e sofrimento. As pessoas que entravam eram “indesejadas” na família e na
sociedade (homossexuais, negros, prostitutas, pessoas com deficiências). Os
indivíduos que não conseguiam resistir eram enterrados no cemitério localizado atrás
do hospital, e alguns corpos falecidos eram achados pelas enfermeiras depois de
vários dias, apodrecendo; alguns corpos eram vendidos ilegalmente para faculdades
de medicina. Tudo começou a ser descoberto em 1961, quando uma reportagem da
não mais ativa Revista Cruzeiro denunciou o hospício, até então ninguém sabia das
atrocidades que aconteciam, porém foi feito para mudar a situação. No ano de 1970, o
psiquiatra Ronaldo Simões delatou as ferocidades do Colônia no III Congresso Mineiro
de Psiquiatria, e consequentemente perdeu o cargo de chefe de Serviço Psiquiátrico
da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Inaugurou-se museu em 1996, no
antigo edifício do Hospital Colônia, lá se guardam mais de 60.000 mil histórias, de
pessoas e principalmente, de vidas. O intuito do desenvolvimento deste trabalho foi
resgatar a memória e desenvolver o conhecimento desse fato que causou tanta
tristeza e sofrimento nas pessoas que foram obrigadas a passar pelo hospital e pelas
famílias que, nunca mais viram seus familiares.
4 POSICIONAMENTO DOS ORGÃOS DE CONSELHO
De acordo com os dados do Conselho Federal de Psicologia (CFP), nos dias
atuais ainda possuímos casos de injustiças a pessoas que necessitam de internação
como 1.185 pessoas sendo internadas e permanecendo em longos períodos nas
instituições, 45% das unidades estão com falta ou compartilhamento de insumos
básicos de higiene, banheiros sem porta e banho frio, em 40% dos casos essas
pessoas sofrem restrição de acesso aos ambientes de convivência e lazer, além de
ficarem também muitas vezes isoladas de seus familiares. 87% dessas pessoas
sofrem violações de livre acesso ao contato com familiares durante a internação,
situações como de internação compulsória realizada de maneira arbitrária ou ilegal,
além de indícios de sequestro, cárcere privado e apropriação indevida de recursos
financeiros das pessoas internadas nessas instituições.
Muitas pessoas internadas são submetidas a medicamentos excessivos, á
contenções, isolamentos em quartos sem suporte, violências como estupro, Lgbtfobia,
intolerância religiosa, etc.
Ou seja, ainda possuímos violações de direitos essenciais como a liberdade e a
segurança pessoal e a violação dos direitos humanos.
5 ANÁLISE NO ÂMBITO INTERNACIONAL
The Ridges, Ohio
Os Ridges, anteriormente chamado de Atenas Lunatic Asylum, era um hospital
psiquiátrico em Atenas, Ohio de 1874 até 1993. Durante o seu funcionamento, o
hospital prestou serviços a uma variedade de pacientes, incluindo veteranos da
guerra, crianças e criminosos bastante violentos, serial killers e estupradores, todos
esses pacientes com transtornos mentais. O lugar já foi descrito como um dos “lugares
mais horripilantes do mundo”. Por muito tempo, suas instalações foram palco de
atrocidades cometidas contra os internos. Os médicos faziam, por exemplo, a
lobotomia, uma violenta intervenção cirúrgica no cérebro com resultados traumáticos.
Nos mais de 100 anos de história do manicômio, além de abrigar pessoas
perigosas, ele também abrigou pessoas inocentes que viviam no mesmo teto. A
maioria recebia castigos severos e tratamentos que incluíam eletrochoque, lobotomia,
violência psicológica e corporal. As causas mais comuns de demência entre os
pacientes do sexo masculino era a de masturbação, sendo 81 pacientes diagnosticado
com essa insanidade, de acordo com o relatório anual de 1876 e a segunda causa
mais comum era a de intemperança (Falta de moderação, não ter controle sobre seus
atos e ações) e dissipação (pessoa dispersa), sendo 56 homens e 1 mulher
diagnosticados como tendo sua insanidade. Além de 51 mulheres com condição
puerperal (período que compreende a fase pós-parto, quando a mulher passa por
alterações físicas e psíquicas até que retorne ao estado anterior à sua gravidez), 29
com distúrbios menstruais, além de outros casos que eram considerados transtornos
psíquicos.
No geral, doenças comuns atualmente, como a epilepsia, a menopausa,
alcoolismo e tuberculose eram motivo para internação no hospital. O manicômio
abandonado também ganhou fama por ser considerado assombrado. Ele é conhecido
por aparições de fantasmas, histórias de pessoas que morreram em celas e foram
vistas vagando pelos corredores, suicidas, assassinatos, entre outros casos
aterrizadores. Em uma árvore que fica nas áreas externas do prédio, onde fica
atualmente a Universidade de Ohio, algumas pessoas dizem ter visto um homem com
uma corda no pescoço pendurado na árvore, segundo pesquisadores, esse local teria
servido de enforcamento promovidos por funcionários do manicômio, além de relatos
de inúmeros suicídios. O Hospital Ridges está listado como o 13º lugar mais
assombrado do mundo, segundo a Sociedade Britânica de Pesquisas Psíquicas. O
hospital fechou em 1993. No entanto, a instituição do hospital estadual continuou a
funcionar em Atenas, com pacientes e funcionários.
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO TEMA
Com nosso passado devemos aprender para que situações como os casos
apresentados anteriormente não voltem a se repetir, porém ainda ocorrem nos dias
atuais violações com os pacientes que mesmo buscando melhores condições de vida
melhoradas ao buscarem tratamentos nessas instituições, ainda ocorrem
problematizações e visão de obter lucro
“Não se trata apenas de um conjunto de tarefas a cumprir, mas criar espaços,
dar condições de que a reforma seja sustentável pela vida cotidiana. É na presença
dos profissionais de saúde, dos usuários, dos familiares e das forças que defendem
essa causa que a reforma psiquiátrica se organiza, se reinventa e se sustenta a cada
dia”. Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini
“Estar na luta antimanicomial significa resgatar a nossa própria humanidade, a
nossa subjetividade que está ameaçada por uma opressão que nos quer iguais, em
padrões estabelecidos pelo mercado. ” Deputada Erika Kokay.
REFERÊNCIAS

CORREIA, Ludmila Cerqueira. O movimento antimanicomial: movimento social de luta


pela garantia e defesa dos direitos humanos. Researchgate, 2006. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/28156050>. Acesso em 25 de out. De 2021

MASIERO, André Luis. A lobotomia e a leucotomia nos manicômios brasileiros. Scielo,


2003. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/hcsm/a/Lg63Lg8vPjHT4v3TLvYmpyG/?lang=pt>. Acesso em:
25 de out. De 2021

JUNQUEIRA, Mariane Oliveira. Algumas considerações sobre gênero e saúde mental:


As mulheres nos manicômios judiciários no Brasil. Disponível em:
<http://www.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499482029_ARQUIVO_
Trabalhocompleto.pdf>. Acesso em: 25 de out. De 2021

LOPES, R. Família, crime e loucura: A construção da memória sobre o louco infrator a


partir da narrativa dos familiares dos abrigados no hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico Heitor Carrilho. Tese (Pós-Graduação em Memória Social)- Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <
http://www.repositorio-
bc.unirio.br:8080/xmlui/bitstream/handle/unirio/11451/Diss423.pdf?sequence=1>.
Acesso em 25 de out. De 2021

Justiça do RJ proíbe novas internações no Heitor Carrilho. G1 Rio de janeiro, Rio de


Janeiro, 06 de dez. de 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-de-
janeiro/noticia/2015/12/justica-do-rj-proibe-novas-internacoes-no-heitor-carrilho.html>.
Acesso em: 25 de out. de 2021.

ZIZLER, Rosangela Lobo Teixeira. Violação de direitos humanos na história da


psiquiatria no Brasil. Jus.com.br, 2018. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/67176/violacoes-de-direitos-humanos-na-historia-da-
psiquiatria-no-brasil>. Acesso em 25 de out. de 2021.

Não existe manicômio humanizado. O que trata é a Liberdade. Conselho Federal de


Psicologia, 17 de maio de 2017. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/nao-existe-
manicomio-humanizado-o-que-trata-e-liberdade-reafirma-presidente-do-cfp/>. Acesso
em 25 de out. de 2021.

SUDRÉ, Lu. “Manicômio dá muito Lucro”, denuncia presidente do Conselho Federal de


Psicologia. Brasil de Fato, 20 de fev. de 2019. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2019/02/20/manicomio-da-muito-lucro-denuncia-
presidente-do-conselho-de-psicologia>. Acesso em: 25 de out. de 2021.

RIBEIRO, Thais. Inspeções mostram a gravidade da situação encontrada nos


hospitais psiquiátricos do Brasil. Conselho Federal de Psicologia, 4 de dez. de 2019.
Disponível em: <https://site.cfp.org.br/tag/antimanicomial/>. Acesso em 25 de out. de
2021.

ATALIA, Priscilla. CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde Mental”
publicada pelo Ministério da Saúde. Conselho Federal de Psicologia, 8 de fev. de
2019. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/tag/luta-antimanicomial/>. Acesso em 25
de out. de 2021.
A terrível história do hospital psiquiátrico The Ridges em Ohio. Web Tudo
Curiosidades, 2016. Disponível em: <https://webtudo.net/terrivel-historia-do-hospital-
psiquiatrico-the-ridges-em-ohio/>. Acesso em 15 de out. de 2021
Unip – Universidade Paulista
Campus de São José do Rio Preto – SP
Graduação de Psicologia

Letícia Freitas Silvério – G2878B2


Guilherme Abegão Margutti – T058DD0
Carolina Franco de Lucca - G1861H0
Giovana Valentini - G22EGE1
Daniel Neves dos Santos – F342212

Trabalho de Psicologia:
Psicologia e Políticas Públicas

São José do Rio Preto


2021
Letícia Freitas Silvério – G2878B2
Guilherme Abegão Margutti – T058DD0
Carolina Franco de Lucca - G1861H0
Giovana Valentini - G22EGE1
Daniel Neves dos Santos – F342212

Trabalho de Psicologia:
Psicologia e Políticas Públicas

Trabalho da disciplina Ética Profissional


Professora: Ms. Cristiane Camargo de Oliveira Brito

São José do Rio Preto


2021
Sumário
1
Introdução...................................................................................................................04
2
Tipo de Políticas Públicas..........................................................................................05
3
Breve histórico............................................................................................................06
4
Caracterização...........................................................................................................07
5
Questões éticas relacionadas as Políticas Públicas..................................................08
6
Posicionamento da CFP e CRPs sobre Políticas Públicas.......................................09
7
Como o tema é tratado em outros países?................................................................10
8
Saiba mais..................................................................................................................11
9
Referências................................................................................................................12
Introdução

De modo geral, políticas públicas são conjuntos de programas e ações


governamentais, com participação do setor público ou privado, para garantir a
cidadania. Entenda, elas afetam todos os cidadãos, indiferente de suas classes
sociais, e abrangem todas as áreas (econômicas, sociais, saúde, lazer...). Essas
políticas existem em âmbitos federal, estadual e municipal. Elas são distribuídas
conforme sua demanda (seja mais ampla ou restrita) e isso determina de onde virão
os fundos para o seu cumprimento.
Problema público é diferente de políticas públicas. O problema público está ligado
as carências ou excessos que existem na sociedade. As políticas públicas
são diretrizes que existem para a resolução de um determinado problema público.
Tipos de Políticas Públicas

 Distributivas: Sua principal função é distribuir certos serviços, bens


ou quantias para um determinado tipo de problema. Está voltado para as
classes mais baixas. Exemplo desse tipo de política: cotas que estão
dentro da área da educação.
 Redistributivas: Está relacionado com redistribuir. Impõe perdas para
certos grupos na nova divisão de recursos e ganhos incertos para os
demais. Uma parcela da sociedade (privilegiados economicamente) é
tributada para prover serviços àqueles que atravessam problemas básicos
de sobrevivência. Exemplo: enquanto uma parte paga IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano), uma parcela possui isenção total, podendo
ser eles aposentados, pensionistas ou beneficiários de renda mensal
vitalícia...
 Constitutivas: Lidam com procedimentos, fazem a criação das
próprias políticas públicas. Elas desconsideram mudanças políticas
e programas políticos. Devem ser respeitadas sempre que uma nova
iniciativa for discutida, votada ou implementada. Exemplo: Regimento
das Casas Legislativas e Congresso Nacional.
 Regulatórias: Tem relação com a forma de administração. Realizam
a regulação da forma em que os outros tipos de políticas públicas são
aplicadas, por meio da ação de burocratas, políticos e grupos de
interesse. Permite aplicar políticas redistributivas e distributivas. Atingem
toda a sociedade por igual, uma vez que definem as normas de
distribuição e uso de recursos públicos. Exemplo: Lei do uso do solo e
ações sociais.
BREVE HISTÓRICO
O intento deste presente trabalho é fazer uma breve análise do
desenvolvimento histórico da psicologia no campo do bem estar social, que se
discorreu nas políticas públicas. Ao falarmos de políticas públicas na psicologia é
impossível não abordar temas sociais diversos, ao passo em que esta ciência tem
como fundamento a compreensão da subjetividade humana em suas diversas
manifestações e a correlação do indivíduo inserido no coletivo, na sociedade, bem
como os desdobramentos desta sociedade na constituição da psique do sujeito.
As políticas públicas são desenvolvidas através da interação estado-povo, e
existe também a atuação de psicólogos na constituição das mesmas que após
debates em congressos levam suas ideias para o momento da construção destas
ações sociais. Como é tratado no artigo Psicologia e Políticas Públicas: impasses e
reinvenções:
“Nas últimas décadas, observa-se o aumento de profissionais da
Psicologia nos campos articulados às políticas públicas. A
multiplicidade com que a vida e o trabalho se tecem nestes espaços
tem implicado a importância de problematizar as possibilidades e
dificuldades na formação e atuação das(os) psicólogas(os) na
atualidade.”
A inserção da psicologia nas políticas públicas está originalmente vinculada
ao período do regime militar, o período ditatorial que se estabeleceu após o golpe de
estado em 1964, mais ou menos dois anos após a regulamentação da profissão
psicólogo no Brasil e que perdurou até 1985, neste período vários profissionais da
área se inseriram nas comunidades no intuito de auxiliar os cidadãos a se
empoderarem e reconhecerem seu poder dentro do sistema.
Política é conflito, afirma Abranches (1985), e, como tal, política social, parte
do processo de alocação e distribuição de valores, é campo de oposição e
contradição de interesses. Santos (1987) propõe considerar política social como
aquela que ordena escolhas trágicas segundo um determinado princípio de justiça,
consistente e coerente.
As condições que, na atualidade, desenham possibilidades de atuação para as(os)
psicólogas(os) nas políticas públicas, refletem as divergências de opiniões,
interpretações e posicionamentos que, historicamente, demarcaram a construção da
Psicologia como ciência normalizadora e/ou resistente. Na tentativa de minimização
de tais direcionamentos, apostamos na construção de intervenções que
empreendam análises históricas e políticas e que reflitam sobre as múltiplas
experiências subjetivas e sociais evidentes no cotidiano. Apontamos ser
fundamental que tais Psicologia & Sociedade, 28(2), 247-256. 255 problematizações
sejam incitadas desde o início da formação do psicólogo, com o objetivo de reduzir a
incidência de ações padronizadas e despolitizadas. Logo, é fundamental
escaparmos de leituras totalizantes, que insistem em empreender análises
uniformizadoras e moralistas das condutas daqueles a quem a ação do profissional
psi é direcionada. Assim, entendemos que as práticas psicológicas nos campos
conflituosos das políticas públicas implicam a problematização de diretrizes e
normativas sociais que, de diferentes formas, tentam interditar a produção e
visibilidade de configurações plurais de existência. Em outras palavras, apostamos
nas conexões entre psicologia e políticas públicas como potentes na formulação de
modos criativos de atuação, que escapam provisoriamente de posições assépticas,
impessoais, universais e elitizadas, tão presentes nas produções científicas. Deste
modo, acreditamos que a psicologia se soma a movimentos que, de modo crítico,
localizado e parcial, resistem a modos enlatados de análise e intervenção e que
incitam a produção (e legitimidade) de diferentes possibilidades de existência.
Caracterização

Políticas públicas são criadas pelo Estado para e em conjunto com a população. É
uma política permanente que precisa de continuidade, diferente da política de
governo que geralmente ao trocar de mandato sofre alterações.
Problema público e políticas públicas são diferentes. Um aumento de pessoas
vivendo nas ruas, é um problema. A política vem para resolver ou amenizar este
problema. As vezes de uma forma até agressiva. Vários prefeitos de São Paulo
tinham o plano de esvaziar a Cracolândia, mas com abordagens agressivas ou com
pouca eficácia, fruto de um mal planejamento. Ou como em 2021, com a colocação
de pedras embaixo de um viaduto pela prefeitura de São Paulo, para espantar os
moradores de rua que moravam lá.
O papel do psicólogo é entender do que a população precisa, para que o estado
execute políticas mais efetivas. Semelhante com a assistente social, mas com um
objetivo mais profundo. Dando voz a população periférica, entendendo o seu meio,
seus problemas e angústias. Entender as suas demandas humanas e sociais e é
fundamental o conhecimento da realidade no local, tendo que vivenciar para
entender. Legitimando aquele ser humano/ comunidade, como um ser que tem sim
uma voz ativa.
Temos psicólogos nas políticas públicas atuando no CRAS (Centro de Referência
de Assistência Social), SUAS (Sistema Único de Assistência Social), Saúde,
educação, álcool e drogas, esporte e tem o CREPOP (Centro de referências
Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas). Algumas destas áreas é necessário a
prestação de concursos públicos. A atuação da psicologia nesse contexto vem
sendo discutida desde os anos 70.
Nós temos vários documentos históricos que relatam como políticas públicas mal
executadas afetaram e ainda afetam boa parte da população. O rapper Emicida
demostra muito bem isso em seu show/documentário “AmarElo – É Tudo Pra
Ontem”, apresentado e gravado no Teatro Municipal de São Paulo que conta um
pouco sobre a criação da cidade e suas desigualdades. Mostrando o quanto o
acesso a lugares públicos é extremamente dificultado para moradores periféricos.
Racionais MC’s fundado em 1988 já fazia isso muito bem, como em um verso de “Da
ponte pra cá” que Mano Brow diz “E cada favelado é um universo em crise”.
Inclusive em 1996 quando o Capão Redondo, bairro periférico de São Paulo de onde
surgiu os Racionais, era considerado o bairro mais violento da cidade, com a sua
política de segurança pública a delegacia responsável pela região estava entre as 10
com maior número de homicídios em São Paulo. Hoje em dia “Sobrevivendo no
Inferno” um dos álbuns de mais sucesso da banda, virou livro e leitura obrigatória do
vestibular da UNICAMP. Wilson das Neves também usava a sua voz como cidadão
brasileiro para reivindicar os seus direitos em seus belos sambas como em “O dia
em que o morro descer e não for carnaval” criado em 1996. E quero deixar uma
menção honrosa a Marielle Franco vereadora do Rio de Janeiro que sempre lutou
para conseguir políticas públicas mais justas e foi brutalmente assassinada por um
ex-policial. E junto com ela morreu o seu motorista Anderson.
Questões éticas relacionadas às políticas públicas

Dentro do Código de Ética, se tem uma parte onde se é citada os “Princípios


Fundamentais” do psicólogo. Pensando no I, II e no III dos princípios, se é feita a
primeira associação com o tema políticas públicas.
Princípios Fundamentais
I - O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
Da mesma forma que as políticas públicas tem como principal objetivo garantir a
cidadania para todos, o psicólogo tem o dever de assegurar o bem estar de todos os
seus clientes, pacientes...enfim, os beneficiários de seus serviços, sem se importar
com sua classe, cor, gênero... É função do profissional manter a equidade entre
todos aqueles que são afetados pelo seu trabalho. Por isso ele deve analisar
criticamente a realidade do usuário do seu atendimento, além de claro, estudar de
forma crítica a história, as políticas (inclusive as públicas), a economia, a sociedade
e a cultura.
A partir dessa associação, entramos na parte do Código de Ética onde se
é falado “Das Responsabilidades do Psicólogo”. Para a nossa próxima ligação com o
tema discutido, utilizaremos os artigos 4° e 5°.
Das Responsabilidades do Psicólogo
Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:
a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do
usuário ou beneficiário;
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará
ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado;
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor
acordado.
Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que:
a) As atividades de emergência não sejam interrompidas;
b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos
serviços atingidos pela mesma.
Não é obrigatório, porém é interessante para o psicólogo aderir alguma das políticas
públicas para a realização de seu trabalho, pois dessa forma se é quebrado aos
poucos o elitismo que existe dentro desta profissão tão magnífica e atingirá mais
pessoas que necessitem da psicologia. Um bom exemplo seria aderir o SUS
(Sistema Único de Saúde). Porém, para que isso aconteça é necessário
que exista uma pesquisa para entender melhor o que é este sistema, qual o seu
objetivo, como ele funciona... Além dessa pesquisa, é responsabilidade do psicólogo
seguir a parte c) do 4° artigo. Afinal, se ele concordou em realizar o
atendimento para uma pessoa que não tem condições em arcar de forma total pelo
serviço prestado, o profissional deve ser sério e fazer o seu melhor para ajudar o
seu cliente nos problemas de sua vida.
Para concluir, é função do psicólogo continuar com os atendimentos de emergência,
mesmo estando em greve, como se é dito no 5° artigo. Isso deve acontecer para
todos os seus pacientes, sejam eles atendidos de forma voluntária, utilizando
alguma política pública ou não.
Posicionamento da CFP e CRPs sobre Políticas Públicas.

O CREPOP (Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas) é


uma iniciativa do Sistema de Conselhos em Psicologia (CFP e CRPs), criado em
2006 para promover a qualificação da atuação profissional de psicólogas(os) que
atuam nas diversas políticas públicas.
Todo ano no Brasil é realizado o Seminário Nacional de Psicologia e
Políticas Públicas, sob tema central “Psicologia na Defesa das Políticas Públicas”.
Esses seminários foram organizados como uma ação em favor a democracia e
contra o desmonte desses tipos de políticas. São discutidos temas que abrangem
todas as áreas (política, lazer, social, sexual...) que estão presentes no cotidiano da
atuação dessas políticas, que demarcam uma dimensão ético política do exercício
profissional.
A defesa das políticas públicas e o enfrentamento das desigualdades sociais fazem
parte do compromisso social da psicologia, pois tais políticas são espaços potentes
para garantir aí o fortalecimento dos direitos humano. Do contrário, os impactos
psicossociais dos desmontes na subjetividade da população brasileira, assim como
o sofrimento político gerado pela falta de acesso aos direitos
sociais, alcançaram níveis ainda maiores.
Por meio dos seminários o CFP cumpre o seu papel de atuar na divulgação, debate
e problematização de temas relevantes para a construção de políticas públicas que
atendem às necessidades da população, também contribuindo para amplificação do
conhecimento técnico-científico da Psicologia como ciência e profissão.
Para finalizar, temos os seguintes exemplos que estão dentro das políticas
públicas e o CFP defende:
 Atuação de Psicólogos na Rede de Proteção às Crianças e
Adolescentes em Situação de Violência Sexual;
 Atuação de Psicólogos no Sistema Prisional;
 Atuação de Psicólogos nos Programas e Serviços de IST/HIV/AIDS.
Como o tema é tratado em outros países?

O nosso país tem uma grande vantagem quando falamos de políticas públicas, pois
o Brasil é referência para outros países neste aspecto. Devido as abrangentes
políticas existentes em nosso território temos diversos impostos que são cobrados
dos cidadãos brasileiros sobre diversas ocasiões.
Sem sombra de dúvida a maior política pulica que temos é o nosso Sistema
Unificado de Saúde, o SUS. Que diversos Psicólogos aderem para garantir que
classes mais baixas tenham acesso a um atendimento psicológico. Ele garante a
toda a população de qualquer parte do território nacional o aceso a saúde seja ela
básica ou até mesmos transplantes de órgãos e outras cirurgias de maior
complexidade. Em países como o Japão e Estados Unidos, considerados países de
primeiro mundo a saúde é para aqueles que tem condições de banca - lá, os
pacientes devem arcar com todos os custos de seu tratamento, ao chamar uma
ambulância nos Estados Unidos o custo pode variar de acordo com a distância
percorrida e a gravidade em que o paciente se encontra o valor mais baixo
encontrado foi de US$ 700 e o valor mais alto foi se US$ 70.000, para um viajante
que tenha uma emergência médica e não possua seguro, ele terá que embolsar US$
2.000, desde que não precise de exames complexos ou necessite de uma
internação.
Na Europa uma internação será paga diariamente de €600 à €2.000 de acordo com
o quarto que queira, você assim como em um hotel pode escolher se quer um quarto
maior/menor ou um quarto privado para sua estadia hospitalar, e a Europa não é a
única a adotar esse sistema de diária para os hospitais.
Em 2015 a União europeia colocou em funcionamento o projeto Euro-Healthy:
Shaping European Policies to Promote Health Equity, sendo formado por 15
instituições de ensino e 12 gestões públicas de países distintos, o projeto avaliou a
saúde da população, podendo assim ter uma base de dados que possa ajudar na
formação de uma política pública que diminuía a desigualdade na saúde da
população europeia, com três cenários possíveis para União europeia em 2030 o
primeiro o " Europa falhando" o pior dentre eles, com as desigualdades aumentadas,
o segundo "prosperidade sustentável" sendo este o melhor com as desigualdades
diminuindo, e por último " estando preso" neste cenário as desigualdades
continuariam da forma em que estão. Como resultado a pesquisa mostrou não só
que o melhor caminho é investir em políticas públicas de saúde, como também
mostrou onde os governantes deviriam ter um maior investimento e cuidado.
O nosso foco ficou sendo em torno da saúde, pois políticas públicas como por
exemplo de área educacional demandam diversos fatores sociopolíticos e históricos
que precisam ser levados em consideração e não poderiam ser deixados de lado
para o entendimento do nosso estudo, lembrando que as políticas públicas são
aplicadas de acordo com a forma de governo de cada país.
Saiba mais:
Exemplos de políticas públicas atuais:

 EJA (Educação de Jovens e Adultos): Mais conhecido popularmente


como supletivo, é uma modalidade de ensino destinada ao público que
não completou, abandonou ou não teve acesso à educação formal na
idade apropriada. Tem raízes ligadas à Pedagogia de Paulo Freire e
destina-se a erradicar o analfabetismo da população brasileira.
 SUS (Sistema Único de Saúde ): Com a sua implantação e
implementação, o direito à saúde deixa de ser privilégio dos contribuintes
da Previdência e se estende a todos os cidadãos, ocorrendo dessa forma
uma responsabilização do Estado por garantir este direito.

No Youtube:

 Canal: Congressos de Psicologia e Saúde Pública


UFJ: Recomenda-se que todos os vídeos deste canal sejam
assistidos. Os vídeos fazem parte do Congresso, que aconteceu de forma
online, trazendo diversos profissionais, sendo eles: historiadores,
pedagogos, psicólogos... Esses profissionais apresentaram diversas
palestras e no final de cada vídeo se tem uma mesa redonda onde se é
discutido um determinado tema, como: saúde da população negra. Você
conseguirá entender um pouco como as políticas públicas de saúde
acontecem na prática.
 As Psicologias nas Políticas Públicas – Com Rafael Vieira: Neste
vídeo o professor Rafael Vieira explica um pouco sobre a atuação do
psicólogo e a aplicação da Psicologia dentro das políticas públicas
 O que são políticas públicas? Brasil Escola: Vídeo rápido que
explica o que são as políticas públicas, quais os seus objetivos e
características. Se aborda um pouco a forma em que essas políticas
são utilizadas por diferentes governos.

Site

 Conselho Federal de Psicologia: este site ajuda a ganhar mais


informações sobre políticas públicas e diversos outros temas
importantes para a sociedade e para o psicólogo. Possui diversos
conteúdos interessantes e atuais, sendo uma plataforma que deve ser
visualizada diariamente.
Referencias

Introdução:
https://youtu.be/PvWo10xHYrs

https://blog.unopar.com.br/o-que-sao-politicas-publicas/

Tipo de Políticas Públicas:


https://blog.unopar.com.br/o-que-sao-politicas-publicas/

https://todospelaeducacao.org.br/noticias/o-que-e-uma-politica-publica-e-como-ela-
afeta-sua-
vida/#:~:text=1.,na%20Educa%C3%A7%C3%A3o%2C%20seriam%20as%20cotas

https://youtu.be/QLNO4uN8tHQ

https://www.serasa.com.br/ensina/suas-economias/iptu-o-que-e-quem-tem-que-
pagar

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/fazenda/servicos/iptu/index.php?
p=29312

Breve histórico:
ABRANCHES, S. H. (1985). Os despossuídos: crescimento e pobreza no País do
Milagre (2ª ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
SANTOS, W. G. (1987). A trágica condição da política social. Em S. H. Abranches, W.
G. dos Santos & M. A. Coimbra (Orgs.), Política social e combate à pobreza (2ª ed.)
(pp. 33-63). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
SILVA, R. B. & Carvalhaes. Psicologia e Políticas Públicas: impasses e reinvenções.
Psicologia & Sociedade, 28(2), 247-256, janeiro, 2016.
OLIVEIRA, Isabel. Política Social e Psicologia: uma trajetória de 25 anos, publicado
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dezembro, 2010.
YAMAMOTO, Oswaldo. Política Social e Psicologia: uma trajetória de 25 anos,
publicado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dezembro, 2010.

Caracterização:

http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/05/jornal27-politicas-
publicas.pdf
https://www.sbponline.org.br/2019/04/a-psicologia-politica-no-brasil
https://www.youtube.com/watch?v=PvWo10xHYrs
RACIONAIS MC’S, R. M. Racionais Mc’s: Sobrevivendo no Inferno. 1ª edição. Brasil:
Companhia das Letras, 31 de outubro de 2018.
Pereira, Mano Brown. Da ponte pra cá. In: Pereira, Mano Brown. Nada como um dia
após o outro. São Paulo: Zimbabwe Records, 2002. Faixa 10. CD e Web. Disponível
em:
https://open.spotify.com/track/77ZXEJcwC7r4gfodNwERJz?si=d2dd5301d7184f27
Neves, Wilson das Neves. O dia em que o morro descer e não for carnaval. In: Neves,
Wilson das Neves. O Som Sagrado de Wilson das Neves. Rio de Janeiro: CID,
1996. Faixa 13. CD e Web. Disponível em:
https://open.spotify.com/track/1EflB24nz764NsF3FkD1v8?si=8cdd347ae4a149ee
Emicida: Amarelo – É tudo Pra Ontem. Direção: Fred Ouro Preto. Produção: Evandro
Fióti. Local: Teatro Municipal de São Paulo: Laboratório Fantasma, 8 de dezembro de
2020. Netflix (1h 29min).
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56378215
Questões Éticas:
https://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/

Como o tema é tratado em outros países? :


https://www.iea.usp.br/noticias/indice-europeu-fornece-bases-para-criacao-de-
politicas-publicas-em-saude
https://otripulante.com/blog/o-que-voce-nao-sabe-sobre-emergencia-911-nos-
estados-unidos
https://www.segurospromo.com.br/blog/7-situacoes-que-custam-mais-que-um-
seguro-viagem/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32054540/

Saiba mais:
https://blog.unopar.com.br/o-que-sao-politicas-publicas/

https://ead.ucs.br/blog/eja-2020

http //bvsms.saude.gov.br>bvs>sus política inclusão social pdf

https://youtu.be/GJHW50qY1qg

https://youtu.be/jJdzzGdRFVk
https://youtu.be/PvWo10xHYrs

https://site.cfp.org.br/
Kamilly Thainá Tegão Lopes
Leticia Isabelle da Silva
Lorena da Silva Carvalho
Maria Eduarda Carneiro de Oliveira
Saulo Casais da Silva Filho

TRABALHO DE ÉTICA
TEMA: PUBLICIDADE E PSICOLOGIA

S.J DO RIO PRETO- SP 2021.


Kamilly Thainá Tegão Lopes
Leticia Isabelle da Silva
Lorena da Silva Carvalho
Maria Eduarda Carneiro de Oliveira
Saulo Casais da Silva Filho

TRABALHO DE ÉTICA
TEMA: PUBLICIDADE E PSICOLOGIA

S. J. DO RIO PRETO-
SP 2021.

INTRODUÇÃO:
BREVE HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO:

Publicidade é a estratégia de marketing que envolve a compra de espaço em um


veículo de mídia para divulgar um produto, serviço ou marca, com o objetivo de
atingir o público-alvo da empresa e incentivá-lo a comprar.

Integração entre a publicidade e a psicologia, aspectos pontuais da história do


marketing no século XX:
-1930, principal estratégia era apresentar o produto utilizando a própria imagem.
Nessa época começou a mudança da ótica produtivista para a ótica do consumidor,
levando as empresas a entender o porquê as pessoas compravam.

-1950 substituições da imagem do produto por outras comunicações, a imagem do


produto foi substituída por uma imagem-conceito, uma construção simbólica.
Surgem as pesquisas de motivação com a estratégia de tentar vender um sonho ou
uma fantasia e não a qualidade do produto em si. Somente a abordagem
Comportamental e a Psicanalise responderam positivamente a esse movimento.
A comportamental foi e é presente no campo de vendas, propondo que o
comportamento resultava dos estímulos do ambiente.
E a psicanalise auxiliou na pesquisa sobre motivações, estudando os desejos
inconscientes dos consumidores. De acordo com Calligares (2008), a ideia de que os
consumidores eram motivados pela busca de poder e sexo, desenvolvida pelo
psicanalista Ernst Dichter, foi inovadora nos anos 50. Essas duas escolas de
pensamento se fazem presente até hoje no meio publicitário.

-Na Psicologia Social, Wachelke e Segala (2005), apresentam mais duas


perspectivas: o estudo das atitudes e a teoria das representações.
Estudo sobre atitudes: busca explicação do que faz as pessoas mudarem de
atitudes em relção ao objeto pessoal.
Estudo sobre representação social: leva em conta o conhecimento do senso
comum que é formado por alguns grupos sociais, e como isso pode influenciar outras
pessoas.

-O meio de interação entre psicologia e publicidade ainda busca um conhecimento


profundo do consumidor com a intenção de potencializar a mensagem publicitaria.

COMO A PSICOLOGIA ATUA NA PUBLICIDADE:

A psicologia na publicidade tem sido uma estrategia muito eficiente. Ela ajuda a
compreender melhor o comportamento e as vontades e desejos do consumidor e
assim, potencializa a publicidade direcionada ao seu público-alvo.

Atualmente ainda é um desafio ao psicologo a publicidade de seus serviços. Calligares


entende que é exigido ao psicologo "certa capacidade de inspirar confiança e receber
demandas". Essa exigência pode ser atendida através do Código de Ética do Psicologo.

QUESTÕES ÉTICAS:

Quando se trata da publicidade do próprio psicólogo, enquanto prestador de serviços,


visando se promover e realizar propaganda do seu trabalho podemos ver tudo o que
nos é proibido, no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
-Artigos Relacionados:

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:

q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de


serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos
ou organizações.

Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos


instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da
profissão.

Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará


para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das
atribuições, da base científica e do papel social da profissão.

Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios,


individual ou coletivamente:

a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;


b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e
práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará autopromoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias
profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.

POSICIONAMENTO DO CFP/CRP’S:

• O profissional deve ficar atento para não ferir o código de ética;

• Uma das mais frequentes irregularidades encontradas em anúncios de psicólogos é


a associação da prática clínica a outras atividades/recursos não reconhecidos pelo
CFP (reike, leitura de cartas, etc);

• O profissional não pode dar prazo ou certeza quanto à solução do problema;

• A autodenominação do termo "Doutor", e o uso de atrativos como baixos honorários


(preço), também são inadequações;

• Respeitar a diferença entre as áreas, e não invadir outras especialidades;


O CRP orienta os psicólogos a colocar nos anúncios de divulgação apenas área de
atuação, especialidade e número de registro do CRP;
Em programas de mídia, deve-se assegurar que não haverá humilhação,
constrangimento, exposição desnecessária e afim.

COMO O TEMA É TRATADO EM OUTROS PAÍSES:

Tendo em vista que a Publicidade é uma atividade muito influente no modo de viver
contemporâneo, principalmente nas culturas mais desenvolvidas, desenvolve-se aqui
que esta prática, buscando alianças com o campo da Psicologia e do estudo do
comportamento humano, pode atingir seus objetivos mais eficientemente tentando
cada vez mais subjetivar e condicionar os indivíduos a determinadas práticas de
consumo e isso em determinadas situações necessitam de regras e limites.

Aqui por exemplo podemos ver como a publicidade em alguns países para crianças e
adolescentes que ainda estão em desenvolvimento é tratada:

ALEMANHA
Por lei as publicidades que podem afetar o desenvolvimento das crianças e jovens
para que se tornem adultos responsáveis e competentes deve ser transmitido
separadamente do conteúdo dirigido a eles.

INGLATERRA
Proíbe o uso de mascotes em publicidade de alimentos e o uso de efeitos
especiais para insinuar que o produto faz mais do que pode. É proibido insinuar
que a criança será inferior a outra se não usar o produto anunciado.

Esta lei busca prevenir que as crianças fiquem abaladas por serem julgadas como
inferiores por não ter o que está sendo proposto na publicidade e também evita que
outras crianças que têm o produto ou serviço se achem imensamente superiores, e
essas situações podem gerar rancor, traumas e outros malefícios .

FRANÇA

A França não tem legislação específica quanto à publicidade infantil, mas exige que
todos os anunciantes de alimentos industrializados e bebidas adoçadas incluam
uma de quatro mensagens de saúde ou paguem uma multa.

Essa é uma abordagem muito interessante, pois na maioria das vezes as


propagandas de tais produtos são chamativas usando de artifícios convincentes
até como a psicologia das cores para que se releve a questão de que esses
alimentos são prejudiciais à saúde e exaltam a necessidade de consumi-los.
Por serem mais influenciáveis as crianças e jovens podem ser facilmente
manipulados pelas redes até mesmo por pessoas que usam de artifícios da
psicologia sem ser capacitado e sem nenhum cuidado que um psicólogo teria ao
lidar com jovens, assim se tornando uma situação de grande risco

• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIA:

https://rockcontent.com/br/blog/publicidade/ https://rockcontent.com/br/blog/exemplos-de-

publicidade/ https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-da-publicidade/ APOSTILA –

ASSISTENTE

DE PROPAGANDA E MARKETING

file:///C:/Users/Maria/Downloads/6327Texto%20do%20artigo-21113-1-10-20091221.pdf

https://www.ufrgs.br/e-psico/etica/temas_atuais/psicologia-e-publicidade-
propriopsicologo.html

https://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/2016/03/11/paises-

queregulam-publicidade-infantil.html
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/publicidade-infantil-entenda-o-

debate-e-saiba-como-questao-e-regulamentada
UNIVERSIDADE PAULISTA
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

DUARTE PIRES DE MENEZES


GUSTAVO DA SILVA SOUZA
LUIZ FERNANDO DE PINHO CAVASSANA
MARIA EDUARDA JAVORKA SILVA
RITCHELLY PIRES DE MENEZES

TRABALHO DE ÉTICA
REGULAMENTAÇÕES DAS PSICOTERAPIAS NO BRASIL

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
DUARTE PIRES DE MENEZES
GUSTAVO DA SILVA SOUZA
LUIZ FERNANDO DE PINHO CAVASSANA
MARIA EDUARDA JAVORKA SILVA
RITCHELLY PIRES DE MENEZES

Trabalho de ética: regulamentações das psicoterapias no Brasil

Trabalho de Campo apresentado à


disciplina de Processos Psicológicos
Básicos

Orientadora: Prof.ª Cristiane Camargo

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

1 4
CARACTERIZAÇÃO DO TEMA.................................................................

2
HISTÓRICO DA PSICOTERAPIA.................................................................. 4
3
INÍCIO DA PSICOTERAPIA NO BRASIL...................................................... 5
4
POSICIONAMENTO CFP/CRP ...........................................................................5
5
QUESTÕES ÉTICAS...................................................................................... 6
5.1
Trabalho dos Conselhos.............................................................................. 6
5.2
Ética na graduação ............................................................................................ 6
5.3
Código de Ética e a psicoterapia .................................................................... 7
6
PSICOTERAPIA EM OUTROS PAÍSES ............................................................7

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 9
4

1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA

O surgimento da psicoterapia com base na etimologia (grega) da palavra


“psicoterapia”, sendo therapeia, cura, iniciação, método, ato de curar, tomar conta.
Neste caso, o sentido seria de “cura da alma”, e assim pensado, o movimento de
buscar formas de cuidar “dos problemas da alma” se manifesta em diferentes culturas e
tempos históricos, tornando difícil estabelecer um marco para a psicoterapia enquanto
prática humana.
O campo das psicoterapias se constituiu a partir de suas raízes históricas
xamânicas, de processos de cientificização e institucionalização, conquistando
validade, diversificação, ampliação e consolidação social, como prática clínica, no
Brasil, essa atuação profissional, por vezes, é a representação social que se tem do
psicólogo ou da psicologia.
Considera-se como raízes históricas da psicoterapia, as práticas
relacionadas à problemáticas da alma (psique), por exemplo as de caráter místico e
religioso, as quais são anteriores ao modelo de tratamento e pesquisa concebido
atualmente.

2 HISTÓRICO DA PSICOTERAPIA

No final do século XVII começa a se moldar a psicoterapia a partir da ajuda do


movimento do Iluminismo e com a ajuda e influência de Filósofos importantes como
Voltaire e Rousseau que contribuem com a antropologia e o progresso de
esclarecimento humano, inclusive no esclarecimento psicoterapêutico (O paciente
passa a ser reconhecido e tratado de forma mais humana).
No final do século XVII até o início do século XIX- Pinel e Esquirol iniciam a
terapia psicanalítica que tinha como método de cura do sofrimento mental e outros, a
sugestão que 50 anos mais tarde vinha a ser chamada de Hipnose e nomes como o de
Charcot surgem também nesse período por ter forte influência nas teorias de
psicanalise de Sigmund Freud pois foi ele quem o orientou nos estudos sobre a histeria.
São realizados nesta área várias publicações e congressos, um deles sendo o
primeiro congresso psicanalítico que ocorre em 1908, em Salzburg, dirigido por Freud.
Onde surgem vários centros e institutos que se diferenciam em suas opiniões teóricas e
técnicas conforme a psicanalise se expandia em escolas de terapias. No século XX,
durante a Primeira Guerra Mundial, a psicanalise torna-se mais enraizada e estruturada
tanto na América quanto na Europa.
Temos então Freud como a figura inauguradora da psicoterapia tendo como
percursores outros seguidores que se diferenciavam, alguns o seguiram, outros
5

acrescentaram e outros ainda se distanciaram radicalmente. A psicanálise, a


psicoterapia de orientação analítica, a psicoterapia de apoio, a psicoterapia de grupo, a
psicoterapia humanista, a existencial, a cognitivo-comportamental, além de outras.
Mas acima de tudo além de notar a importância de todas, o terapeuta deve
manter sempre os valores de empatia, simpatia e inteligência como base em seus
estudos e terapias.

3 INÍCIO DA PSICOTERAPIA NO BRASIL

O pensamento psicológico produzido por Massimi é extremamente importante,


pois, é a partirdele que entendemos o surgimento das psicoterapias no Brasil.
A produção do conhecimento teórico psicológico no Brasil inicia-se com a vinda
da família Real e a transferência da corte Portuguesa para se estalar no Rio de
Janeiro, trazendo com eles boa parte de seu acervo de livros, pesquisas e obras de
arte. Neste período criou-se o Museu Nacional 1818, iniciou as instituições de ensino
superior como a faculdade de Direito de São Paulo e Olinda em 1827, e a escola de
Cirurgia da Bahia 1808.
Em 1842 é inaugurado no Rio de Janeiro o Hospício Pedro II, nele era internado
o louco, afastando as pessoas do convívio com a família e a sociedade, lá adotavam o
trabalho forçado, estando sob constante vigilância, e organização do tempo com
intervenções morais.
Já na década de 60 a psicologia consegui sua regulamentação perante as
outras profissões e áreas de conhecimento, é publicada a Lei nº 4.119 de 27 de agosto
de 1962, estabelecendo parâmetros curriculares para sua área acadêmica.
A Psicoterapia veio para buscar a cura de algo externo que atinge o indivíduo
de forma diretamente ou indiretamente, relacionando-o com sigo mesmo ou com o
próximo. A Psique é mente, alma e Terapia é a cura, a psicoterapia busca a cura de
algo que está dentro do indivíduo ou que está acontecendo externamente.
A psicoterapia se estabelece quando surge a técnica ativa trocando o divan
pela poltrona, reduzindo-se o tempo de análise buscando a interação, participação
efetiva entre o terapeutae o paciente.
6

4 POSICIONAMENTO CFP/CRP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e todos os 24 Conselhos Regionais


(CRPs) se reuniram de forma virtual para tratar os assuntos sobre à formação,
qualificação e regulamentação na área da Psicoterapia. Foi colocado em debate a
recentes normas– Resolução CNRM 34/2021 – da Comissão Nacional de Residência
Médica, no âmbito do Ministério da Educação, que aprova a competências dos
programas para a área de atuação em Psicoterapia.
O encontro deu sequência aos trabalhos para monitorar as atividades do tema,
tendo em vista a função de orientar e fiscalizar a atuação profissional de psicólogos (a).
Ao GT ficou a tarefa de revisar a Resolução CFP nº 10/2000, que especifica qualifica a
Psicoterapia como prática da(o) psicóloga(o).
Foram debatidos desafios da Psicoterapia, levando a estruturar estratégias à
regulamentação da prática profissional. Tendo em vista que o exercício da Psicoterapia,
atualmente, o GT tem visto sobre as possibilidades de propostas de enfrentar os
principais desafios. O grupo segue atento sobre o CNRM 34/2021, buscando em que
medidas que representa impactos à atuação profissional das(os) psicólogas(os) – tendo
em vista que a primeira verificação, não observou prejuízos à prática da Psicologia.
Durante o 10º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), o tema retornou às
deliberações do encontro, destacando a importância de que o Sistema Conselhos
continuasse as discussões sobre Psicoterapia para problematizar a formação, as
práticas e as regulamentações necessárias. Com o apoio da Associação Brasileira de
Psicoterapia e da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, o CFP realizou o
Seminário Nacional sobre Psicoterapia: formação, qualificação e regulamentação.

5 QUESTÕES ÉTICAS
5.1 Trabalho dos Conselhos
O Sistema Conselhos deve trabalhar no sentido de:

1) Construir referencias da atuação do profissional psicólogas e psicólogos que atuam


na supervisão de estágio psicoterapia, sempre respeitando os critérios de atuação
previstos pelo Código de Ética e Diretrizes Curriculares Nacionais;
2) Sempre incentivar especializações e formação continua dos docentes que
ministram disciplinas sobre a psicoterapia, validando essa afirmativa com as IES.
7

5.2 Ética na graduação


1) Estejam sempre inclusas no projeto pedagógico dos cursos de formação a ética e
a responsabilidade social, e que sejam tratadas durante todo o curso e presentes na
atuação do gestor e do professor;
2) Sempre discutir questões éticas da interface entre psicologia e psicoterapia;

3) Garantir que a ética profissional seja tema bordado em todo o curso, abrangendo
todas as disciplinas e nas diferentes áreas de atuação. Quanto à psicoterapia, deve-
se sempre incentivar o compartilhamento do conteúdo do Código de Ética. Divulgar e
debater as Resoluções promulgadas pelo CFP, em especial aquelas ligadas à práticas
de psicoterapias;
4) A graduação deve estimular e promover iniciativas que visem a formação integral
dos estudantes, incluindo questões de cidadania e do cuidado de si.

5.3 Código de Ética e a psicoterapia


Art. 2°
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais;
Art. 4°
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor
acordado;
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio
da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha
acesso no exercício profissional.

Art. 20°
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de
outras categorias profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.

6 PSICOTERAPIA EM OUTROS PAÍSES

Na Alemanha, a prática de psicoterapia para adultos é restrita a psicólogos e


médicos. Os profissionais da saúde mental optam pela psicanálise, terapia
psicodinâmica ou terapia comportamental cognitiva para atender os critérios
8

estabelecidos pelas companhias de seguro de saúde.


Já na Itália, a prática exige a formação em psicologia ou medicina e uma
complementação de quatro anos com treinamento especializado que seja
reconhecido.
Na Suécia temos uma peculiaridade, o título de piscoterapeuta é atribuido para
aquele que concluir uma pós-graduação em psicoterapia e assim pleiteia junto ao
Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar a licença.
O título de psicoterapeuta na França é restrito para os profissionais do Registro
Nacional de Psicoterpeutas, exigi capacitação em psicopatoligia clínica para médicos
ou mestres em psicologia ou psicanálise.
Na Áustria e Suíça a partir de 2011, têm leis que reconhecem as abordagens
funcionais multidisciplinares.
Por fim no Japão a psicoterapia é prática exclusiva do psicólogo, sendo
necessário formação específica, que inclui mestrado e certificação profissional
concedida através do exame nacional realizado uma vez por ano. É dividido em exame
primário onde são avaliados os conhecimentos em avaliação psicológica, entrevista
psicológica, apoio comunitário e pesquisa, além disso também se avalia ética e
legislação. E na segunda fase é realizada uma entrevista e prova oral.
9

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A psicologia no Brasil: leitura histórica sobre


sua constituição. 5. ed. São Paulo: EDUC, 2014.

EDUCAÇÃO, Portal da. História da psicoterapia. Psicologia, São Paulo, 2012.


Disponível em:
<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/historia-da-
psicoterapia/16769>. Acesso em: 29 out. 2021.

ANDRADE, Juliana Moreira da Silva. A psicoterapia como atividade de trabalho no


Brasil. 2018. 283f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (Brasília). 2009 ano da psicoterapia:


Sistematização do Seminário Nacional do Ano da Psicoterapia. Psicoterapia, DF, 2009.
Disponível em: <http://site.cfp.org.br/>. Acesso em: 29 out. 2021.

HILUEY, Angela. Contribuições para a normatização da psicoterapia. Disponível


em:<abrap.org/normatizacao.php?NuNot=6>. Acesso em: 28 out. 21.

GOTO, Carine Sayuri. Psicologia no Japão: da psicoterapia à atuação do psicólogo


brasileiro. Disponível em:<https://tododia.jp/psicologia-no-japao-da-psicoterapia-a-
atuacao-do-psicologo-brasileiro/>. Acesso em: 28 out. 2
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

NICOLY IMPERIALE CANOSSA F1386J4


THAISA FOGAÇA G198255
MARIA EDUARDA MIRANDA NALIN F139727
MARCELLA SILVA E SILVA G25FGC8
LAURA BEATRIZ MILANI N699728
CAMILLY PEREIRA AVEIRO G2648H1

TRABALHO DE CAMPO:
Serviços psicológicos mediados por computador.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
NICOLY IMPERIALE CANOSSA F1386J4
THAISA FOGAÇA G198255
MARIA EDUARDA MIRANDA NALIN F139727
MARCELLA SILVA E SILVA G25FGC8
LAURA BEATRIZ MILANI N699728
CAMILLY PEREIRA AVEIRO G2648H1

TRABALHO DE CAMPO:
Serviços psicológicos mediados por computador.

Trabalho de Campo apresentado à


disciplina de Psicologia: Ética profissional.

Orientadora: Prof.ª Cristiane Camargo de


Oliveira Brito.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3

2 BREVE HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO .......................................................... 3

3 POSICIONAMENTO CRP/CFP ................................................................................ 6

4 QUESTÕES ÉTICAS RELACIONADAS.................................................................. 8

5 OUTROS PAÍSES .................................................................................................. 10

6 COVID- 19 E RELAÇÃO AO TEMA. ..................................................................... 11

7 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 13
3

1 INTRODUÇÃO

Trabalho composto por alunos graduando o curso de psicologia para a


disciplina ‘’Ética Profissional’’, atualmente no 2 semestre. Tendo como objetivo
apresentar o tema ‘’Serviços psicológicos mediados por computador’’ analisando um
breve contexto histórico, posicionamento CRP/CFP, questões éticas relacionadas,
análise em território internacional e as consequências da covid-19 em relação aos
serviços psicológicos mediados pela TIC (tecnologia da informação e comunicação).
4

2 BREVE HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO

Em 2000 a primeira à Resolução do n° 003/2000, fruto de debates no encontro


do PsicoInfo - Seminário Nacional de Psicologia e Informática em 98. Então, a partir
deste ano foi aprovado, depois de intensas articulações e discussões com os
representantes dos CRPs de todo o contexto nacional, realizadas em plenárias,
grupos de trabalho, simpósios e seminários. Torna-se fato a resolução n° 003/2000
que regulamenta o atendimento psicoterapêutico e outros serviços psicológicos
mediados pelas TIC. (BRASIL, 2000).
Acerca da Resolução nº 012/2005, junto com o lançamento da Cartilha Sistema
que traça as políticas de Credenciamento de sites e/ou blog, ao qual informa todos os
passos de cadastramento e análise antes de receber o Selo Certificador que era
emitido pelo CFP permitindo o psicólogo usar estes instrumentos tecnológicos.
(BRASIL, 2005).
Se dá em 2011 com o primeiro Seminário Serviços Psicológicos on-line
realizado virtualmente em 22 de novembro de 2011 transmitido pelo site do CFP.
Evento específico que discutiu a temática e os aspectos interdisciplinares presentes
nos serviços psicológicos on-line, como reza a Resolução nº 12/2005. Assim, por meio
das conferências as “Diversas formas da psicologia: psicoterapia on-line” por Rosa
Farah e “Cibercultura, novas mídias e produção de subjetividade” por José Carlos
Ribeiro. Como as mesas de “Psicoterapia on-line: histórico no Brasil e no mundo por
Luciana Ruffo e Maria Adelia Pieta. (PIETA, 2011).
Acerca da Resolução n° 011/ 2012 que substituiu a Resolução n.º 12/2005,
sendo substituído pela Resolução nº 11/2018, junto com e-Psi um sistema lista dos
psicólogos autorizados pelo Sistema Conselhos de Psicologia a prestarem serviços
psicológicos mediados pelas TIC.
Diante do contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-20 e suas dimensões há
uma reorganização do mundo, ao qual diz também acerca dos aspectos tecnológicos
e técnicos que mobiliza as confrarias científicas em todo o mundo quanto a um
antídoto do vírus em si, como também reflexos de ordem social, econômico, e
psicológica, ou seja, sobre a saúde mental. Diante deste avanço, na terça-feira dia 24
de março de 2020, CFP enviou recomendação, para gestores públicos e
empregadores de psicólogos que suspendessem de forma imediata as atividades
5

profissionais da categoria na modalidade presencial, salve as exceções emergenciais


(BRASIL, 2020) Neste sentido, se tornou imperativo considerar a AAE Covid-10 do
contexto da Pandemia do Coronavírus 2019-20, disponibilizando os serviços
psicológicos mediado pelas TIC, em que a urgência sensibilizou o CFP. Os desafios
dos serviços psicológicos mediados pelas TIC no contexto da Pandemia do
Coronavírus 2019-2020 que possibilitou que Psicólogos prestassem atendimento à
distância sem a aprovação prévia do cadastro e-Psi de forma voluntária e ou paga,
assistida por planos de saúde. Porém, o CFP sinalizou a obrigatoriedade da realização
do cadastro no e-psi.cfp.orb.br.
6

3 POSICIONAMENTO CRP/CFP

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 26 DE MARÇO DE 2020

Dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de


Tecnologia da Informação e da Comunicação durante a pandemia do COVID-19.
A PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso das
atribuições legais que lhe são outorgadas pela Lei 5.766, de 20 de dezembro de 1971;
CONSIDERANDO a declaração de pandemia de COVID-19, doença causada
pelo novo Coronavírus - Sars-Cov-2, realizada pela Organização Mundial de Saúde -
OMS em 11 de março de 2020;
CONSIDERANDO os meios de Tecnologia da Informação e da Comunicação
como recurso para trabalho remoto;
CONSIDERANDO a Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005, que
estabelece o Código de Ética Profissional do Psicólogo;
CONSIDERANDO a Resolução CFP nº 11, de 11 de maio de 2018, que
regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de tecnologias
da informação e da comunicação e revoga a Resolução CFP N.º 11, de 2012; resolve:
Art. 1º Esta Resolução regulamenta os serviços psicológicos prestados por
meios de tecnologia da informação e da comunicação durante o período de pandemia
do COVID-19.
Art. 2º É dever fundamental do psicólogo conhecer e cumprir o Código de Ética
Profissional estabelecido pela Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005, na
prestação de serviços psicológicos por meio de tecnologias da comunicação e
informação.
Art. 3º A prestação de serviços psicológicos referentes a esta Resolução está
condicionada à realização de cadastro prévio na plataforma e-Psi junto ao respectivo
Conselho Regional de Psicologia - CRP.
§ 1º O psicólogo deverá manter o próprio cadastro atualizado.
§ 2º O psicólogo poderá prestar serviços psicológicos por meios de Tecnologia
da Informação e da Comunicação até emissão de parecer do respectivo CRP.
I - Da decisão de indeferimento do cadastro pelo CRP cabe recurso ao CFP,
no prazo de 30 dias;
7

II - O recurso para o CFP terá efeito suspensivo, de modo que o psicólogo


poderá prestar o serviço até decisão final do CFP;
III - A ausência de recurso implicará no impedimento e interrupção imediata da
prestação do serviço;
IV - Na hipótese de ausência de recurso ou de decisão final do CFP
confirmando o indeferimento do cadastro pelo CRP, o psicólogo fica impedido de
prestar serviços psicológicos por meio de tecnologias da comunicação e informação
até a aprovação de novo requerimento de cadastro pelo CRP.
V - Incorrerá em falta ética o psicólogo que prestar serviços psicológicos por
meio Tecnologia da Informação e da Comunicação após indeferimento do CFP.
Art. 4º Ficam suspensos os Art. 3º, Art. 4º, Art. 6º, Art. 7º e Art. 8º da Resolução
CFP nº 11, de 11 de maio de 2018, durante o período de pandemia do COVID-19 e
até que sobrevenha Resolução do CFP sobre serviços psicológicos prestados por
meios de tecnologia da informação e da comunicação.
Frente à crise sanitária provocada pela Covid-19, a nova normativa suspende,
de forma excepcional e temporária, alguns dispositivos da Resolução CFP nº
11/2018 que regulamenta a prestação de serviços psicológicos on-line, para
flexibilizar esta forma de atendimento e, assim, evitar a descontinuidade da assistência
à população nos próximos meses.
8

4 QUESTÕES ÉTICAS RELACIONADAS

A utilização das TIC pelos profissionais da Psicologia exige a reflexão sobre


três questões que se complementam e que estão pautadas na primeira Resolução nº
003/2000, e perpetuada pela Resolução nº 012/2005, nº 011/2012, nº 11/ 2018 e
atualizada pela resolução nº 04/2020.
Art. 1- é dever da (o) psicóloga (o) prestar serviços psicológicos de qualidade,
em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando
princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência
psicológica, na ética e na legislação profissional (BRASIL, 2000, 2005c, 2012, 2018).

A primeira questão é de fundo teórico, ao campo epistêmico (conhecimentos),


pois o psicólogo deve estar inteirado acerca das teorias contemporâneas que giram
em torno das tecnologias, assim construindo uma discussão interdisciplinar de
autores, áreas, teorias e técnicas quanto à relação TIC e Psicologia para compressão
da filosofia da informação, dos fluxos comunicacionais e informacionais e curadoria
de dados e da informação (LEITÃO; NICOLACI-DA-COSTA, 2003; TEIXEIRA, 2004;
CARLOS, 2007).
Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá
a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício
ilegal da profissão.
Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação,
zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das
atribuições, da base científica e do papel social da profissão.

A segunda refere-se a técnica (técnicas), ao entender básico do uso destes


instrumentos tecnológicos como também das terminologias e linguagens que alinham
internet. (NEGROPONTE,1995; DEMO, 2000; RUFFO, 2011, BRASIL, 2013; BRASIL,
2018).
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o
exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional;
9

f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento


psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou
reconhecidos pela profissão;
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica;
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas,
adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;

A terceira questão diz sobre a ética, pois o CFP reforça a possibilidade de


exercício profissional na atuação em emergências, em contextos clínicos e
Assistência Social e de políticas públicas. Nos casos em que os psicólogos optem
pela prestação de serviços psicológicos realizados por meios das TIC, deverá seguir
as orientações da Resolução nº 4, de 26 de março de 2020, que suspende os Art. 3º,
Art. 4º, Art. 6º, Art. 7º e Art. 8º da resolução nº 11, de 11 de maio de 2018, em especial
da necessidade de realização de um cadastro prévio junto ao seu Conselho Regional,
pois a flexibilização de iniciar os atendimentos por meio das tecnologias deve ocorrer
antes do seu cadastro para ser analisado pelo Conselho, já que está prevista apenas
para os meses de março e abril de 2020 (BRASIL, 2018; BRASIL, 2020).
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código;
a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código;
l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou
irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da
legislação profissional.
10

5 OUTROS PAÍSES

Nos EUA, a Associação Americana de Psicologia (APA) legisla sobre todos os


psicólogos norte- americanos de modo semelhante ao CFP no Brasil. Também
existem a Associação Americana de Aconselhamento (ACA), a Associação dos
Conselheiros Norte-Americanos de Saúde Mental (AMHCA) e as Comissões de
Avaliação (Commission Boards), que certificam os profissionais em cada estado
norte-americano. Todas elas permitem o uso de intervenções por meios eletrônicos.
No código de ética da APA, o uso de electronic transmission e other forms of
communication já faz parte da prática do psicólogo. A alteração para incluir essas
formas de comunicação ocorreu na atualização do código de ética em 2002 (American
Psychological Association, 2002). A ACA, em 2014, afirmou que “os conselheiros
ativamente tentam compreender a natureza evolutiva da profissão, no que diz respeito
a aconselhamento a distância, tecnologia, mídia social e como outros recursos podem
ser usados para melhor servir seu cliente” (ACA, 2014, p. 17). A AMHCA também se
posiciona a favor das novas práticas, desde que sejam mantidas as normas éticas. A
referida associação acrescenta a necessidade do conselheiro se assegurar de que o
cliente seja capaz do ponto de vista intelectual, físico e emocional para usar serviços
mediados por tecnologia (American Mental Health Counselors Association, 2010).
No Reino Unido, a Sociedade Britânica de Psicologia permite a terapia on-line.
Porém, além de aderir ao código de ética existente, há a necessidade de atentar a
quesitos específicos, como a certificabilidade do psicólogo e o maior cuidado com
fraudes (The British Psychological Society [BPS], 2009). O Canadá segue os modelos
da Inglaterra, com normas que englobam o consentimento informado e comunicam
quais os benefícios para a sociedade (Canadian Psychological Association, 2006). A
Associação Neo-Zelandesa de Conselheiros estabelece alguns parâmetros segundo
os quais os conselheiros precisam informar os clientes sobre as limitações e os riscos
da comunicação eletrônica, por meio de contratos específicos para essa modalidade
de intervenção (The New Zealand Association of Counsellors, 2012).
11

6 COVID- 19 E RELAÇÃO AO TEMA

No contexto da pandemia do coronavírus 2019-20, os serviços clínicos


psicológicos mediados pelas TIC se tornaram importantes no que versa as demandas
da população brasileira que se encontra situada na realidade social digital e virtual,
por meio do distanciamento social (físico), isolamento domiciliar e/ou em quarentena,
fatores que também potencializam, como dão contornos mais definidos a angústia, a
ansiedade e o estresse como construtos que também ameaçam a boa saúde mental.
Esses serviços se configuram também estratégicos para resguardar os profissionais
psicólogos que podem manter seus atendimentos pela lógica do Home Office.
Contudo, assistir à população a partir deste modelo clínico é desafiador, pois há
fatores a se considerar que emergem sobretudo pela ética, a formação teórica e
técnica dos psicólogos e uma delimitação mais conceitual terminológica, e outras
especificidades que compõe cada modalidade que faz parte dos serviços psicológicos
mediados pelas TIC. Quanto a vantagem, esse método é fundamental para manter a
calma e um estado emocional apropriado. Uma população bem-informada pode atuar
de modo adequado, proteger-se melhor e ser menos vulnerável do ponto de vista
psicossocial. O uso das TIC possibilitou mudanças benéficas em meio a essa
pandemia, fazendo com que a maioria dos profissionais se adequassem utilizando os
meios digitais como a principal ferramenta de serviço. Ao fazer uma análise a partir
de uma perspectiva histórica-epistêmico, infere-se que entre 1995 e 2012 houve
avanços significativos acerca dos estudos teórico-epistêmicos e técnico-epistêmicos
sobre os serviços psicológicos mediados pelas TIC. Contudo, se faz compreender que
o contexto da pandemia do coronavírus 2019-20 pode ser fortuito para o progresso da
psicologia quanto a estes serviços, cabendo aos conselhos de psicologia pensar na
construção de protocolos para coletas de dados dos atendimentos que estão
ocorrendo, pois, é também no contexto de uma crise que se há crescimento. Esse
contexto pode-se considerar um vetor epistêmico, pois ele tem reestruturado o mundo,
o que inclui o campo científico ao qual o Brasil tem sofrido perdas pela gestão do atual
presidente e ministro da educação. Em um primeiro momento as reconfigurações no
âmbito da psicologia deu-se pela urgência da facilitação dos psicológicos quanto aos
atendimentos a população sem cadastro e análise prévio no e-Psi, embora, o CFP
deixou claro a urgência do cadastro. Houve também a criação da Resolução nº 4, de
12

26 de março de 2020, que suspende de forma temporária os Art. 3º, Art. 4º, Art. 6º,
Art. 7º e Art. 8º da resolução nº 11, de 11 de maio de 2018 que dificultavam a aplicação
dos serviços clínicos em contextos extremos.
13

7 REFERÊNCIAS

https://www.crpsp.org/legislacao/view/49/resolucao-cfp-n-0112018

http://www.crp09.org.br/portal/orientacao-e-fiscalizacao/orientacao-por-
temas/atendimento-mediado-por-computador

https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf

http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/987/1/Os%20desafios%20do
s%20servi%C3%A7os%20psicol%C3%B3gicos%20mediados%20pelas%20TICs.pdf

https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-4-de-26-de-marco-de-2020-
250189333

https://www.redalyc.org/journal/2871/287145646010/html/
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Bianca Alice da Silva - G185ECi


Isadora da Silva Lima - G184815
Mayara de Oliveira Neves - F3411H1
Mateus A. Bianchi – G27HJG6
Liriel Rodrigues Ferraz – N720417
Lorena Giuliane Lisboa - N7035H9
Sergio Albanes – N699124

TRABALHO ÉTICA:

ÉTICA E SIGILO PROFISSIONAL

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Bianca Alice da Silva - G185ECi


Isadora da Silva Lima - G184815
Mayara de Oliveira Neves - F3411H1
Mateus A. Bianchi - G27HJG6
Liriel Rodrigues Ferraz – N720417
Lorena Giuliane Lisboa - N7035H9
Sergio Albanes – N699124

TRABALHO ÉTICA:

ÉTICA E SIGILO PROFISSIONAL

Trabalho de Campo apresentado à


disciplina de Psicologia: Ética e sigilo.

Orientadora: Prof.ª Cristiane Camargo


Brito.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2021

SUMÁRIO

1. CARACTERIZAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 4

1.1. Ética e sigilo profissional .................................................................................. 4

2. BREVE HISTÓRICO ............................................................................................... 4

2.1. Sigilo profissional .............................................................................................. 4

2.2. Sigilo profissional na psicologia....................................................................... 5

2.2.1. Influência do período histórico e político na construção do 1° Código de


Ética (1975) ................................................................................................................ 5

2.2.2. Influencias dos avanços democráticos e da criação da Constituição


Federal de 1988 nos códigos de ética mais atuais ................................................. 5

3. POSICIONAMENTO DO CRP ................................................................................ 8

3.1. O que o CRP diz sobre a questão do sigilo profissional? .............................. 8

3.2. Quando é possível quebrar o sigilo? ................................................................ 8

3.3. O que fazer se acredito que o sigilo foi quebrado indevidamente? .............. 9

4. QUESTÕES RELACIONADAS AO TEMA ........................................................... 10

4.1. Nota de repúdio divulgada em matéria televisiva .......................................... 10

4.2. Apelação Cível apresentada no TJ-SP ........................................................... 11

4.3. Apelação Cível apresentada no TJ-RS ........................................................... 11

4.4. Psicóloga denuncia colega, após sofrer assédio por parte de tal ............... 12

5. COMO O SIGILO PROFISSIONAL É TRATADO EM OUTROS PAÍSES ............ 13

5.1. Estados Unidos da América ............................................................................ 13

5.2. Espanha............................................................................................................. 14

6. REFERENCIAS ..................................................................................................... 16
1. CARACTERIZAÇÃO DO TEMA

1.1. Ética e sigilo profissional

O sigilo profissional é parte fundamental de um código de ética e em algumas


profissões, entre elas a psicologia, sem o mesmo, não haveria a confiança do paciente
em exteriorizar ao psicólogo o que lhe é íntimo e que o mesmo não deseja que se
torne público - ou seja, o próprio processo terapêutico não seria possível.
Ao longo da história, os avanços democráticos e da legislação trabalhista
influenciaram grandemente as alterações dos códigos de ética do psicólogo.
Boaventura de Souza Santos, professor e doutor em Sociologia, defende que os
princípios e os artigos “(...) continuarão a sofrer modificações, uma vez que são
espelhos e não estátuas, refletem a sociedade e não meramente a observam”.

Segundo Santos, “os Princípios Fundamentais são as bases do Código de Ética,


diretrizes que espelham as crenças a respeito de como deve ser a atuação do
profissional e por onde deve caminhar a ciência psicológica. Os artigos que seguem
os Princípios Fundamentais são regras que mapeiam a prática. (...)”.

Sendo assim, a ética que norteia toda a prática do psicólogo, incluindo a forma
como ele entende e lida com o segredo profissional, tomou diferentes concepções ao
decorrer dos diferentes momentos históricos que perpassam o avanço da profissão.

2. BREVE HISTÓRICO

2.1. Sigilo profissional

No Período Hipocrático (Grécia, séculos V e IV a. C.: Hipócrates separa o


processo de cura dos preceitos místicos, antes relacionados) o sigilo profissional
estava restrito a medicina e era apenas um dever médico, não um direito do paciente,
pois não haviam bases jurídicas que assegurassem este.

4
Durante o século XIX o sigilo profissional deixou o seu aspecto de “segredo de
confissão” e se aproximou da área jurídica, entretanto era facilmente revogado pelas
autoridades da época.

No século XX o sigilo torna-se direito do cidadão, logo, não era mais unicamente
um dever do profissional – sendo este pertencente a qualquer profissão que
possibilitasse acesso direto a informações confidenciais devido ao exercício da
mesma. Ele foi introduzido na constituição da República Portuguesa, na Convenção
dos Direitos do Homem, em códigos deontológicos (de ética) e no Código Civil e
Penal.

2.2. Sigilo profissional na psicologia

2.2.1. Influência do período histórico e político na construção do 1° Código de Ética


(1975)

A Ditadura Militar no Brasil de 1964 influenciou grandemente o período em que o


primeiro código de ética oficial do psicólogo foi constituído. Em 1979, quando havia
uma maior resistência dos movimentos sociais e uma mudança nesse cenário
ditatorial, o código precisou ser revisto e, enquanto o tema relacionado ao sigilo
ganhou ênfase, alguns artigos que tratavam de práticas como o interrogatório sob
ação de hipnose foram retirados.

Artigo 4 (Das Responsabilidades para com o Cliente – Código de Ética do


Psicólogo de 1975):

“Utilizar de interrogatório sob a ação hipnótica, ou de processos similares,


só quando tais procedimentos se justifiquem dentro de uma técnica terapêutica bem
estabelecida e sempre em benefício do cliente;”

2.2.2. Influencias dos avanços democráticos e da criação da Constituição Federal


de 1988 nos códigos de ética mais atuais

5
No final do período de Ditadura Militar, vários movimentos da população brasileira
começaram a ganhar voz em sua busca pela redemocratização do país, entre eles as
Diretas já (1984). Nesse contexto de mudanças na sociedade, houve a necessidade
de um novo código de ética que espelhasse o cenário atual e ouvisse, tanto aos
profissionais psicólogos, quanto aos cidadãos.

Artigo 24 (Do Sigilo Profissional – Código de Ética do Psicólogo de 1975):

“É admissível a quebra do sigilo profissional nos seguintes casos:

a)Quando o cliente for menor, tiver sido encaminhado por seus pais, tutores ou
responsáveis, aos quais unicamente cabe prestar as informações; [...]”

Artigo 26 (Do sigilo profissional – Código de Ética do Psicólogo de 1987):

“O sigilo profissional protegera o menor impúbere ou interdito, devendo ser


comunicado aos responsáveis o estritamente necessário para promover medidas em
seu benefício.”

A criação da Constituição Federal de 1988 foi um marco importante desse mesmo


momento histórico, pois, além de restabelecer a democracia no Brasil, também trouxe
o contraste na abrangência dos direitos antes previstos na Constituição do Período
Militar e os defendidos a partir dela.

É possível observar logo abaixo a relação dos artigos referentes ao sigilo como
direito do cidadão nas duas constituições:

Inciso 9° do Artigo 150 da Constituição Federal de 1967 (Capitulo IV – Dos


Direitos e Garantias Individuais):

“São invioláveis a correspondência e o sigilo das comunicações telegráficas


e telefônicas.”

6
Artigo 5 da Constituição Federal de 1988 (Capitulo I – Dos Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos):

X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;

XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações


telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;

Uma nova legislação acaba por requerer atualização das profissões para que elas
possam estar em conformidade com a mesma - não foi diferente com a psicologia. O
Código de Ética do Psicólogo atual, publicado em 2005, que foi a revisão após a
constituição de 1988, é o mais enxuto entre os três constituídos antes pois, ao longo
do tempo, o caráter específico foi deixado de lado para dar lugar a uma concepção
mais geral e abrangente das questões que podem ser encontradas pelos profissionais
em sua pratica. Essa nova característica visa incentivar o psicólogo a dar um
aprofundamento na própria formação e conduta ética.

Esse olhar diferente fica perceptível na comparação do código de 1987, já que este
abordava o sigilo em seus nove artigos, contando apenas a seção “Do sigilo
profissional”, apresentando casos específicos, enquanto o atual da abertura para que
o profissional desenvolva uma prática autônoma, reflexiva e criativa.

O artigo 10°, do Código de 2005 e um dos principais referentes ao sigilo profissional


deste, por exemplo, explicita o poder de decisão colocado sobre o psicólogo em casos
de conflito entre a manutenção do segredo e a afirmação dos princípios fundamentais.

7
3. POSICIONAMENTO DO CRP

3.1. O que o CRP diz sobre a questão do sigilo profissional?

Bom, o Art. 9º do nosso Código de Ética diz que:

“É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por


meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que
tenha acesso no exercício profissional.”

Isso significa, de maneira simples, que o psicólogo não pode expor nada do que
é relatado num atendimento psicológico. É essencial que a pessoa atendida se
sinta segura para expressar aquilo que ela está sentindo ou então relatar um
acontecimento, sem o receio de que isso seja divulgado.

3.2. Quando é possível quebrar o sigilo?

No Art. 10º fala que:

“Nas situações em que se configure conflito entre as exigências


decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais
deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá
decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.

Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste


artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente
necessárias.”

Os princípios fundamentais do código são a liberdade, dignidade e


integridade do ser humano. Isso quer dizer que, por exemplo, se houver suspeita
de risco à vida do paciente ou de terceiros, o psicólogo pode romper o sigilo. Outra
situação em que o sigilo deve ser quebrado é no caso de maus tratos contra
crianças e adolescentes, sendo obrigatória uma denúncia.

8
Lembrando que:

Art. 13 - No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser


comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem
medidas em seu benefício.

O psicólogo também pode abrir o conteúdo do atendimento quando está inserido


numa equipe multiprofissional ou quando recebe uma ordem judicial, se a saúde
mental do paciente for questionada nos processos judiciais. Nesses casos, ele deve
descrever apenas aquilo que for essencial, conforme descrito no Art. 12º.

3.3. O que fazer se acredito que o sigilo foi quebrado indevidamente?

É possível, nesses casos, fazer uma denúncia ao Conselho Regional de


Psicologia da sua região. Ou, caso esteja fazendo psicoterapia com um psiquiatra,
ao Conselho Regional de Medicina. Vale tomar cuidado, porém, caso você esteja
fazendo psicoterapia com algum profissional que não está nessas categorias, pois ele
pode não ter nenhum órgão ou código de ética que regula sua prática. Nesses casos,
você não teria a quem recorrer caso se sinta prejudicado na relação terapêutica.

Art. 21 - As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração


disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos
dispositivos legais ou regimentais:

a. Advertência;

b. Multa;

c. Censura pública;

d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad


referendum do Conselho Federal de Psicologia;

e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho


Federal de Psicologia.

9
4. QUESTÕES RELACIONADAS AO TEMA

4.1. Nota de repúdio divulgada em matéria televisiva

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou na última sexta-feira (22) uma


nota de repúdio a respeito do estado psicológico de uma presidiária condenada por
assassinar os próprios país em 2001.

Assinado em conjunto com o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (Ibap) e a


Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo), o documento
critica o programa dominical por revelar dados sigilosos a respeito da avaliação
psicológica da criminosa

“Tal matéria televisiva feriu três aspectos básicos da ética do exercício profissional
de psicólogo: quebra do sigilo de resultado de psicodiagnóstico, divulgação indevida
de material de teste psicológico de uso privativo e, acima de tudo, a exposição pública
da pessoa do avaliado, constituindo violação dos direitos humanos e um risco à
sociedade “

“O Conselho Federal de Psicologia (CFP) tomou ciência de que foram divulgados,


por meio de dados sigilosos a respeito da avaliação psicológica foram divulgadas
partes do laudo elaborado de acordo com o método de Rorschach, teste psicológico
privativo de psicólogos conforme a Resolução CFP n. 009/2018.

O Código de Ética do Profissional Psicólogo defende princípios fundamentais


embasados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e se baseia no respeito
à promoção da igualdade, dignidade, liberdade e integridade humana.

Dessa forma, o Conselho Federal de Psicologia, junto ao Instituto Brasileiro de


Avaliação Psicológica e a Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos,
entidades brasileiras especializadas na área de avaliação psicológica, destacam que
tal matéria televisiva feriu três aspectos básicos da ética do exercício profissional de
psicólogo: quebra do sigilo de resultado de psicodiagnóstico, divulgação indevida de
material de teste psicológico de uso privativo e, acima de tudo, a exposição pública
da pessoa do avaliado, constituindo violação dos direitos humanos e um risco à
sociedade

10
4.2. Apelação Cível apresentada no TJ-SP

Na ação judicial, movida em face da Psicóloga X, foi alegada a quebra do sigilo


profissional por parte desta, ao relatar o conteúdo das consultas da Sra. Fulana ao
seu companheiro na época, o Sr. Ciclano. A Fulana, alegou ter se sentido
constrangida por ter sua privacidade violada e exposta ao seu companheiro, pela
psicóloga.

A Sra. Fulana, relatou que foi colocada contra o seu companheiro em razão da falsa
intriga gerada pela Psicóloga X. Alegando ainda que durante as fofocas que foram
feitas entre a psicóloga e o Sr. Ciclano, a psicóloga até mesmo se ofereceu para firmar
uma sociedade com ele, dizendo que mesmo assim permaneceria psicóloga do casal.

Ao julgar o processo, o relator observou prints de conversas pelo WhatsApp entre


a psicóloga e o Sr. Ciclano. Onde foi comprovada a quebra do sigilo profissional e a
proposta de sociedade, nos prints podia se observar que a psicóloga mencionava
inclusive o nome da Sra. Fulana.

A prova da relação entre a psicóloga e a Sra. Fulana foi feita através de


comprovantes de depósito bancário, referente aos pagamentos pelas sessões de
psicoterapia.

Por fim, o relator entendeu que realmente houve a quebra de sigilo profissional,
principalmente quando a psicóloga falou ao Sr. Ciclano sobre os sentimentos e o
estado emocional da Sra. Fulana, violando assim a vida privada da autora,
contrariando o art. 5º, inciso X da CF e o art. 9º do código de ética do psicólogo. A
psicóloga foi condenada a pagar a quantia de R$ 5.000,00 pelos danos morais
causados à Sra. Fulana. Além de reparar os danos morais, a condenação visa também
servir como uma função pedagógica, para que a psicóloga reveja sua postura e se
atente para que não cometa mais erros no exercício de sua função.

4.3. Apelação Cível apresentada no TJ-RS

Processo judicial de internação compulsória e alteração de guarda.

11
Neste processo, o ex-companheiro da Sra. X, moveu uma ação em face da mesma,
solicitando a internação compulsória dela e a troca de guarda da criança, alegando
que ela não possuía capacidade de cuidar do filho dado o seu transtorno psicológico.
Para comprovar o alegado transtorno, o ex-companheiro apresentou no processo um
laudo fornecido por uma psicóloga, que era psicóloga dele, até o momento em que ele
sugeriu que a Sra. X começasse a fazer terapia com ela. No referido laudo, era
atestado que a Sra. X possuía transtorno de personalidade borderline.

No entendimento do Relator, ainda que os fatos narrados pela psicóloga sejam


verdadeiros, esta não agiu com prudência ao fazê-lo. Sobre o laudo fornecido,
entendeu que este era falso e que tinha sido feito após o encerramento da
psicoterapia, a pedido do ex-companheiro da Sra. X, provavelmente com a finalidade
única de ser apresentado no processo, pois não há comprovação de que este laudo
havia sido entregue nas mãos da Sra. X, deixando dúvidas sobre se foi ela mesma
quem o solicitou. Além disso, o laudo foi parar nas mãos do ex-companheiro pois,
segundo relatado, ela o havia esquecido no carro dele. Não fosse suficiente, o laudo
foi emitido cerca de dois meses após a Sra. X encerrar a psicoterapia e só foi
apresentado no processo depois da mesma já ter apresentado sua defesa.

O relator entendeu que o fornecimento deste laudo, da forma e pela finalidade que
foi feito, era uma conduta reprovável. Além de que a psicóloga, ao fornecê-lo, se
tivesse o entregado realmente nas mãos da Sra. X, deveria ter colhido assinatura para
a comprovação, caso necessário. Por fazer o laudo falso, que poderia ter prejudicado
o andamento da ação e especialmente por ter entregue ele ao ex-companheiro da
Sra. X, ficou configurada a quebra de sigilo profissional, com a indenização por danos
morais fixada em R$ 5.000,00.

4.4. Psicóloga denuncia colega, após sofrer assédio por parte de tal

Psicóloga denuncia colega, após sofrer assédio por parte de tal.

12
Ana Caroline conta que, Caio veio procurar ajuda devido a pensamentos sexuais
correlacionados a mulheres, ela então o acolheu profissionalmente. Porém durante a
sessão, foi onde ocorreu o assédio.

Ana recorreu a quebra de sigilo pois, ela conta que denunciou para evitar que essa
situação acontecesse com outras mulheres, após ter feito, outras 2 psicólogas,
também denunciaram Caio.

Quando alguma situação é divergente ao o que está no artigo 10 do CRP fala que,
pode-se haver uma quebra do sigilo. Também no Art. 5º, inciso X da CF (constituição
federal), que diz: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
da sua violação”.

E no ocorrido, além de ir contra a honra, ouve também, uma violação dos direitos
humanos. Se olharmos nos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH), há a seguinte citação:

A violência de gênero e todas as formas de assédio e exploração sexual (....)


são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser
eliminadas (...).

No caso, como podemos observar os direitos dela não foram respeitados. Então ao
quebrar o sigilo, ela contribuiu na promoção da dignidade tanto dela, quanto a destas
outras mulheres.

5. COMO O SIGILO PROFISSIONAL É TRATADO EM OUTROS PAÍSES

5.1. Estados Unidos da América

4.01 Manter a confidencialidade

Os psicólogos têm a obrigação primária de tomar as precauções razoáveis para


proteger as informações confidenciais obtidas ou armazenadas em qualquer
meio, reconhecendo que a extensão e os limites da confidencialidade podem
ser regulamentados por lei ou estabelecidos por normas institucionais ou
13
relações profissionais ou científicas. (Veja também o Padrão 2.05, Delegação
de Trabalho para Outros).

Os Estados Unidos possuem um sigilo profissional muito semelhante ao nosso e


suas associações de aconselhamento possui um código de conduta que determina as
expectativas em relação às regras de confidencialidade. Grande parte das
associações apoia os terapeutas a manter a confidencialidade, menos quando se
tratam de casos no qual são obrigados a falar ou sente que precisa relatar por questão
de moral. Por conta disso muitos pacientes/clientes não são 100% sinceros e
verdadeiros nas sessões pelo medo da confidencialidade não ser mantida, por isso os
terapeutas têm que sempre estar a par dos regulamentos de sua localização e das
regras de sua associação.

Por exemplo, nos princípios éticos de psicólogos e códigos de conduta da American


Psychological Association (APA) , a seção 4.05 (b) declara “Os psicólogos divulgam
informações confidenciais sem o consentimento do indivíduo apenas conforme exigido
por lei, ou quando permitido por lei para uma finalidade válida como (1) fornece os
serviços profissionais necessários; (2) obter consultas profissionais adequadas;(3)
proteger o cliente/paciente, psicólogo ou outros de danos; ou (4) obter o pagamento
pelos serviços de um cliente/paciente, caso em que a divulgação é limitada ao mínimo
de necessários para atingir o objetivo”.

5.2. Espanha

5. Sigilo profissional

5.1. O sigilo profissional constitui dever do psicólogo que perdura em indefinido


e que chega até o nome do paciente ou cliente. O sigilo profissional é um direito
do paciente ou cliente estabelecido em seu benefício.

5.2 O psicólogo não pode, em nenhum caso, revelar direta ou indiretamente os


fatos, dados ou informações que você conheceu ou foram divulgados no
exercício de sua profissão, salvo ordem judicial expressa, ou autorização por
escrito do cliente ou paciente maior de idade, que atue com discernimento e
informado.
14
5.3. O psicólogo estará isento de sigilo única e exclusivamente quando
necessário. Por ordem judicial expressa. Mesmo assim, o psicólogo deve tentar
se manter reserva mais estrita aqueles antecedentes não diretamente
relacionados ao assunto Judicial.

Temos como exemplo de sigilo na Espanha o caso do copiloto que mesmo


passando por mais de quarenta especialistas das diversas áreas da saúde, por conta
do sigilo profissional, nenhum deles avisou a empresa de aviação que o mesmo havia
recebido uma recomendação de tratamento psiquiátrico para possível psicose
semanas antes de provocar uma colisão voluntária fatal com 150 passageiros a bordo
do avião. Muitos profissionais que analisaram o caso por fora chegaram a conclusão
que o sigilo profissional tem que ser mantido só até o paciente não oferecer risco para
si ou para os outros, o que não foi respeitado pelos profissionais do caso, além de ter
sido negligentes ao não avisar a empresa sobre o estado mental do copiloto.

15
6. REFERENCIAS

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, Brasília,


agosto de 2005. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf>

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia,


Brasília, fevereiro de 1975. Disponível em: < https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-
do-exercicio-profissional-n-8-1975-estabelece-novo-codigo-de-etica-dos-psicologos-
e-revoga-a-resolucao-cfp-n-08-75-de-02-de-fevereiro-de-1975 >

Pancieri, Fabiana; Ferro Bermudes, Patricia; Léllis da Matta e Silva, Tatyana.


REFLEXÕES SOBRE O SIGILO PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO NA ERA DA
INFORMAÇÃO. MULTIVIX, 2018. Disponível em: <https://multivix.edu.br/wp-
content/uploads/2018/10/revista-esfera-humanas-v03-n01-artigo01.pdf>

Procedimentos Éticos: 50 Anos De Cuidados. Conselho Regional de Psicologia SP,


2013. Disponível em:
<http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/174/frames/fr_institucional3.
aspx >.

Ferreira Amendola, Marcia. História da construção do Código de Ética Profissional do


Psicólogo. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, 2014. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
42812014000200016>

BRASIL. Constituição (1967). Constituição da República Federativa do Brasil,


1967. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm>.

16
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.

SIGILO, UMA GARANTIA CONSTITUCIONAL. Politize, 2019. Disponível em:


<https://www.politize.com.br/artigo-5/sigilo/>.

Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação Cível : AC 1015973-


71.2019.8.26.0564 SP 1015973-71.2019.8.26.0564 - Inteiro Teor. Jusbrasil, 2020.
Disponível em: <https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1132157097/apelacao-
civel-ac-10159737120198260564-sp-1015973-7120198260564/inteiro-teor-
1132157117 >.

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS – Apelação Civil AC 70058510165


RS Inteiro Teor. Jusbrasil, 2014. Disponível em: <https://tj-
rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/118530281/apelacao-civel-ac-70058510165-
rs/inteiro-teor-118530291 >

Lorran, Tácio “Psicólogas denunciam colega por assédio: “Disse que iria se
masturbar”. Metrópoles, 2021. Disponível em: < https://www.metropoles.com/distrito-
federal/psicologas-denunciam-colega-por-assedio-disse-que-iria-se-masturbar >

Princípios Éticos de Psicólogos e Códigos de Conduta. American Psychological


Association, 2017.Disponível em:< https://www.apa.org/ethics/code>

When Is It Appropriate to Break Confidentiality in Counseling?. My Clients Plus, 2021.


Disponível em: <https://myclientsplus.com/when-is-it-appropriate-to-break-
confidentiality-in-counseling/ >

17
Codigo de Etica Profesional. Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, 2012.
Disponível em: <https://www.psiucv.cl/wp-content/uploads/2012/11/Codigo-de-Etica-
Profesional-Psicolog%C3%ADa-PUCV.pdf>

Quijada, Pilar. Segreto profesional: ¿hasta dónde llegan sus límites?. ABC
sociedade, 2016. Disponível em: <https://www.abc.es/sociedad/abci-secreto-
profesional-hasta-donde-llegan-limites-201603232136_noticia.html >

Guia de Orientação – Quebra de sigilo. CRP-PR. Disponível em:

< https://crppr.org.br/guia-quebra-de-sigilo/ >

Mendonça Viana, Diego. Parecer a Respeito de Quebra de Sigilo em Situações de


Violações de Direitos de Crianças e Adolescentes e em Situações de Notificação
Compulsória – orientações e reflexões. CRP- CE Conselho Regional de Psicologia
11° Região, 2015. Disponível em:
<http://crp11.org.br/upload/Parecer%20Psicologia%20notifica%C3%A7%C3%B5es%
20compuls.pdf >

Brotto, Thaiana. Como funcionam o sigilo e a confidencialidade na terapia com


um psicólogo?. Psicólogo e Terapia, 2021. Disponível em: <
https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/psicologo-sigilo-e-confidencialidade/ >

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Regional de Psicologia SP.


Disponível em:
<http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/codigo/fr_codigo_etica_new.aspx >

18
19
1

UNIVERSIDADE PAULISTA
Campus São José do Rio Preto

Amanda de Araujo Teixeira - G33HAD9


Adrielle Fernanda Gonçalves - N72723-3
Beatriz Silva Rodrigues do Carmo - G286FF-4
José Augusto Pessoa Trindade – F341FF-1
Mikaele Cristina do Carmo – G3835C-8
Paloma Postiglioni Sakama – F22865-7

Terapias emergentes - Práticas alternativas

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
2

Amanda de Araujo Teixeira - G33HAD9


Adrielle Fernanda Gonçalves - N72723-3
Beatriz Silva Rodrigues do Carmo - G286FF-4
José Augusto Pessoa Trindade – F341FF-1
Mikaele Cristina do Carmo – G3835C-8
Paloma Postiglioni Sakama – F22865-7

Terapias emergentes - Práticas alternativas

Trabalho de terapias emergentes e


práticas alternativas da graduação de
Psicologia apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Prof.a MS. Cristiane Camargo de


Oliveira Brito

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
3

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................4
2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DO TEMA........................................4
2.1 ACUPUNTURA..............................................................................5
2.2 ARTETERAPIA..............................................................................5
3 QUESTÕES ÉTICAS..................................................................................6
4 POSICIONAMENTO DO CFP ...................................................................7
5 COMO O TEMA É TRATADO EM OUTROS PAÍSES ..............................9
5.1 AMÉRICA DO NORTE....................................................................9
5.2 EUROPA.......................................................................................10
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................12
4

1 INTRODUÇÃO

O tema abordado neste trabalho será Terapias Emergentes e Práticas


Alternativas, trata-se de métodos terapêuticos não utilizados na medicina
tradicional ou na psicologia científica, os quais não têm o propósito de atenuar
tratamentos médicos, mas cooperar e complementar os tratamentos, ou seja,
representam o campo da psicologia alternativa.

2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO

É de extrema importância ressaltar que as práticas aceitas pelo código de


ética profissional do psicólogo, o conselho federal de psicologia (CFP), contendo
tal explicação no site oficial CFP “O Conselho Federal de Psicologia – CFP é
uma autarquia de direito público, com autonomia administrativa e financeira,
cujos objetivos, além de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício
profissional, como previsto na Lei 5766/1971, regulamentada pelo Decreto
79.822, de 17 de junho de 1977, deve promover espaços de discussão sobre os
grandes temas da Psicologia que levem à qualificação dos serviços profissionais
prestados pela categoria à sociedade.” A partir disso, entende-se que, a ciência
psicológica, isto é, a psicologia, não se pode ser mesclada às práticas que
envolvam fé ou misticismos.

O assunto ainda vem sendo muito discutido ao longo dos últimos anos
inclusive pelo CFP, isso ocorre, pois, as práticas alternativas estão ganhando
maior relevância e criando seu espaço de discussão por conta das diferenças de
opinião entre os profissionais. Contudo, existem pesquisas que comprovam a
sua eficácia e benefícios para a saúde e a felicidade.

Muitas dessas terapias são encontradas pela população com base no


SUS, que adotou terapias alternativas baseadas em conhecimentos tradicionais,
onde o programa obteve muita procura.

Essas práticas são resultantes de países orientais e originadas sob a


primazia de práticas milenares, existem inúmeros modelos dessas terapias, nas
quais vem crescendo cada vez mais no Brasil. Falaremos sobre as seguintes
terapias emergentes aceitas pelo CFP, acupuntura e arteterapia.
5

2.1 ACUPUNTURA

É uma modalidade terapêutica desenvolvida na China a mais de 5.000


anos. Seus utensílios são, agulhas, moxas (queima de erva artemísia produzindo
calor local) e outros instrumentos para causar a liberação de substâncias
químicas do próprio organismo e com isso proporcionando o tratamento
necessário ao paciente. Ademais, é necessário ressaltar que, para cada
paciente, com seus problemas específicos, existem diferentes pontos que serão
intimidados para a liberação de substâncias, as quais os ajudarão no tratamento.

Vale destacar que, atualmente, ainda não há lei no Brasil regulamentando


a acupuntura e, por isso, pode ocorrer a sua prática independente da autorização
de qualquer conselho profissional.

Doenças que poderão ser tratadas e obter resultados gratificantes com o


tratamento da acupuntura: doenças crônicas, dores de cabeça, sinusite, gastrite,
entre outras.

Além disso, a acupuntura tem alavancado pesquisas onde seus


tratamentos também estão associados na ajuda da minimização de distúrbios de
saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão.

2.2 ARTETERAPIA

A educadora Margareth Naumburg, pode ser considerada a fundadora da


arteterapia, pois foi a primeira a estabelecê-la, em 1941. Na prática, a arteterapia
consiste no uso de recursos artísticos, visuais ou expressivos como elemento
terapêutico. A arte criada em arteterapia pode ser explorada como fim em si, isto
é, utilizando a arteterapia com foco no processo criativo (no fazer) ou,
simplesmente, na análise e investigação de sua simbologia (arte como terapia).
Ademais, a ideia principal da arteterapia é levar seus praticantes a atingir
mudanças e autoconhecimento, ela busca a comunicação de pensamentos e
traumas pela criação artísticas.

A partir disso, o arteterapeuta quem escolhe os utensílios utilizados de


acordo com a necessidade do cliente e favorece o que melhor servir para o
despertar criativo.
6

Além disso, pode-se destacar que Freud também foi um grande influente
nessa terapia, vendo a expressão da arte como manifestação do inconsciente.
A arteterapia dispõe de várias abordagens, como principais a Psicanalítica,
Gestáltica e Junguiana, porém, todas tem como objetivo a potencialização dos
sujeitos ou grupos, tendo como seus meios utilizáveis o desenho.

Por fim, como parte dessa metodologia supracitada, na sessão de


arteterapia o indivíduo é convidado a explorar aspectos do seu consciente ou
inconsciente, por meio da expressão artística, como: pintura, desenho, dança,
modelagem, poesia, entre outros.

3 QUESTÕES ÉTICAS

A ética envolvendo a Psicologia e como ela lida com as terapias


alternativa é um tema delicado, muitos psicólogos têm recorrido a junção da
psicoterapia com outras práticas emergentes como arteterapia, acupuntura,
hipnose entre outros.

Há diversas discussões levantadas por muitas dessas terapias serem


consideradas pseudocientíficas e sem comprovação de sua efetividade. A
sociedade se divide em vários segmentos, os mais populares defendem que
essas práticas deveriam ser adotadas pelos profissionais que fizerem o devido
treinamento e serem capazes de administrar em complemento a psicoterapia.

Em contrapartida, há alguns segmentos alegam que o uso dessas práticas


faria o grande público confundir os tratamentos e acharem que as terapias
alternativas tem a mesma efetividade que a psicoterapia, colocando-a assim
num ponto de pouco reconhecimento dado as previsões mais realistas e
demoradas dos tratamentos psicológicos. Em contrapartida a isso, há
defensores que dizem não existir realmente diferença entre as práticas
alternativas e a psicoterapia, muitos desses se baseiam nos trabalhos de Jung
e no fato de Freud utilizar a hipnose em seus pacientes durante parte de sua
carreira. Essa discussão ainda não teve uma solução definitiva, mas atualmente
o CRP prevê que a utilização de práticas alternativas não caracteriza crime, isto
é, não fere ao código de ética ao ser pesquisada por psicólogos com as
credenciais necessárias, estando o cliente ciente da técnica e de seu caráter
7

experimental, bem como, tendo sua prática feita em paralelo com a psicoterapia,
sem misturar o comprovado com o místico.

As terapias alternativas se tornaram uma barreira que até hoje não


sucumbiu, que é a resistência da psicologia e das terapias ortodoxas, tratando o
diferente como pior, essa ação vai contra a própria psicologia, pois ainda não se
pode afirmar por completo qual é a terapia exata para um paciente nessa ciência
(durante o tratamento psicológico é passível haver erros).

4 POSICIONAMENTO DO CFP

De acordo com a resolução CFP N° 010/97 de 20 de outubro de 1997,


onde a ementa estabelece critérios para divulgação, a publicidade e o exercício
profissional do psicólogo, associados a práticas que não estejam de acordo
como os critérios científicos estabelecidos no campo da Psicologia, o Art. 2° diz
que “as técnicas e práticas ainda não reconhecidas pela Psicologia poderão ser
utilizadas no exercício profissional, enquanto recursos complementares, desde
que:

I) Estejam em processo de pesquisa conforme critérios dispostos na


resolução n° 196/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde;
II) Respeitem os princípios éticos fundamentais do Código de Ética
Profissional do Psicólogo;
III) O profissional possa comprovar junto ao CRP a habilitação
adequada para desenvolver aquela técnica; e
IV) O cliente declare expressamente ter conhecimento do caráter
experimental da técnica e da prática utilizadas.

E o Art. 3° da mesma resolução penaliza o não cumprimento dos critérios


estabelecidos firmando que “a não observância desta Resolução constituir-se-á
em infração ao Código de Ética Profissional do Psicólogo”.

É fundamental salientarmos que das diversas técnicas complementares


conhecidas, algumas já são aprovadas pelo Conselho Federal de Psicologia
(CFP) como a Hipnose (Resolução Nº 013/2000) e a Acupuntura (Resolução Nº
005/2002), sendo que outras técnicas são reconhecidas por centros
8

internacionais de pesquisa e assistência, universidades, fazendo parte de


protocolos de pesquisa científica, como: bio feedback, exercícios de respiração,
técnicas expressivas, arte-terapia, terapias corporais, imaginação guiada,
meditação, relaxamento muscular progressivo, relaxamento autógeno, entre
muitas outras. O CFP também orienta com relação á pesquisa de novas práticas
terapêuticas, através do Fórum de Práticas Alternativas, realizado em Brasília no
período de 27 a 29 de junho de 1997 (Resolução Nº 011/1997).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura


(Sobrapa), a estimativa é de que exista aproximadamente quatro mil psicólogas
(os) praticando essa atividade no Brasil. O Ministério da Saúde reconhece a
acupuntura na atenção básica exercida por profissionais da Psicologia. O órgão
promoveu, inclusive, concursos para provimento de cargos nos Núcleos de
Apoio à Saúde da Família (NASF), onde psicólogas (os) acupunturistas atuam
em equipes multiprofissionais.

O STJ alegou que a acupuntura não está prevista na lei que regulamenta
a profissão de psicóloga (o), a Lei 4.119/62. A ação corroborou com o acórdão
do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que pedia a anulação da
Resolução 5/2002 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A norma amplia o
campo de atuação dos profissionais da área, ao possibilitar a utilização da
acupuntura nos tratamentos.

A turma que julgou o assunto entende que é impossível que psicólogas


(os) estendam seu campo de trabalho por meio de resolução administrativa, pois
suas competências estão fixadas em lei que regulamenta o exercício profissão.
De acordo com o grupo, só a lei pode ampliar a competência profissional
regulamentada. Para eles, o exercício da acupuntura depende de autorização
legal expressa, por ser idêntico a procedimento médico invasivo.

Em resposta a essa acusação, o recurso elaborado pelo CFP explica que


“o psicólogo, a partir das atribuições profissionais estampadas na Lei nº
4.119/62, utiliza a acupuntura como recurso complementar a sua atividade
profissional. E é bem por isso que o Conselho Federal de Psicologia editou a
Resolução CFP nº 005/2002, conforme competência que lhe é delegada pelo art.
1º da Lei nº 5.766/71 [criação do Sistema de Conselhos]”.
9

Considerando a proximidade de propósitos entre a Acupuntura e a


Psicologia, no sentido da intervenção e ajuda ao sofrimento psíquico ou
distúrbios psicológicos propriamente ditos (segundo Catálogo Brasileiro de
Ocupações/ TEM e a concepção da própria acupuntura).

A Resolução CFP n° 005/2002 Resolve em seu Art.1º “Reconhecer o uso


da Acupuntura como recurso complementar no trabalho do psicólogo,
observados os padrões éticos da profissão e garantidos a segurança e o bem-
estar da pessoa atendida;

No Art 2º diz que o psicólogo poderá recorrer à Acupuntura, dentro do seu


campo de atuação, desde que possa comprovar formação em curso específico
de acupuntura e capacitação adequada, de acordo com o disposto na alínea “a”
do artigo 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo;

A acupuntura é um método terapêutico milenar, parte integrante da


Medicina Tradicional Chinesa. Nessa perspectiva, é possível afirmar que a
prática, cuja base é filosófica, não é utilizada pela (o) psicóloga (o) para
tratamento médico ou clínico, como sugere a decisão do STJ, mas, sim, a partir
de um diagnóstico psicológico. “Se um paciente chegar ao consultório da (o)
psicóloga (o) para tratar de uma cardiopatia, o profissional não poderá se utilizar
da acupuntura para tal finalidade, e encaminhará o paciente a um médico”, diz o
recurso.

O recurso especial destaca, ainda, que se a procura pelo profissional de


Psicologia for para tratar problemas afetivos, familiares, emocionais ou de
ajustamento, a (o) psicóloga (o), utilizando-se do diagnóstico psicológico, poderá
utilizar a acupuntura como recurso complementar ao atendimento antes do início
da terapia.

5 COMO O TEMA É TRATADO EM OUTROS PAÍSES

Neste momento, a discussão será expandida à atuação das terapias


alternativas em outros cantos do mundo, com divisão em alguns continentes, a
fim de estabelecer a base em países diversos e conhecidos.

5.1 AMÉRICA DO NORTE


10

Uma pesquisa realizada pelo centro de controle e prevenção de doenças


dos EUA em 2004, concluiu que cerca de 40% da população estadunidense
afirma ter procurado terapias alternativas, em doenças como: depressão,
ansiedade, estresse, dor crônica, insônia, entre outras.

Segundo o Centro nacional de medicina complementar e alternativa do


instituto nacional de saúde dos EUA, as terapias complementares são utilizadas
combinando com práticas convencionais por diferentes motivos, sendo eles:
desejo de experimentar outras técnicas quando as técnicas convencionais não
foram eficazes, combinar técnicas convencionais com técnicas alternativas ou
altos custos do tratamento convencional

Nos EUA, o reiki é reconhecido como medicina complementar, bem como,


o país oferece aos pacientes mais de 800 hospitais com tal terapia. Ademais, na
Escola de Medicina da Universidade de Michigan, onde o Reiki é ministrado a
enfermeiras e aos médicos. E em vários hospitais, o Reiki é ensinado aos
residentes, como parte de seu treinamento.

Com relação ao Canadá, pode-se afirmar que o país se tornou o primeiro


do continente americano a reconhecer a medicina tradicional chinesa e autorizar
a formação regular de profissionais nessa área.

5.2 EUROPA

Em primeiro lugar, destaca-se a Finlândia, em que há um estudo em


cooperação de algumas das universidades mais conhecidas do país: Hensinque,
Tampere e Turku. De acordo com os dados coletados, em 2014, de mais de 20
países com aproximadamente 40.000 entrevistados sobre terapias emergentes,
as formas mais utilizadas de tratamento foram os asiáticos tradicionais (medicina
chinesa, acupuntura, acupressão), as terapias mentais e as terapias corporais
(hipnose, por exemplo).

Sobre os demais países europeus, a procura por terapias emergentes


varia conforme políticas públicas, ou seja, em relação à quantidade de
disponibilidade ou concessão de terapias por determinados Governos à
população. Como resultado de pesquisas, na Alemanha quase 40% da
população estudada usava terapias emergentes, enquanto na Hungria a
11

proporção era de 10%, Finlândia e Estônia 35% dos entrevistados


utilizava as terapias.
12

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUTO-AJUDA INCLUI-SE NO UNIVERSO DAS PRÁTICAS NÃO-


CIENTÍFICAS. Disponível em:
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/126/frames/fr_regulamen
tacao.aspx Acesso em: 25/10/2021
CFP DEBATE PRÁTICAS EMERGENTES NA PSICOLOGIA. Disponível em:
https://site.cfp.org.br/cfp-debate-praticas-emergentes-na-psicologia/ Acesso em:
16/10/2021
COMO SURGIU A ARTETERAPIA. Disponível em:
https://nise.com.br/2019/02/25/como-surgiu-a-arteterapia/ Acesso em:
16/10/2021
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A MEDICINA INTEGRATIVA,
COMPLEMENTAR E ALTERNATIVA. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/assuntos-especiais/medicina-
integrativa-complementar-e-alternativa/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-
sobre-a-medicina-integrativa-complementar-e-alternativa Acesso em:
25/10/2021
CRP/SP – PSICOLOGIA E TERAPIAS ALTERNATIVAS. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=PBYmiQJS4yo Acesso em: 20/10/2021
ESTUDO REVELA O USO DA MEDICINA COMPLEMENTAR E
ALTERNATIVA NA EUROPA. Disponível em:
https://revistanews.com.br/2018/02/19/estudo-revela-o-uso-da-medicina-
complementar-e-alternativa-na-europa/amp/ Acesso em: 25/10/2021
GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS RECONHECE O REIKI COMO
MEDICINA COMPLEMENTAR. Disponível em:
https://www.ibrate.edu.br/blog/governo-dos-estados-unidos-reconhece-o-reiki-
como-medicina-complementar/ Acesso em: 25/10/2021
LEGITIMIDADE TERPÊUTICA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: AS
TERRAPIAS ALTERNATIVAS NO ÂMBITO DO SABER PSICOLÓGICO.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/physis/a/gqtbnrX8phy7pm8vZdqyF9g/?lang=pt&format=h
tml Acesso em: 25/10/2021
MILTON H. ERICKSON E O CAVALO DE TRÓIA: A TERAPIA NÃO
CONVENCIONAL NO CENÁRIO DA CRISE DOS PARADIGMAS EM
PSICOLOGIA CLÍNICA. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/prc/a/thfs8jMF9SFsLznGGdCPjdw/?lang=pt Acesso em:
25/10/2021
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/97 DE 20 DE OUTUBRO DE 1997. Disponível em:
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1997/10/resolucao1997_10.pdf
Acesso em: 25/10/2021
13

RESOLUÇÕES MAIS ATUAIS DO CRP. Disponível em:


http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/duvidas.aspx#5 Acesso em:
25/10/2021
TERAPIAS ALTERNATIVAS E ÉTICA NA PSICOLOGIA. Disponível em:
https://www.ufrgs.br/e-psico/etica/temas_atuais/terapias-alternativas-texto.html
Acesso em: 25/10/2021
TERAPIAS ALTERNATIVAS: UMA QUESTÃO CONTEMPORÂNEA EM
PSICOLOGIA. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/DrqGxCJhYcjKBjSvyRFcmbS/?lang=pt Acesso em:
16/10/2021
UM OUTRO JEITO DE CURAR. Disponível em:
https://www.renato.sabbatini.com/Superinteressante-Reportagens2.htm Acesso
em: 20/10/2021
UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO SUPERIOR DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

UNIDADE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

PSICOLOGIA E MÍDIA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2021
ISIS MARIA DOS SANTOS FERREIRA

JULIANA DA COSTA TOYOKAWA

MAÍSA COSTA FEITOSA

MARIA JULIA BRITO DA SILVA

VITÓRIA BENTO DA SILVA

VITÓRIA FERNANDA OLIVEIRA DE LIMA

YASMIN SILVA VELANE

PSICOLOGIA E MÍDIA

Trabalho apresentado à
Universidade Paulista como
requisito parcial para obtenção da
nota da disciplina Ética Profissional

Orientadora: Professora Ma.


Cristiane Camargo de Oliveira

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2021
SUMÁRIO

1. MÍDIA 3
2. QUESTÕES ÉTICAS 3
3. POSICIONAMENTO DO CFP E CRPS 4
4. COMO A MÍDIA É ABORDADA EM OUTROS PAÍSES 6
5. CONCLUSÃO 8
REFERÊNCIAS 12
3

1. MÍDIA

A mídia, segundo Moreira (2010), refere-se aos meios de comunicação em


geral, que veiculam mensagens destinadas a um determinado público. Desta forma,
esse conceito pode ser entendido como um processo de circulação e recepção de
mensagens.
Esse conceito, no entanto, do ponto de vista ético, pode ser visto por duas
óticas distintas: por um lado, pode-se dizer que a mídia foi um importante fator para
a superação de distâncias, no sentido de que com a globalização, a informação
passou a ser mundialmente difundida, extinguindo as fronteiras geográficas que nos
separavam; Se obteve uma enorme facilidade ao buscar a informação, já que
anteriormente se encontrava apenas em seu convívio local; E é claro, nos
possibilitou uma enorme gama de conhecimento, que anteriormente não era
possível esse acesso de forma democrática.
Entretanto, há uma perspectiva que critica a forma como a mídia realiza essa
comunicação, alguns fatores que contribuem para isso, são: influenciar a opinião dos
indivíduos sobre temas específicos, manipulando estes a pensarem de forma
unitária, objetivando um interesse em comum da classe dominadora; Influenciar o
próprio modo de vida da população, impondo através de telenovelas, por exemplo,
qual seria o modo adequado de se vestir, de se comportar e de se relacionar; A
questão das propagandas que, alimentadas pela sociedade de consumo, objetivam
uma manipulação direta das subjetividades, influenciando diretamente nos desejos e
necessidades que os indivíduos têm para si próprio; E a questão negativa das
mídias sociais, que funcionam como uma espécie de exploração da vulnerabilidade
na psicologia humana (BRASKEM, 2019), no sentido de que esses meios de
comunicação impactam fortemente nossa saúde mental.

2. QUESTÕES ÉTICAS

Todo profissional ao exercer sua função se baseia no código de ética de sua


profissão, para se orientar em como seguir em determinados casos. Em relação a
mídia e tecnologias de comunicação, o código de ética da psicologia tem alguns
artigos que se relacionam com esse assunto.
4

O Artigo 16, do código de ética, faz pontuações sobre quando o psicólogo faz
algum trabalho relacionado a mídia, é frisado a importância de não exposição de
pacientes ou casos, não pode haver exposição de ninguém, pois as redes sociais
são muito amplas e alguma pessoa com pouco conhecimento do assunto pode
acabar divulgando alguma coisa que não é verídica e com isso surgir problemas que
podem afetar o cidadão exposto em questão, como o risco de proporcionar um
gatilho de algum problema psicológico gerado pela invasão de privacidade que a
mídia acaba tendo em alguns casos.
Segundo o Artigo 19 do código de ética, é dever do psicólogo divulgar
somente a verdade sobre a profissão e sobre todos os lados da mesma, tanto o
científico quanto o social, nos meios de comunicação. O psicólogo ao fazer qualquer
tipo de introdução na mídia sobre a sua profissão deve mostrar somente verdades
sobre o seu curso, como a realidade das áreas de trabalho de um psicólogo e os
trabalhos científicos e acadêmicos que esse pode fazer, visando sempre em mostrar
a informação mais correta para o público. Muitos profissionais da área ao tentarem
fazer propaganda para o seu trabalho disseminam informações que não são
verídicas, e isso é um grande problema, pois ao divulgar informações incoerentes
com a verdade, esse profissional acaba ludibriando cidadãos interessados em seguir
a mesma carreira e pessoas leigas que querem saber sobre a profissão, e com isso
o psicólogo em questão acaba gerando uma fake news sobre a profissão e
concomitantemente uma depreciação da mesma, e isso é inadmissível, pois os
profissionais ao longo do século lutaram e lutam nos dias atuais para mudar a visão
de uma grande parte da sociedade sobre a profissão, visão essa que infelizmente
ainda associa a psicologia com pessoas dementes e não como profissionais
essenciais para o tratamento de doenças mentais. É por isso que o psicólogo deve
se policiar com relação ao que ele coloca nos veículos de comunicação, pois a mídia
só divulga as informações que alguém colocou lá.

3. POSICIONAMENTO DO CFP E CRPS

Segundo Gustavo Gindre, a mídia sempre fez o papel de proclamar a nossa


cultura, de modo preponderante. Atualmente, muitos dos espaços proclamadores de
mídia transformam o conhecimento em mercadoria, sem que as pessoas percebam
na maioria das vezes. Assim, o conhecimento é privatizado, ou seja, em todos os
5

campos da mídia somos manipulados a acreditar em uma única coisa, o que


caracteriza-se como potência e ato.
A mídia é capaz de interferir na nossa vida em inúmeros aspectos. Para Rosa
Pedro, a sociedade se tece com a tecnologia. Não há sociedade fora da tecnologia e
não há sujeito fora da tecnologia. Uma das ações mais recorrentes dos meios de
comunicação em massa é a caracterização do espetáculo, exemplo disso são
realitys shows como BBB e A Fazenda. Os participantes são expostos
demasiadamente e acabam influenciando os telespectadores, seja com atitudes ou
vestimentas. Esse talvez seja o grande poder da mídia, sua alta capacidade de
ocupar o tempo das pessoas e transformar o contato direto entre pessoas em algo
exaustivo.
Apesar de muito criticada, essa mediação também não deve ser negada
inteiramente, pois assim estaríamos negando as nossas próprias formas de
socialização e subjetivação. Além disso, as tecnologias são de grande valia para
pesquisas, criação e invenção, outras formas de ser e de compor o mundo.
Segundo Zygmunt Bauman, “o eixo da estratégia de vida pós-moderna não é
fazer a identidade se perder, mas evitar que ela se fixe”.
Além disso, a autora Maria Rita Kehl inicía a questão da ética e pensamento
na mídia citando dois pontos:
O primeiro, que a mídia é movida por um senso de cordialidade. Não a
cordialidade como a conhecemos por senso comum, que se refere a pessoas
amáveis e educadas, e sim cordial como a origem da própria palavra, que é derivada
de core (coração). Essa cordialidade do coração tem uma origem antiga, nos tempos
escravistas onde as pessoas de posses tinham seus desejos realizados em leis, e
onde a propriedade pública era uma extensão de suas propriedades privadas,
fazendo com que fossem extremamente "cordiais" quando se tratava da realização
de seus desejos. Ainda é possível notar essa cordialidade no mundo em que
vivemos, onde as pessoas com maior poder aquisitivo que moram em bairros
melhores têm praças melhores, policiamento melhor, ruas melhores, escolas
melhores, enquanto bairros de pessoas mais pobres se encontram em situação
precária, pois o poder aquisitivo determina até onde será aplicado o dinheiro público.
Como a questão da cordialidade se aplica à mídia?
6

A mídia tem uma certa ambiguidade, segundo a autora. Ao mesmo tempo que
ela é um veículo de comunicação, entretenimento e até educação, ela também é
uma forte fonte de publicidade.
E devido a essa ambiguidade, tudo que se passa na televisão tem como base
a publicidade. Nas novelas temos cenas curtas e dinâmicas, nos programas sempre
temos mudanças de câmera e de cenário. Nos jornais de televisão, que deveriam
lidar com as notícias de forma diferente por serem algo que merece nossa atenção,
temos também uma forte influência da linguagem publicitária. Na questão da
cordialidade, onde tudo é pensado pelo coração e tudo tem um forte apelo
emocional, tudo é feito para que exista a comoção do receptor da mensagem. "A
notícia de um tiroteio na favela, por exemplo, é um fato a ser analisado. Onde o
jornalismo centra a informação? Na dona de casa que está chorando, porque perdeu
um filho, o que é, de fato, dramático. Essa informação não é desprezível. Mas qual o
tratamento dado a essa informação? Um close lento no rosto da mulher na hora em
que as lágrimas começam a correr. E aí já estamos completamente mergulhados
nessa outra linguagem, que é a da dramaturgia, e nos identificamos com essa dor.
Mas aí a informação se torna genérica, porque essa dor é a dor das mães em geral,
e uma parte da informação necessária para analisar a violência que causou aquele
choro se dissolve nas lágrimas. O trato passa a ser cordial. O trato da notícia passa
a ser feito pela via da emoção, positiva ou negativa".

4. COMO A MÍDIA É ABORDADA EM OUTROS PAÍSES

Alguns países possuem abordagens controladoras em relação à veiculação de


informações nos meios de comunicação, como é o caso da Venezuela. O país
possui a chamada Lei de Responsabilidade Social em Rádio, Televisão e Meios
Eletrônicos, entrou em vigor em 2010, em que visa exercer o controle dos conteúdos
que possam cometer delitos, criar estresse social ou questionar a autoridade do
governo. Caso os donos de domínios (websites) descumpram essa lei, é aplicada
uma multa de 10% da renda anual da pessoa.
No país argentino, a chamada Lei de Meios, define regras para programas de
TV e rádio, com o objetivo de regularizar os serviços de comunicação. A lei limita o
alcance de audiência para TV a cabo e emissoras privadas, já a TV pública tem o
alcance nacional. Ademais, a legislação também define que os canais abertos de TV
7

devem incluir no mínimo “60% de produção nacional”, “30% de produção própria que
inclui noticiários locais” e, no caso das TVs em cidades com mais de um 1,5 milhão
de habitantes, “pelo menos 30% de produção local independente”.
Da mesma forma acontece na Coréia do Norte, um dos países mais fechados
do mundo, limita a liberdade de expressão, proíbe a entrada de mídia internacional e
censura à imprensa nacional. Existem pouquíssimas livrarias na Coréia e a grande
maioria dos livros são sobre os líderes do governo (pai e filho) e são distribuídos nas
escolas. Os poucos livros estrangeiros são exclusivamente de assuntos técnicos.
Revistas e rádios seguem o mesmo estilo, poucos e sempre idolatrando o governo,
com fotos inaugurando obras e fábricas. A internet também é extremamente
limitada, é distribuída apenas em cybercafés, entretanto para navegar, é cobrado
uma taxa de US$10 a cada meia hora. As notícias do exterior são raras e quando
mostradas, são apenas imagens de violência, guerras, autodestruição, com o intuito
de induzir a população a acreditar que a Coréia é um país tranquilo para se viver.
Em 2021, a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras
publicou a Classificação Mundial da Liberdade de Expressão, no qual a Argentina
ocupou a classificação 69° de 180°, a Venezuela 148° de 180° e a Coréia do Norte
179°. O Brasil também não ficou em uma boa colocação, ocupando o 111° lugar de
180°.
Em contrapartida, outros países são liberais em relação à regulamentação da
mídia, como é o caso da Suécia. Em 1766, foi aprovada a primeira lei de liberdade
de imprensa do mundo. A Suécia acredita que a liberdade de expressão, quando
exercida de forma extrema, pode provocar ofensa, incitar a discriminação e a
violência, além de ter consequências negativas para o indivíduo ou a sociedade
como um todo. O modelo sueco, diferente de outros países, não possui uma lei
específica para regularizar a imprensa, mas sim um código de ética. O jornal, por
exemplo, pode publicar nomes de pessoas que cometeram algum crime, porém isso
seria considerado antiético, pois já teriam sofrido o suficiente, caso as empresas
jornalísticas violem as normas éticas, são aplicadas multas. O país possui algumas
normas para TV e rádio, como: programas para crianças menores de 12 anos, não
devem ser interrompidos por comerciais para evitar o consumo. Além de proibir que
estrelas de programas infantis façam qualquer comercial. Outra regra importante é
que emissoras públicas devem realizar transmissões com imparcialidade e
objetividade.
8

Temos também o caso da Noruega que há anos se classifica no nível mais alto
do mundo em termos de democracia e liberdade de expressão. No país uma nova lei
entrou em vigor exigindo que influenciadores digitais não postem fotos sem informar
o que foi modificado, ou seja, o profissional deve informar se utilizou filtros,
photoshop. A lei tem como objetivo reduzir a pressão gerada por pessoas perfeitas
em campanhas de publicidade.
Já no País Finlândes, os jornalistas possuem uma liberdade em relação aos
seus trabalhos diários, os profissionais podem escrever sem interferência dos donos
de mídias e do governo, além de possuir leis e instituições para garantir a liberdade
de imprensa. Uma das organizações é o Conselho para Meios de Comunicação
Social da Finlândia, o conselho defende a liberdade de expressão e fiscaliza a
prática jornalística, além de lidar também com reclamações. O país também possui a
Lei sobre Abertura das Atividade do Governo que estabelece que todos os registros
oficiais devem ser publicados, exceto alguns que são secretos, porém são
pouquíssimos.

5. CONCLUSÃO

Temas que vamos abordar:


● Culturalização do cabelo liso e desvalorização do cabelo cacheado e afro -
Relato da atriz Juliana Paes e sua transição capilar.
● Pressão estética e padronização da Beleza - Sthefane Matos Rinoplastia que
acabou tendo complicações
● Abuso da Liberdade de expressão, haters, pressão da internet, - Whindersson
Nunes sua exposição pessoal pós fama, e seus relacionamentos.

Juliana Paes atriz consagrada da Rede Globo revela a pouco tempo seu
cabelo completamente cacheado, em uma entrevista para a GNT a mesma relata
que estava cansada da vida de realizar alisamentos a base de secadores e
chapinhas o tempo inteiro, para realizar papeis e para o dia a dia; a 5 anos ela vinha
passando pela transição capilar e ao fim tem inspirado muitas pessoas, más vemos
como ela e tantas outras mulheres e homens, brancos e negros esconderam a vida
inteira sua identidade devido a uma culturalização do cabelo liso.
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Muitas pessoas questionam se essa transição em massa para o cabelo


cacheado só está acontecendo por pura moda, e influência da mídia, porém
historicamente isso é refutado, tanto na tv quanto no cinema em tempos mais
antigos o cabelo afro era representado como um cabelo “ruim” é apenas o liso como
um cabelo bom, gerando preconceitos contra as pessoas que possuíam as
madeixas assim, o que acarretou no alisamento em massa.
Atualmente a situação é outra graças a liberdade de expressão na mídia,
mulheres com cabelo cacheado passaram a aparecer mais nos programas, jornais
de tv, e mídias sociais tais como Maju Coutinho, Taís Araújo, Maisa, Iza, etc.. até
bonecas barbie com cabelo cacheado começaram a ser comercializadas crescendo
muito a representatividade, assim aumentando a demanda de pessoas com esse
tipo de cabelo e forçando as indústrias a fornecer produtos específicos, hoje em dia
grandes marcas são reconhecidas apenas por seus produtos de cabelo afro, como
Salon Line, Soul Power, Lola Cosméticos, que estão alavancando a luta contra essa
culturalização, utilizando a mídia e as indústrias agora como impulsionadoras ao
grupo.
Apesar de uma maior facilidade de passar pela transição atualmente, as
pessoas são livres para escolher e algumas preferem alisar seus cabelos, desde que
seja para que se sinta bem com sigo mesma, está tudo bem, o que devemos focar é
na influência da mídia, e como ela marcou gerações, e histórias de vida devido essa
imposição de uma única beleza.
Falando sobre estética, a Influenciadora Sthefane Matos infelizmente teve
complicações na segunda vez que realizou uma cirurgia plástica no nariz
(rinoplastia), o que acabou abalando muito sua autoestima, e confiança já que o
resultado do ato foi um nariz deformado e com cicatrizes. Em seu canal de youtube
como forma de desabafo após a situação, a mesma publica um vídeo com o nome
“Como foi viver o pior momento da minha vida“ no qual relata que realizou o
procedimento inteiramente por estética, e diz “há 10 meses atrás eu tinha um nariz,
saudável e perfeito, e eu fiz uma cirurgia no nariz a rinoplastia, para me encaixar em
um padrão de beleza que não existe”, “eu sempre me achei bonita, mais eu sempre
queria mais e mais”, ”eu não conseguia nem me olhar no espelho”. Além da pressão
interior por não estar satisfeita com o resultado, a mesma foi bombardeada por
comentários maldosos em suas redes sociais o que acabou agravando a situação é
mais uma vez reforçando como as mídias podem manipular os ideais e morais de
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seus consumidores, em uma situação onde ela deveria ser acolhida, o inverso
ocorre e os julgamentos e críticas acerca da realização da cirurgia crescem, sendo
que os mesmos a subjugaram quando ela ainda tinha seu nariz na forma natural.
Além desta cirurgia a mesma ainda possui lipoaspiração HD e prótese
mamária, cirurgia estas que se tornaram uma febre entre os famosos, e
influenciadores digitais, encorajando milhões de pessoas a realizar também tais
procedimentos desconsiderando totalmente o fato de que uma cirurgia mesmo que
estética, ainda sim pode causar riscos irreversíveis aos pacientes, além da
sustentação da padronização dos corpos, impondo uma culpa na cabeça das outras
mulheres com “corpos reais”, que não possuem uma barriga chapada, um peito
“levantado”, um rosto sem rugas, os dentes brancos e impecáveis, bundas enormes,
sem estrias e celulites, e rostos simétricos, criando a ilusão de um corpo totalmente
irreal e exorbitante.
Influenciando dessa forma mulheres a possuírem rivalidade umas com as
outras, e extrema insatisfação com seus corpos, sem contar uma busca inalcançável
pelo “perfeito” que muda todos os dias.
Não é segredo para ninguém o caso do humorista Whindersson Nunes que
após a fama não consegue nem sair de casa sem ser vigiado. Vindo já de uma
turbulência de haters, e pessoas que acham que liberdade de expressão é se meter
na vida dos outros, após o término com a cantora Luiza Sonza, ambos são
bombardeados por comentários maldosos e especulações, principalmente a cantora
que é acusada de traição, algo que não foi provado nem comentado momento
algum, o que acarretou em uma severa insegurança e depressão em ambos os
envolvidos. Além disso houve os ataques a sua ex noiva Maria, que no período do
ocorrido estava grávida, e após tantos comentários desnecessários, e opiniões não
solicitadas acerca de sua gestação e vestimentas, a criança nasce prematura e
infelizmente morreu sendo a gota d'água para o humorista.
Após todas estas situações Whindersson revela em suas redes abertamente o
seu quadro de depressão que se estende por vários anos, no podcast 8 minutos
apresentado por Rafinha Bastos o cantor chega a relatar sobre sua depressão e diz
“Eu já chorei vendo um bar, a galera sentada e curtindo e para mim isso seria
impossível, ou até mesmo morrer sozinho, para testar fingi que estava machucado e
gritei de dentro do quarto, e automaticamente várias pessoas entraram correndo
para me socorrer” ou seja, devido a sua fama, qual se pudesse optar hoje gostaria
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de não ter, somado a cobrança do público, e a exposição e pressão excessiva das


mídias ele não consegue mais realizar coisas que são do nosso cotidiano, se
sentindo cobrado por tudo e por todos a todo momento. Mesmo cercado por milhões
de pessoas, e alcançando tudo que sempre sonhou, ele continua se sentindo
sozinho e incapaz devido a essa expectativa sem fim que o cerca.
Essa pressão de ter que agradar a todos todo o tempo a partir do momento
que você fica famoso assombra muitas pessoas do meio artístico, não apenas
Whindersson, e isso revela o quanto a mídia pode ser tóxica, e influenciar as
pessoas a disseminarem suas opiniões sem nenhum tipo de filtro e sem levar em
conta que do outro lado da tela também é um ser humano.
Enfim, o que tiramos de tudo o que falamos é que cada um de nós tem sim o
potencial de disseminar informações verídicas, e filtrar estas manipulações o
máximo possível, lembrando sempre de agir de acordo com o código de ética
enquanto profissionais e com a nossa própria ética, moral e criticidade enquanto
seres sociais. Porque acima de tudo a mídia é um reflexo da sociedade assim como
a sociedade é reflexo da mídia, e nós devemos ser a sociedade.
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REFERÊNCIAS

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minutos #039. Youtube, 2021. Disponível em:
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países?. 2014. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141128_midia_paises_lab. Acesso
em: 04 out. 2021.

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Disponível em:
https://bluevisionbraskem.com/desenvolvimento-humano/como-o-uso-de-redes-socia
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GTV CANAL, Canal GTV. Empoderamento e transição capilar de Juliana Paes |


mini sala | saia justa. Youtube, 2020. Disponível em:
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https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf.
Acesso em: 04 out. 2021.

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