Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÍLVIO GALLO
Licenciado em Filosofia pela PUC-Campinas.
Mestre e Doutor em Educação pela Unicamp.
Livre-docente em Filosofia da Educação pela Unicamp.
Professor associado da Faculdade de Educação da Unicamp.
FILOSOFIA
MÓDULO
O que somos?
O que somos?
criança surdocega, a se comunicar com o mundo que a cercava. A
segunda opção é o filme “O Garoto Selvagem” (dir: François Truf-
MÓDULO
faut, 1970). Ele narra a história de um garoto selvagem encontrado na
França no final do século XVIII e que após ser encontrado é enviado
O que somos? para uma instituição de ensino, onde um professor tenta civilizá-lo e
ensiná-lo a se comunicar com os outros. Ambos os filmes permitem
discutir o tema central do capítulo, qual seja, a forma como a lingua-
gem permite diferenciar os seres humanos dos animais.
Plano de aulas sugerido Para isso, é possível exibir trechos do filme em sala de aula e pro-
por uma discussão sobre a questão em seguida. Nesse caso, pode-se
Carga semanal de aulas: 1 questionar os alunos sobre a importância da linguagem na confi-
Número total de aulas do módulo: 8 guração da sociedade humana e no modo como essa capacidade
distingue os seres humanos de outros animais, mesmo aqueles que
elaboram sistemas de comunicação, como as abelhas. A partir dessa
Competências Habilidades discussão inicial, é possível apresentar a questão da linguagem ver-
c Compreender os elementos c Comparar pontos de vista bal enquanto um sistema simbólico e como uma forma de expres-
culturais que constituem as expressos em diferentes são artística. Finalmente, é importante destacar que o problema da
identidades fontes sobre determinado linguagem marcou a reflexão filosófica desde a Antiguidade, sendo
c Compreender a produção e o aspecto da cultura.
papel histórico das instituições c Interpretar historicamente e/
que diferentes filósofos abordaram essa questão e refletiram sobre a
sociais, políticas e econômicas, ou geograficamente fontes natureza da linguagem e o modo como esta determina as relações
associando-as aos diferentes documentais acerca de humanas.
grupos, conflitos e movimentos aspectos da cultura. Outra opção para iniciar a discussão sobre o tema da linguagem
sociais c Analisar a produção da
humana é propor a leitura e a discussão do trecho a seguir da obra de
memória pelas sociedades Aristóteles. Nele, o filósofo grego elabora uma teoria para explicar a
humanas.
razão pela qual os seres humanos são capazes de utilizar a linguagem
articulada, enquanto os animais não. Para isso, ele mobiliza argumen-
tos de ordem anatômica e defende que a própria forma do ser hu-
1. A LINGUAGEM E A CULTURA: mano já foi concebida de modo a lhe possibilitar o uso da linguagem.
MANIFESTAÇÕES DO HUMANO Nesse caso, ele naturaliza a linguagem como algo inerente à natureza
humana, enquanto esta permanece ausente nos outros animais:
Objeto do conhecimento O uso dos lábios em todos os animais, exceto no homem,
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade consiste em preservar e proteger os dentes, e por isso a forma
c Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento específica pela qual os lábios são formados é relativa aos graus
político e ação do Estado de beleza e de perfeição da natureza dos dentes. No homem, os
Objeto específico lábios são macios e carnudos, capazes de se separarem. Seu
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na propósito, como nos outros animais, é proteger os dentes, mas
vida política e social também têm o propósito mais elevado de contribuir, juntamen-
c Cidadania e democracia na Antiguidade
te com outras partes, para a faculdade humana da fala. Pois
assim como a natureza fez a língua humana diferente da dos
outros animais, e como costuma ser sua prática, fez com que ela
AULA 1 Páginas: 4 e 5
servisse a dois diferentes propósitos, o paladar e a fala, o mesmo
se pode dizer em relação aos lábios, fazendo-os servir tanto para
O problema filosófico da linguagem a fala quanto para a proteção dos dentes. A fala consiste em uma
Objetivos combinação de letras, e a maioria delas seria impossível de pro-
nunciar se os lábios não fossem úmidos e se a língua não fosse
Analisar a importância da linguagem para a organização da expe-
como é. Pois algumas letras são formadas pelo fechamento dos
riência humana
lábios e outras pela aplicação da língua.
Estratégias MARCONDES, Danilo. Textos básicos de linguagem.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
Para iniciar a discussão sobre a linguagem, há dois filmes que po-
dem ser utilizados em sala de aula. A primeira opção é “O Milagre Para casa
de Anne Sullivan” (dir: Arthur Penn, 1962) que discute o tema da Proponha aos alunos que assistam o filme “Planeta dos Macacos:
linguagem como uma característica que define a humanidade a partir a origem” (dir: Rupert Wyatt, 2011) e reflitam sobre a maneira que o
da história da professora Anne Sullivan que ensinou Helen Keller, uma filme reflete sobre a questão da linguagem e seu papel de humaniza-
Objetivos Estratégias
Analisar a relação entre a experiência da linguagem e a compreen- Retome a questão da linguagem enquanto uma expressão simbóli-
são do mundo no pensamento de Wittgenstein. ca e relacione isso com o conceito de cultura. Nesse caso, uma forma
Refletir sobre o conceito de jogos de linguagem na obra de Witt- de iniciar essa discussão é propondo aos alunos que elaborem uma
genstein. definição para o conceito e que apontem exemplos de situações nas
quais é possível evidenciar a produção de cultura. É possível que os
O que somos? 3
alunos apresentem definições que restringem o entendimento de Durante a discussão, é possível que os alunos retomem represen-
cultura apenas a exemplos daquilo que se convencionou chamar de tações do senso comum que enxergam o corpo como uma espécie
alta cultura. Porém, é importante alargar essa definição e relacionar a de invólucro que compreende a verdadeira essência do ser humana,
cultura com todo trabalho de produção humana. Vale frisar que toda uma espécie de alma ou de personalidade individual. Além disso, é
transformação da realidade pela ação humana implica na produção possível que destaquem que o corpo é marcado por uma existência
de cultura, por isso não é possível sustentar, de um ponto de vista fi- puramente biológica. Finalmente, outra concepção comum que pos-
losófico, a diferença entre uma cultura erudita e uma cultura popular. sivelmente será formulada pelos alunos é aquela do corpo enquanto
Em seguida, apresente a tripartição proposta pelo filósofo Félix uma máquina, que pode ser desenvolvida e melhorada por meio de
Guattari para o conceito de cultura e discuta os três sentidos que ele cuidados físicos e exercícios.
apresenta pro termo. Ao final, caso haja tempo, é possível propor a Ao final da discussão, aproveite as ideias levantadas pelos alunos
leitura e a discussão do Texto 2 da seção “Trabalhando com textos” para destacar que a filosofia também elaborou diferentes visões sobre
(p. 13-14), que aborda a questão da relação entre cultura e mercado- o corpo, as quais se transformaram ao longo da história. E muitas
ria de outra perspectiva filosófica, bem como proponha a discussão dessas visões filosóficas acabaram se consolidando no senso comum
da atividade 6 da seção Em busca do conceito (p. 15). A dissertação e estruturando a maneira como pensamos o corpo no presente. Com
solicitava nessa atividade deverá ser realizada em casa. base nisso, destaque que as próximas aulas tratarão dessa temática
e das diferentes maneiras que o pensamento filosófico abordou a
Para casa questão da corporeidade.
Solicite aos alunos que realizem as atividades 1, 2 e 3 da seção Além disso, professor, caso julgue conveniente, é possível ainda
Trabalhando com texto (p. 14). Além disso, proponha a realização propor uma discussão complementar nessa aula. Nesse caso, expli-
das atividades 01, 02, 03 e 05 da seção Em busca do conceito (p. 15). que que o tema da corporeidade não é exclusivo do pensamento filo-
sófico, mas se manifesta também em outras formas de pensamento,
como a ciência e a arte. Isso implica em diferentes maneiras de pensar
2. CORPOREIDADE, GÊNERO E a questão do corpo e sua marca na experiência humana.
SEXUALIDADE: FORMAS DE SER Para explorar isso, pode-se propor a análise e a discussão do poema
a seguir escrito por Carlos Drummond de Andrade. No texto, ele re-
Objeto do conhecimento flete sobre a experiência do corpo e sobre a tentativa do sujeito lírico
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade se desvencilhar de seu corpo. Porém, essa tentativa sempre fracassa,
evidenciando a dimensão corporal do sujeito lírico. Com base nisso, é
Objeto específico possível ler o poema em sala de aula e propor aos alunos que o ana-
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
lisem, alargando a reflexão sobre a temática do corpo e suas relações
vida política e social
com diversas formas de pensamento:
AULA 5
AS CONTRADIÇÕES DO CORPO
Páginas: 17-18
Meu corpo não é meu corpo,
O problema filosófico da corporeidade é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
Objetivos e é de tal modo sagaz
Caracterizar o pensamento mitológico; que a mim de mim ele oculta.
Comparar e diferenciar a Mitologia da Filosofia.
Meu corpo, não meu agente,
Estratégias meu envelope selado,
Inicie a aula lembrando que o tema da primeira parte do módulo meu revólver de assustar,
foi a questão da linguagem enquanto definidora da experiência hu- tornou-se meu carcereiro,
mana. Nesse caso, ressalte que um aspecto fundamental da questão me sabe mais que me sei.
é a dimensão simbólica que está profundamente presente na expe-
riência humana. Por conta disso, a questão da corporeidade também Meu corpo apaga a lembrança
precisa ser relacionada com essa dimensão simbólica da experiência que eu tinha de minha mente.
humana. Com base nessa breve introdução, proponha aos alunos que Inocula-me seu patos,
reflitam sobre a forma como pensamos o corpo em nossa sociedade. me ataca, fere e condena
Essa reflexão pode ser feita por meio de um debate em sala de aula por crimes não cometidos.
ou mesmo por escrito, com a leitura das produções individuais em
seguida. A proposta é que os alunos reflitam sobre a maneira como O seu ardil mais diabólico
nossa sociedade reflete sobre o corpo e valoriza determinados aspec- está em fazer-se doente.
tos em detrimento de outros. Joga-me o peso dos males
Estratégias
Outras vezes se diverte
sem que eu saiba ou que deseje, A proposta dessa aula é apresentar, de forma panorâmica, diferen-
tes perspectivas filosóficas sobre o tema da corporeidade. É impor-
e nesse prazer maligno,
tante ressaltar que o problema da corporeidade percorre a história da
que suas células impregna,
filosofia e resultou na formulação de diferentes conceitos e aborda-
do meu mutismo escarnece.
gens filosóficas. Porém, uma forma importante de pensar a questão
do corpo surgiu na Antiguidade e teve uma longa duração na história
Meu corpo ordena que eu saia do pensamento filosófico, a questão da dualidade entre corpo e alma.
em busca do que não quero, Para explorar esse tema, apresente, em primeiro lugar, dois filósofos
e me nega, ao se afirmar importantes na construção dessa visão dualista: Platão e Aristóteles.
como senhor do meu Eu Nesse caso, é importante distinguir as duas posições, mas também
convertido em cão servil. destacar como em ambas a questão da dualidade se faz presente.
Em seguida, apresente a perspectiva de Espinosa, a qual rompe
Meu prazer mais refinado, com a ideia de dualismo e propõe uma visão não dualista do corpo
não sou eu quem vai senti-lo. humano. Nesse caso, destaque os principais elementos do modelo
É ele, por mim, rapace, espinosista de reflexão sobre o ser humano, baseado na noção de
e dá mastigados restos afecções e potência de agir, destacando que não existe uma sepa-
à minha fome absoluta. ração entre corpo e alma (que é denominada mente no sistema de
Espinosa), mas uma profunda integração entre ambas as dimensões
Se tento dele afastar-me, do ser humano. Finalmente, aponte que o avanço da neurociência
por abstração ignorá-lo, no presente tem reforçado as teses espinosistas e demonstrado a
necessidade de superar qualquer modelo dualista para refletir sobre
volta a mim, com todo o peso
a existência humana.
de sua carne poluída,
seu tédio, seu desconforto. Para casa
Solicite aos alunos que realizem as atividades 01 e 02 da seção Em
Quero romper com meu corpo, busca do conceito (p. 26).
quero enfrentá-lo, acusá-lo,
por abolir minha essência,
AULA 7 Página: 20 a 22
mas ele sequer me escuta
e vai pelo rumo oposto.
Novos conceitos na Filosofia do corpo
Já premido por seu pulso Objetivos
de inquebrantável rigor, Caracterizar as perspectivas de Merleau-Ponty e Foucault em torno
não sou mais quem dantes era: do problema do corpo.
com volúpia dirigida,
saio a bailar com meu corpo. Estratégias
ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. São Paulo: A proposta dessa aula é apresentar duas perspectivas contempo-
FILOSOFIA
Companhia das Letras, 2015, edição digital sem paginação. râneas para pensar o problema da corporeidade. A primeira é aquela
proposta pelo filósofo francês Maurice Merleau-Ponty. A segunda é
Para casa
aquela proposta por outro filósofo francês, Michel Foucault. Antes
Solicite aos alunos que realizem as atividades 04 e 05 da seção Em de iniciar a apresentação das ideias dos dois filósofos é importante
busca do conceito (p. 26). Caso julgue conveniente, é possível pro- destacar que a questão da corporeidade ganhou grande relevância
por a discussão dos resultados da atividade 04 em sala de aula, na no pensamento contemporâneo, sendo pensada por diversos filó-
próxima aula. sofos, resultando em diferentes perspectivas de análise da questão.
O que somos? 5
Em seguida, para explicar a inovação teórica de Merleua-Ponty é im- caso, para refletir de um ponto de vista filosófico sobre o tema da
portante apresente brevemente a maneira como René Descartes se sexualidade é necessário mais uma vez retomar a questão do meca-
posicionou diante do tema da dualidade do ser humano e suas teses nicismo. Em uma perspectiva mecanicista, a sexualidade seria uma
mecanicistas. A partir disso, é possível apresentar o conceito de corpo dimensão puramente corporal e natural. Porém, as experiências hu-
próprio, o que abre caminho para a reflexão sobre a experiência de manas, como discutido nas aulas anteriores, vão muito além de uma
sermos um corpo no mundo. pura dimensão mecânica do corpo. Por isso, não é possível pensar a
Em seguida, apresente outra perspectiva para a questão da corpo- sexualidade apenas por meio de uma dimensão mecânica.
reidade, aquela formulada por Foucault. Nesse caso, é importante Com base nisso, é possível explicar que a sexualidade está pro-
destacar a maneira como este filósofo pensou o problema do corpo fundamente relacionada com a dimensão cultural e simbólica da
enquanto o local de atuação de poderes. Por meio disso, é possível experiência humana, por isso pode-se dizer que ela opera no cru-
introduzir a questão do poder disciplinar e sua relação com diferentes zamento entre natureza e cultura. E como discutido nas primeiras
instituições. Durante a discussão desse conceito, é possível solicitar aulas do bimestre, o espaço da cultura é justamente o espaço de
aos alunos que reflitam sobre a experiência disciplinar na qual eles transformação operada pela ação humana sobre a realidade. Assim, é
também estão inseridos, aproximando a discussão filosófica do uni- importante destacar em sala de aula que a experiência da sexualidade
verso cotidiano. não é natural, mas se manifesta a partir da constante produção de
Finalmente, para encerrar essa questão, é possível propor a discus- novos valores simbólicos.
são da letra da música “O corpo” de Paulinho Moska (p. 21-22). Caso Para aprofundar isso, é necessário, em primeiro lugar, destacar a
seja possível, toque a canção em sala de aula e, em seguida, proponha maneira como Foucault analisou o tema da sexualidade no ocidente,
a discussão da letra, relacionando esta com os temas debatidos em especialmente a questão das duas visões sobre o sexo. Isso ajuda a en-
sala de aula. tender a dimensão cultural de nossas experiências sobre sexualidade
e a forma como elas se transformam a partir das experiências sociais
Para casa que se desenvolvem ao longo do tempo.
Solicite aos alunos que realizem as atividades do Texto 1 da seção Em seguida, é importante apresentar o conceito de gênero e indi-
Trabalhando com textos (p. 24-25), a atividades 03 da seção Em bus- car como esse conceito é uma tentativa de ir além da pura dimensão
ca do conceito (p. 26) e as atividades da seção A filosofia na história biológica para refletir sobre a experiência da sexualidade. Por meio
(p. 28-29). Professor, caso julgue conveniente, solicite aos alunos que dele, torna-se possível pensar essa experiência como o resultado do
entreguem suas respostas dessa última atividade e discuta as ideias cruzamento de aspectos biológicos e culturais da existência humana.
elaboradas em sala de aula. Finalmente, é importante explicitar com clareza a maneira como a
reflexão sobre gênero possibilitou a formulação das teses de Simo-
AULA 8
ne Beauvoir sobre a condição feminina e sua famosa afirmação de
Página: 22 a 24
que não se nasce mulher, mas torna-se mulher. Para aprofundar essa
O problema filosófico da sexualidade questão, é possível propor a leitura e a discussão do Texto 2 da seção
“Trabalhando com textos” (p. 25-26).
Objetivos
Para casa
Refletir sobre a sexualidade a partir de uma perspectiva filosófica
Analisar as contribuições de Michel Foucault para o problema da Solicite aos alunos que realizem as atividades 06, 07 e 08 da seção
sexualidade Em busca do conceito (p. 26-27), bem como as atividades do Texto
Conceituar gênero 2 da seção “Trabalhando com textos” (p. 26) e da seção Um diálogo
Relacionar o conceito de gênero com o pensamento de Simone com história e sociologia (p. 30-31). As atividades dessa última se-
Beauvoir ção podem ser entregues de modo a avaliar o desenvolvimento do
trabalho durante o módulo e ser utilizada como um instrumento
Estratégias de avaliação. Nesse caso, caso julgue conveniente, discuta com os
Inicie a aula destacando que um tema diretamente relacionado alunos brevemente a proposta da seção e, após a entrega, retome as
com a questão da corporeidade é a questão da sexualidade. Nesse questões trabalhadas em sala de aula.
O que somos? 7
. O governo de si e dos outros. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.
FOUREZ, G. A construção das ciências: introdução à filosofia e à ética das ciências. São Paulo: Ed. da Unesp, 1995.
FROMM, E. O conceito marxista do homem. 8. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.
GIL, J. Metamorfoses do corpo. 2. ed. Lisboa: Relógio D’Água, 1997.
GILSON, E. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
GOULET-CAZÉ, M.-O.; BRAHAN, R. B. (Org.). Os cínicos: o movimento cínico na Antiguidade e o seu legado. São Paulo: Loyola, 2007.
GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
GRANGER, G.-G. A ciência e as ciências. São Paulo: Ed. da Unesp, 1994.
GRIMAL, P. Dicionário de mitologia grega e romana. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
GROETHUYSEN, B. Antropologia filosófica. 2. ed. Lisboa: Presença, 1988.
GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
. Revolução molecular: pulsações políticas do desejo. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
; NEGRI, T. Les nouveaux espaces de liberté. Paris: Dominique Bedou, 1985.
; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.
GUTHRIE, W. K. C. Os sofistas. São Paulo: Paulus, 1995.
HABERMAS, J. Ética da discussão e a questão da verdade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
. Teoria do agir comunicativo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.
HARE, R. M. Ética: problemas e propostas. São Paulo: Ed. da Unesp, 2003.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Campinas/Petrópolis: Ed. da Unicamp/Vozes, 2012.
HELLER, A. O cotidiano e a história. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
HESÍODO. Os trabalhos e os dias. 4. ed. São Paulo: Iluminuras, 2002.
. Teogonia: a origem dos deuses. São Paulo: Iluminuras, 1991.
HIPÓCRATES. Conhecer, cuidar, amar: o juramento e outros textos. São Paulo: Landy, 2002.
HOBBES, T. Do cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os pensadores).
HOMERO. Ilíada. Tradução de Haroldo de Campos. 2. ed. São Paulo: Mandarim, 2002.
. Odisseia. Tradução de Manuel Odorico Mendes. São Paulo: Edusp, 2000.
HUISMAN, D. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1980.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
JONAS, H. O princípio responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
. O princípio vida: fundamentos para uma biologia filosófica. Petrópolis: Vozes, 2005.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Porto: Porto Editora, 1995.
GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
KOYRÉ, A. Do mundo fechado ao universo infinito. Rio de Janeiro/São Paulo: Forense Universitária/Edusp, 1979.
KURY, M. da G. Dicionário de mitologia grega e romana. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
LA BOÉTIE, E. Discurso da servidão voluntária. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1982.
LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
LATOUR, B. A esperança de Pandora. Bauru: Edusc, 2001.
. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru: Edusc, 2004.
. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)tiches. Bauru: Edusc, 2002.
LAZZARATO, M. As revoluções do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
LEBRUN, G. O que é poder. 11. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
. Sobre Kant. São Paulo: Iluminuras/Edusp, 1993.
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
LIMA VAZ, H. C. Escritos de filosofia IV: introdução à ética filosófica 1. São Paulo: Loyola, 1999.
. Escritos de filosofia V: introdução à ética filosófica 2. São Paulo: Loyola, 2000.
LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Cia. das Letras, 2007.
. A sociedade pós-moralista. São Paulo: Manole, 2005.
. Metamorfoses da cultura liberal: ética, mídia, empresa. Porto Alegre: Sulina, 2004.
. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo e outros textos. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os pensadores).
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer.Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MABBOTT, J. D. O Estado e o cidadão: uma introdução à filosofia política. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
O que somos? 9
SÓFOCLES. A trilogia tebana: Édipo rei, Édipo em Colono, Antígona. 6. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
SPINOZA. Ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
STENGERS, I. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Editora 34, 2002.
. Quem tem medo da ciência?: ciências e poderes. Rio de Janeiro: Siciliano, 1990.
TUGENDHAT, E. Lições sobre ética. Petrópolis: Vozes, 1997.
VALLS, Á. L. M. Da ética à bioética. Petrópolis: Vozes, 2004.
VAZ, H. C. L. Antropologia filosófica I. São Paulo: Loyola, 1991.
VERGNIÈRES, S. Ética e política em Aristóteles: physis, ethos, nomos. São Paulo: Paulus, 1999.
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. 3. ed. São Paulo: Difel, 1981.
. Entre mito & política. São Paulo: Edusp, 2001.
VIDAL-NAQUET, P. O mundo de Homero. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
. Os gregos, os historiadores, a democracia: o grande desvio. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
VON ZUBEN, N. A. Bioética e tecnociências. Bauru: Ed. da Edusc, 2006.
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
. Tractatus logico-philosophicus. São Paulo: Edusp, 1994.
WOLF, F. Aristóteles e a política. São Paulo: Discurso Editorial, 1999.
YAZBEK, A. C. 10 lições sobre Foucault. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
ZACHARAKIS, G. E. Mitologia grega: genealogia de suas dinastias. Campinas: Papirus, 1995.
FILOSOFIA
O que somos? 11
ANOTAÇÕES
SÍLVIO GALLO
Licenciado em Filosofia pela PUC-Campinas.
Mestre e Doutor em Educação pela Unicamp.
Livre-docente em Filosofia da Educação pela Unicamp.
Professor associado da Faculdade de Educação da Unicamp.
FILOSOFIA
MÓDULO
Por que e como agimos?
MÓDULO
o significado do próprio conceito de valor. Para isso, uma questão
importante a ser analisada é se os valores que orientam o compor-
Por que e como agimos? tamento humano possuem um significado universal e invariável ou
se ele deve ser entendido de forma histórica, de acordo com o con-
texto social no qual foi elaborado. Ao final, destaque que a proposta
do capítulo é refletir sobre diferentes concepções filosóficas para o
problema dos valores, especialmente por meio da análise das ideias
Plano de aulas sugerido de Platão, Nietzsche e Jean-Paul Sartre.
Carga semanal de aulas: 1
Número total de aulas do módulo: 16 Para casa
Solicite aos alunos que realizem a atividade 1 da seção Em busca
do conceito (p. 18).
Competências Habilidades
c Compreender os elementos c Comparar pontos de vista AULA 2 Páginas: 5 a 7
culturais que constituem as expressos em diferentes
identidades fontes sobre determinado O problema dos valores no pensamento de
c Utilizar os conhecimentos aspecto da cultura.
históricos para compreender c Interpretar historicamente e/ Platão
e valorizar os fundamentos da ou geograficamente fontes
cidadania e da democracia, documentais acerca de Objetivos
favorecendo uma atuação aspectos da cultura. Discutir a questão dos valores no pensamento platônico
consciente do indivíduo na c Analisar a importância dos Relacionar o conceito de cidade justa com a tripartição dos tem-
sociedade valores éticos na estruturação peramentos da alma
política das sociedades.
Estratégias
O tema dessa aula é a questão dos valores no pensamento platô-
1. OS VALORES E AS ESCOLHAS nico. Para analisar essa questão é necessário iniciar apresentação a
concepção de cidade justa para o filósofo grego. Nesse caso, esclarece
Objeto do conhecimento o significado da expressão justa e associe isso com o desenvolvimen-
c Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade to das capacidades racionais do ser humano e a possibilidade de se
buscar o autoconhecimento. Assim, a cidade justa seria aquela na
Objeto específico
qual seus cidadãos encontrariam meios para desenvolver o caráter
c Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na
vida política e social racional de si mesmo. A partir disso, é possível introduzir a questão
c O problema dos valores no pensamento filosófico da tripartição dos temperamentos da alma e dos comportamentos
humanos. Além disso, associe também a questão da tripartição da
alma com o tema da tripartição das classes sociais que formariam a
AULA 1 Páginas: 4 e 5 cidade justa.
Por meio dessa exposição geral do pensamento platônico, é possí-
O problema dos valores e das escolhas vel introduzir o tema da virtude como o supremo valor dessa cidade
justa. Agir bem e de acordo com o valor da justiça é agir segundo as
Objetivos capacidades racionais da alma. Dessa maneira, pode-se destacar que
Analisar a questão filosófica dos valores Platão entende o valor como uma categoria universal, estruturada
em torno do uso da razão. Explique que essa concepção de valor
Estratégias
como uma categoria universal vai ser duramente criticada por outros
A proposta da primeira aula é apresentar o problema filosófico filósofos, como será abordado na próxima aula.
do valor. Para isso, a sugestão é apresentar cenas do filme “Ágora” Ainda na questão da cidade justa e seus valores, é possível propor
(Alejandro Amenábar, 2009) no qual há uma reflexão sobre o conflito uma discussão em sala de aula em torno dessa temática, propondo
de valores discordantes e o posicionamento individual diante des- aos alunos que debatam o que seria uma cidade justa no presente e
se conflito. Outra possibilidade de filme é selecionar cenas da obra quais seriam os valores que deveriam modelar a ação de seus cida-
“O que você faria?” (Marcelo Piñeyro, 2005) para abordar a mesma dãos. Essa discussão, possivelmente, vai evidenciar a existência de inú-
questão. Em ambos os casos, é importante selecionar momentos nos meras concepções distintas de cidade justa entre os alunos. A ideia
quais a questão dos valores fica bastante clara e que permitam iniciar não é promover um consenso, mas estimular a reflexão e destacar
a discussão em sala de aula. justamente que o conceito de valor pode assumir diferentes conota-
Para casa
Solicite aos alunos que realizem a atividade 5 e 6 da seção Em busca
do conceito (p. 32-33).
FILOSOFIA
FILOSOFIA
FILOSOFIA
SÍLVIO GALLO
Licenciado em Filosofia pela PUC-Campinas.
Mestre e Doutor em Educação pela Unicamp.
Livre-docente em Filosofia da Educação pela Unicamp.
Professor associado da Faculdade de Educação da Unicamp.
FILOSOFIA
MÓDULO
Problemas contemporâneos
Problemas contemporâneos
o filme aos alunos. Nesse caso, é possível selecionar trechos princi-
pais ou, caso seja possível, exibi-lo integralmente aos alunos. Ao final
da aula, proponha aos alunos que elaborem, como tarefa de casa,
MÓDULO um texto sintetizando as principais ideias trabalhadas no filme, bem
Problemas contemporâneos como de que modo a obra aborda o problema político da violência e
da formação de regimes totalitários, bem como a questão do uso da
violência como uma forma de luta contra regimes injustos. Explique
que na próxima aula, esse tema será debatido coletivamente.
Plano de aulas sugerido Para casa
Carga semanal de aulas: 1 A tarefa de casa é a realização do texto solicitado no final da aula.
Número total de aulas do módulo: 8
AULA 2 Página: 4
Problemas contemporâneos 3
constituída de singularidades. Não existe uma tentativa de ser pelo trabalho flexível e móvel, cada vez mais precário, sem con-
igual ao outro nos comportamentos, mas sim de enriquecer tratos, ao mesmo tempo em que é ultraqualificado. E esse novo
cada um com aquele pouco de felicidade, de alegria e de lingua- proletariado se une àqueles que são os extratos mais pobres da
gens, que circulam na mesma forma da luta. sociedade, aqueles que são excluídos pela crise do Estado de
O senhor propõe a alegria como um dos elementos da luta bem-estar social. Então nos encontramos diante de uma nova
política, defendendo que os militantes inventem novas formas forma de organização. Por exemplo, na sociedade, se assiste à
de se manifestar em vez de adotar uma nostalgia daquele tempo construção de uma série de formas de cooperação novas, que
“em que se sabia o que devia ser feito”. Mas ao mesmo tempo a nascem em contraste com à velha tradição do velho movimen-
violência tem aparecido como um aspecto importante das ma- to operário, socialista. Aí surge o que nós chamamos de movi-
nifestações. Como se relacionam esses dois aspectos, a alegria e mento sindicalista social, que não é mais sindicalismo de fábri-
a violência? ca, é um sindicalismo da sociedade. Um exemplo disso são os
Negri – A alegria e a violência não andam juntas, mas cada grandes movimentos para defender saúde pública, como os
país tem a polícia que merece. O problema é que aqui a polícia “Mareas” na Espanha. A reivindicação do transporte público em
é acostumada a matar os negros, os pobres. Uma coisa que São Paulo também poderia ser uma demonstração disso. E a
precisa ser dita, que é inútil esconder, é que o Brasil nunca teve construção não é simplesmente quantitativa, é sobretudo qua-
uma guerra externa, mas tem uma guerra civil interna contra a litativa. No nível político, uma das coisas mais impressionantes
sua população, que é organizada pelo Exército. Quando se lê durante as eleições na Europa, que envolveram 300 milhões de
que se um militar que ocupa uma favela e comete um desres- votantes, não foi tanto o nascimento de grupos xenófobos e
peito vai ser julgado por um tribunal militar, é uma coisa que é parafascistas, que já se sabia que existiam, mas, pelo contrário,
totalmente fora dos direitos humanos. a emergência de grupos de esquerda democrática radical, como
A violência é inseparável das manifestações? por exemplo, na Espanha, na Grécia, na Itália, na Alemanha.
Negri – A violência nas manifestações é natural, sempre Em termos de perspectiva de futuro, para onde essa mul-
acontece. A polícia sabe perfeitamente quando pode isolar a tidão caminha?
violência e quando incitar a violência. Eu organizei muitas e Negri – Não há um determinismo. Eu não chamo isso de
grandes manifestações nos anos 1960/1970 e sabíamos perfei- futuro. Há um porvir. Existe um tempo aberto diante de nós,
tamente quando a polícia iria atacar ou não. Sabíamos quando que depende de para onde caminhamos, que quer dizer encon-
usar a violência e quando não usar. A violência sempre existiu, trar o algoritmo de conjunção desta rede enorme de atos, de
mas a violência não é a violência do povo, a violência é sempre gestos e de linguagem que constituem a multidão. É a multidão
do poder. O Estado é baseado na violência. As polícias na Di- que comanda a história. Esse é o conceito fundamental.
namarca e na Inglaterra não usam armas, por exemplo. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/proa/noticia/2014/06/
antonio-negri-e-a-multidao-que-comanda-a-historia-4520222.html. Acesso em:
O senhor afirma que a multidão, por não ser representável, 15 dez. 2016.
teria uma face monstruosa, como um monstro revolucionário.
Esse monstro costuma ser temido, mas o senhor afirma que ele Para casa
carrega novas e potentes de vida. Como a sociedade deve con- Solicite aos alunos que realizem a atividade 2 da seção Em busca
viver com esse monstro? do conceito (p. 14).
Negri – O problema é que a sociedade está em transforma-
ção muito veloz e muito profunda. As sociedades são sempre
AULA 5 Páginas: 8 e 9
um pouco monstruosas. O monstro é a metamorfose da popu-
lação, no nosso caso, que nós podemos verificar do ponto de
vista político, do ponto de vista moral, do ponto de vista da
A política como “partilha do sensível”
arte. Se você se dá conta de que está diante de um fenômeno Objetivos
monstruoso, que é a crise da soberania, esses são problemas
Identificar os principais elementos da reflexão política de
enormes e monstruosos, no sentido de que são novidades que
Jacques Rancière.
não havíamos previsto. É claro que existem forças conservado-
ras que têm medo daquilo que não conseguem prever. Têm Estratégias
medo de tudo aquilo que muda. A proposta dessa aula é analisar as ideias do filósofo francês Jacques
Com a mudança dos antigos modos de produção pelo tra- Rancière. Para isso, inicie a aula abordando a análise que ele faz da
balho imaterial, o senhor aponta a necessidade de novas formas questão da política enquanto desentendimento. Nesse caso, compare
de organização política. O que está nascendo a partir do conjun- essa proposta com a visão de política de Aristóteles e Hobbes, dife-
to de manifestações? renciando a maneira como Rancière enfatiza justamente aquilo que
Negri – Não sei. Por exemplo, na Europa, não há dúvida era considerado como o contrário da ação política para pensadores
que começam a nascer novas formas de política, nas quais, é clássicos. Em seguida, analise a diferença entre política e polícia e a
muito interessante isso, se unem os pobres e os “precários”, proposta de ampliar o conceito de polícia como aquilo que garante
dentro dessa crise capitalista. O “precariado” é caracterizado a organização da ordem social. Por outro lado, destaque também a
Para casa
Solicite aos alunos que realizem as atividades 4 e 5 da seção Em
busca do conceito (p. 14).
Problemas contemporâneos 5
ANOTAÇÕES
FILOSOFIA
Problemas contemporâneos 7
ANOTAÇÕES