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Propriedades ,aquisição e desenvolvimento

Comunicação e
linguagem

A linguagem obviamente
representa um papel fundamental
no comportamento humano. De
fato, se perguntássemos às
pessoas: "Que característica
Os animais têm maneiras de se
melhor distingue os humanos dos
comunicar, mas nenhum outro
outros seres viventes?", muitos
animal usa a linguagem como
responderiam: os humanos. Os cientistas
"A linguagem" tentaram por anos ensinar um
idioma a primatas, como por
exemplo chimpanzés e gorilas,
porém...
Comunicação e
linguagem

GUA
O objetivo do estudo era investigar a
capacidade de aprendizado e aquisição
de linguagem de um macaco criado em
um ambiente humano. Durante o
experimento, Gua foi exposto à
linguagem falada, à socialização
humana e a uma variedade de
atividades típicas de uma criança,
como brincadeiras e interações
familiares.
Comunicação e
linguagem
Comunicação e
linguagem
Comunicação e O que mais inspirou os outros trabalhos nessa área - foi o
linguagem do casal Beatrix e Allen Gardner com a chimpanzé
Washoe, criada como uma criança humana, em um
trailer, no quintal da casa dos pesquisadores, com todos
os estímulos e enriquecimentos possíveis, utilizando-se
da premissa de inserir o sujeito em um ambiente
humanizado e impregnado de linguagem de sinais
(GARDNER; GARDNER, 1969).

O início de uma nova abordagem:


linguagem de sinals
Após cerca de
quatro anos de
treinamento com a
linguagem de
sinais, Washoe
adquiriu um
vocabulário de mais
de 130 sinais.

water" and "bird".


Comunicação e
linguagem

Nim

Nim Chimpsky foi um chimpanzé


que ficou famoso por seu
envolvimento em um estudo sobre
a aquisição de linguagem pelos
primatas na década de 1970.
Comunicação e
linguagem Considere o trabalho dos psicólogos Herbert Terrace, Laura-Ann Petitto e
Tom Bever. Para testar a afirmação de Noam Chomsky de que a
linguagem é uma característica exclusivamente humana, esses
pesquisadores tentaram ensinar a língua de sinais norte-americana a um
chimpanzé.
Em honra a Chomsky, eles chamaram o chimpanzé de Neam Chimpsky.
Seu apelido era Nim .

Depois de anos ensinando Nim, a equipe admitiu que Chomsky pode


estar certo. Como todos os outros chimpanzés treinados em alguma
língua, Nim falhava consistentemente em dominar componentes- chave
da sintaxe da linguagem humana. Enquanto era perito em comunicação
com um pequeno conjunto de sinais básicos (“comer”, “brincar”, “mais”),
ele nunca adquiriu a capacidade de produzir sentenças criativas,
governadas por regras.

Nim e todos os chimpanzés treinados na ASL usaram


pedaços e partes da linguagem quase exclusivamente
para fazer pedidos. Eles queriam coisas (comida,
mais comida) de seus cuidadores, mas não eram
capazes de expressar significados, pensamentos e
ideias por meio da produção de linguagem (Petitto &
Seidenberg, 1979).
Comunicação e
linguagem

Koko foi uma gorila famosa por sua habilidade


em se comunicar através da linguagem de sinais
americana (ASL). Criada e treinada pela
psicóloga Francine Patterson, Koko aprendeu a
linguagem de sinais desde jovem e se tornou
conhecida por sua capacidade de expressar
emoções e pensamentos complexos.

Seu relacionamento com Patterson foi objeto de


estudo e interesse público, e Koko se tornou um
fenômeno mundialmente conhecido
A palavra "comunicar" tem origem no latim "communicare", que
significa "compartilhar", "participar" ou "tornar comum". O termo
é derivado de "communis", que significa "comum" ou
"partilhado". A ideia subjacente é a de transmitir informações,
pensamentos ou sentimentos de uma pessoa para outra,
estabelecendo assim uma conexão ou entendimento mútuo.

Nos animais, a comunicação desempenha um papel crucial em


suas interações sociais e sobrevivência. Assim como os
humanos, muitas espécies animais se comunicam para transmitir
informações importantes, como localização de alimentos, alerta
de perigo, cortejo de parceiros e estabelecimento de hierarquias
sociais.

Os animais são capazes de se


comunicar, mas de forma muito
limitada. Há pouca ou nenhuma
criatividade, segmentação ou
independência quanto ao
referente.
Propriedades da linguagem Características fundamentais que
distinguem a linguagem humana de
outros sistemas de comunicação.

“Ao estudarmos a linguagem humana”,


afirmou o linguista Noam Chomsky
(1972), “nos aproximamos do que
alguns chamam de ‘essência humana’,
as qualidades da mente que são, até
onde sabemos, únicas [para os
humanos].” Para o cientista cognitivo
Steven Pinker (1990), a linguagem é a
“joia da coroa da cognição”.
Propriedades da Características fundamentais que
distinguem a linguagem humana de
linguagem outros sistemas de comunicação.

Estruturada regularmente e
Comunicativa em níveis multiplos
Essa propriedade é fundamental para a Determinadas configurações de sons e
sobrevivência e desenvolvimento das letras formam palavras com significado. No
sociedades humanas. Nos permite entanto, sons e letras aleatórios
transmitir informações, expressar usualmente não as formam.
pensamentos e emoções, coordenar
ações, construir a identidade e relações Existem diversos níveis em que podemos
sociais, dentre outros. analisar a estrutura da linguagem.
Propriedades da
linguagem

´”É arbitrária visto


que, dada a forma, é
impossível prever o
significado, e dado o Dinâmica
significado, é A cada ano são agregados ao dicionário
impossível prever a
palavras criadas recentemente, atestando a
forma"
(LYONS,1987, p.31) aceitação em ampla escala destas palavras
Arbitrariedade novas.

A linguagem cria uma relação arbitrária entre De modo similar, palavras que não são mais
um símbolo e seu referente: uma idéia, um utilizadas são eliminadas do dicionário,
objeto, um processo ou uma descrição contribuindo ainda mais para a evolução da
Combinamos sons ou letras e atribuímos a língua
determinado símbolo (palavra) sem critérios
específicos Imaginar que a língua nunca mudaria é
Não à toda um mesmo objeto pode ter quase tão incompreensível quanto imaginar
simbologia diferente que as pessoas e os ambientes não mudam
Propriedades da
linguagem

Reflexividade
Deslocamento
Podemos nos referir a eventos ou A linguagem pode ser usada
entidades que não estão presentes no para se referir a si mesma e a
momento da comunicação. Em outras outros sistemas simbólicos. Por
palavras, é a habilidade de falar ou exemplo, podemos discutir
escrever sobre coisas que não estão sobre a linguagem ou usar a
acontecendo no momento presente, nem linguagem para descrever
estão fisicamente presentes no ambiente objetos e conceitos abstratos.
imediato.
Propriedades da
Criatividade linguagem
generatividade
A linguagem, dentro dos limites da estrutura
linguística, pode gerar novas formas de expressão. As
possibilidades para a criação destas novas formas é
virtualmente ilimitada;

Produtividade: Os falantes podem criar e


compreender um número infinito de novas frases e
expressões, combinando palavras de maneiras
diferentes. Isso permite a geração de novas ideias e a
In this lesson, you will be creating a plan for the goals you
wantexpressão deitpensamentos
to achieve, and put into action. complexos.

Sons podem ser combinados para criar novas


palavras e expressões. Somos capazes de criar frases
nunca ditas antes.
A linguagem é inerentemente criativa
A Nicarágua é conhecida por sua contribuição única para o
estudo da linguagem de sinais e o desenvolvimento da
linguagem em crianças surdas. Durante a década de 1970
e início da década de 1980, o governo nicaraguense
estabeleceu programas educacionais para crianças
surdas, resultando na criação de uma comunidade de
surdos na Nicarágua.
Um aspecto notável desse desenvolvimento foi a criação
de uma nova língua de sinais, agora conhecida como
Nicarágua Sign Language (NSL). Esta língua emergiu
organicamente da interação entre crianças surdas
nicaraguenses, que estavam frequentando pela primeira
vez escolas especiais para surdos. Sem exposição prévia
a uma língua de sinais estabelecida, essas crianças
começaram a criar sua própria linguagem de sinais para
se comunicar.

Reunidas como se numa ilha deserta (na escola, na


verdade), crianças surdas da Nicarágua desenvolveram
uma língua de sinais surgida em casa ao longo do tempo e
que resultou na língua nicaraguense de sinais, completa,
com palavras e gramática complexa. Nossa
predisposição biológica para a linguagem não cria a
língua do vácuo. Mas, estimulados pelo contexto social,
traços inatos e adquiridos interagem criativamente)
Fonemas
Quais são os componentes Menor unidade do som oral
estruturais de uma A linguagem de sinais também tem
linguagem? blocos de construção parecidos com
fonemas definidos pelos
movimentos e formas das mãos Morfema
Considere como
Grafema: Um grafema é a É a menor unidade significativa em
poderíamos inventar uma representação gráfica ou escrita de uma língua. Pode ser uma palavra
linguagem. Para uma um fonema. completa, como "gato", ou uma
linguagem falada, parte de uma palavra, como o sufixo
precisaríamos de três "-mente" em "rapidamente
blocos de construção.

Gramática
Sistema de regras (semântica e sintaxe) em uma
dada linguagem que permite que nos
comuniquemos e compreendamos uns aos outros

Sintaxe: se refere a estruturação (regras)


Semântica: se refere ao significado
Os marcos do desenvolvimento da
linguagem
Como a linguagem se
desenvolve?
Linguagem receptiva
☀ Em torno de 4 meses, os bebês conseguem discriminar sons
da fala (Stager e Werker, 1997). Também são capazes de ler
lábios: preferem olhar para um rosto que corresponda a um
som, e, desse modo, sabemos que eles conseguem
reconhecer um ah que vem de lábios bem abertos e um ih de
uma boca com os cantos repuxados (Kuhl e Meltzoff, 1982).
☀ Esse período marca o início do desenvolvimento da
linguagem receptiva dos bebês, a habilidade de compreender
a fala. Quando você ou eu ouvimos uma
língua estranha, as sílabas soam
todas juntas. Alguém que não seja
☀ A partir dos 7 meses, cresce o poder dos bebês de fazer familiarizado com o inglês pode
aquilo que nós temos dificuldades diante de uma língua ouvir, por exemplo, United Nations
desconhecida: segmentar os sons falados em palavras como “IunaiTed Neichions
individuais.
☀ Além disso, sua adaptação a essa tarefa, conforme a
avaliação de seus padrões auditivos, prediz suas habilidades
lingüísticas aos 2 e 5 anos (Newman et al., 2006).
Os marcos do desenvolvimento da
linguagem
Como a linguagem se
desenvolve?
Linguagem receptiva
Isso explica por que os adultos que
• Em torno dos 10 meses, um ouvido treinado é falam apenas inglês não são capazes
de distinguir certos sons da fala
capaz de identificar a língua materna (de japonesa, e por que adultos
Boysoon-Bardies et al., 1989). Os sons e as japoneses que não aprenderam
inglês não conseguem distinguir o r
entonações que não fazem parte dessa língua e o l falados em inglês. Assim, la-la-
ra-ra, para um adulto falante do
começam a desaparecer. japonês, soa como a mesma sílaba
repetida. Falar para um japonês para
“brindar o carro novo”, poderia ser
• Sem exposição a outras línguas, os bebês entendido por ele que estão
querendo “blindar” o carro
começam a se tornar funcionalmente surdos a
sons falados fora de sua língua nativa (Pallier
et al., 2001).
A linguagem produtiva dos bebês, Estágio de 2 palavras
Os marcos do desenvolvimento da sua habilidade de produzir palavras,
linguagem amadurece após a linguagem receptiva. ☀ As crianças normalmente conseguem
dizer entre três e cinquenta palavras aos
18 meses. Contudo, seu vocabulário

Linguagem Produtiva receptivo é maior que seu vocabulário


produtivo. Ou seja, eles conseguem
compreender mais palavras faladas por
outras pessoas do que conseguem
Estágio de balbucio produzir para se expressar (Pan &
Uccelli, 2009).

☀ Durante os primeiros seis meses de vida, as vocalizações ☀ Começam a proferir frases de duas
do bebê são dominadas por choro, arrulhos e risadas. palavras em uma fala telegráfica
☀ Logo, os bebês estão balbuciando, produzindo uma
grande variedade de sons que correspondem a fonemas
☀ Antes que a criação modele a fala, a natureza possibilita Estágio de uma palavra
uma grande variedade de sons possíveis. ☀ Em torno do primeiro aniversário (a idade
exata varia de criança para criança), a
☀ Muitos desses sons balbuciados naturalmente são pares maioria das crianças começam a emitir sons
formados por consoantes e vogais pela simples que correspondem a palavras. Elas já
colocação da língua na frente da boca (da-da, aprenderam que os sons possuem
na-na, ta-ta) ou pelo abrir e fechar dos lábios (ma-ma) significados

☀ Nesse estágio de uma só palavra, a inflexão


☀ Inclui sons de várias linguas de uma palavra pode equivaler a uma frase
inteira. “Totó!” pode significar: “Olha lá um
cachorro!
Marcos no
desenvolvimento da
Fala telegráfica linguagem Supergeneralização

Crianças aplicam regras gramaticais de forma


As primeiras frases são caracterizadas como excessiva, geralmente além das situações em que
“telegráficas” porque se assemelham aos a regra se aplica corretamente na língua alvo.
telegramas antigos, que omitiam palavras não
essenciais porque os remetentes (custo) Esse fenômeno ocorre porque as crianças estão
tentando generalizar as regras que aprendem
Priorizam palavras de conteúdo e ignoram as para todas as palavras que encontram, como uma
“funcionais” estratégia inicial para entender e aplicar as
complexidades da linguagem.

Como "foots" em vez de "feet" (pés)


Compreensão dos fonemas Ele “fazeu”
Superextensão
Desde muito jovens, os bebês são
capazes de distinguir entre diferentes Durante o estágio inicial de aquisição da linguagem,
sons da fala em seu ambiente. Eles as crianças frequentemente cometem erros de
são sensíveis às diferenças sutis entre generalização conhecidos como superextensão.
os fonemas e podem discriminar sons
de fala que são importantes em sua
língua materna. Isso ocorre quando uma palavra é usada de forma
muito ampla para se referir a uma ampla gama de
objetos ou situações. Por exemplo, uma criança
pode chamar todos os objetos redondos de “bola’’.
Marcos no
desenvolvimento da
linguagem Supergeneralização

Crianças aplicam regras gramaticais de forma


excessiva, geralmente além das situações em
que a regra se aplica corretamente na língua
alvo.
Criança: Minha professora fazeu um Esse fenômeno ocorre porque as crianças
desenho bonito. estão tentando generalizar as regras que
Mãe: Você disse que sua professora aprendem para todas as palavras que
fez um desenho bonito? encontram, como uma estratégia inicial para
Criança: É. entender e aplicar as complexidades da
Mãe: Ela fez um desenho no quadro? linguagem.
Criança: Não, ela fazeu no caderno Como "foots" em vez de "feet" (pés)
Ele “fazeu”
Como aprendemos a
linguagem?

As tentativas de explicar como adquirimos a


linguagem despertaram uma acirrada
controvérsia intelectual.
O debate sobre o que é inato e o que é
adquirido volta à tona, e aqui, como em outras
áreas, as avaliações sobre as predisposições
inatas e as interações natureza-cultura
também têm crescido.
Explicando o desenvolvimento
da linguagem Aprendizagem operante
Crianças aprendem a linguagem pelos princípios do condicionamento

Behavioristas como Skinner acreditavam que as


crianças aprendiam a linguagem por meio dos
processos de aprendizagem, tais como:
associação, imitação e reforçamento

De acordo com Skinner, as crianças aprendem


palavras e frases por meio de recompensas e
punições, e a gramática é adquirida gradualmente
por meio da exposição a modelos de fala correta.

Associação Condicionamento e Imitação


reforço
De coisas vistas com sons Os adultos podem recompensar Os pais apontam para o
de palavras as crianças quando elas telefone e dizem
produzem um período gramatical “telefone”, e a criança
e repreendê-las quando tenta repetir a palavra
cometem erros
Explicando o desenvolvimento
da linguagem Teoria Inatista, Nativista ou Gerativa
Os seres humanos nascem com uma predisposição biológica para adquirir linguagem

A explicação de Skinner para a aquisição da linguagem logo


inspirou uma explicação crítica e rival de Noam Chomsky (1959,
1965), que indicava haver um número infinito de sentenças
numa língua. Seria, pois, impossível esperar que as crianças
aprendessem tudo por imitação.

Gramática universal: Chomsky argumentou que a capacidade


humana de adquirir linguagem é inata e governada por princípios
biológicos e estruturas mentais específicas. Ele postulou que os
seres humanos nascem com uma predisposição para aprender
linguagem e que há uma gramática inata que é compartilhada
por todas as línguas humanas.

A teoria nativista propõe que os seres humanos estão equipados


com o dispositivo de aquisição da linguagem (Language
acquisition device -LAD) -um mecanismo ou processo inato que
facilita a aprendizagem da linguagem
Explicando o desenvolvimento
da linguagem Teoria inatista, Nativista ou Gerativa
Os seres humanos nascem com uma predisposição biológica para adquirir linguagem

Chomsky também introduziu o conceito de "paradoxo da pobreza do


estímulo", argumentando que as crianças são expostas a uma
quantidade limitada de dados linguísticos, mas são capazes de
entender e produzir uma infinidade de frases gramaticais.

Vamos enfatizar, para que fique bem claro:

Para Chomsky, subjacente à linguagem humana há uma gramática


universal: todas as línguas humanas, portanto, têm os mesmos blocos
de construção gramatical, tais como substantivos, verbos, sujeitos e
objetos, negações e interrogações.

Assim, aprendemos prontamente a gramática específica de qualquer


língua a que sejamos expostos, seja falada ou de sinais (Bavelier et al.,
2003). E não importa que língua seja, começamos a falar
principalmente usando substantivos (mamã, dodói), e não verbos e
adjetivos (Bornstein et al., 2004).

E isso ocorre tão naturalmente - da mesma maneira que os pássaros


aprendem a voar - que dificilmente algum treinamento pode ajudar.
Explicando o desenvolvimento
da linguagem Teoria inatista, Nativista ou Gerativa
Os seres humanos nascem com uma predisposição biológica para adquirir linguagem

As crianças adquirem a linguagem com relativa


rapidez e facilidade, mesmo em circunstâncias em
que a exposição ao idioma é limitada. A teoria
nativista argumenta que essa facilidade se deve à
presença de estruturas mentais inatas que
facilitam o processo de aprendizagem da
linguagem-> um talento natural . Além disto, tem
uma capacidade fantástica para entender fonemas
e criar palavras

Novas línguas

Supergeneralização de regras

Genes
“A infância é a época propícia para a linguagem, sem
dúvida nenhuma. Crianças pequenas, quanto mais
jovens melhor, são ótimas nesse aspecto; trata-se de
brincadeira de criança mesmo. É um dom antigo para
a espécie”.
Lewis Thomas, The Fragile Species, 1992

“As crianças podem aprender várias línguas sem


sotaque e com boa gramática se forem expostas a elas
antes da puberdade. Mas após a puberdade, torna-se
muito difícil aprender uma segunda língua tão bem.”
Stephen M. Kosslyn, psicólogo, "The World in the Brain", 2008
Os marcos do desenvolvimento da
linguagem “Pico”
“onde é possível a aquisição”

Período Crítico para a Nesse sentido, o período crítico pode


aquisição da linguagem ser entendido como o “pico” do
processo de aquisição da linguagem.
O termo Período Crítico (PC) tem sua origem na biologia, pois nela há Isso não significa que não possa haver
fenômenos que só acontecem dado algum tipo de estímulo em um período
aquisição em outros períodos da vida.
biologicamente pré-determinado, muito bem delineado, e previsível.
As evidências para a existência desse
Lennenberg (1967) propôs a existência de um período crítico para a período vêm de crianças que, por
aquisição da linguagem tendo como pressuposto que a linguagem é inata alguma razão, foram privadas de
Esse período é chamado de crítico porque seria aquele mais sensível à acesso à linguagem durante esse
aquisição da linguagem. O autor analisa biologicamente este período período evidenciando dificuldades (e
concluindo que o cérebro humano inicialmente tem representação bilateral impossibilidade) de aquisição da
das funções da linguagem e, mediante o processo de aquisição, na
puberdade apenas um hemisfério se torna mais dominante em relação às linguagem, especialmente, da sintaxe
funções da linguagem completando o período de aquisição da linguagem. (em nível de estrutura).
Caso a criança não adquira linguagem nesse período, seu desenvolvimento
linguístico será prejudicado.
Período Crítico para a
aquisição da linguagem
Crianças surdas que passam a ouvir após um
implante coclear por volta dos 2 anos de idade
desenvolvem a fala melhor do que as que
recebem o implante após os 4 anos de idade
(Greers, 2004).
A incrível conclusão é que, se um
cérebro jovem não aprende língua Mas as crianças que não foram expostas a uma
nenhuma, sua capacidade de língua falada ou de sinais nos primeiros anos
aprendizagem linguística jamais se (até cerca dos 7 anos) gradualmente perdem a
desenvolve plenamente. Após a habilidade de dominar qualquer língua.
janela de aprendizagem linguística
se fechar, mesmo a aprendizagem Crianças nascidas surdas que aprendem a
de uma segunda língua parece mais
língua de sinais após os 9 anos jamais a
difícil. As pessoas que aprendem
dominam tão bem quanto as que se tornam
surdas na mesma idade, após terem aprendido
uma segunda língua quando adultas
inglês. Também jamais aprendem inglês tão
normalmente falam com o sotaque
bem quanto outras crianças nascidas surdas
da primeira.
que aprenderam os sinais na infância
(Mayberry et al., 2002).
Sobre o bilinguismo

Aprender duas línguas simultaneamente


na infância gera prejuízos? E o
vocabulário?
Desvantagens em velocidade de
processamento e fluência verbal
(facilidade em pensar em palavras)

Expressão
Linguagem, pensamento e cultura
A linguagem influencia o
pensamento? Para saber a resposta, eles reuniram amostras de
americanos e mexicanos biculturais e bilíngües
para que fizessem testes em cada idioma.
Claramente, ao usar o inglês, eles expressaram a
si mesmos como mais extrovertidos, afáveis e
conscienciosos (e as diferenças não se deram
Determinismo linguístico pela maneira como os questionários foram
traduzidos) Assim, nossas palavras podem não
O linguista Benjamin Lee determinar o que pensamos, mas influenciam
Whorf defendeu que a língua nosso pensamento (Hardin e Banaji, 1993;
determina o modo como Õzgen, 2004)
pensamos. Segundo a
hipótese do determinismo
linguístico de Whorf (1956),
línguas diferentes impõem Assim, nossas palavras podem não
concepções diferentes de determinar o que pensamos, mas
realidade: “A língua, em si, influenciam nosso pensamento (Hardin e
molda as ideias básicas de um Banaji, 1993; Õzgen, 2004).
homem.”
Linguagem, pensamento e inteligência
Cores e Percepção Visual: Algumas línguas têm um
A linguagem influencia o vocabulário de cores mais limitado do que outras
pensamento?

Culturas com Números Limitados:


Algumas culturas têm sistemas de numeração
muito diferentes dos sistemas ocidentais. Por
exemplo, o povo Pirahã, da Amazônia
brasileira, tem um sistema de numeração
extremamente limitado, que não inclui
números além de dois ou três. Isso pode
influenciar a maneira como eles percebem e
compreendem quantidades e matemática.

Tempo e Orientação Espacial: Algumas línguas têm maneiras


diferentes de descrever o tempo e a orientação espacial, o que pode
a linguagem pode moldar a percepção, o pensamento e a influenciar a maneira como os falantes dessas línguas percebem e
experiência de uma cultura pensam sobre o mundo ao seu redor. Por exemplo, algumas línguas
podem se referir ao tempo como se fosse uma entidade física que se
move em uma direção específica.

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