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Resumo
Estamos numa nova era do ensino da leitura e da escrita. Este artigo propõe-se:
reflectir sobre os conhecimentos resultantes dos estudos realizados pela recém
designada “Ciência da Leitura”, ciência que se desenvolveu com os contributos da
psicologia cognitiva e das neurociências, as suas implicações nas práticas educativas;
apresentar um método de ensino da leitura e da escrita “Fonomímico e
Multissensorial”, baseado nos resultados da investigação científica, no estudo e longa
prática da autora, professora e psicóloga educacional, na reeducação de crianças e
jovens com perturbação da leitura e escrita.
Palavras-Chave: Linguagem Falada e Linguagem Escrita, Dislexia; Disortografia;
Perturbação da Leitura e da Escrita; Método Fonomímico.
Artigo Publicado na Revista “A Intervenção Psicológica em Problemas de Educação e
de Desenvolvimento Humano”. Outubro de 2010. Edições Universitárias Lusófonas.
Lisboa.
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PROFFORMA Nº 06 – Março 2012 Dislexia e Disortografia. Da Linguagem Falada à Linguagem Escrital
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Fletcher (1994) defende que “se para se das palavras no processo de leitura. A
estabelecer o diagnóstico de dislexia se perturbação também se manifesta na
requer uma discrepância entre o quociente capacidade de escrita pobre. A perturbação
de inteligência e o nível leitor então, disléxica é geralmente de transmissão
existem dois grupos distintos de maus familiar e pode pensar-se que existe uma
leitores: um grupo de maus leitores disposição genética. Outra característica da
inteligentes, “leitores com dislexia” e um dislexia é a sua persistência ao longo da
grupo de maus leitores com vida. Embora a capacidade de leitura possa
funcionamento intelectual deficitário atingir um nível aceitável as dificuldades de
“leitores com baixo nível de inteligência”. ortografia mantêm-se, na maioria dos
Os resultados de diversos estudos têm casos. A realização de testes de
mostrado que o défice a nível fonológico e competências fonológicas permite verificar
ortográfico não difere nos dois grupos, que esta incapacidade persiste ao longo da
sendo portanto independente do quociente vida adulta” (Hoien T, & Lundberg I.
de inteligência. (Siegel, 1992) 2000)
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Escrever não é a operação inversa da nome das letras e dos sons que lhes
leitura, é uma competência com um grau correspondem, dificuldades de
de complexidade muito maior, exige uma memorização dos nomes das cores, das
dupla descodificação. noções temporais…. e do objectivo da
leitura. (Shaywitz, S. et al. 1998)
Para escrever correctamente é necessário
saber identificar as palavras constituintes Para além destas dificuldades verificam-se,
das frases, saber discriminar os fonemas com frequência, dificuldades na memória a
que formam as palavras, saber segmentar curto termo, na capacidade de
as palavras em sílabas “Segmentação automatização, de nomeação rápida e na
Silábica”, saber segmentar as sílabas em capacidade de focalização e sustentação da
fonemas “Segmentação Fonémica”, e saber atenção.
quais as correspondências fonema-grafema
correctas que devem ser utilizadas. Os factores motivacionais são igualmente
importantes no desenvolvimento da
Todas estas competências têm que ser capacidade leitora dado que a melhoria
integradas através do ensino e da prática desta competência está altamente
sistemática de actividades de leitura e relacionada com o querer, com a vontade
escrita. de persistir, pese embora, as dificuldades
sentidas e a não obtenção de resultados
6. Quais as Dificuldades imediatos.
Experimentadas por Algumas
Crianças? 7. O Método Fonomímico, princípios
orientadores, a quem se destina.
Como vimos as dificuldades na
aprendizagem da leitura têm origem na O MÉTODO FONOMÍMICO Paula Teles®, é
existência de um défice fonológico. um método Fonético, Multissensorial,
Embora na linguagem oral algumas Sistemático, Sequencial e Cumulativo que
crianças utilizem correctamente as palavras, tem como objectivo o desenvolvimento
as sílabas e os fonemas, não têm o das competências fonológicas, o ensino e
conhecimento consciente destas unidades reeducação da leitura e da escrita.
linguísticas, apresentam um défice a nível
da consciência da estrutura fonológica das Foi elaborado com base nos resultados da
palavras. investigação neurocientífica, no estudo e
experiência profissional da autora,
Sendo a leitura a transcrição de um código professora e psicóloga educacional que, ao
gráfico para um código fonológico, as longo de mais de quatro décadas, tem
dificuldades de identificação e exercido funções na avaliação, ensino e
discriminação fonológica reflectem-se reeducação de crianças e jovens com
negativamente na sua aprendizagem. perturbações de leitura e escrita.
As crianças que apresentam maiores riscos Ao longo do seu trabalho foi constatando a
de futuras dificuldades na aprendizagem da ausência de materiais reeducativos, com o
leitura são as que têm familiares com rigor necessário a uma intervenção com
dificuldades na linguagem oral e escrita, sucesso, pelo que foi desenvolvendo e
que apresentam desenvolvimento aperfeiçoando diversos materiais, que
linguístico tardio, dislálias fonológicas, que distribuía pelas crianças, pais e professores.
no jardim-de-infância, na pré-primária e no
início da escolaridade apresentam A publicação destes materiais foi sendo
dificuldades na consciência fonológica, insistentemente solicitada sempre que
silábica e fonémica, na identificação do apresentava comunicações públicas mas, a
falta de tempo resultante do trabalho
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