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1. Introdução
O presente trabalho debruça sobre a cultura e identidade cultural em Moçambique numa
perspectiva antropológica. Este trabalho faz parte de uma cadeira de antropologia dado no
Curso de Física pela Universidade Save.
Este trabalho, em relação a sua organização, este segue a seguinte estrutura: primeiro se
encontra em forma de introdução a contextualização do tema em questão, a sua relevância e
os objectivos do mesmo e a metodologia utilizada para materializá-lo.
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Relativamente ao método utilizado neste trabalho, este procedeu-se ao criterioso
levantamento bibliográfico (pesquisa bibliográfica) na literatura cientifica, a partir da
compilação de trabalhos publicados em revistas cientificas, apostilas e livros especializados
relativos ao tema em destaque, pois, de acordo com Gil (2008), “a pesquisa bibliográfica é
feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios
escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos”.
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2. Fundamentação teórica
Esta secção consiste na fundamentação teórica do trabalho obtido por meio do levantamento
bibliográfico. Assim sendo, conforme ditam os objectivos específicos, inicialmente
apresentaremos os conceitos básicos que norteiam nossa pesquisa.
Segundo Santos (2006), Cultura é uma preocupação contemporânea, bem viva nos tempos
atuais. É uma preocupação em entender os muitos caminhos que conduziram os grupos
humanos às suas relações presentes e suas perspectivas de futuro.
Quando se fala de cultura Clyde Kluckhohn, ele lista uma rol de acepções sobre cultura, que
seria:
O modo de vida global de um povo;
O legado social que o indivíduo adquire do seu grupo;
A forma de pensar, sentir e acreditar;
Uma abstração do comportamento;
Uma teoria, elaborada pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas
se comporta realmente;
Um celeiro de aprendizagem em comum;
Um conjunto de orientações padronizadas para os problemas recorrentes;
Comportamento aprendido;
Um mecanismo para a regulamentação normativa do comportamento;
Um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como em relação
aos outros homens;
Um precipitado da história;
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2.1.2. Identidade cultural
A identidade cultural é um conjunto híbrido e maleável de elementos que formam a cultura
identitária de um povo, ou seja, que fazem com que um povo se reconheça enquanto
agrupamento cultural que se distingue dos outros.
É difícil definir uma identidade cultural específica, pois ela é maleável e depende do
momento e das peculiaridades culturais de uma determinada sociedade.
Do mesmo modo, argumenta Hall (1999, como citado em MANUEL, 2018), convergindo
com a linha de pensamento do Laraia (2001), que a identidade da cultura é bastante discutida
dentro das temáticas teóricas em áreas de ciências sociais, perante a sua diversidade e
complexidade, muitos autores relacionam o avanço das tecnologias como um perigo que pode
alterar certas práticas e tradições. Além disso, ainda de acordo com a mesma fonte, a
identidade se altera de acordo com a forma como o sujeito é apostrofado ou representado;
assim, a identidade não é automática e apresenta-nos três procriações de sujeito e suas
respectivas identidades: o sujeito do iluminismo, o sujeito sociológico e o sujeito pós-
moderno.
Por outro lado, por seu turno Mundo da Educação (2021), actualmente, o maior desafio para
se manter a identidade cultural dos grupos sociais é a globalização que determina padrões
culturais baseados na cultura estadunidense, que tem se tornado hegemônica no mundo.
Ainda de acordo com a mesma fonte, identidade cultural é, justamente, esse padrão que
identifica uma produção cultural a certo grupo social. Por exemplo, podemos associar
certos tipos de roupas e um ritmo musical específico à cultura hip hop, que surgiu nos centros
urbanos a partir da década de 1980. Também identificamos algumas pinturas corporais como
dos índios habitantes das aldeias indígenas, assim como e identificamos as flautas feitas de
bambu tocadas em certos ritmos com os nativos do território boliviano. A identidade cultural
funciona, portanto, criando laços que ligam certos elementos a povos específicos.
Stuart Hall como citado em Lacourt e Barbosa (2012), as culturas nacionais do lugar em que
o indivíduo nasce se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural. Quando
o sujeito busca uma definição de si próprio, um dos aspectos relevantes é o pertencimento a
uma determinada nacionalidade.
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Hall como citado em Lacourt e Barbosa (2012) salienta que “ao fazer isso estamos falando de
forma metafórica. Essas identidades não estão literalmente impressas em nossos genes.
Entretanto, nós pensamos nelas como se fossem parte de nossa natureza essencial (2006, p.
47).”
Segundo Hall, uma nação não é somente uma entidade política, mas algo que produz
sentidos, um sistema de representação cultural.
Segundo Hall como citado em Lacourt e Barbosa (2012), a formação de uma cultura nacional
contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma única língua
vernacular como meio dominante de uma comunicação em toda a nação, criou uma cultura
homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como, por exemplo, um sistema
educacional nacional.
Acrescenta, ainda o mesmo autor que hoje em dia vários educadores moçambicanos
defendem uma educação “diferenciada” na qual a escola deveria ter o compromisso ético e
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político de preservar e reafirmar valores, crenças, costumes e formas de organização cultural,
social, política e religiosa (considerados saberes locais), sem prejudicar o acesso e a
apropriação dos saberes e conhecimentos universais.
São ao todo 43 idiomas, dos quais se destacam o macua, tsonga (shangaan), sena, lomwe,
chuwabu e a nianja. O tsonga, por exemplo, é falado pela etnia de mesmo nome, que está
espalhada por Moçambique, África do Sul, Zimbabue e Suazilândia. Já a língua nianja, por
sua vez, é falada pela etnia chewa e mais alguns povos próximos a eles, em Zâmbia,
Zimbábue, Moçambique e Malawi, sendo que neste último país ela é oficial (InfoEscola,
2021).
Como boa parte dos países africanos, a sociedade moçambicana é bastante musical. O país
tornou-se um dos primeiros ao sul do Saara a registrar em disco os seus estilos, isso em 1930,
e entre os territórios de língua portuguesa, apenas Brasil, Portugal e Goa iniciaram antes a
gravação de música. É exatamente nesse período (1930-1940) que se desenvolve a
marrabenta, estilo musical urbano de Maputo (então Lourenço Marques), influenciada pelo
uso do violão aplicado à música tradicional dos tsonga, sendo que alguns deles, como
Feliciano Gomes, Aurelio Kowano e Nacio Makanda, deixaram bastante material gravado
(InfoEscola, 2021).
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3. Conclusões
Findo o trabalho é possível inferir que a cultura é um termo muito amplo, que engloba uma
série de áreas, e o seu valor está centrado nos hábitos e costumes praticados diariamente.
Nesta era de globalização em que vivemos, existe uma crescente padronização de hábitos e
tradições culturais em todo o mundo. Os cidadãos sentem a obrigação de salvaguardar suas
culturas locais (regionais e nacionais) face à importação de novos hábitos.
Com a fundamentação teórica pode-se dizer que, nesta pesquisa a identidade da cultura
moçambicana é verificada por meio de certas práticas que são evidentes no dia-a-dia de cada
indivíduo, e umas das características mais comum é diversidade linguística, entre outras
áreas.
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Bibliografia
InfoEscola (2021). Disponivel em: Cultura moçambicana - características e história -
InfoEscola