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22/03/2021 UNINTER - DESIGN CULTURA E SOCIEDADE
CONVERSA INICIAL
Olá! Seja bem-vindo(a). O objetivo desta aula é estudar as relações entre os aspectos culturais do
indivíduo, do grupo social e da nação com o design. Os temas abordados serão:
CONTEXTUALIZANDO
Com tantas informações novas se integrando aula a aula, acreditamos ser necessário comentar
alguns conceitos para facilitar o entendimento e a comunicação entre nós, professor e aluno. Veja:
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outro grupo social classificado como “dominante”. Os motivos que geram a discriminação podem
ser étnicos, religiosos, de gênero, de sexualidade, linguísticos, físicos, cognitivos e culturais
(Enriconi, 2017). Esse é o principal uso da palavra “minoria” em nossos estudos;
Minorias físico-cognitivas: são as pessoas ou grupos de pessoas com características físicas e
cognitivas fora da “média-padrão”, como pessoas com características genéticas e fenotípicas
diferentes da maioria da população, pessoas com deficiência física ou cognitiva, idosos, crianças,
doentes etc.;
Grupo cultural: conjunto de pessoas que produzem e/ou consomem manifestações culturais com
características semelhantes;
Grupo social: conjunto de indivíduos que compartilham muitas ou algumas características sociais
semelhantes, como normas de comportamento, valores e expectativas;
Grupo econômico: conjunto de pessoas com características econômicas (renda, poder de compra,
hábitos de consumo[1]) semelhantes;
Classe social: classificação hierárquica (alta, média, baixa) de pessoas com características
econômicas e sociais associadas.
Com base nesses conceitos, é possível criar várias classificações, como grupo sociocultural (que
integra caraterísticas sociais e culturais), socioeconômico (que integra caraterísticas sociais e econômicas)
etc.
Segundo o dicionário Michaelis (2017), identidade é uma “série de características próprias de uma
pessoa ou coisa por meio das quais podemos distingui-las”. Em design, costumamos associar a palavra
“identidade” com “marca” comercial (algo como “o designer gráfico criou a identidade visual da marca
X”). Poucas vezes usamos o termo “identidade” para se referir ao conjunto de características do público-
Ao longo dos séculos, surgiram vários conceitos sobre a construção da identidade numa pessoa,
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pouco mutáveis;
2. Sujeito sociológico: a identidade do indivíduo é o resultado das interações sociais com o núcleo
3. Sujeito pós-industrial: o indivíduo tem sua identidade em constante transformação, com sua
personalidade fortemente influenciada pelas interações sociais, independentemente da sua
herança sociocultural.
Se imaginarmos uma pessoa crescendo e vivendo numa comunidade que mantém suas
manifestações culturais de maneira constante, sem receber nenhuma influência externa, é possível
considerar que a identidade de uma pessoa seja predeterminada (nasceu com a pessoa) ou resultado da
socialização, sofrendo poucas variações ao longo do tempo. Afinal, não existe outra “forma de ser” além
é natural entendermos que a identidade de um indivíduo na sociedade pós-industrial seja mutável, não
se limitando às heranças socioculturais.
Entendemos identidade como as características próprias de uma pessoa, tudo que ela é (corpo,
mente, sentimentos, interações sociais), em determinado momento da sua vida. Isso significa que o
tom de pele e cor dos olhos, outros mudam drasticamente, como percepção e memória. E há quem
oscile, a depender do contexto individual e fatores externos, por exemplo condições de saúde e
Assim como a identidade da pessoa a torna única, ao mesmo tempo orienta seu sentimento (e
necessidade) de pertencer a um grupo social, com os mesmos interesses culturais. Chamamos de
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Nas sociedades passadas, um indivíduo que nascesse numa determinada cultura, ou a escolhesse na
vida adulta, era obrigado (por normas ou para evitar preconceito e exclusão social) a se manifestar
culturalmente[2] em “quase todos” os traços do contexto cultural (como já vimos). Nas sociedades pós-
industriais, principalmente as ocidentais, essa “obrigação” deixa de existir (claro, ainda há exceções), e o
indivíduo pode se manifestar culturalmente sem sofrer opressão, ou seja, com liberdade cultural. Ele
pode, se assim desejar, produzir e consumir elementos culturais de várias culturas e, dessa forma,
respeitar e valorizar a diversidade cultural (termo que indica a variedade de culturas numa sociedade).
Identidade, liberdade e diversidade cultural são, hoje, elementos importantes para o design, pois
Com exceção dos produtos do design de edição única (exclusivo ou personalizado[3]), todos os
outros ofertados no mercado são desenvolvidos para atender determinado público-alvo (grupos de
pessoas com características específicas em comum). Normalmente, os principais critérios para delimitar o
perfil do público-alvo são fatores socioeconômicos, localização geográfica, características físico-
uso dos produtos, e a integração das funções simbólicas e de uso forma as funções técnicas.
do público-alvo;
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alvo determinado.
Por exemplo (dados fictícios): determinado produto será desenvolvido considerando como público-
alvo homens e mulheres das classes sociais B e C, com idade entre 20 e 60 anos, com curso superior
completo, que moram em cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes. Estima-se que 90% desse
público-alvo tem habilidades motoras finas[6], e 75% se identifica com a cultura afro-brasileira. Portanto,
indivíduos do público-alvo fora desses critérios não serão contemplados em questões ergonômicas
(função de uso: não apresentam habilidade motora fina) e/ou não se identificarão culturalmente com o
produto do design (função simbólica: não fazem parte da cultura afro-brasileira). Nesse exemplo, o
A sociedade pós-industrial espera soluções de design diferentes do exemplo que criamos. A atual
sociedade deseja que o design valorize a diversidade cultural em todos os aspectos, como vida material,
Nos Temas 2, 3 e 4, vamos detalhar como o design pode promover e valorizar a diversidade cultural
(e, consequentemente, a liberdade e identidade cultural) por meio de: herança cultural, transculturação e
Herança cultural é a cultura dos nossos pais, avós e/ou antepassados, que chega até nós sem
grandes alterações na estrutura (traços e contexto cultural) em relação a suas características originais
étnico-históricas.
Histórica: são as manifestações culturais em desuso e chegam até nós por livros, museus,
conservação, achados arqueológicos e outros. Incluímos nessa categoria a cultura de comunidades
e civilizações extintas;
Tradicional: são as manifestações culturais em uso, que chegam até nós pelas relações
interpessoais no grupo social primário (família, escola, religião). Em geral, nas sociedades
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ocidentais, a herança cultural tradicional refere-se à cultura criada antes da sociedade industrial,
que passou por mínimas transformações estruturais (lembrando que cada Estado-nação adentrou a
Esses conceitos são contextuais: o que hoje um grupo sociocultural determina como “histórico”, há
O designer pode utilizar elementos da herança cultural para configurar, nos produtos, funções
simbólicas e/ou de uso relevante ao público-alvo. Quando faz isso, o design valoriza uma cultura
específica e, ao mesmo tempo, a diversidade cultural. Mas antes, precisa considerar as seguintes
questões:
Dependendo do resultado desses questionamentos – e outros que poderão surgir conforme cada
caso –, o designer pode utilizar elementos da herança cultural como inspiração estética e simbólica
(cores, formas e signos culturais). “Inspiração” não significa cópia, mas uma releitura: o designer analisa a
Como fonte de inspiração, temos manifestações culturais históricas: os diversos produtos culturais
chegaram imutáveis até nós, congelados no tempo, como construções arquitetônicas, comunicação
visual gráfica, objetos, peças de vestuário e outros. Elementos que fazem parte da história são
identificados e aceitos com mais facilidade (principalmente se a história for motivo de admiração social).
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cultura isolada: os produtos culturais que servirão de inspiração encontram-se em uso, na atualidade,
sem receber influência de outras culturas.
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As reportagens a seguir da Revista Use e da Oito Sete são exemplos do uso de grafismo
indígena na estética de produtos comerciais; nesses casos, o público-alvo é solidário à cultura.
Também temos o caso da cultura tradicional: os elementos tradicionais da cultura – seja pela
cultura “erudita” ou “popular” – servem de inspiração para criar produtos do design. No caso do
artesanato (cultura popular), o inverso também acontece: o designer ajuda os artesãos, promovendo
benefícios sociais.
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A herança cultural também pode ser usada para divulgação, afirmação, influência e/ou resgate
de comportamentos sociais, conhecimentos e práticas. Vejamos cada quesito em detalhes:
Divulgação: o objetivo do designer é divulgar (tornar conhecida) a tradição cultural. Podemos citar
o jogo Mulaka (Prata, 2018), baseado nas lendas Tarahumaras, povo que habita o norte do México.
Aqui o público-alvo pode ser herdeiro e solidário à cultura;
Afirmação: um dos principais objetivos do produto é (re)afirmar a identidade cultural. O usuário
pensa, com orgulho: “faço parte disso”. Um exemplo é a série animada Icamiabas na Amazônia de
pedra (2016), apresentada apenas na programação local do Pará, com várias referências locais para
o público-alvo da região. Nesse exemplo, o público-alvo é herdeiro da cultura apresentada na
animação;
Influência: além de divulgar, o designer deseja influenciar o usuário, seja herdeiro ou solidário à
cultura. Como exemplo, temos o desenho animado Tainá e os guardiões da Amazônia, criado para
influenciar positivamente pequenos consumidores do mundo inteiro;
Os exemplos citados são poucos dentre tantos produtos que usam a herança cultural como
conceito, referência e/ou inspiração na prática do design.
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Não podemos falar de design e transculturação sem antes falar de design e globalização. O início da
globalização, na década 1980, foi um processo unidirecional, dos países industriais e economicamente
desenvolvidos (da Europa e América do Norte) para os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Por isso, a cultura material industrializada (objetos, carros, vestuário, eletrodomésticos e outros) europeia
e norte-americana foi a primeira a ser mundializada, e refletia os conceitos do design moderno (ou pós-
pequeno; mas se não estivesse, o design ocidental representava uma ofensa às tradições culturais. Na
sequência, seguiram-se outras manifestações culturais ocidentais, como linguagem, alimentação, lazer,
esporte, interações e comportamentos sociais.
Passados alguns anos da globalização cultural, as empresas e os governos perceberam que não
Pela transculturação, o designer pode incentivar a diversidade cultural com base na abordagem
reativa e ativa:
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sociocultural. Nesse caso, o designer cria produtos para tornar a experiência cultural, promovida
pela transculturação, mais dinâmica, sustentável e socialmente valorizada;
Abordagem ativa: o designer pesquisa e analisa as manifestações culturais que serão “importadas
pela globalização” e os grupos socioculturais envolvidos para construir cenários referentes a
possíveis processos de transculturação. Com base nesses cenários, o designer cria produtos antes
das manifestações culturais empíricas.
A reportagem “13 marcas gringas que tiveram que adaptar seus produtos ao Brasil” (Noronha, 2018)
traz uma boa seleção de casos de produtos que precisaram ser adaptados à cultura brasileira ou à nossa
condição climática. Gostaríamos de fazer alguns comentários a respeito:
O caso dos postos de gasolina e do chocolate são exemplos de quando o produto “globalizado” é
rejeitado no país (há resistência ao consumo) por questões culturais. As empresas tiveram prejuízo
O caso do absorvente também é design reativo. Várias consumidoras adaptaram sozinhas seus
produtos para atender a necessidade destacada na reportagem;
O caso do protetor/bronzeador solar é um exemplo de transculturação de mão dupla;
O caso da loja de café é um exemplo de design ativo, pois as mudanças no produto para atender a
Talvez você estranhe o fato de a palavra “design” se associar a alimentos, cosméticos ou serviços
(como posto de gasolina); lembre-se que, hoje, um dos papéis sociais do design é “resolver problemas”.
O designer não precisa criar a composição química ou teor de açúcar, mas empregar os métodos do
design para determinar as melhores características desses produtos ao público-alvo.
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Até pouco tempo atrás, entendia-se como elementos da identidade e diversidade cultural aqueles
relacionados à arte (arquitetura, pintura, música, dança, literatura, linguagem, visão estética), religião,
folclore, conhecimentos e práticas populares, fatores econômicos, normas de comportamento e
interações sociais. Hoje percebe-se movimentos acadêmicos e sociais que consideram a diversidade
físico-cognitiva da raça humana – pela perspectiva de habilidades e incapacidades – como fundamentais
à identidade cultural (do indivíduo e do grupo) e à diversidade cultural. Se agora nós (população em
geral) compreendemos a importância social, cultural e econômica em incluir minorias sociais – como
pessoas em cadeira de rodas e com síndrome de Down –, isso se deve a um longo processo, iniciado
após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Inicialmente, o design abordava o tema inclusão pelo viés da adaptação: o ambiente sem barreiras,
o “barriers-free design” (design sem barreiras), para garantir a circulação de pessoas em cadeira de rodas.
Nos anos 1970, com o “accessible design” (design acessível), houve uma mudança de ênfase nos projetos,
com soluções especiais adaptadas aos indivíduos para normatizar ambientes públicos e comerciais.
1. Uso equitativo: pessoas com diferentes capacidades têm possibilidades iguais de uso e resultado;
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6. Mínimo esforço físico: demanda mínima das capacidades físicas do usuário para cumprir a tarefa;
7. Espaços e dimensões adequadas de aproximação e uso: abranger todas as possibilidades da
Em 1994, o inglês Roger Coleman empregou pela primeira vez o termo “inclusive design” (design
inclusivo) para nomear a abordagem do design centrada na inclusão de minorias físico-cognitivas, com
base em critérios econômicos. Por exemplo, se dado produto custar 15% a mais do que foi previsto, mas
ampliar o público-alvo em 30% (com a participação de pessoas idosas ou com deficiência leve ou
moderada), isso se torna uma estratégia econômica viável.
No final do século XX, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a indicar a abordagem
biopsicossocial como ideal para compreendermos a deficiência, seja causada por fatores genéticos,
ambientais, acidentes e/ou de idade (OMS, 2003). Nessa concepção, a deficiência (ou restrição) integra
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Ou seja, assim como outras profissões, o design também é responsável pela incapacidade do
indivíduo se o meio externo (produtos e ambientes) não favorecer sua atuação funcional e cognitiva.
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No artigo “Design inclusivo”, de Ana Santos (2014), podemos ver alguns exemplos de produtos
inclusivos e perceber que as funções de uso são privilegiadas, mas isso não limita a criatividade em
formas diferenciadas. E no artigo “Design universal aplicado no mundo digital – faz sentido?”, de
Helena Duppre (2019), podemos ler algumas considerações sobre o design universal no ambiente
digital.
Em 2002, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
proclamou a Declaração universal sobre a diversidade cultural, cujo art. 1º, “A diversidade cultural”,
declara:
Mas a diversidade cultural nem sempre foi compreendida como patrimônio comum da humanidade;
ao contrário, por séculos, em vários Estados-nação multiculturalistas, o governo e a classe social
dominante incentivaram a homogeneização cultural em seus territórios, bem antes da globalização. E
digamos a verdade: a globalização colaborou com os diversos grupos culturais minoritários, que
passaram a ter a oportunidade de se expor, de valorizar e reafirmar sua própria identidade cultural.
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Uma forma de reconhecer a homogeneização cultural promovida pelo Estado-nação e pela classe
social dominante é criar e “legitimar” a ideia de identidade nacional, que parte da mesma ideia de
identidade cultural, ou seja, afirmar a nação (toda a população) sobre as semelhanças e diferenças
culturais que a distinguem das outras nações.
A proposta de identidade nacional pressupõe que a nação seja formada por uma única cultura/etnia
(ou então várias, bem alinhadas, com poucas variações), que se mantém constante ao longo do tempo.
Historicamente, foram poucas as comunidades e sociedades que não passaram por processos de
migração e de guerra, invadindo ou sendo invadidas por outras culturas;
A criação de vários Estados-nação contemporâneos (formados após 1789) também foi marcada
pela invasão de territórios e subjugação ou incorporação de minorias culturais, tornando-os
multiculturalistas. Vale lembrar que alguns desses Estados-nação eram formados à força, sem ética
nem apoio popular, e foram “desmanchados” nos últimos 50 anos;
As manifestações culturais dentro da mesma cultura são processos dinâmicos e evoluem com o
tempo.
econômico. Devemos lembrar que a importação e a exportação de produtos são tão antigas quanto o
próprio comércio.
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A proposta de identidade nacional é uma relação de poder dentro do país, pois privilegia alguns
grupos culturais e discrimina outros. Se não há uma cultura nacional pura, também não há uma
identidade nacional pura. Assim, o termo mais adequado seria “identidades nacionais”, para valorizar a
diversidade cultural com ações que incentivem a interculturalidade (assunto já abordado) e a
transculturação.
Para finalizar este tema, vamos ver o caso da sandália Havaianas, considerada o produto de
identidade brasileira que melhor adentrou o mercado internacional. O primeiro modelo da sandália, de
1962, tinha como referência estética (forma, uso) os chinelos japoneses zori (de palha ou lasca de
madeira); o nome indica que é do “Havaí”, pois na época era o principal destino de férias de norte-
americanos, com Sol e praia, o que fazia parte do imaginário popular devido aos filmes do Elvis Presley,
um ícone pop (Medeiros; Queiroz, 2008). Agora pense: a sandália Havaianas representa a cultura
brasileira ou é uma imagem “nacional” construída?
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
Reflita sobre a herança cultural que você recebeu, separando as manifestações culturais históricas
das tradicionais. Depois monte uma tabela com suas anotações e procure na internet imagens de dez
produtos do design que tenham alguma relação com essas heranças.
FINALIZANDO
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fim, analisamos a questão da identidade nacional e como esse conceito promove a homogeneização
cultural.
REFERÊNCIAS
13 MARCAS gringas que tiveram que adaptar seus produtos ao Brasil. Super Interessante, São
Paulo, 11 jul. 2018. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/13-marcas-gringas-que-
tiveram-que-adaptar-seus-produtos-ao-brasil/>. Acesso em: 19 set. 2020.
AMAZÔNIA é animada por mãos gaúchas na versão em desenho de "Tainá". GaúchaZH, [S.l.], 4 jan.
2019. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/tv/noticia/2019/01/amazonia-e-
animada-por-maos-gauchas-na-versao-em-desenho-de-taina-cjqfq8sug0p1701pio3ug68f5.html>.
Acesso em: 19 set. 2020.
COMUNIDADE tupi-guarani cria game indígena para reavivar língua Nhandeva. Funai, Brasília, DF, 4
set. 2019. Disponível em: <http://funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5620-comunidade-tupi-
guarani-cria-game-indigena-para-reavivar-lingua-nhandeva>. Acesso em: 19 set. 2020.
FRANCO, J. C. M. O que são habilidades motoras finas? Terapia Ocupacional Infantil, [S.l.]. 26 jun.
2013. Disponível em: <http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com/2013/06/o-que-sao-
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GENÓTIPO e fenótipo: qual a diferença? COC by Pearson, [S.l.], 2019. Disponível em:
<https://www.coc.com.br/blog/soualuno/biologia/genotipo-e-fenotipo-qual-a-diferenca>. Acesso em:
19 set. 2020.
LENDA das mulheres guerreiras Icamiabas inspira desenhos animados no Pará. Amazônia, [S.l.], 27
set. 2016. Disponível em: <http://amazonia.org.br/2016/02/lenda-das-mulheres-guerreiras-icamiabas-
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/20
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MACHADO, E.; BEZERRA, J. Raça e etnia. Diferença, [S.l.], 2019. Disponível em:
<https://www.diferenca.com/raca-e-etnia/>. Acesso em: 19 set. 2020.
MEDEIROS J.; QUELUZ, G. Havaianas: um artefato cultural das identidades brasileiras no mundo
globalizado. In: QUELUZ, M. L. P. Design e identidade. Curitiba: Peregrina, 2008.
PRATA, D. Mulaka, um interessante jogo baseado na cultura dos Tarahumaras. MeioBit, [S.l.], 2018.
Disponível em: <https://www1.tecnoblog.net/meiobit/2018/mulaka-um-interessante-jogo-baseado-na-
cultura-dos-tarahumaras/>. Acesso em: 19 set. 2020.
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Declaração
Universal sobre a Diversidade Cultural. Paris: Unesco, 2002. Disponível em:
<https://www.oas.org/dil/port/2001%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20sobre%20a%20Dive
rsidade%20Cultural%20da%20UNESCO.pdf>. Acesso em: 19 set. 2020.
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[1] Hábitos de consumo: quando, por que, como e onde a pessoa decide ou não comprar e/ou
consumir um produto.
[2] O indivíduo se manifesta culturalmente quando gosta, usa, defende e divulga traços culturais.
[3] Produto exclusivo: só um exemplar foi fabricado, e só uma pessoa o possui. Produto
[4] Habilidades motoras: condições de sentar, engatinhar, andar, correr, saltar, destreza manual
grossa e fina. Habilidades sensoriais: possibilidade de sentir pelo tato, olfato, visão, audição e paladar.
quando ouvimos o som de um animal, percepção é quando traduzimos esse som na informação: “um
cão está latindo”.
[6] Habilidade motor fina: capacidade de usar mãos e dedos para alcançar, agarrar e manipular
objetos. Essas habilidades incluem precisão, força, coordenação olho-mão, destreza, coordenação
motora bilateral e uso de ferramentas (Franco, 2013).
ambiente construído e as relações sociais, externas ao indivíduo. Os fatores pessoais são o “histórico
particular da vida e do estilo de vida de um indivíduo”. Isso inclui gênero, idade, raça, hábitos etc.
(Miranda, 2013, p. 18).
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