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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Projeto de intervenção:

Economia para emancipação social: novas arquiteturas em


benefício da classe trabalhadora

Belo Horizonte, outubro de 2022.


SUMÁRIO

1) IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL............................................................................
3
2) APRESENTAÇÃO DO PROJETO.................................................................................. 3
2.1 PROBLEMATIZAÇÃO.............................................................................................. 3
3) OBJETIVO GERAL.......................................................................................................... 9
4) OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 9
5) METAS A SEREM ALCANÇADAS..............................................................................
10
6) PÚBLICO ALVO............................................................................................................. 10
7) PROCESSO METODOLÓGICO...................................................................................
10
7.1 ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO.......................................................................
11
8) PROCESSO DE AVALIAÇÃO.......................................................................................
12
ALGUNS INDICADORES PARA AVALIAÇÃO........................................................ 12
9) CRONOGRAMA DE ATIVIDADES............................................................................. 14
10) ORÇAMENTO DO PROJETO...................................................................................... 15
11) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 15

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1. IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
 Cooperativa de Crédito dos Empregados do Grupo Vallourec no Brasil – Coovall Ltda

Atendimento Social da Coovall


 Supervisora de campo: Nilamar Regina Andrade
 Estagiário: Erich Bias Remiz
Local: Avenida Olinto Meireles, nº 65, Barreiro - Belo Horizonte/MG.

Proponente do projeto de intervenção: Erich Bias Remiz, graduando em Serviço Social


pelo Centro Universitário UNA, estagiário de Serviço Social na Cooperativa de Crédito dos
Empregados do Grupo Vallourec no Brasil – Coovall Ltda e producente do projeto intitulado:
“Economia para Emancipação Social: novas arquiteturas em benefício da classe
trabalhadora”.

2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

2.1. PROBLEMATIZAÇÃO
A consolidação do capitalismo enquanto sistema econômico hegemônico, promoveu
diversas transformações na sociabilidade humana, bem como no mundo do trabalho quando
analisamos minuciosamente os processos produtivos de todas as coisas que se destinam a
satisfazer as necessidades dos seres humanos. Contudo, as mudanças decorrentes dos avanços
tecnológicos proporcionaram novas formas de organização do trabalho e, acima de tudo, da
classe trabalhadora que vem sendo subjugada, explorada e mercantilizada pela classe que
detém os meios de produção. Nesse contexto, as novas arquiteturas socioeconômicas
manifestam diferentes formas de organização do homem, tendo em vista que as classes sociais
demarcam historicamente a posição em que a classe trabalhadora ocupa em nossa sociedade.
Assim, as transformações produzidas pelo capitalismo, caracterizado por uma fase
concorrencial, alteraram significativamente o modo de produção e acumulação de riquezas,
tendo em visto que isso definiu a separação do trabalhador dos meios de produção. Como
resultado, o sistema político e econômico decorrente do capitalismo monopolista, competitivo
e destrutivo, estabelece a manutenção de um Estado neoliberal, regulado pelo capital
financeiro, que suscita uma nova dinâmica de acumulação em nossa sociedade. Vemos,

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portanto, que esse processo é fundamental para formação da classe trabalhadora, uma vez que
ao ser privada do acesso aos meios de produção, restaria apenas vender sua força de trabalho
na sociedade capitalista, na qual a mercadoria se apresenta como um fetiche mercantil. Dessa
forma, se uma mercadoria se assemelha a outra para indicar o seu valor, as relações sociais
são manifestadas através de mercadorias e, por isso, são objetificadas na sociedade do
consumo, fetichizadas (MARX & ENGELS, 2010).1
Com isso, as relações de produção se tornaram amplas e complexas, destacando as
contradições evidenciadas na sociedade capitalista, sobretudo ao analisarmos a contraditória
relação entre capital e trabalho, que ao mesmo tempo, estabelece uma dinâmica societária
marcada pela exploração, bem como pela desigualdade social que trouxe consigo privilégios
para burguesa, sendo que ainda hoje, continuam se beneficiando desse processo de exploração
às custas da miserabilidade da classe-que-vive-do-trabalho.2 “Todas as sociedades anteriores,
como vimos, basearam-se no antagonismo entre classes opressoras e classes oprimidas. Mas
para oprimir uma classe é preciso garantir-lhe contradições tais que lhe permitam, pelo menos
existir como escravo” (MARX & ENGELS, 2010, p. 150).
Posto isto, cria-se uma luta entre as classes evidenciada pelos diferentes interesses da
classe dominante. Como podemos observar, mesmo havendo uma relação de dependência
entre si, ao analisamos a correlação de forças assimétricas entre os possuidores da força de
trabalho e os proprietários dos meios de produção, percebemos que essas relações desiguais
consolidam as estruturas de dominação da burguesia enquanto classe dominante. Nesse
sentido, podemos afirmar que o Estado “[...] nasce do antagonismo de classe e, na era
burguesa, ele é de acordo com o Manifesto, o comitê administrativo dos interesses comuns da
burguesia” (MARX & ENGELS, 2010, pp. 27-28).
Sendo assim, o pauperismo e a miséria podem ser atribuídos como produtos sócio-
históricos da sociedade capitalista, que é um sistema instável, fundado na exploração do
trabalho, senão que, também, da classe trabalhadora. Por consequência, esses processos estão
diretamente relacionados a acumulação do capital pela classe burguesa. “A classe operária só
existe para eles sob esse aspecto, o de classe mais sofredora” (MARX & ENGELS, 2010, p.
66). No contexto de expansão das relações capitalistas a divisão da sociedade em classes
promove a disputa das riquezas socialmente construídas, entretanto, é necessário considerar a

1 MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. 1ª edição. São Paulo: Boitempo, 2010.

2 ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade no mundo do trabalho. 11ª edição. São Paulo:
Cortez, 2006.

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profunda desigualdade social estabelecida e, principalmente, sistematizada no processo sócio-
histórico de consolidação da categoria trabalho.
O mundo sensível que [nos] rodeia não é uma coisa dada imediatamente por toda a
eternidade e sempre igual a si mesma, mas o produto da indústria [produção] e do
estado de coisas da sociedade, e isso precisamente no sentido de que é um produto
histórico, o resultado da atividade de toda uma série de gerações, que, cada uma
delas sobre os ombros da precedente, desenvolveu sua indústria [produção] e
comércio e modificou sua ordem social de acordo com as necessidades alteradas.
(...) A indústria e o comércio, a produção e o intercâmbio das necessidades vitais
condicionam, por seu lado, a distribuição, a estrutura das diferentes classes sociais e
são, por sua vez, condicionadas por elas no modo de seu funcionamento. (...)
O primeiro pressuposto de toda a existência humana e também, portanto, de toda a
história, a saber, o pressuposto de que os homens têm de estar em condições de viver
para poder “fazer história”. Mas, para viver, precisa-se, antes de tudo, de comida,
bebida, moradia, vestimenta e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, pois,
a produção dos meios para a satisfação dessas necessidades, a produção da própria
vida material, e esse é, sem dúvida, um ato histórico, uma condição fundamental de
toda a história, que ainda hoje, assim como há milênios, tem que ser cumprida
diretamente, a cada hora, simplesmente para manter os homens vivos. (...)
O segundo ponto é que a satisfação dessa primeira necessidade, a ação de satisfazê-
la e o instrumento de satisfação já adquirido conduzem a novas necessidades – e
essa produção de novas necessidades constitui o primeiro ato histórico. (...)
A terceira condição que já de início intervém no desenvolvimento histórico é que os
homens, que renovam diretamente sua própria vida, começam a criar outros homens,
a procriar – a relação homem e mulher, entre pais e filhos, a família. (...) esses três
aspectos da atividade social não devem ser considerados como três estágios
distintos, mas sim apenas como três aspectos ou (...) como três “momentos” que
coexistem desde os primórdios da história e desde os primeiros homens, e que ainda
hoje se fazem valer na história. A produção da vida, tanto da própria, no trabalho,
quanto da alheia, na procriação, aparece desde já como uma relação dupla – de um
lado, como relação material, de outro, como relação social – social no sentido de que
por ela se entende a cooperação de vários indivíduos, sejam quais forem as
condições, o modo e a finalidade. Segue-se daí que um determinado modo de
produção ou uma determinada fase industrial estão sempre ligados a um
determinado modo de cooperação ou uma determinada fase social – que a soma das
forças produtivas acessíveis ao homem condiciona o estado social e que, portanto, a
“história da humanidade” deve ser estudada e elaborada sempre em conexão com a
história da indústria [produção] e das trocas (MARX & ENGELS, 2007, pp. 30-34
apud MANZANO, 2019, p. 22).

Como vimos acima, o modelo de produção capitalista é caracterizado pela


desigualdade social, da mesma maneira que por uma crise estrutural da questão social e suas
múltiplas expressões (fome, pobreza, desemprego, violência, segregação socioespacial,
discriminação de gênero, raça, etnia, orientação sexual, falta de moradia, dificuldade de
acesso à saúde, assistência, previdência social, educação, cultura, segurança, trabalho,
violação dos direitos da pessoa idosa, dos direitos da criança e adolescente, dentre outas).
Nesse sentido, é importante destacar que as múltiplas expressões da questão social, se tornam
estruturas que impedem a efetivação dos direitos fundamentais da pessoa humana.
O conjunto de expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que
tem sua raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se

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mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada,
monopolizada por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 2005, p. 27).

O Serviço Social, ao ser inserido na divisão social e técnica do trabalho, contribui para
efetivação do processo de reprodução das relações sociais, tendo em vista que a profissão se
reconhece como um produto sócio-histórico, especializado no trabalho coletivo, inserido na
contradição entre capital e trabalho que se transforma inevitavelmente a partir das mudanças
que se intensificam na sociedade capitalista, principalmente, no decorrer da consolidação do
capitalismo monopolista (IAMAMOTO, 2008).3
Assim, o processo sócio-histórico do pauperismo, da pobreza e, consequentemente, da
precarização do trabalho estão diretamente relacionados com a questão social e suas múltiplas
expressões na sociedade capitalista que se metamorfoseia 4, com base na contraditória relação
entre capital e trabalho. Nessa perspectiva, é importante ressaltar que os processos produtivos,
se materializam a partir das contradições, interesses e, sobretudo, embates que se manifestam
por meio da luta de classe. “Desemprego em dimensão estrutural, precarização do trabalho de
modo ampliado e destruição da natureza em escala globalizada tornam-se traços constitutivos
dessa fase da reestruturação produtiva do capital” (ANTUNES, 1999, p. 36).
Segundo Manzano (2019), uma sociedade dividida em classes sociais está organizada
em torno da (classe subalterna ou dominada) que trabalha efetivamente na produção de tudo
que é necessário para sobrevivência da sociedade e (a classe dominante) que satisfaz as suas
necessidades a partir daquilo que foi produzido pela classe subalterna, ou seja, dominada e
explorada. Dessa forma, a classe dominante exerce dominação política, intelectual, cultural e
econômica sobre toda a sociedade, que alimenta a utopia de uma sociedade estável, de
consumo e de massas, baseada na liberdade econômica e no mal-estar social, que se revela no
poder político e no Estado. “Mas toda luta de classes é uma luta política” (MARX &
ENGELS, 2010, p. 48). Nesse contexto, as múltiplas expressões da questão social são
agudizadas, uma vez que se estabelece na sociedade capitalista, se intensificando e causando
inúmeras transformações nas dinâmicas do mundo do trabalho, bem como na sociabilidade da
classe trabalhadora.
O poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de outra. Se o
proletariado, em sua luta contra a burguesia, se organiza forçosamente como classe,

3 IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 2ª edição. São
Paulo: Cortez, 2008.

4 ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade no mundo do trabalho. 11ª edição. São Paulo:
Cortez, 2006

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se por meio de uma revolução se converte em classe dominante e como classe
dominante destrói violentamente as antigas relações de produção, destrói,
juntamente com essas relações de produção, as contradições de existência dos
antagonismos entre as classes, destrói as classes em geral e, com isso, sua própria
dominação como classe. Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e
antagonismos de classes, surge uma associação na qual o livre desenvolvimento de
cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos (MARX & ENGELS,
2010, p. 59).

Nesse contexto, a dimensão da vida humana que se consolida com base no trabalho
enquanto categoria fundante do ser social ganha uma nova perspectiva ao observarmos como
o capitalismo, se apropria da força de trabalho do trabalhador extraindo não só o lucro, mas
também mais-valia a partir do processo de produção de mercadorias. Percebe-se, ainda, que o
trabalho é fundamental, “[...] pois, além de produzir valor novo (agregar valor ao produto), é
ele quem permite que os valores das máquinas, equipamentos e matérias-primas sejam
incorporados no produto por ele produzido” (MANZANO, 2019, p. 64).
Todavia, as transformações desencadeadas pela ordem do capitalismo monopolista,
estabelecem uma concepção bastante ampla em relação a classe trabalhadora, tendo em vista
que a consciência de classe e as formas de organização do trabalhador (movimentos sindicais
e partidos políticos), surgem da necessidade de buscar atingir e, principalmente, transformar a
estrutura de dominação antagônica imposta pelo capitalismo global e “[...] suas relações de
classe que se tornaram anonimamente corrompidas e fetichizadas” (ANTUNES, 1999, p.
151).
No entanto, ao estabelecermos a classe trabalhadora enquanto sujeito histórico,
inserida no campo de disputas e contradições em relação ao modo de produção capitalista,
somos capazes de perceber que “[...] as contradições econômicas tinham a princípio
transformado a massa da produção do país em trabalhadores. A dominação do capital criou
para essa massa uma situação comum, interesses comuns” (MARX, 1976, p. 136).
Como se sabe, as mudanças e transformações ocasionadas em decorrência do modo de
produção capitalista apresentaram a classe trabalhadora interesses em comum, sobretudo, ao
compreender a luta de classes na perspectiva do processo de acumulação do capital (MARX
& ENGELS, 2010). Consequentemente, a organização política da classe trabalhadora
constitui um movimento da classe para si, defendendo e, essencialmente, tornando os
interesses coletivos da classe um processo histórico de existência da classe operária.
“Proletário de todos os países, uni-vos” (MARX & ENGELS, 2010, p. 10).
Logo, cria-se uma consciência coletiva que permite a classe trabalhadora reconhecer
os seus antagonistas e, acima de tudo, estabelecer uma organização coletiva como forma de

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enfrentamento da superestrutura. Todavia, o desenvolvimento social e político se torna base
do processo de reconhecimento da classe operária, enquanto sistema coletivo que representa
um “determinado lugar e papel no processo produtivo, e que, independentemente de sua
consciência e/ou organização para lutar na defesa de seus interesses, caracterize uma unidade
de interesses comuns em oposição aos de outras” (MONTAÑO; DURIGUETTO, 2010, p.
97).
Tendo como perspectiva a crítica da Economia Política de Karl Marx, as discussões
acerca dos processos de trabalho encontram seu ponto de convergência ao refletirmos sobre as
constantes transformações que incidirá, sobre o mundo do trabalho, basicamente, na forma
com a sociedade capitalista passou a se beneficiar da reprodução e, consequentemente,
exploração da força de trabalho. Assim, as transformações do capital recaem sobre o processo
de trabalho e, claramente apresentam “[...] uma nova era de devastação, uma espécie de fase
ainda mais destrutiva da barbárie neoliberal e financista que almeja a completa corrosão dos
direitos do trabalho em escala global” (ANTUNES, 2018, p. 10).
No atual contexto, é importante destacar que as relações de trabalho são
profundamente afetadas pelas transformações do capital improdutivo e, principalmente pela
correlação de forças políticas que consolidam a acumulação de imensas fortunas nas mãos de
quem não produz riqueza nenhuma (DOWBOR, 2017)5. Podemos, assim, destacar que a
precarização do trabalho, as alterações e, especialmente, as constantes supressões de direitos
trabalhistas promoveram o aumento das desigualdades socais, resultando na agudização da
pobreza que configura novas expressões da questão social que atingem, em sua maioria, a
classe-que-vive-do-trabalho.
Nesse contexto, o sistema no poder não só precisa cada vez menos de democracia
como tende a evoluir para formas de controle e coerção social cada vez mais
violentas e invasivas para se manter. A transformação do mundo do trabalho ajuda a
entender essa erosão da capacidade de resistência da sociedade (DOWBOR, 2020, p.
68).

Segundo Netto (2009), é possível afirmar que o modo de produção capitalista está
diretamente relacionado à lógica institucional do Estado, uma vez que define padrões de
manipulação da reprodução da força de trabalho. Nesse sentido, deve-se evidenciar que o
disciplinamento da classe trabalhadora, bem como a reprodução das normas vigentes e
coerção social são resultantes da dinâmica de dominação e exploração do capitalismo

5 DOUWBOR, Ladislau. A era do capital improdutivo: Por que oito famílias tem mais riqueza do que a metade da população do mundo?
São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

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monopolista, que se torna dominante na escola mundial.
Em síntese, a exploração da mão de obra do trabalhador se intensificou em decorrência
dos resultados da revolução científica-tecnológica, iniciando um processo de transformação
do mundo do trabalho. Nesse cenário, a precarização da mão de obra submete o trabalhador a
condições desumanas, na qual seus direitos são sistematicamente negligenciados e, sobretudo,
suas conquistas são corroídas diariamente em quase todas as partes do mundo onde contata-se
produção industrial e de serviços (ANTUNES, 2009).
Contudo, ao apresentar a economia política para classe trabalhadora no contexto da
crise econômica, propõe-se uma reflexão crítica sobre os processos de exploração capitalista,
bem como da organização das bases materiais da sociedade que tornou o trabalho
necessariamente dependente do capital e o desenvolvimento das forças produtivas
visivelmente dominado pela lógica do lucro. Nessa perspectiva, discutir as transformações do
capitalismo global em uma perspectiva histórica evidencia o caráter essencial da contradição
entre capital-trabalho e a necessidade de um olhar que vá além da superfície como único meio
de superar a alienação capitalista.6 Dessa maneira, objetiva-se construir diálogos que
possibilitem atingir um público que necessariamente não tem conhecimentos básicos de
economia.

3. OBJETIVO GERAL
 Apresentar elementos de economia política para compreensão da realidade, no intuito
de instrumentalizar os cooperados da Cooperativa de Crédito dos Empregados do
Grupo Vallourec no Brasil – Coovall Ltda, de maneira que os cooperados possam
refletir criticamente sobre os segredos da exploração capitalista, bem como sobre a
realidade brasileira no contexto da crise econômica e os desafios para reconstrução de
um país mais justo e equitativo.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Oferecer instrumentos que possibilitem a compreensão da economia política a partir
da realidade brasileira no contexto de crise econômica e social;
 Desenvolver materiais relativos ao conteúdo do projeto, para facilitar a distribuição e o
entendimento dos participantes sobre o assunto;

6 MANZANO, Sofia. Economia Política para trabalhadores. 2ª edição. São Paulo: Instituto Caio Prado Jr - ICP, 2019.

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 Divulgar e estimular a participação dos associados nas ações e, consequentemente nas
atividades e produções decorrentes do projeto;
 Viabilizar junto à Coovall, materiais diversos para os associados sobre os assuntos
propostos pelo projeto, assim como disponibilizar de maneira virtual e digital os
conteúdos que sirvam de referência para discussão dos assuntos abordados;
 Incentivar os participantes do projeto que se tornem multiplicadores dos
conhecimentos adquiridos, além de divulgar e disseminar as informações acerca da
economia política concreta e real;
 Analisar junto à Coovall, como as informações apresentadas pelo projeto aos
associados contribui no entendimento do que de fato, vem a ser economia;

5. METAS A SEREM ALCANÇADAS


 O projeto pretende atingir todos os associados da Coovall, que são clientes e também
proprietários de todo o resultado da Cooperativa;
 O projeto procura trabalhar noções de economia política no decorrer de 6 meses,
podendo ser ampliado em função da necessidade dos associados da Coovall;
 Pretende-se que todos os associados participem das ações estabelecidas pelo projeto,
bem como possam compreender os pontos centrais da proposta;
 Pretende-se que cada ação desenvolvida alcance um objetivo específico de
compreensão (Trabalhadores organizados, consciência política revolucionária e
transformação radical do modo de produção capitalista);

6. PÚBLICO ALVO
 Cooperados da Cooperativa de Crédito dos Empregados do Grupo Vallourec no Brasil
– Coovall Ltda.

7. PROCESSO METODOLÓGICO
Com o objetivo de impactar de forma mais ativa e transformadora a consciência dos
cooperados da Coovall, o projeto apresenta informações e, consequentemente discussões em
formato dinâmico e didático acerca da Economia Política buscando atingir um público que
necessariamente não possuem conhecimentos básicos de economia. Nessa perspectiva, os
conteúdos serão disponibilizados em 5 módulos, por meio de ambientes virtuais que visam

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difundir os conteúdos, bem como os elementos teóricos e conceituais sobre economia,
levando em consideração a realidade brasileira e, acima de tudo, procurando discutir e
apresentar as inúmeras transformações do capitalismo enquanto sistema econômico que visa o
lucro e a acumulação das riquezas.
O projeto traz elementos teóricos e conceituais, os cooperados receberão materiais e
recursos didáticos digitais, tais como: (folders, folhetos, cartilha digital, vídeos, podcasts,
dentre outros) que podem ser consumidos online ou off-line, a depender do participante.
Assim sendo, também será disponibilizado para os cooperados referências bibliográficas
sobre Economia Política para leitura e aprofundamento. Além dos materiais disponibilizados
em formato digital, os conteúdos fornecidos que acompanham os módulos visam estimular o
processo formativo dos cooperados, assim como facilitar o entendimento e assimilação dos
elementos teóricos e, principalmente, conceituais abordados no decorrer do projeto.
Em resumo, o projeto “Economia para Emancipação Social: novas arquiteturas em
benefício da classe trabalhadora” se estende por 12 meses, sendo que os conteúdos serão
disponibilizados semanalmente, através de módulos mensais conforme destacado abaixo.
Todavia, após o início do cooperado no projeto os materiais serão encaminhados e, sobretudo,
disponibilizados no decorrer dos meses que sucederem o seu início, considerando os 5
módulos que estão organizados de maneira estratégica. Os materiais encontram-se
sistematizados de acordo com a estrutura de cada módulo que compõem o projeto, da mesma
forma que serão distribuídos seguindo o planejamento destacado:
 Módulo 1: Tópicos teóricos e conceituais sobre economia;
 Módulo 2: Transformações no capitalismo global;
 Módulo 3: Economia, capitalismo e neoliberalismo;
 Módulo 4: Transformação social no Brasil;
 Módulo 5: Debate econômico no contexto brasileiro.

7.1. ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO


 Divulgação do projeto, por meio dos veículos de comunicação da Vallourec, tais
como: (Giro Vallourec, Conexão Vallourec, Jornal Mural, Aplicativo RH Digital,
dentre outros).
 Cartazes afixados nos murais da Vallourec, em todas as portarias da planta barreiro e
no C.A (Centro Administrativo);

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 Disponibilizar um formulário eletrônico via Forms Microsoft para inscrição online dos
cooperados, bem como para o envio do material de divulgação do projeto;
 Confecção de materiais e recursos didáticos digitais, tais como: (folders, folhetos,
cartilha digital, vídeos, podcasts, dentre outros) que serão encaminhadas para o e-mail
cadastrado do cooperado(a), bem como pelo WhatsApp, incentivando a participação;
 Divulgação na cooperativa, esclarecendo as dúvidas em relação ao projeto, bem como
incentivando a participação dos cooperados no programa.

8. PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Ao final do projeto, os cooperados irão avaliar o projeto utilizando o Net Promoter Score
ou (NPS), uma metodologia que utiliza ferramentas de pesquisa e classificação para analisar o
nível de satisfação dos participantes. Sendo assim, o objetivo e coletar o maior número de
informações relevantes sobre a opinião dos cooperados no decorrer do projeto, analisando os
seguintes critérios:
1. Conteúdo: o participante deverá avaliar a relevância do conteúdo disponibilizado, por
meio dos materiais e recursos didáticos digitais;
2. Metodologia: o participante deverá avaliar a aplicação da metodologia ativa utilizada,
bem como a eficácia do processo de aprendizagem;
3. Material: o participante deverá avaliar a qualidade do material e os recursos didáticos
digitais utilizados durante o projeto;
4. Envolvimento do participante: o participante deverá avaliar de forma objetiva o seu
envolvimento, assim como sua participação no projeto;
5. Avaliação do projeto: o participante deverá avaliar a qualidade, organização e
dinâmica de todos os conteúdos e elementos teóricos e conceituais.

8.1. ALGUNS INDICADORES PARA AVALIAÇÃO


O método consiste na aplicação de um breve questionário, com algumas perguntas que
devem ser respondidas pelo participante da forma mais sincera possível, como por exemplo:
 Em uma escala de 0 a 10, o quanto você indicaria o projeto para um amigo(a)?;
 Em uma escala de 0 a 10, qual é o seu nível de satisfação com o conteúdo abordado?;
 Em uma escala de 0 a 10, qual é o seu nível de satisfação com o material utilizado?;
 Em uma escala de 0 a 10, qual é o seu nível de satisfação com o material utilizado?;

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 Em uma escala de 0 a 10, qual a nota você atribui para sua participação ao longo do
projeto?;
 Poderia descrever o motivo para as notas atribuídas?

Com isso, as questões geram uma avaliação quantitativa, revelando o quão satisfeito ou
insatisfeito o participante está. Nessa perspectiva, ao analisarmos a pontuação atribuída, os
participantes são classificados em três diferentes níveis.
a. Promotores: atribuem nota 9 ou 10, revelando altas chances de recomendarem o
projeto para outros cooperados;
b. Neutros: atribuem nota 7 ou 8, por isso, sua relação com o projeto é regular, mas
existem algumas oportunidades;
c. Detratores: atribuem nota 0 a 6, tendo em vista que estão insatisfeitos com o projeto,
isso, pode levar o participante a fazer críticas negativas para outros cooperados.

Todavia, a segunda pergunta tem caráter qualitativo, tendo como objetivo obter avaliações
subjetivas que permitam criar estratégias para melhoria do projeto. As principais ferramentas
para aplicação do NPS:
 E-mail;
 WhatsApp;
 Forms;
 Plataformas de questionários: (Track, SurveyMonkey, QuickTapSurvey).

Por fim, para calcular o NPS é necessário subtrair a quantidade de detratores pela de
promotores e, em seguida, dividir pelo número total de pessoas que responderam a avaliação
(Promotores - Detratores/Número total de respondentes). Como exercício de aplicação desse
indicador, suponhamos que durante a avaliação do projeto foram aplicados 250 questionários,
sendo que 50 cooperados deixaram de responder. Dessa maneira, o cálculo do indicador
ficaria assim: (Promotores – Detratores = 100 – 20 = 80); 80/200 (total de cooperados que
responderam à pesquisa) = 0,4; o NPS dessa pesquisa corresponde a 40%.
 As zonas de classificação do NPS:
a. Zona de Excelência: corresponde ao NPS mais alto, entre 75% e 100%. Obter esse
resultado mostra que a maioria dos participantes atua como promotores do projeto, que
mantém um relacionamento interessante e prepositivo com ele;

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b. Zona de Qualidade: corresponde ao NPS intermediário, entre 50% e 74%. Apesar de
não ter atingido, ainda, a excelência, essa avaliação tem uma quantidade superior de
promotores em relação aos detratores, resultando em uma imagem positiva;

c. Zona de Aperfeiçoamento: expressa um NPS de 0% a 49%, indicando que a pesquisa


precisa dar mais atenção à área de satisfação do participante. É comum que essa zona
contenha uma quantidade parecida de promotores, neutros e detratores, o que
representa uma grande oportunidade de melhoria;

d. Zona Crítica: revela um NPS negativo, entre -100% e -1%, com grandes perdas para
pesquisa, devido ao alto número de participantes detratores. É necessário avaliar e,
acima de tudo, propor estratégias para reformular o projeto.

9. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Atividades/Mês jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Elaboração do projeto

Revisão do projeto

Apresentação do projeto
para Coovall
Apresentação do projeto
para Vallourec
Elaboração do material
didático digital
Validação do material
didático digital
Abertura das inscrições

Envio do material de
divulgação do projeto
Início do projeto

Realização do módulo1

Divulgação do material

Realização do módulo 2

Divulgação do material

Realização do módulo 3

Divulgação do material

Realização do módulo 4

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Divulgação do material

Realização do módulo 5

Divulgação do material

Encerramento do projeto

Reunião final para


avaliação do projeto
Apresentação dos
resultados para Coovall
Apresentação dos
resultados para Vallourec
Análise da avaliação

Elaboração do relatório

Entrega do relatório

10. ORÇAMENTO DO PROJETO


Quantidade total Descrição Valor unitário Valor total
10 Pacote A4 - 500 folhas R$ 19,80 R$ 198,00
250 Caneta esferográfica Bic azul R$ 0,97 R$ 242,50
250 Caneta esferográfica Bic preta R$ 0,97 R$ 242,50
250 Caderno de anotação R$ 8,10 R$ 2.025,00
250 Certificado de conclusão do projeto R$ 20,00 R$ 5.000,00
3 Caixa de etiquetas R$ 14,90 R$ 44,70
250 Envelopes R$ 2,00 R$ 500,00
250 Envelope pardo R$ 2,00 R$ 500,00
Total de gastos com equipamentos de informática R$ 8.752,70
1 Computador R$ 3.197,00 R$ 3.197,00
1 Impressora multifuncional R$ 1.647,00 R$ 1.647,00
Total de gastos com a equipe do projeto R$ 4.844,00
1 120 Horas/mês de dedicação ao projeto R$ 1.500,00 R$ 18.000,00
1 Auxílio para execução do projeto R$ 500,00 R$ 6.000,00
1 Recurso eventual R$ 500,00 R$ 500,00
Total de gastos com recursos humanos R$ 24.500,00
30 Cartazes de divulgação R$ 20,00 R$ 600,00
500 Folder R$ 18,00 R$ 9.000,00
500 Cartilha R$ 30,00 R$ 15.000,00
30 Material de mídia (vídeos, podcasts e etc.) R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
30 Material de mídia (folders, banners e cartilhas etc.) R$ 3.000,00 R$ 3.000,00
1 Designer gráfico R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
1 Produtor de conteúdo digital R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Total de gastos com recursos digitais R$ 42.100,00
      -
Orçamento do projeto R$ 80.196,70

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho?: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade no
mundo do trabalho. 11ª edição. São Paulo: Cortez, 2006.

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do


trabalho. 2ª edição. São Paulo: Boitempo, 2009.

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1ª edição. São Paulo: Boitempo, 2018.

DOWBOR, Ladislau. A era do capital improdutivo: Porque oito famílias tem mais riqueza
do que a metade da população do mundo? São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

DOWBOR, Ladislau. O capitalismo se desloca: novas arquiteturas sociais. 1ª edição. São


Paulo: Edições Sesc, 2020.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 8ª edição. Cortez: São Paulo, 2005.

IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro,
trabalho e questão social. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 2008.

MARX, Karl. Miséria da filosofia: resposta à Filosofia da miséria do senhor Proudhon


(1847). Porto: Publicações Escorpião, 1976.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. 1ª edição. São Paulo: Boitempo,
2010.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: Livro I: o processo de produção do


capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

MANZANO, Sofia. Economia Política para trabalhadores. 2ª edição. São Paulo: Instituto
Caio Prado Jr - ICP, 2019.

MONTAÑO, Carlos; DURIGUETO, Maria Lúcia. Estado, classe e movimento social. 5ª


edição. São Paulo: Cortez, 2010.

NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. 3ª edição.
São Paulo: Cortez, 2007.

NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 7ª edição. São Paulo:
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PRAHALAD, C. K,; JRISHNAN, M. S. A Nova Era da Inovação: A Inovação focada no


Relacionamento com o Cliente. Rio de Janeiro, Elsevier, 2010.

YIN, Robert. Estudo de caso – Planejamento e métodos. São Paulo. Bookman, 2015.

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