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SUMÁRIO
ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................... 03
ORIGEM DA QUESTÃO SOCIAL ........................................................................... 04
SERVIÇO SOCIAL E A ESCOLA ............................................................................ 08
ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE .......................................................................... 13
RESPONSABILIDADES DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE PÚBLICA.......... 13
POR QUE A INTERSETORIALIDADE É IMPORTANTE? ...................................... 15
O HOMEM E A SOCIEDADE ................................................................................... 16
A DESIGUALDADE SOCIAL ................................................................................... 19
OS FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS ..................................................... 25
DIRETOS HUMANOS ............................................................................................. 27
COMO SURGIRAM OS DIREITOS HUMANOS? .................................................... 37
MITOS E VERDADES SOBRE OS DIREITOS HUMANOS......................................38
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ................................ 39
OS DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA ............................. 46
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL E A CONSTITUIÇÃO DE 1988 ............................ 52
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64
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ASSISTÊNCIA SOCIAL
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SERVIÇO SOCIAL E A ESCOLA
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Dessa forma, o trabalho dos assistentes sociais nas escolas não deve ser
confundido com aquele sob responsabilidade dos professores. Mesmo se consider a
dimensão socioeducativa resultante do trabalho do assistente social, sua atividade
está mais intimamente vinculada ao fortalecimento das redes de sociabilidade e à
efetivação do acesso aos serviços sociais e processos socioinstitucionais.
Assim como existe uma dimensão educativa na ação do assistente social, mesmo
não sendo o centro de sua atuação, o processo de trabalho no qual se ele se insere
não é exclusivo dele. O professor, como profissional do ensino, participa de certa
maneira dos processos que envolvem a questão social. No entanto, o espaço de
atuação do assistente social representa uma peculiaridade e existe a necessidade
da autonomia técnica desse profissional, pois sua formação se fundamenta na
intervenção direta nos problemas sociais.
Além das atribuições acima, o assistente social pode, de uma forma mais ampla:
Organizar espaços, junto com os profissionais de saúde, com o objetivo de
estimular a participação popular nas decisões de ambas as políticas públicas;
Da mesma forma, estimular a participação crítica de todos os funcionários
(tanto da Assistência Social, quanto da Saúde) nesses espaços;
Ter uma postura de curiosidade. Estudar e se atualizar, sempre que possível,
sobre temas relacionados à área da Saúde.
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POR QUE A INTERSETORIALIDADE É IMPORTANTE?
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O papel do assistente social no processo de intersetorialização é fundamental. Ao
realizar as ações descritas anteriormente, como debater sobre a situação social do
usuário com o profissional de saúde, estará contribuindo para a efetivação do
trabalho em conjunto com outras áreas.
A articulação entre as políticas ajuda, inclusive, na construção de novas posturas e
ações. Tomando, como base, dificuldades em comum das duas áreas. Por ser uma
política garantidora de direitos, a Assistência Social é atuante na luta pela
desfragmentação dos serviços públicos. Mas existem muitos desafios para que a
intersetorialidade se concretize. O tema é relativamente novo. Exige muito debate,
reestruturação e gestores e profissionais abertos a essas mudanças.
É preciso um olhar amplo e analítico de todos os envolvidos, pois a estrutura deve
ser repensada coletivamente. Principalmente quando se falam de áreas que
deveriam ser muito mais próximas, como a
Assistência Social e a Saúde.
O trabalho do assistente social na saúde, devido à
estrutura atual, é complexo. Ações separadas em
―caixinhas‖ já não resolvem mais.
A efetividade das ações do governo e seu impacto
social estão diretamente relacionados à articulação
de todas as políticas públicas.
O HOMEM E A SOCIEDADE
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Quando as pessoas assumem que têm nas mãos o seu destino e descobrem que a
construção da sociedade depende de sua vontade e de suas escolhas, a
democracia pode tornar-se uma realidade. Como a ordem social é criada pelo povo,
o agir ou não agir de cada um contribui para a formação e consolidação da ordem
em que se vive.
Pode-se dizer, também, que houve uma inversão da lógica que por séculos moveu a
humanidade: ―aparecendo à necessidade se cria o produto‖. Nos dias de hoje é ao
contrário: ―crie o produto e depois estimule o desejo, a necessidade não é
importante‖.
Visto que é uma sociedade que vive do poder da informação, tendo como base as
novas tecnologias, ela
poderá ser muito
discriminatória entre países,
internamente, entre
empresas ou entre pessoas.
Até um tempo atrás, o saber
ler e interpretar textos, bem
como efetuar cálculos
matemáticos simples, era
obrigatório para se viver em
harmonia e bem estar na
sociedade, este novo
cenário mudou e as necessidades de qualificações profissionais e acadêmicas
aumentaram consideravelmente.
Agora, a escola assume um papel fundamental na Sociedade da Informação, dotar o
homem de capacidades para competir com o avanço tecnológico, condicionando-o 17
de maneira a que este avanço não seja autônomo. Possa ser controlado de modo a
corresponder as necessidades com o desenvolvimento tecnológico e não o
desenvolvimento tecnológico a moldar as necessidades.
A convivência social tem que ser ensinada, aprendida e desenvolvida todos os dias.
Essa é uma tarefa de toda a vida de uma pessoa ou de uma sociedade. São sete
tipos de convivências básicas para se conviver numa sociedade, que são:
Aprender a não agredir o semelhante: fundamento de todo modelo de
convivência social.
Aprender a comunicar- se: base da autoafirmação pessoal do grupo.
Aprender a interagir: base dos modelos de relação social.
Aprender a decidir em grupo: base da política e da economia.
Aprender a cuidar de si mesmo: base dos modelos de saúde e seguridade
social.
Aprender a cuidar do entorno: fundamento da sobrevivência.
Aprender a valorizar o saber social: base da evolução social e cultural.
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A taxa de desemprego continua a aumentar com o desaparecimento de algumas
profissões, entre outros fatores. A perda de postos de trabalho, a extinção de
algumas profissões, e a reconversão de outras até serem substituídas por novas,
decorre um longo período de adaptação.
A democracia supõe a construção da equidade social, economia, política e cultura.
Como a ordem democrática é uma ordem construída, não existe um modelo ideal de
democracia que se possa copiar ou imitar. Pode-se aprender com outras sociedades
que constroem sua própria ordem democrática, mas é responsabilidade das pessoas
contribuírem para uma sociedade melhor.
A DESIGUALDADE SOCIAL
A desigualdade social causa uma distorção econômica que afeta negativamente a maioria pobre da população.
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A desigualdade social separa as camadas mais ricas e poderosas das camadas mais pobres da população.
Desigualdade social no Brasil
Segundo um estudo de 2017, divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento), o Brasil era, então, o sétimo país mais desigual do mundo,
ficando atrás apenas de nações do continente africano.
A favela de Paraisópolis (São Paulo) está localizada ao lado de condomínios de luxo. A paisagem ilustra a
desigualdade social brasileira.
Outro estudo, em 2015, havia classificado o Brasil como o 10º país com maior
desigualdade social em um ranking de 140 países. A pesquisa apresentada na
matéria foi coordenada pelo ex-diretor do Ipea e professor da Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
A matéria apontava que dados levantados pela Oxfam (uma confederação
internacional com mais de 3000 membros que estuda e luta contra a pobreza no
mundo) mostravam que os seis maiores bilionários brasileiros concentravam, juntos,
a riqueza da metade da população brasileira. Isso significa que, em um país com
aproximadamente 210 milhões de habitantes, seis deles possuíam a riqueza
equivalente a de outros 105 milhões.
O Brasil é o país que mais concentra riqueza entre o 1% mais rico na América
Latina, tendo seu coeficiente de Gini mais baixo entre os países latino americanos,
ficando atrás apenas de Colômbia e Honduras.
O distanciamento entre as camadas sociais pode ser percebido em outra
discrepância: enquanto metade da população recebia, em média, R$ 850, 1% dos
brasileiros tinha rendimento médio mensal de R$ 28.659. 22
A falta de infraestrutura e a má distribuição de renda são coisas que agravam a
situação. A PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua)
permite olhar isso no universo do Brasil como um todo. Os problemas mudam de
acordo com a região. Brasília, por exemplo, tem a maior renda, mas também a maior
desigualdade.
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OS FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Formas de conhecimento
Têm-se como formas de adquirir conhecimento: mito, conhecimento religioso,
conhecimento filosófico, senso comum e o conhecimento científico. A seguir
veremos cada uma dessas formas.
Mito: é a narrativa em forma de fábula. Transmite conhecimento por gerações
por meio de lendas e histórias mitológicas.
Conhecimento religioso: conhecimento produzido a partir da fé e da religião.
Geralmente a narrativa religiosa pode garantir a salvação para aqueles que
têm fé.
Conhecimento filosófico: traduz a busca e amor pelo conhecimento. Suas
conclusões são especulativas e não necessitam de provas materiais. Este
conhecimento orienta a atividade intelectual.
Senso Comum: é o conhecimento produzido a partir das observações diárias,
estabelece relações de causa e efeito sem a utilização de uma metodologia
científica, suas conclusões são empíricas sem nenhum fundamento científico
e nem sempre representam a realidade. Características: assistemático,
subjetivo, empírico, parcial.
Conhecimento científico: é o conhecimento produzido por meio do método 25
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Conceitos importantes
Cultura Eurocentrista: A construção científica ocidental teve seu berço na Europa.
Com o imperialismo europeu e a expansão da cultura europeia para outros
continentes, o modelo do homem branco europeu e sua sociedade se tornaram o
padrão a ser seguido por outros povos. Tudo aquilo que era estranho ou estrangeiro
era considerado mal e selvagem, devendo ser trazido, ainda que à força, ao padrão
da época.
Etnocentrismo: Achar que a cultura de determinada sociedade é superior as demais
culturas. Este posicionamento permite a imposição da cultura tida como ―superior‖ ou
mais evoluída à sociedade ―inferior‖ ou menos evoluída. Passo a observar o mundo
com os padrões e valores da cultura etnocentrista, passo a observar o mundo
através da ―minha própria lente‖.
Relativismo Cultural: É a postura de observar a cultura de uma outra sociedade
despido dos valores da sociedade ou grupo ao
qual pertenço. É estudar e entender a cultura
alheia sem pré-conceitos ou julgamentos
prévios. Colocamos-nos no lugar do outro e
passamos a compreender a sociedade dele, sob
a ótica de um indivíduo que pertence àquela
sociedade
Diversidade Cultural: É a existência de diversas culturas, hábitos, costumes, regras e
formas de expressão distintas no mundo. Com a globalização e a informática, maior
é a consciência desta diversidade cultural.
Multiculturalismo: é a interação positiva de diversas culturas, não havendo
hierarquias entre elas. Há a formação de uma sociedade multicultural.
PRINCIPAIS FILÓSOFOS
Auguste Comte
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O Positivismo foi a matriz filosófica desenvolvida por Augusto Comte com intuito de
estabelecer o racionalismo científico em detrimento do conhecimento religioso ou
metafísico. O método científico e racional seria o caminho correto para o
esclarecimento. A razão humana prevaleceria e resultaria em leis naturais que
descreveriam o funcionamento do homem, da natureza e do universo. O Positivismo
deu a base científica à Sociologia, estabelecendo-a como uma ciência. A Sociologia
seria, analogamente à Física, uma Física Social que buscaria compreender e
descrever as leis que regem a sociedade. Assim como a Física é dividida em
Estática e Dinâmica, a Física Social é dividida em Estática Social (características
permanentes – propriedade, família, linguagem) e Dinâmica Social (evolução social).
Leis dos Três Estados: Como a ciência se preocupa em descrever as leis que regem
o universo, a Sociologia também teria suas leis. Para Comte, a lei dos Três Estados
descreveria os estágios de evolução de uma sociedade. Primeiramente, o estado
teológico, onde todas as explicações eram baseadas nas crenças religiosas, tendo
como base o divino e o profano; em um segundo patamar teríamos o estado
metafísico, onde todo o conhecimento seria baseado em princípios abstratos; em
último degrau teríamos o estado positivo, quando todo saber humano seria baseado
no método científico, no qual prevaleceria a razão.
Durkheim
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Durkheim e a Sociologia Científica: Apesar de ser discípulo de Comte, Durkheim foi
um crítico à metodologia de seu mestre. Para ele a Sociologia de Comte apenas
tentava explicar a Física Social de forma especulativa e vaga (tratava a sociedade
como um organismo vivo), sem se fixar no objeto real a ser observado, critica
ainda a religião da humanidade desenvolvida por Comte. A ciência positivista de
Comte é construída sob um ideal de progresso, com base em uma ordem, por vezes
autoritária. Para Durkheim a Sociologia deveria realizar uma análise criteriosa
dos fatos sociais, que seriam o objeto de estudo da Sociologia. A ciência
fundamentalista de Durkheim era construída com base em uma observação concreta
dos fatos sociais.
Lembrando que os fatos sociais são regras que regem o comportamento e as
maneiras de se conduzir em sociedade.
Características dos fatos sociais: gerais, externos e coercitivos.
Gerais: são formas de pensar ou agir coletivos de uma sociedade, são observações
individuais que se repetem no inconsciente coletivo (maneira de agir/ maneira de
ser)
Externos: são influências externas aos indivíduos, são valores, regras, normas que
se apresentam ou se impões a certo indivíduo. São internalizados pela socialização
Coercitivos: impõem uma conduta, sancionado aqueles que a desrespeitam.
Quanto à socialização: processo pelo qual os seres humanos são induzidos a adotar
posturas padrões, comportamentos socialmente esperados, normas, regras e
valores. Basicamente o processo de socialização é feito por meio da educação, leis,
costumes e relações sociais.
31
Karl Marx
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de uma sociedade? Olhe para a sua Economia, ou melhor, para as relações sociais
de produção vigentes nesta sociedade‖
Vamos entender o conceito de valor. Valor de Uso é valor de usabilidade de certa
mercadoria, o Valor de Troca é o valor que pode ser usado para substituir por outra
mercadoria e Mais-Valia é diferença entre o valor do produto na prateleira e a soma
dos valores dos meios de produção e trabalho utilizados.
Alienação: o homem é utilizado como um simples fator de produção, ele passa a ser
visto como uma mercadoria, já que produz seu trabalho. Ele é separado das outras
etapas de produção, não participa de todas as fases e passa a não ter relação com
aquilo que produz.
Alienação política: na visão de Marx, o Estado não era um órgão político imparcial,
como gostavam de sugerir os liberais. Na verdade, o Estado representava
principalmente os interesses da burguesia, não os do povo. O Estado era um
instrumento de dominação da classe dominante, razão pela qual os trabalhadores,
os operários explorados, estavam também separados (alienados) dos processos de
tomada de decisões política.
A noção de participação popular é importante para o argumento marxista: a
ausência de participação tornaria evidente o caráter excludente e classista da
organização do Estado.
A luta de classes cumpre uma função importante. É ela que faz as mudanças sociais
acontecerem. É, portanto o motor da história. Se a luta de classes nasce sempre do
desejo do oprimido de livrar-se da opressão, então é evidente que o proletário, a
classe explorada, é o principal agente da transformação histórica. Mas, para isso, é
preciso que tenham consciência de classe, isto é, que vejam a si próprios como
partes integrantes de um conjunto, um grupo social poderoso.
Fetichismo da mercadoria: As pessoas pagam caro por uma coisa que custa barato 34
porque acreditam que, ao vestir esta camisa de grife, estão se diferenciando. Elas
acham que a marca da grife possui um valor intrínseco, isto é, um valor que seria
dela, da grife.
A relação que aparenta ser somente entre coisas (o dinheiro e o camisa de grife) é
na verdade uma relação entre pessoas, ou seja, é uma relação entre todos os
trabalhadores envolvidos na produção e comercialização da camisa, e você, que
trabalhou para ter o dinheiro necessário para comprá-lo.
No entanto, diz Marx, as pessoas são incapazes de perceber que, em função do
trabalho que fazem, estão constituindo uma relação social. É isto que o autor chama
de fetichismo da mercadoria (transformar um atributo subjetivo em objetivo).
Crítica a ideologia burguesa: ―As ideias dominantes de uma época sempre foram as
ideias da classe dominante.‖ Aí o gesto ideológico de apresentar o que era fruto de
uma posição particular na sociedade (a posição da classe burguesa) como sendo
algo de validade universal, isto é, válido para todas as pessoas. Teoricamente a
burguesia defendia a liberdade, no entanto, a liberdade que defendiam favorecia
apenas a burguesia, pois em sua visão (ideologia), esta forma de agir era a correta
(o trabalho do
proletariado era uma
simples mercadoria).
Dessa forma, percebe-
se que a luta entre
classes é o que faz as
mudanças sociais
acontecerem, e Marx
apostava que a vitória
do proletariado levaria
ao início de uma época socialista, sem classes, exploração ou desigualdade.
Max Weber
Weber x Marx: Weber busca compreender por que a história se transforma, para 35
isso devem ser considerados outros fatores além do conflito entre dominadores e
dominados. Seria preciso observar certos aspectos da realidade social que Marx
teria ignorado. Para Weber, o cientista social deveria agir intelectualmente de acordo
com as exigências científicas, diferentes, das exigências do exercício da ação
política, ele deveria adotar a neutralidade.
Weber x Durkhein: Weber não se preocupa com coercitividade dos fatos
sociais sobre o indivíduo, mas sim em perceber que as normas sociais se tornam
concretas quando se apresentam como motivação que impulsiona o indivíduo a agir
no meio social.
Weber parte sempre da observação das ações dos indivíduos, e não de alguma
totalidade (seja um fato social ou uma estrutura) que existiria anteriormente a eles.
Ação Social: É a conduta humana dotada de um significado atribuído pelo agente (o
indivíduo que a pratica) e tem relação com a conduta de outros indivíduos. Para
Weber, o objetivo da Sociologia é compreender os sentidos (significado) das ações
sociais.
Tipos de ações:
Weber é um individualista metodológico, pois seu método de trabalho consiste em
partir do estudo das ações dos indivíduos para então buscar compreender seu
sentido, isto é, compreender o que os indivíduos pensam que estão fazendo quando
agem de uma determinada forma, e que resultados (intencionais ou imprevistos)
acabam produzindo.
Destaca-se então o estudo das relações sociais. A relação social se estabelece
quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente de
acordo com certas expectativas que possuem do outro.
Weber afirma que o cientista deve ser motivado por suas paixões, mas, ao identificar
objeto de seus estudos, deverá fazê-lo de forma objetiva. Mas como fazer a ponte, a
passagem entre a subjetividade (crenças e valores do cientista) e a objetividade (a
necessidade de deixá-los fora do trabalho)? A resposta é por meios dos Tipos
Ideais.
O Tipo ideal é instrumento puramente formal, elaborado através da intensificação
unilateral de alguma característica do fenômeno observado. Ou seja, o tipo ideal não
existe de fato, é construído pelo pesquisador com o objetivo de facilitar a
compreensão do fenômeno que ele pretende analisar.
Weber argumentou que o capitalismo foi a consequência, na esfera da Economia, de
um processo de racionalização que teve na ética do trabalho protestante, um dos
seus principais motores.
Mas o que garantiria a obediência das pessoas? Para responder a esta pergunta, 36
Weber irá distinguir três tipos de dominação:
A dominação Racional-legal: Está baseada no respeito a uma regra ou norma vista
como legítima. A obediência à Constituição do país é um exemplo de dominação
racional-legal: o indivíduo reconhece a legitimidade das leis e vive de acordo com
elas.
A dominação Tradicional: Por outro lado, está baseada no respeito a uma ordem
antiga, a uma tradição. Quando, por exemplo, um indivíduo vive de acordo com as
regras de uma religião, de uma dinastia, de um poder familiar ou historicamente
perpetuado.
A dominação Carismática: O indivíduo admira ou obedece a um chefe ou líder que
considera excepcional
Para Marx o mundo é instável e vive em um constante embate entre classes. Para
Weber há uma relativa estabilidade, onde predomina o racionalismo e a burocracia
moderna, que pode ser abalada periodicamente por fenômenos irracionais
carismáticos.
Dessa forma a obra de Weber nos ajudou a ver que as ideias, as práticas culturais e
religiosas, não eram meros reflexos das condições materiais em que os indivíduos
viviam. Ele fez distinção entre Ciência e Política, importante no contexto em que foi
formulada. Desenvolveu importantes ferramentas para a sociologia (tipos de ação,
tipo ideal e dominação).
DIRETOS HUMANOS
cultura, profissão, gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que
possa diferenciar os seres humanos.
Apesar de o senso comum acreditar que Direitos Humanos são uma espécie de
entidade que dá suporte a algumas pessoas ou que são uma invenção para proteger
alguns tipos de pessoas, eles, na verdade, são muito mais do que isso. Para
entender melhor, precisamos fazer algumas distinções conceituais necessárias
antes de nos aprofundar no assunto.
Alegações com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser
feitas para evitar ações que violem os direitos de réus ou criminosos, como o cárcere
injustificado, a tortura ou o assassinato.
3. Os Direitos Humanos não são uma pessoa.
Por último, os Direitos Humanos não são uma entidade, uma ONG ou uma pessoa
que se apresenta fisicamente e tem vontade própria. Portanto, a frase repetida pelo
senso comum ―Mas quando morre um policial, os Direitos Humanos não vão dar
apoio à família.‖ está duplamente incorreta, visto que os Direitos Humanos não são
entidade ou pessoas e que eles se estendem a todos, inclusive policiais.
Podemos fazer uma primeira incursão na Revolução Americana, em que a carta Bill
of Rights (ou Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos) assegura
certos direitos aos nascidos no país. Entre eles, garante o direito à vida, à liberdade,
à igualdade e à propriedade. Assim, o governo não poderia atacar um desses
direitos de alguém sem o devido processo e julgamento dentro dos parâmetros da
lei.
Na mesma época em que essa emenda americana foi oficialmente aceita, estourou
a Revolução Francesa, em 1789, e foi redigida a Declaração dos Direitos do Homem
e do Cidadão. De cunho liberal e baseada nos ideais iluministas que pregavam
a igualdade, a liberdade e a fraternidade, essa declaração tinha por objetivo
assegurar que nenhum homem deveria ter mais poder ou direitos que outro, o que
representava o ideal republicano e democrata, que à época ameaçava o Antigo
Regime, no qual apenas uma pessoa concentrava poderes. 39
Somente em 1948 foi publicada a carta oficial contendo a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, a qual asseguraria, para todos e todas, os seus direitos básicos.
A história desse documento acompanha a história do início da Organização das
Nações Unidas (ONU), que iniciou suas atividades em fevereiro de 1945.
O que se queria naquele ano era evitar novas tragédias, como as ocorridas durante
a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a chamada ―solução final‖ do governo
nazista contra o povo judeu ou os atos anteriores ao início oficial da guerra, como as
prisões arbitrárias e o exílio de judeus, bem como a escravização de povos, outros
genocídios etc. Com o fim da Segunda Guerra, o cenário resultante continha milhões
de mortos, milhões em situação de miséria e fome, e milhares de civis que tiveram
algum direito violado por ataques, ações ou crimes de guerra.
Para elaborar estratégias que evitassem novas tragédias, representantes de 50
países reuniram-se para elaborar um organismo mundial que visava a garantir a paz
e o respeito entre os povos. A primeira ação elaborada foi a formação de
uma Comissão de Direitos Humanos da ONU, que
ficaria responsável pela redação de um
documento prescritivo para listar todos os direitos
fundamentais dos seres humanos. A declaração
foi concluída em 18 de junho de 1948 e aprovada
pela Assembleia Geral da ONU em 10 de
dezembro de 1948.
Hoje, 193 países são signatários da ONU. Isso significa que, entre outras coisas,
eles devem garantir em seus territórios o respeito aos direitos básicos dos cidadãos.
Não há uma maneira expressa e objetiva da organização fiscalizar e regular o 40
cumprimento dos Direitos Humanos, mas as legislações da maioria dos países
ocidentais democráticos, bem como seus sistemas judiciários, recorrem aos artigos
expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos para formularem seus
textos legais e aplicarem as decisões e medidas jurídicas.
Artigo 11º — com dois incisos, o artigo afirma que alguém que é acusado de um
delito é inocente até que se prove o contrário e que não se pode condenar alguém
por uma ação que, no momento em que foi cometida, não era crime em âmbito
nacional ou internacional.
Artigo 12º — a lei deve proteger para que ninguém sofra intromissões no âmbito
privado de suas vidas.
Artigo 13º — tratando de fronteiras e territórios, os dois incisos desse artigo falam
que todo mundo tem o direito de residir onde quiser dentro de um Estado e que
todos podem abandonar ou retornar ao seu Estado de origem quando quiserem.
Artigo 14º — os dois incisos desse artigo garantem o direito à busca de asilo em 43
Artigo 21º — todo mundo pode participar da política e da vida pública de seu país,
seja diretamente, seja por meio de representantes eleitos por votação. O terceiro
inciso desse artigo diz ainda que a vontade popular é o fundamento primeiro que
confere legitimidade aos poderes públicos.
Artigo 22º — todos têm direito à segurança e à seguridade social e podem exigir
esses direitos em suas diversas formas possíveis.
Artigo 23º — tratando do trabalho, os quatro incisos desse artigo garantem a todas
as pessoas: a possibilidade de escolha do trabalho; o trabalho digno; a remuneração
compatível, justa e digna por qualquer tipo de trabalho; a remuneração igual pelo
trabalho igual; e a possibilidade de fundação e filiação a sindicatos.
Artigo 24º — todo mundo tem direito ao descanso, ao lazer, a uma jornada de
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trabalho compatível com o descanso e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25º — o primeiro inciso diz que todo mundo tem direito a condições básicas
de vida que garantam, para si e para a sua família, as condições básicas de
subsistência (saúde, bem-estar, alimentação, vestuário, moradia e serviços sociais
necessários). No caso de perda dos meios de subsistência involuntária, também é
assegurada a assistência social. O segundo inciso garante o amparo à maternidade
e à infância, que devem ser protegidas.
Artigo 26º — tratando da educação, esse artigo diz que todas as pessoas têm o
direito ao ensino elementar, universal e gratuito. Diz também que o ensino superior
deve estar aberto a todos em igualdade, que a educação deve promover o respeito e
os Direitos Humanos, e que cabe aos pais a escolha do tipo de educação que seus
filhos vão receber.
Artigo 27º — todos têm o direito de participar e usufruir da cultura, das artes e da
ciência produzidas em sua comunidade.
Artigo 28º — todos, sem distinção, têm direito à ordem e à garantia dos direitos
estabelecidos na Declaração.
Artigo 29º — todos têm deveres para com as comunidades e, seguindo o
cumprimento dos deveres, têm seus direitos garantidos.
Artigo 30º — os direitos e garantias apresentados na Declaração não podem ser
utilizados para destruir ou atacar qualquer direito fundamental.
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A DECLARAÇÃO UNIVERSAL E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
Dignidade humana
I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade.
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição.
Não discriminação
II. Todo homem tem capacidade para
gozar os direitos e as liberdades
estabelecidas nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento
ou qualquer outra condição.
Além disso, não se fará distinção
alguma baseada na condição política,
jurídica ou internacional, do país ou do território cuja jurisdição dependa uma
pessoa, quer se trate de país independente, como de território de administração
fiduciária, não autônomo ou submetido a qualquer outra limitação de soberania.
Art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável imprescritível, sujeito à 50
pena de reclusão, nos termos da lei;
Vida, liberdade, segurança
III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Escravidão
IV. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Tortura
V. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Art. 5º, III - ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante;
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
crimes definidos como hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Art. 5º, L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Pessoa humana
VI. Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa humana, perante a lei.
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e Distrito Federal, constituiu-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: ... III - a dignidade da pessoa humana.
Igualdade
VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que
viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. 51
Art. 5º, I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição.
Acesso à justiça
VIII. Todo homem tem direito a receber, dos tribunais nacionais competentes,
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito;
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente.
Art. 5º, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público.
Art. 5º, LXIX - conceder-se-á mandato de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder
Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandato de injunção sempre que a falta da norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais,
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data : a) para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante... b) para a retificação de dados...
Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos.
Art. 5º, LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma
da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Habeas corpus
X. Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e
deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Art. 5º, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados: a) a plenitude da defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania
dos veredictos; d) a competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Inocência
XI. Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente, até que sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 53
julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa. Ninguém será condenado por atos ou omissões que, no
momento em que foram cometidos, não tenham sido delituosos segundo o direito
nacional ou internacional. Tampouco será imposta penalidade mais grave do que a
aplicável no momento em que foi cometido o delito.
Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
Art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Art. 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a
seguinte: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d)
prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
Art. 5º, XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de
banimento; e) cruéis;
Art. 5º, LIV - ninguém será privado de liberdade ou de seus bens, sem o devido
processo legal;
Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com meios e recursos a
ele inerentes;
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória.
Direito à intimidade 54
XII. Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu
lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo
homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre ou
para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial;
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados, e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
Liberdade de ir e vir
XIII. Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado. Todo homem tem direito a sair de qualquer país, inclusive
do próprio, e a ele regressar.
Art. 5º, XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dela sair com seus
bens;
XIV. Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
em outros países. Este direito não poderá ser invocado contra uma ação judicial
realmente originada em delitos comuns ou em atos opostos aos propósitos e
princípios das Nações Unidas.
Art. 5º, XLIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização ou de comprovado envolvimento em 55
Nacionalidade
XV. Todo homem tem direito a uma nacionalidade. Não se privará ninguém
arbitrariamente da sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Art. 12, §2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Família
XVI. Os homens e as mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família.
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e dissolução. O
casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado
Art. 226 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Propriedade
Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar na velhice, carência ou enfermidade.
XVII. Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;
Art. 5º, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
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Art. 5º, XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição;
Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Art. 5º, XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança;
Liberdade de consciência
XVIII. Todo homem tem direito à liberdade de
pensamento, consciência e religião. Este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou
crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular.
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício de cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção nos locais
de culto e as suas liturgias;
Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Livre expressão
XIX. Todo homem tem direito à liberdade de opinião e
expressão. Este direito inclui a liberdade de, sem
interferências, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e idéias por quaisquer meios, e
independente de fronteiras.
Art. 5º, XIV - é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
57
Associação
XX. Todo homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Art. 5º, XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ou
públicos, independente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
Art. 5º, XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Art. 5º, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se no primeiro caso o
trânsito em julgado;
Art. 1º, § único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 10 - É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão ou deliberação.
Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto
secreto, com valor igual para todos...
Art. 15 - É vedada a cassação de direitos políticos ...
Art. 16 - A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua
promulgação.
Art. 17 - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, ...os direitos fundamentais da pessoa humana ...
58
Acesso ao governo
XXI. Todo homem tem o direito de tomar parte no governo do próprio país,
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Todo homem tem o direito de acesso em condições de igualdade, às funções
públicas de seu país. A vontade do povo é a base da autoridade do poder público;
esta vontade deverá ser expressa mediante eleições autênticas que deverão se
realizar periodicamente, por sufrágio universal e igual, e por voto secreto ou outro
procedimento equivalente que garanta a liberdade do voto.
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida ...; II - seguro-
desemprego; III - fundo de garantia; IV - salário mínimo ...
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical ...
Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.
Art. 11 - Nas empresas de mais de duzentos empregados é assegurada a eleição de
um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.
Segurança social
XXII. Todo homem, como membro da
sociedade, tem direito à segurança social e à
realização, pelo esforço nacional, pela
cooperação internacional e de acordo com a
organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, sociais e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento de sua personalidade.
Art. 5º, XXXIII - todos têm o direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade ou do Estado;
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga mento de
taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra
ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXIII. Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha do emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todo homem,
sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. Todo 59
homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção
de seus interesses.
Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Lazer
XXIV. Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das
horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados...
Bem-estar
XXV. Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua
família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas de matrimônio ou fora dele, têm direito a igual proteção social..
Art. 230 - A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
Instrução
XXVI. Todo homem tem direito à instrução.
A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A
instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico-profissional será
acessível a todos, bem como a instrução
superior, esta baseada no mérito.
A instrução será orientada no sentido do
pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas suas 60
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a
amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Os pais têm
prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada aos
seus filhos.
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua
qualificação para o trabalho.
Cultura
XXVII. Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus
benefícios. Todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Art. 5º, XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações
em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas;
Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
Art. 5º, XXX - é garantido o direito de herança;
Art. 215 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
Ordem social
XVIII. Todo homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos
e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente
realizados.
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Art. 5º, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
bem-estar e a justiça social.
Deveres sociais
XXIX. Todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual é possível o livre
e pleno desenvolvimento de sua personalidade. No exercício de seus direitos e
liberdades, todo homem está sujeito apenas às limitações determinadas pela lei,
exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. Esses direitos e
liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.
62
Garantias
XXX. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e
liberdades aqui estabelecidos.
Art. 5º, LXXVII - § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
63
REFERÊNCIAS
Brasil Escola
Departamento de Diretitos Humanos e Cidadania - DEDIHC
DHnet
Educação Pública
Estudo Direito.com
Mundo Educação
Portal Educação
Secretaria Especial do Desenvolvimento Social
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