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A EDUCAÇÃO NA ERA COLONIAL
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«Acredita-se que o ensino praticado nesta altura pelas missões religiosas, para
além de aspectos pontuais ligados ao saber contar e escrever, assentava mais nas lições
básicas da religião ocidental, nas suas “virtudes”, e nos fundamentos elementares da
religião cristã, contrapondo-se aos valores da religiosidade praticadas pelos nativos
angolanos…» Viera (2012:43)
Após três séculos de colonização severa sobre Angola, “o ensino oficial surge
em Angola nos meados do século XIX, considerando-se como ponto de partida o
decreto assinado por Joaquim Falcão em 1845” Dos Santos (citado por Viera 2012),
foram assim lançados os primeiros alicerces para a escola pública no ultramar, mais
especificamente em Angola. No entanto, o surgimento do ensino oficial em Angola em
nada beneficiou o angolano, numa primeira fase. Estando eles na condição de indígenas,
lhes eram vedadas às portas do ensino, privilegiando a burguesia portuguesa.
De modo geral, o ensino colonial não era vocacionado para o angolano, para sua
cultura e promoção de seus valores, pois “estudava-se a flora, a fauna, a história e a
geografia de Portugal, criando-se assim um vazio cultural acerca de conhecimentos
relacionados com a própria colónia.” Viera (2012:56).
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2. A EDUCAÇÃO EM ANGOLA APÓS A INDEPENDÊNCIA
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1. Instituições pré-escolares
2. Escolas do ensino de base
3. Institutos de ensino médio
4. Institutos de ensino superior (Institutos Superiores, Academias de Arte)
5. Escolas especias e o estabelecimento para crianças deficientes
6. Institutos para a instrução profissional de adultos e centros de formação
de trabalhadores
1. Instituições pré-escolares
A instituição pré-escolar visa(va) Organizar o divertimento cultural e
sadio das crianças, o jogo e a vida colectiva; ajudar os pais
trabalhadores não só nos cuidados, mas também na educação dos
seus filhos; criar as condições suficientes para o seu desenvolvimento
normal e harmonioso com vista a uma infância sadia e feliz; preparar
as crianças desta faixa etária para a escola, sempre com orientação
pedagógica do Ministério da Educação. Estas eram subdivididas em
Creches (crianças até aos 3 anos) e jardins de infância (dos 3 aos 6
anos) sendo que o último período (5 aos 6 anos) compreendiam a
iniciação.
2. Ensino de Base
A escola de base era a instituição escolar que constituía o alicerce do
sistema de educação, instrução e ensino, depois do ano de iniciação.
Era gratuita, tendia a ser obrigatória e englobava as crianças dos 6
aos 14 anos de idade. Tinha como objectivo dar a cada jovem
cidadão, os elementos iniciais da educação de carácter socializante e
a instrução geral.
3. Institutos de ensino médio
Este nível do ensino compreendia os Institutos que se ocupavam do
Ensino Médio Profissional, com carácter especializado, através de
escolas de formação técnico-profissional com uma duração de quatro
anos lectivos.
4. Escolas de ensino superior
Os cursos dos Institutos Superiores teriam a duração de 4 a 5 anos e
funcionariam a nível universitário. Este tipo de estabelecimentos
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deveria preparar os quadros com formação profissional aprofundada
e especializada superior, necessária para os diversos ramos de
actividade económica e social. Infelizmente, só o Instituto Superior
de Educação – ISCED – veio efectivamente a funcionar (embora com
algumas dificuldades conjunturais) primeiro no Lubango, na
província da Huíla, e, posteriormente, também em Luanda.
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gratuito no seu nível primário. A reforma cingia-se a duas vertentes: a quantitativa (a
generalização do ensino a todo povo, aumentado as instituições escolares, sobretudo,
nas zonas rurais) e a qualitativa (que consistia em rever as estruturas e sua articulação,
os conteúdos de ensino, orientação planos e programas de ensino)
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conhecimentos fundamentais que a criança nas 4 primeiras classes (1º
nível). A partir daí, seria necessário adaptar a programação desta
estrutura pela intensificação que se tornava necessária nos 2º e 3º níveis
do Ensino de Base.
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objectivo de formar técnicos médios, profissionais do Ensino. O nível deste ensino é
exatamente correspondente aos Institutos médios de outros ramos de ensino de 4 anos,
depois da 8ª classe, com produção obrigatória, a partir da 11ª classe. Este nível deveria
formar os professores diplomados para o Ensino de Base.
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2.4 A REFORMA EDUCATIVA NA 2º REPÚBLICA (1991-2005)
Três factos a ter em conta nesta segunda reforma educativa: O relatório do grupo
do prognóstico de 1986, a queda do muro de Berlim, e o fórum mundial da educação
Dakar 200.
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perspetiva de reconstrução sobre novas bases, e proporcionar o acesso à educação e
qualidade para todos até 2015 (MEC 2001, 11 Ibidem)”. Ainda a exemplo do sistema
anterior, o actual continua laico, não dependendo assim de nenhuma religião.
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3. POLÍTICAS EDUCATIVAS EM ANGOLA
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feitas como uma crítica ou como um comentário a conclusões de investigações
oficiais em servir de base àquelas que têm capacidade de intervir ou
implementar directivas políticas” Ozga, 2002:21).
Neste caso, politicas educativas pode encontrar-se a qualquer nível, não
se limitando apenas a nível dos governos centrais (Id., Ibid.). Seguindo esta
lógica podemos apontar além dos governos centrais, outros construtores de
políticas educativas: os professores, os alunos, os pais ou encarregados de
educação (Id., Ibid.: 22-23), e instituições transacionais com a UNESCO, A
UNICEF, o Banco Mundial e os Bancos Regionais. Há um conjunto de autores
diversos que se esforçam na regulação da política, e todos o fazem de forma
ativa ou passiva: propondo e impondo, ou resistindo e bloqueando (Vallés, 2002:
34).
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educacionais desde os anos 40 aos 70. Tem como objectivo usar a
investigação para mudar e/ou melhorar as práticas administrativas do Estado.
Ou seja, este projecto de investigação julga a atuação do estado naquilo que
o próprio Estado se propõe (Ozga, 2000:82).
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CONCLUSÃO
Depois de descorrer por vários livros sobre a educação em Angola, quer seja
antes ou depois da indpendência, posso concluir que em termos históricos, abordar a
questão da educação colonial em Angola é também uma forma de compreender a visão
do colonialismo sobre o colonizado, as lógicas de dominação estabelecidas pelo
colonialismo e os mecanismos de resistência utilizados pelos Angolanos na defesa da
sua identidade cultural, valores, usos, tradições e costumes. E também que em termos
políticos, a nacionalização do ensino tinha como objectivos imediatos fazer do sistema
de educação um instrumento do Estado e substituir todo o aparelho colonial de
educação e ensino, promovendo no seio da sociedade angolana uma educação virada
para o povo e uma forma de Estado angolano iniciar a implementação da «Escola para
Todos», uma vez que as autoridades coloniais não a tinham implementado devido a sua
política de exclusão e discriminação da maioria dos angolanos. Em termos teóricos, este
conjunto de princípios consubstanciados no novo sistema de educação e ensino visava
contribuir para uma educação diferente daquela que existira na época colonial, não só
em termos da qualidade como em relação às condições de acesso e de aquisição de
meios e material escolar.
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BIBLIOGRAFIA
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